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DOS DIREITO REAIS SOBRE COISA ALHEIA São direitos subjetivos concernentes a coisas incorpóreas por incidirem não sobre a coisa e sim sobre o direito real de outrem limitando os poderes do titular do direito real. Características Iura in rebus alienis (iura in re aliena) - são direitos subjetivos que incidem sempre sobre coisa alheia. Numerus clausus – estão sempre indicados em lei. No CC Art.1.225 incisos II e seguintes, e em lei especial. Interpretação restrita e inadmissibilidade de analogia Erga omnes – são oponíveis contra todos Revestem-se do direito de sequela. Classificação dos Direitos Reais Sobre Coisa Alheia Estão divididos em três classes: 1 - Dos Direitos reais sobre coisa alheia de uso e fruição nesta classe encontram-se: a Enfiteuse, a Superfície, as Servidões Prediais, o Usufruto, o Uso, a Habitação, a Concessão de uso especial para fins de moradia, a Concessão de direito real de uso, *Laje 2 - Direito real de aquisição Origina-se do compromisso de promessa irretratável de compra e venda de imóvel 3 - Direitos reais de garantia: o seu titular recebe a coisa alheia que lhe é dada em garantia do pagamento de um débito. Estão nesta classe: penhor, hipoteca e a anticrese. A Propriedade Fiduciária – incide sobre coisa móvel ou imóvel, embora não constitua Direito Real sobre coisa alheia e sim sobre coisa própria, pertence ao rol dos direitos reais de garantia cuja existência depende da existência de vínculo creditório que a origina. Laje - enumerado no Art. 1.225, inciso XIII do Código Civil/02, foi incluído, inicialmente, pela Medida Provisória nº 759 de 2016, com regras previstas no Art. 1.510-A e posteriormente, incluído pela Lei nº 13.465, de 2017, que também incluiu os Art. 1.510-B ao Art. 1.510-E. A natureza jurídica do direito da Laje não é pacífica, para alguns Direito Real sobre Coisa Própria, embora, incida sobre a superfície de imóvel alheio, com características e efeitos próprios; para outros Direito Real sobre Coisa Alheia http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13465.htm#art55 DIREITOS REAIS DE USO E FRUIÇÃO DA ENFITEUSE Conceito: é direito real perpétuo de usar e fruir imóvel alheio, mediante o pagamento de renda anual, denominada foro, e de valor em dinheiro, denomino laudêmio, quando da transferência onerosa da enfiteuse a outrem. Objeto: Bem imóvel, terras destinadas ao cultivo e os terrenos destinados à edificação. Espécies Levando em consideração a titularidade do terreno existem dois tipos de enfiteuse: • Enfiteuse civil é constituída sobre bens particulares e públicos, estes do domínio municipal (os bens de reserva) • Enfiteuse administrativa incide sobre imóveis da União, como terrenos de marinha. Enfiteuse civil Enfiteuse administrativa Sujeitos ➢ O enfiteuta ou foreiro - Titular do direito real sobre coisa alheia que recebe o domínio útil do imóvel, tendo sobre ele a posse direta, o uso, a fruição e os direitos de dispor e reivindicar o domínio útil; ➢ O proprietário do imóvel denominado, simplesmente, nu- proprietário ou senhorio. Este perde o direito de usar, restando- lhe apenas o direito de fruir,, os direitos de dispor e de reivindicar, os exercendo de forma limitada. Tem a posse indireta e o domínio, nele incluso o direito de fruir. A Nua-propriedade é a propriedade despida de seus principais atributos: os direitos de usar, fruir e dispor da coisa. Direitos do enfiteuta • Usar, fruir, dispor e reivindicar a coisa, como se fosse dono, desde que não destrua a substância da coisa. • Transmissão aos herdeiros art. 681 do CC/16 • Alienar o imóvel – desde que comunique ao nu proprietário (art.683 do CC /16) • Doar e trocar a coisa, desde que avise 60 (sessenta) dias antes ao senhorio (art. 688 do CC /916) • Tem direito de preferência na aquisição da propriedade aforada, caso o foreiro queira vender ou dar em pagamento o domínio direto (art. 684 do CC /16) • Tem direito de abandonar o bem enfitêutico ao senhorio mesmo que este não consinta (para livrar-se das responsabilidades deve registrar o ato abdicativo no RGI (Art. 258 da Lei 6.015/73) Art. 691 do CC/16 que limita este direito quando há credores. • Direito de gravar a coisa enfitêutica de servidões, usufruto e hipoteca que se extingue com o fim da enfiteuse (art. 689 do CC /16); • No caso de co-enfiteuse os co-enfiteutas tem direito de eleger o cabecel que os representa perante o nu-proprietário, aos poderes públicos e terceiros; • Direito às benfeitorias necessárias (art. 692, II do CC de 1916); • Ação contra terceiros e contra o senhorio direto cabendo a todos os interditos possessórios; Deveres do enfiteuta • Pagar Foro ou pensão – é a contraprestação devida pelo enfiteuta pelo domínio útil. É certo e invariável, pago anualmente estabelecido no ato constitutivo. (Exemplo 5% do valor do IPTU, 1% do valor do emprazo) (art. 678 do CC/16) • Respeitar a integridade da coisa (art.681 do CC /16) • Avisar o senhorio da doação (art. 688 do CC/16) • Pagar previamente seus credores quando decidir abdicar da enfiteuse (Art.691 do CC/16) • Pagar impostos e ônus reais e também pagar contribuições de melhoria (art. 682 do CC/16) • Não pode vender nem dar em pagamento a coisa sem avisar o senhorio (art. 683 do CC/16), e pagar o laudêmio Laudêmio – importância paga ao senhorio a título de compensação por este não ter exercício seu direito de preferência no caso de alienação onerosa. O Art. 686 do CC/16, expressa: “sempre que se realizar a transferência do domínio útil, por venda ou dação em pagamento, senhorio direto, não usar da opção, terá direito de receber do alienante o laudêmio, que será de dois e meio por cento sobre o preço da alienação, se outro não tiver fixado no título de aforamento” O CC/02 no art. 2038, § 1º, inciso I, veda expressamente cobrança de laudêmio ou prestações análogas nas transmissões de bens aforados, sobre o valor das benfeitorias. Assim: 1. somente é possível a cobrança sobre o valor do prazo, ou seja, do valor da terra excluindo-se o valor das benfeitorias (construções ou plantações) erguidas pelo enfiteuta. 2. desde a vigência do Código Civil de 2002 somente é possível a cobrança sobre o valor do prazo Extinção da enfiteuse: 1) pelo perecimento do imóvel; 2) por desapropriação; 3) por usucapião de terceiros sobre o imóvel; 4) pela renúncia do enfiteuta a seu direito de enfiteuse; 5) pela deterioração do prédio a ponto de não valer o capital equivalente a 1 foro e 1/5. Se ela se perder por culpa do enfiteuta e também responde por perdas e danos. 6) pelo comisso – que ocorrerá se o enfiteuta deixar de pagar o foro por três anos consecutivos. 7) pelo exercício do direito potestativo de preferência do senhorio quando o enfiteuta decide aliená-lo a título oneroso. 8) pelo exercício do direito de resgate, por parte do enfiteuta, após dez anos de enfiteuse (art.693). RESGATE De acordo com o Código Civil de 1916, art. 693: “Todos os aforamentos, inclusive os constituídos anteriormente a este Código, salvo acordo entre as partes, são resgatáveis 10 (dez) anos depois de constituídos, mediante pagamento de um laudêmio, que será de 2,5% (dois e meio por cento) sobre o valor atual da propriedade plena, e de 10 (dez) pensões anuais pelo foreiro, que não poderá no seu contrato renunciar ao direito de resgate, nem contrariar as disposições imperativas deste Capítulo.” No estado do Rio de Janeiro, além das áreas de marinha, existem enfiteuses cobradas pela prefeitura, pela Igreja Católica e por famílias colonizadoras desde a criação das capitanias hereditárias. São exemplos de famílias cujo pagamento do foro e laudêmio é exigido no bairro de Botafogo: família Burle de Figueredo, família Regis de Oliveira família Silva Porto; família Moçapyr ou Ely Jose Machado; família Koenig. No bairro de São Cristóvão: família Orleans e Bragança. Relação dos bairros foreiros do Município do Riode Janeiro • Bangu (parte), • Botafogo, • Catete, • Catumbi, • Centro, • Copacaban a, • Cosme Velho, • Estácio, • Fátima, • Flamengo, • Gávea, • Gamboa, • Glória, • Laranjeiras, • Magalhães Bastos(parte) , • Padre Miguel (parte), Realengo (parte), • Rio Comprido, • Santa Teresa, • Santo Cristo, • São Conrado, • Saúde. • DECRETO-LEI 7.724, de 10/07/1945 – Submete ao regime de aforamento as terras devolutas dentro da faixa de ssenta e seis quilômetros ao longo das fronteiras, e dá outras providências. • DECRETO-LEI 2.490, 17/07/1940 (Terrenos de Marinha). • DECRETO-LEI 3437, 17/07/1941 (Edifícios em Fortificações). • DECRETO-LEI 3438, 17/07/1941 (Terrenos de Marinha). – Segurança e defesa nacionais. • LEI Nº 13.240, DE 30 DE DEZEMBRO DE 2015. Conversão da Medida Provisória nº 691, de 2015 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2013.240-2015?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/Mpv/mpv691.htm ENFITEUSE DE TERRENOS DE MARINHA DECRETO-LEI No 3.438, DE 17 DE JULHO DE 1941 Art. 1º São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 metros, medidos para a parte de terra, do ponto em que se passava a linha do preamar médio de 1831: a) os situados no continente, na costa marítima e nas margens dos rios e lagoas, até onde se faça sentir a influência das marés; b) os que contornam as ilhas situadas em zona onde se faça sentir a influência das marés. Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, a influência das, marés é caracterizada pela oscilação de cinco centímetros, pelo menos, do nível das águas (atração luni- solar) que ocorra em qualquer época do ano. Art. 2º São terrenos acrescidos de marinha os que se tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento nos terrenos de marinha.
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