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Importância da Anamnese na Relação Médico-Paciente

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Thays Lopes 
Práticas Médicas II 
 É a parte mais importante da medicina: primeiro, porque 
é o núcleo em torno do qual se desenvolve a relação 
médico-paciente, que, por sua vez, é o principal pilar do 
trabalho do médico; 
 Segundo, porque é cada vez mais evidente que o 
progresso tecnológico somente é bem utilizado se o lado 
humano da medicina é preservado; 
 A anamnese, se benfeita, acompanha-se de decisões 
diagnósticas e terapêuticas corretas; 
 Se malfeita, em contrapartida, desencadeia uma série de 
consequências negativas, as quais não podem ser 
compensadas com a realização de exames 
complementares, por mais sofisticado que sejam; 
 A anamnese é um instrumento para a triagem dos 
sintomas anormais, problemas de saúde e preocupações. 
E registra as maneiras como a pessoa responde a essas 
situações, abrindo espaço para a promoção da saúde; 
 O médico tem de estar imbuído da vontade de ajudar o 
paciente a relatar seus padecimentos; 
 Para conseguir tal intento, sugere-se que o examinador 
utilize uma ou mais das seguintes técnicas: apoio, 
facilitação, reflexão, esclarecimento, confrontação, 
interpretação, respostas empáticas e silêncio. 
 Afirmações de apoio despertam segurança no paciente. 
Dizer, por exemplo, “eu compreendo” em momento de 
dúvida pode encorajá-lo a prosseguir no relato de alguma 
situação difícil; 
 O médico consegue facilitar o relato do paciente por meio 
de sua postura, de ações ou palavras que o encorajem, 
mesmo sem especificar o tópico ou o problema que o 
incomoda. O gesto de balançar a cabeça, por exemplo, 
pode significar para o paciente que ele está sendo 
compreendido; 
 A reflexão é muito semelhante à facilitação e consiste 
basicamente na repetição das palavras que o médico 
considerar as mais significativas durante o relato do 
paciente; 
 O esclarecimento é diferente da reflexão porque, nesse 
caso, o médico procura definir de maneira mais clara o 
que o paciente está relatando. Por exemplo, se o paciente 
se refere à tontura, o médico, por saber que esse termo 
tem vários significados, procura esclarecer a qual deles o 
paciente se refere (vertigens? Sensação desagradável na 
cabeça?). 
 A confrontação consiste em mostrar ao paciente algo 
acerca de suas próprias palavras ou comportamento. Por 
exemplo, o paciente mostra-se tenso, ansioso e com medo, 
mas diz ao médico que “está tudo bem”. Ai o médico pode 
confrontá-lo da seguinte maneira: “você diz que está tudo 
bem, mas por que está com lágrimas nos olhos?” essa 
afirmativa pode modificar inteiramente o relato do 
paciente; 
 Na interpretação, o médico faz uma observação a partir do 
que vai notando no relato ou no comportamento do 
paciente. Por exemplo: “você parece preocupado com os 
laudos das radiografias que me trouxe.”: 
 A resposta empática é a intervenção do médico mostrando 
empatia, ou seja, compreensão e aceitação sobre algo 
relatado pelo paciente. A resposta empática pode ser por 
palavras, gestos ou atitudes: colocar a mão sobre o braço 
do paciente, oferecer um lenço se ele estiver chorando ou 
apenas dizer a ele que compreende seu sofrimento. No 
entanto, é necessário cuidado com esse tipo de 
procedimento; 
 Há momentos na entrevista em que o examinador deve 
permanecer calado, mesmo correndo o risco de parecer 
que perdeu o controle da conversa. O silêncio pode ser o 
mais adequado quando o paciente se emociona ou chora. 
Saber o tempo de duração do silêncio faz parte da técnica 
e da arte de entrevistar. 
 Elementos da anamnese: 
 Identificação: nome, idade, sexo, cor, estado civil, 
profissão, naturalidade, residência, religião; 
 Queixa principal: motivo que trouxe o paciente ao médico 
nas palavras dele; evitar escrever “rótulos diagnósticos”; 
 História da doença/moléstia atual: começar com uma 
pergunta aberta e depois focar para obter: inicio, duração, 
frequência, fatores precipitantes, sintomas associados, 
fatores de melhora e piora, episódios prévios, progressão 
dos sintomas, situação no momento atual; 
 Antecedentes pessoais e familiares: avaliação do estado 
de saúde passado e presente do paciente, conhecendo os 
fatores pessoais e familiares que influenciam seu processo 
de saúde-doença; 
 Hábitos de vida: documentar hábitos e estilo de vida do 
paciente, incluindo ingesta alimentar diária e usual, prática 
de exercícios, historia ocupacional, uso de tabaco, consumo 
de bebidas alcoólicas e utilização de outras substancias e 
drogas ilícitas; 
 História biopsicossocial: avaliar as condições de habitação 
do paciente além de vínculos afetivos familiares, condições 
financeiras, atividades de lazer, filiação religiosa e crenças 
espirituais, bem como a escolaridade. 
 Interrogatório sistemático: avaliação detalhada dos 
sintomas de cada sistema corporal. Complementar a HMA e 
avaliar práticas de promoções à saúde; 
Thays Lopes 
Práticas Médicas II 
 Geral: febre, astenia, alterações do peso, sudorese, 
calafrios, cãibras. 
 Pele: alterações na pele, cabelo, unhas, coceiras, dor, 
nódulos, rashes. 
 Crânio/face: dor, alterações dos movimentos, 
tumorações, pulsações anormais. 
 Olhos: dor ocular e cefaleia, sensação de corpo 
estranho, queimação ou ardência, lacrimejamento, 
sensação de olho seco, xantopsia, iantopsia, cloropsia, 
diminuição ou perda da visão, diplopia, fotofobia, 
nistagma, escotomas, secreção, alucinações visuais. 
 Ouvidos: dor, otorragia, acuidade auditiva, zumbidos, 
vertigem. 
 Nariz e cavidades paranasais: dor, espirros, 
obstrução nasal, epistaxe, dispneia, 
diminuição/aumento/alteração do olfato, cacosmia, 
parosmia, alteração da fonação. 
 Boca, garganta e pescoço: sialose, halitose, dor, dor 
de garganta, disfagia, tosse, pigarro, alterações da 
voz, sangramento, inchaço. 
 Parede torácica: dor, alterações no formato do tórax, 
dispneia. 
 Mamas: dor, nodulações, secreção mamilar. 
 Traqueia,brônquios, pulmões e pleuras: dor, tosse, 
expectoração, hemoptise, vômica, dispneia, chieira, 
cornagem. 
 Coração e grandes vasos: dor, palpitação, dispneia, 
tosse e expectoração, chieira, hemoptise, desmaio, 
alterações do sono, cianose, edema, astenia. 
 Gastrointestinal: apetite, dor abdominal, náusea, 
vômito, indigestão, disfagia, icterícia, alterações nas 
fezes (frequência aumentada/diminuída, consistência, 
cheiro, coloração, sangramento, muco). 
 Genitália feminina: alterações menstruais 
(frequência, duração, dor, intensidade do 
sangramento), prurido, fogacho, complicações em 
gestações anteriores, abortos, menarca, data da 
ultima menstruação, método contraceptivo. 
 Genitália masculina: dor no pênis, dor e massas 
testiculares, hérnias. 
 Urinário: frequência, urgência urinaria, poliúria, 
disúria, hematúria, noctúria, incontinência, cálculos 
renais, infecções. 
 Vascular: edema em pernas, claudicação, varizes, 
tromboses, embolias. 
 Musculoesquelético: fraqueza muscular, dor, inchaço 
nas articulações, limitação do movimento, 
instabilidade, hiperemia, artrite, gota. 
 Neurológico: perda de sensibilidade, choques, 
tremores, fraqueza, paralisia, desmaios, convulsões. 
 Hematológico: anemia, sangramentos, petéquias, 
púrpuras, transfusões. 
 Endócrino: intolerância ao frio ou calor, sudorese, 
poliúria, polidipsia, polifagia. 
 Psiquiátricos: alterações de humor, ansiedade, 
depressão, tensão, alterações na memória.

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