Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Imunidade Tumoral Referências: ROITT - Fundamentos de Imunologia, 13ª edição. Grupo GEN, 2018. Capítulo 16 > Câncer: Falha no controle da proliferação, diferenciação e apoptose das células causada por carcinógenos (causando danos ao DNA). São combinações de mutações em genes que promovem proliferação celular (oncogenes) ou genes que promovem parada do ciclo celular e apoptose (genes supressores). A célula cancerígena possui: - Autossuficiência em sinais de crescimento – ela é suficiente em se proliferar - Insensível a sinais de parada do ser crescimento - Evasão da apoptose - Invasão tecidual e metástase - Angiogênese sustentada - Replicação ilimitada Outras características: - Vias energéticas desreguladas - Escape da resposta imune: consegue escapar das células que fazem a vigilância do sistema imunológico - Inflamação como promotor tumoral - Instabilidade genômica Vigilância tumoral > O sistema imunológico tem a capacidade de reconhecer e eliminar células transformadas. Esse controle e eliminação dessas células pelo sistema imune recebe o nome de vigilância imune / vigilância tumoral. Quanto maior é o número de linfócitos TCD8 e menor foi de linfócitos TREG associados a um tumor melhor é o prognostico do paciente – o crescimento tumoral é mais atenuado. Edição tumoral O tumor passa por 3 fases: Eliminação Equilíbrio Escape O Tumor é uma célula muito instável, então, ao decorrer do tempo mais mutações vão ocorrendo e o sistema imune vai eliminando as células que induzem respostas imunes fortes (FASE DE ELIMINAÇÃO). Com essa eliminação, sobram as células que não induzem respostas ao sistema imune (ou induzem muito pouco) levando a um equilíbrio do tumor e posterior escape do sistema imune quando essas células conseguem escapar muito bem do sistema imune. Reconhecimento de células tumorais > O reconhecimento é feito a partir de ANTÍGENOS TUMORAIS – os tumores malignos expressam vários tipos de moléculas que podem ser reconhecidas pelo sistema imune como antígenos estranhos. Estes são divididos em diversos grupos: Produtos de diversos genes mutados. Produtos de oncogenes ou genes supressores tumorais mutados. Proteínas expressas de forma aberrante - proteínas normais (não mutadas), cuja expressão é desregulada em vários tumores. Antígenos virais. Em tumores causados por vírus oncogênicos, os antígenos tumorais podem ser produtos dos vírus MECANISMOS IMUNOLÓGICOS DE COMBATE A TUMORES A forma mais elementar da atividade antitumoral é através dos linfócitos TCD8. Importante lembrar que os linfócitos TCD8 reconhecem esses antígenos através de moléculas de MHC classe 1 e TODAS as células nucleadas possuem esse MHC. As células tumorais são fagocitadas por APCs e apresentadas aos TCD8, ativando seu mecanismo efetor por perforinas e granzimas. Todas as células envolvidas no processo: IMUNIDADE INATA > Células NK: utilizam receptores específicos de reconhecimento de estresse. Diferentemente dos linfócitos citotóxicos, as NK não são restritas por proteínas MHC (exibidas na superfície das células infectadas), são constitutivamente citolíticas e não desenvolvem células de memória. Pôr as células NK serem ativadas precocemente em uma resposta imune e não requererem sensibilização prévia para o desenvolvimento de células de memória após a sua ativação, elas são as células citotóxicas da imunidade inata, em contrapartida ao linfócito T citotóxico da resposta imune adaptativa. Os ligantes para ativar os receptores que estimulam a atividade das células NK habitualmente incluem as proteínas virais e as induzidas por estresse. Os ligantes inibitórios que bloqueiam as atividades das células NK mais comumente envolvem as proteínas MHC de classe I. A reduzida expressão das moléculas de classe I torna as células susceptíveis à lise mediada por células NK. Uma redução na expressão de MHC classe I normalmente se dá nas células infectadas por vírus e nas células neoplásicas, tornando-as susceptíveis ao ataque das células NK. As células normais não são expostas à destruição pelas células NK porque todas as células nucleadas expressam moléculas MHC classe I. Células tumorais ou com infecções virais podem: 1. Expressar moléculas de estresse que são reconhecidas por receptores de ativação de citotoxicidade (KARs) = morte da células alvo. 2. Ou ter poucas moléculas de MHC classe I reduzindo a ligação NK-KIR (receptores inibidores de citotoxicidade) = morte da célula alvo KIR = killer immunoglobulin–like receptors Mecanismos efetores do sistema imune > CITOCINAS TNF e IFN tem atividade antitumoral e são secretadas por macrófagos ativados na vizinhança do tumor. • TNF-alfa também inibe angiogênese • IFN–gama também pode inibir diretamente proliferação das células tumorais. IMUNIDADE ADAPTATIVA > CÉLULAS TCD8 (Citotóxica) Corpos apoptóticos podem ser fagocitados e iniciar uma resposta adaptativa com a: Ativação de LTCD4+ Ativação de LTCD8+ Ativação de Linfócitos B (produção de anticorpos) > Citotoxicidade mediada por Anticorpos Com a produção de anticorpos outros mecanismos imunológicos são ativados Citotoxicidade mediada por anticorpos EVASÃO PELOS TUMORES Frequentemente as respostas imunes falham ao avaliar o crescimento tumoral porque os tumores evoluem para fugir do reconhecimento imune ou porque resistem aos mecanismos efetores imunes. > Fatores relacionados aos tumores: Diminuição na expressão de MHC classe I Ausência de sinal co-estimulatório Ausência de apresentação por MHC classe II Produção de substâncias e receptores que inibem a ação do sistema imune como a indução de apoptose dos linfócitos pela expressão de FAS ligante e secreção de TGF beta que inibe a ação das células imunes. Existem imunoterapias que visam inativar esses receptores inibitórios. > Escape por expressão de FasL É expresso pelos tumores e resultam na eliminação dos linfócitos T que apresentam o receptor FAS por apoptose > Escape por inibição das células T Os tumores possuem vias que inibem a ativação das células T: Expressam ligantes para os receptores inibitórios da célula T, tais como PD-L1. Podem também incluir baixos níveis de coestimuladores B7 nas APC, resultando na ativação preferencial do receptor inibitório CTLA-4 nas células T em vez do receptor estimulatório CD28. CTLA-4 Aumento da expressão de PD-L1 Causa a indução da anergia celular por meio da inativação e menor produção de citocinas em linfócitos T > IMUNOTERAPIA DO CÂNCER Objetivos: fornecer efetores antitumorais (anticorpos e células T) aos pacientes contra seus tumores e estimular as próprias respostas imunes antitumorais dos pacientes. Protocolos de tratamento para os cânceres: quimioterapia e irradiação - toxicidades graves. Resposta imune é altamente específica - tem-se esperança de que a imunidade específica para o tumor possa ser usada para erradicar seletivamente os tumores sem danificar o paciente. Resposta imune do hospedeiro contra os tumores pode ser promovida com bloqueio dos mecanismos inibitórios que suprimem a imunidade antitumoral O conceito de que respostas imunes são influenciadas por um equilíbrio entre os receptores de ativação (coestimulador) e inibitórios. Nas células T, os receptores inibitórios mais bem definidos são CTLA-4 e PD-1, e o receptor de ativação – CD28. Uma das mais impressionantes aplicações terapêuticas dessesreceptores inibitórios é o tratamento de pacientes com câncer com anticorpos que bloqueiam esses receptores.
Compartilhar