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A ORIGEM E O DESENVOLVIMENTO DA SOCIOLOGIA Fernando Roberto Campos Todas as ciências e disciplinas escolares têm uma história e uma razão para existir. Portanto, vamos iniciar nossos estudos abordando a história da Sociologia e a sua importância no mundo contemporâneo. A Sociologia é uma ciência? Qual é o seu campo de estudo? Por que existe? Quando surgiu? Para que serve? Quem são os seus fundadores? Em que época? O que é Sociologia da Educação? Esperamos que no final deste primeiro capítulo estas questões estejam respondidas e que você já tenha formulado tantas outras. Afinal, o motor de todas as descobertas e da evolução humana sempre foram as perguntas. Um poeta brasileiro, chamado Mário Quintana, nos brindou com uma bela reflexão: “ A resposta certa não importa nada: e essencial é que as perguntas estejam certas.” Não vamos nunca parar de perguntar, precisamos saber sempre mais sobre tudo. Todas as ciências criaram durante a sua história, conceitos que nada mais são do que ferrementas teóricas que nos ajudam a analisar e entender mais profundamente um objeto de estudo. Com a Sociologia não foi diferente convidamos você a “mergulhar” profundamente no reino das palavras e no mundo da Sociologia. 1. O QUE É SOCIOLOGIA A Sociologia é o estudo científico da sociedade e como ela influencia o comportamento humano. Talvez você nunca tenha parado para refletir sobre isso, mas a sociedade tem uma influência muito grande na nossa forma de agir, pensar e sentir. Para estudar a sociedade, os sociólogos se utilizam dos chamados métodos científicos e conceitos para analisar os muitos fenômenos sociais existentes em todas as sociedades humanas. A sociologia de Durkheim e Marx tentam compreender o capitalismo. No entanto, cada um deles desenvolve uma teoria ou uma série de conceitos diferentes para explicar o mesmo o objeto de estudo. Pode-se definir conceito como um conjunto de idéias desenvolvidas a partir da nossa inteligência, que têm por objetivo explicar um fenômeno qualquer. A sociologia consolidou-se como ciência no século XIX, e o seu objeto de estudo, que a diferencia das outras ciências humanas, é o fato social como um todo, independente da especifidade de cada um deles: religioso, econômico, educacional, político, jurídico, familiar e outros. A vida dos seres humanos apresenta várias dimensões que ocorrem e se desenvolvem durante a existência social do homem, ou seja, quando as pessoas estão intergindo umas com as outras. São essas interações é que constituem o objeto de estudo central da sociologia. A interação social do indivíduo se inicia com o nascimento, quando começa a viver o processo de socialização. Podemos definir a sociologia como uma ciência que estuda os fenômenos sociais, reflete sobre eles e tenta explicá-los através de certos conceitos, técnicas e métodos. Fenômenos sociais são todas as ocorrências que se dão na integração dos grupos humanos. Antonio Carlos Gil em seu livro Sociologia Geral ao analisar o objeto de estudo da sociologia afirma: ociologia a ciência ue estuda as rela es sociais as institui es sociais e a sociedade pois uma ciência social ue disp e de um con unto acumulado de conhecimentos e ue se prop e a fornecer respostas acerca do ser humano iferentemente da sicologia – ue outra ciência humana – a ociologia n o estuda a a o das pessoas isoladamente p O homem é um ser social e não teria sobrevivido e nem se transformado sem a convivência em sociedade. Foi em grupo que o homem se tornou humano, desenvolveu a linguagem, os conhecimentos, a afetividade e até mesmo suas caracteristicas fisicas e mentais. A Sociologia existe porque existe o homem, porque ele vive em grupo e porque é necessário compreender esta convivência para propor maneiras de se viver melhor. Imagem do filme A Guerra do fogo A Sociologia não se limita a descrever e analisar a sociedade. Ela vai além do estudo dos fenômemos sociais e procura propor soluções para os problemas estudados, tendo como objetivo o bem coletivo. Você sabia que nem todo mundo gosta da Sociologia? Como toda sociedade é formada por grupos dominantes e dominados, os setores favorecidos e que detém o poder, o saber e a riqueza em suas mãos não gostam muito da Sociologia e ela tem sido perseguida ao longo da história em muitos países. No Brasil, ela tem muita coisa para contar e veremos mais adiante. Ela foi banida do currículo do ensino médio durante a ditadura militar. O sociólogo é uma pessoa que questiona a sociedade e, portanto, incomoda quem prefere manter as coisas como estão. Não existe um consenso entre as principais correntes sociológicas sobre a definição de qual seria o objeto de estudo da Sociologia. Podemos até dizer ue n o existe uma única ociologia mas sim “sociologias” ara evidenciar que nem tudo é consenso nesta ciência, Gil ( 2011) afirma:: ode-se definir ociologia como o estudo da sociedade sta defini o no entanto mostra-se muito ampla ue n o possi ilita caracteri ar com precis o o conceito de ociologia odo o comportamento humano se d em algum tipo de sociedade ou influenciado por fatores sociais o por ocorrer numa sociedade ue um fato se torna o eto da investiga o sociol gica m fato realmente entendido como sociol gico uando se procura entendê-lo no ue di respeito s rela es ue se estabelecem entre os seres humanos e as circunst ncias sociais ue os afetam as n o h consenso entre os principais autores uanto ao o eto da ociologia ara um autor como mile ur heim este o eto constitu do pelos fatos sociais ara ax e er a a o social ara os soci logos ue se apoiam nas ideias de arl arx s o as rela es de produ o p Podemos, portanto, resumidamente definir a sociologia como o estudo do comportamento social, dos grupos e das interações humanas. A Sociologia procura explicar como as atitudes e pensamentos são influenciados pela sociedade em geral e pelos grupos humanos em particular 2. O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA: A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E A REVOLUÇÃO FRANCESA Você provavelmente estudou no Ensino Médio, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Elas marcaram profundamente a história humana e, até hoje, sentimos a sua presença na nossa vida social, política, econômica e cultural. Estas revoluçõs deixaram um legado importante para a humanidade. Dentre estes legados, encontra-se também a Sociologia. O surgimento da sociologia é uma decorrência da necessidade dos homens de compreenderem os problemas sociais, que apareceram em propoções nunca vistas, em razão dos efeitos da Revolução Industrial e da Revolução Francesa. A Sociologia, portanto, nasceu no século XIX e as bases sociais do seu surgimento estão nos abalos sociais causados por dois fatos históricos marcantes na vida da Europa Ocidental no final do século XVIII: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial. Assim, pode-se afirmar que a Sociologia surgiu como uma tentativa de explicar os abalos e as transformações sociais criados pela consolidação da sociedade capitalista. Podemos dizer que sem o capitalistamo e suas modificações na vida dos homens, não teria existido a Sociologia. Desde a sua origem, até os dias atuais, a Sociologia tem sido uma constante tentativa de compreender e de dialogar com a civilização capitalista, em suas diferentes fases. A Sociologia deve sua existência ao capitalismo. Podemos até dizer que ela “filha” dele A Sociologia nasceu quando os problemas sociais se tornaram dramáticos. As tentativas dos intelectuais de entender e solucionar os diversos problemas, reuniu uma quantidade grande de textos e livros que inauguram a Sociologia. O que estava acontecendo de fato no final do século XVIII, na Europa? Duas revoluçõesimportantíssimas: a francesa e a industrial. Revolução significa mudança radical, ou seja, mudar na raiz, na essência. Estas duas revoluções criaram muitos novos problemas sociais que antes não existiam. “ foi apenas no s culo X X ue a ociologia passou a constituir-se como ciência autônoma, independente. Ao lado do desenvolvimento das ciências modernas (Física, Química, Biologia, etc.), as transformações pelas quais passou a sociedade europeia nos séculos XVIII e XIX contribuíram de maneira acentuada para o surgimento da Sociologia. Tanto a Revolução Industrial quanto a Revolução Francesa provocaram transformações radicais na sociedade da época. Muitos estudiosos dedicaram-se a estudar essas transformações e suas consequências para a vida humana Foi essa a origem da ociologia com ciência ” (PILETTI, 2004, p. 247-248). A Revolução Industrial significou, além da introdução da máquina a vapor na produção industrial, vitória definitiva do capitalismo, e da burguesia industrial que foi, pouco a pouco, concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o seu controle, convertendo assim, grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos. A consolidação da sociedade capitalista representava a desintegração do mundo feudal. Os velhos costumes e instituições tradicionias foram desaparendo e deram lugar a novas formas de organização da vida social, cultural, econômica e política. A utilização da máquina na produção industrial, destruiu sem piedade o artesão independente que era um trabalhador livre e autônomo. Ela não pode concorrer com a fábrica mecanizada e faliu. Após tornar-se um simples proletário da indústria, assalariado e perder o controle sobre o seu trabalho, foi submetido pelos patrões da indústria á uma disciplina rígida, e a novas formas de conduta e de relações de trabalho, totalmente diferentes das vividas Estas mudanças radicais trazidas pela sociedade capitalista, produziram modificações na forma de viver, de trabalhar e de pensar dos homens dessa época. O processo de urbanização e de industrialização em ritmo crescente acarretou mudanças na sociedada rural, a destruição da servidão e o fim da família patricial. O surgimento das fábricas e da revolução industrial e uso das terras tranformadas em pasto de ovelhas para fortalecer a indústria têxtil, provocou a uma maciça transferência de trabalhadores do campo para a cidade. As mulheres e crianças também se tornaram vítimas da exploração dos primóridos da indústria como jornadas de trabalho de pelo menos doze horas, sem férias e feriados, ganhando um salário de subsistência. Em alguns setores da indústria inglesa, mais da metade da mão de obra era formada por mulheres e crianças, que ganhavam salários inferiores dos homens. Imagem- Trabalho das crianças na Revolução Industrial As prolongadas jornadas de trabalho tiveram um efeito traumático e devastador sobre milhões de pessoas, que de um hora para outra, tiveram de modificar radicalmente suas formas habituais de vida, seus modos de vida e cultura. As cidades industriais cresciam sem parar , sem possuir, no entanto, uma estrutura de moradias, de serviços sanitários, de saúde, capaz de acolher a população que se deslocava do campo. As conseqüências destas transformações, o rápido processo industrialização e urbanização resultantes do sistema capitalista provocaram uma realidade trágica nunca antes vista em grau tão elevado: aumento da prostituição, da mendicãncia, de moradores de rua, do suicídio, do alcoolismo, da mortalidade infantil, da criminalidade, da violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera que dizimaram parte da população. Foi este cenário catastrófico e caótico de problemas sociais, que foi a base do surgimento da Sociologia. Desde o seu início, a sociologia sempre foi mais do que apenas uma tentativa de explicar o que estava acontecendo. As suas explicações acerca da realidade, tinham o propósito de propor soluções práticas e intervir nos rumos da sociedade. Uma das principais consequências da revolução industrial é sem dúvida o surgimento do proletariado, a classe assalariada moderna, e o papel que ela irá desempenharina sociedade capitalista. Os efeitos catastróficos que esta revolução acarretava na sua vida; levaram-na a lutar contra a exploração a que foi submetida pelos capitalistas. As lutas e revoltas sociais da nascente classe operária atravessou diversas fases, como a destruição das máquinas, atos de sabotagem e explosão de algumas oficinas, roubos e crimes, evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos etc. Nesta trajetória de luta, os operários das indústrias produziam seus jornais, sua própria literatura, procedendo a uma crítica da sociedade capitalista e inclinando-se para o socialismo como alternativa de mudança. O que esses acontecimentos tem a ver com a Sociologia? O que merece ser destacado é que a profundidade destas transformações sociais colocava a sociedade num plano de análise, ou seja, esta passava a se constituir em "problema", em "objeto" que deveria ser investigado. Os intelectuais ingleses que assistiram a estas transformações e com os seus próprios olhos participavam ativamente dos debates ideológicos em que se envolviam as correntes liberais, conservadoras e socialistas. A Sociologia nasceu, portanto, a partir dos intelectuais daquela época que procuravam refletir sobre às novas situações colocadas pela Revolução industrial. Grande parte dos seus temas de estudos e de reflexão foi retirada das novas situações, como, por exemplo, a situação da classe trabalhadora, o surgimento da cidade industrial, as transformações tecnológicas, a organização do trabalho na fábrica. Além dos efeitos da Revolução Industrial, outros fatores terão um peso decisivo no surgimento da Sociologia.Trata-se das modificações que vinham ocorrendo nas formas de pensamento. A partir do século XVI, o pensamento gradativamente vai renunciando a uma visão sobrenatural para explicar os fatos e substituindo-a por uma indagação racional. A aplicação da observação e da experimentação, ou seja, do método científico para a explicação da natureza, conhecia uma fase de grandes progressos. No entanto, é entre os pensadores franceses do século XVIII que encontramos os iluministas. Filósofos como Locke, Voltaire, Montesquieu, Rousseau, abalaram os fundamentos das sociedade feudal. Mas que os pensadores de qualquer época anterior, os filósofos iluministas, acreditavam que a mente pode conhecer o universo e subordiná-los as necessidades humanas. Os iluministas procuravam transformar não apenas as velhas formas de conhecimento, baseadas na teologia, mas a própria sociedade. Enquanto ideólogos da burguesia, que nesta época posicionava-se de forma revolucionária, atacaram com todos osfundamentos da sociedade feudal, os privilégios da Nobreza Feudal e da Igreja Católica, que na França eram setores privilegiados e protegidos pela Monarquia Absolutista. Se a ciência havia revelado a ação das leis naturais no mundo físico, também eram possível descobrir leis similares no mundo social e cultural. Assim, os iluministas investigarm todos os aspectos da vida social, estudaram e analisaram as instituições políticas, religiosas, sociais e morais. Descobriram que os valores e as instituições tradicionais eram irracionais e eram contrárias a natureza do homem, e portanto inibiam o desenvolvimento de suas potencialidades. Os filósofos iluministas lutaram contra o Rei e seu poder aboluto, a censura e exigiram liberdade de pensamento; atacaram os privilégios das classes feudais. A enorme força da crítica às instituições feudais feitas pelos iluministas constituía um poderoso suporte teórico que a burguesia travava no plano político contra as classes quesustentavam a dominação feudal. Na França, os interesses da burguesia chocava-se com uma típica monarquia absolutista, que assegurava consideráveis privilégios a uma nobreza decadente, num país marcado pela fome e miséria de milhões de camponeses. A Revolução Francesa de 1789 teve o iluminismo como uma poderosa arma ideológica. Além do uso da razão para o conhecimento da vida social, o iluminismo conduziu a revolução para proclamar dos direitos do homem e definir o ideário da liberdade, igualdade e fraternidade. vida intelectual da uropa do s culo X so retudo na Fran a nglaterra e lemanha foi significativamente influenciada pelo Iluminismo, movimento que se baseava no poder da ra o para a solu o dos pro lemas sociais esse per odo a urguesia havia avan ado a ponto de conce er uma forma pr pria de pensar capa de transformar o conhecimento num processo capa de produ ir efeitos pr ticos indústria se tornara um componente importante da vida social europeia ogo tornava-se necess rio preparar a sociedade para essa nova realidade. As novas formas de pensar dos iluministas receberam, portanto, apoio da burguesia, que desejava libertar-se das amarras estabelecidas pelas monar uias a solutas ue n o permitiam a li erdade de com rcio e a livre concorrência de sal rios e pre os 2011, p.15-1) A burguesia, ao chegar o poder em 1789, procurou construir um Estado e uma ordem jurídica que lhe assegurasse o controle da economia e que protegesse e incentivasse a empresa capitalista. Para a destruição do antigo sistema, a burguesia utilizou-se especialmente dos trabalhadores das cidades e dos camponeses famintos. Alguns meses mais tarde, elas perceberam que a revolução não era para todos e foram "presenteadas", pela nova classe dominante, com a interdição dos seus sindicatos. O objetivo da revolução de 1789 não apenas mudou radicalmente a estrutura do Estado e a antiga forma de sociedade, com suas instituições tradicionais e costumes A revolução desferiu também seus golpes contra a Igreja, confiscando suas propriedades, e transferindo para o Estado as funções da educação, que tradicionalmente ficava nas mãos da Igreja. Podemos concluir que a Sociologia surgiu como decorrência de um processo histórico que culminou com a Revolução Industrial que se iniciou na Inglaterra a Revolução Francesa de 1789. Esses dois acontecimentos geraram problemas sociais que os pensadores da época não conseguiram explicar; foi necessário que surgisse uma nova abordagem dessas questões que envolvessem o método cientifico já desenvolvido nas demais ciências. Assim, com o social tornando-se um problema de dimensões nunca vistas, estavam dadas as condições que fizeram que se gerasse a necessidade de criar uma nova disciplina científica que foi denominada Sociologia. O surgimento da sociologia ocorre em um contexto histórico específico, que coincide com a desagregação da sociedade feudal e a consolidação do capitalismo. Sua criação não é obra de um só homem; representa o resultudo de um processo histórico, intelectual e científico que teve como apogeu o século XVIII. 3. A REAÇÃO CONSERVADORA E O POSITIVISMO DE AUGUSTO COMTE Vamos analisar agora de que forma os problemas sociais foram analisados pelos pensadores da época. Encontraremos várias correntes de pensamento, cada uma delas apontando um caminho diferente para a solução dos graves problemas colocados pela nova ordem capitalista, burguesa e industrial. Do ponto de vista intelectual surgiu uma reação conservadora às transformações desencadeadas pelas Revolução Francesa e Industrial. Como vimos, essas transformações provocaram profundas alterações na sociedade. Os filósofos conservadores construíram suas obras contra a herança iluminista. A inspiração do pensamento conservador era o saudosismo da sociedade feudal, com sua estabilidade e definida hierarquia social. Consideravam os iluministas, destruidores da autoridade, da moral e da religião. A sociedade pós revolução, na visão conservadora, estava em pleno declínio. Lamentavam o enfraquecimento da família e da religião. Eles diziam que a sociedade moderna era dominada pelo caos social, pela desorganização e pela anarquia. Uma outra resposta intelectual veio por meio da filosofia positivista que tinha em Augusto Comte, um dos seus principais expoentes. Para Comte era impossível o retorno a velha ordem com queriam os conservadores. Por outro, Comte também temia a continuidade da revolução. Augusto Comte (1798-1857), foi um importante filósofo francês do século XIX. É o criador da corrente filsosófica, científica e política denominada Positivismo. Comte acreditava que era possível conhecer e planejar o desenvolvimento da sociedade com a metodologia das ciências naturais. O seu pensamento exerceu enorme na origem da Sociologia, que deominou de física social. A ordem que Comte defende não é a de antes 1789, que os filósofos conservadores queriam restaurar, trata-se de uma nova ordem, uma ordem industrial, contendo o progresso, isto é, o desenvolvimento da indústria e das ciências. O positivismo de Comte visa afastar a ameaça que representam as idéias negativas, críticas e subeverivas do Iluminismo. preocupa o com o caos em ue as sociedades europeias estavam mergulhando ap s a evoluc o Francesa determinou a valori ac o de uma postura em que o conhecimento cient fico passasse a ser utili ado para a restaura o da ordem social esse contexto ue aparecem os estudos ela orados por ugusto omte - omte foi astante influenciado pelas ideias do socialista ut pico aint-Simon, do qual foi amigo e secret rio mas tam m teve como inspirac es as ideias de Francis acon alileu e escartes rop s ent o uma completa reforma da sociedade, em cujo ponto de partida estava a plena reforma intelectual do ser humano. Segundo Comte, modificando- se a forma de pensar dos homens por meio do m todo cient fico chegar-se-ia reforma das instituic es p O termo “positivo” tal como omte o empregou em sua filosofia positiva pretendia ser uma arma ideológica capaz de combater o Iluminismo e a Revolução. Comte repudiava os princípios críticos e destrutivos da filosofia negativa e defendia princípios afirmativos e construtivos da filosofia positiva. O positivismo de Comte incorpora a reação romântico - conservadora ao se colocar contra os ideais iluministas, revolucionários, coloca-se contra um progresso que gera anarquia, e ao mesmo tempo se coloca contra a visão dos consevadores românticos cuja idéia de ordem significa voltar ao passado feudal. O positivismo busca a síntese entre a ordem e o progresso. Para Comte era impossível o retorno a velha ordem, mas temia a continuidade da revolução. Não se deve mudar a estrutura de classe da sociedade, mas é preciso buscar a reconciliação moral entre as classes. Vê-se que o positivismo é uma doutrina de controle social.. A ciência deve organizar racionalmente a sociedade. A ordem que Comte defende não é a de antes 1789, que os filósofos conservadores queriam restaurar, trata-se de uma nova ordem, uma ordem industrial, contendo o progresso, isto é, o desenvolvimento da indústria e das ciências. O positivismo de Comte visa afastar a ameaça que representam as idéias negativas, críticas e subeverivas do Iluminismo. Comte pensava que a vida social era regida por leis imutáveis, uma espécie de física social. Este seu pensamento oficializa a criação da sociologia a ao mesmo tempo do positivismo, filsosofia que até hoje permeia o pensamento ocidental. A filosofia de Comte era, sem dúvida uma clara reação às tendências iluministas. Para ele, o iluminismo apenas criticava a sociedade, enquanto o positivismo estava preocupado em organizá-la. O filósofo francês Augusto Comte (1798-1857)foi o primeiro a empregar a palavra “sociologia” em sua o ra Filosofia ositiva pu icada em 3 ara Comte, a Sociologia devia fazer seus estudos com base na observação e na classificação sistemáticas e não baseada na autoridade e na especulação, como era a ciência antiga. Comte, chamando a sociologia de física social, procurou observar em sua investigações os mesmos procedimentos da chamadas ciências naturais. Ele inventou o termo sociologia, mas é antes Durkheim quem deve ser conlsiderado o pai da sociologia positivista enquanto disciplina científica. A filosofiaconservadora e o positivisismo são expressões do pensamento do século XIX que inauguram a Socioligia. Qual é a diferença entre eles? 4. SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO Você deve estar perguntando, mas e a Sociologia da Educação? Afinal náo é este o nome da disciplina. Calma, que chegaremos lá. Para entendermos melhor a Sociologia da Educação, precisamos primeiro entender o que é Sociologia. A Sociologia da Educação não é um ciència independente, ela é parte da Sociologia e uma ramificação dela. Precisaremos ainda analisar as principais teorias sociológicas e conhecer os seus desdobramentos na educação. Veremos que para cada teoria sociológica teremos um olhar diferente para o papel da educação. A disciplina Sociologia da Educação tem por objetivo principal estudar a relação entre a educação e a sociedade. A educação sempre foi uma das áreas mais estudadas e pequisadas e ensinadas pelos sociólogos. Podemos até mesmo dizer que a sociologia se desenvolveu como ciência tendo a educação como um de seus principais objetos de estudo. Todo pesquisador que se debruçar sobre a história da sociologia certamente irá verificar a sua permanente interlocução com o campo da educação. A educação é a ação humana responsável pela perpetuação da humanidade. Sem ela, a cultura humana não seria transferida de uma geração a outra e não haveria a sua a permantente recriação. É pela educação e pela ação das gerações adultas sobre novas gerações, que a cultura se transmite e se perpetua através do tempo. A Sociologia da Educação é uma disciplina de muita tradição no currículo da escola brasileira. Ela foi introduzida pela primeira vez nos cursos de formação de professores, na chamada Escola Normal em 1933, num cenário favorável para o processo de institucionalização da Sociologia no Brasil, principalmente na década de 1920, com a sua introdução no curso secundário. A disciplina Sociologia da Educação também sempre fez parte do currículo dos cursos de Pedagogia no Brasil, desde a fundação do primeiro curso em 1940, na Universidade de São Paulo, USP. A Sociologia da Educação é uma ramificação da Sociologia. Assim como temos a Sociologia da Família, a Sociologia Rural, a Sociologia do Trabalho, a Sociologia Jurídica, dentre outras. REFERÊNCIAS Gil , Antonio. Sociologia Geral. Atlas, 2011. PILETTI, Nelson. Sociologia da educação.18º ed. São Paulo: Ática, 2004. .
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