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Desenvolvimento do coração Literatura: Moore, Larsen → O sistema cardiovascular surge na metade da 3ª semana de desenvolvimento → 1º trimestre → O coração é o primeiro órgão que começa a funcionar no indivíduo em desenvolvimento. → Ele surge primeiro para o organismo suprir suas necessidades embrionárias nutricionais e de oxigênio, pois o embrião está crescendo e se desenvolvendo, aumentando suas células. → 21º dia ─ batimentos cardíacos 24º-25º dia ─ bombeamento de sangue →O batimento do coração é fundamental para a morfogênese: o coração tem uma estrutura diferente no início e no final do processo de desenvolvimento. Para ele sofrer essa transformação, sua morfologia é alterada por meio do processo da morfogênese. → Sangue oxigenado vem da placenta, passa pelo coração e é distribuído para o resto do corpo. Ele entra pela porção caudal e sai pela porção cranial. → Existem veias e artérias no saco vitelino que se comunicam com os vasos de dentro do corpo do embrião. A linhagem cardíaca → São as células que vão formar o coração e os vasos sanguíneos. → O coração tem origem no mesoderma cardiogênico e ectoderma. Algumas células da crista neural são envolvidas no processo de morfogênese do coração. → Primeiro campo cardíaco: primeiras células cardíacas que se diferenciam. Mesoderma cardiogênico (esplâncnico) oriundo do processo de gastrulação. Formam um “U”. Próximo às células do primeiro campo cardíaco, existem outros tipos celulares oriundos da faringe que formam o segundo campo cardíaco. └ O primeiro campo cardíaco forma os átrios e a maior parte do ventrículo esquerdo → Segundo campo cardíaco + células da crista neural: contribuem para a formação do ventrículo direito e trato de saída. └ Formam o ventrículo direito e trato de saída. → Tanto primeiro quanto segundo campo cardíaco são células mesodérmicas. Coração tem origem embriológica mesodérmica (primeiro e segundo campos cardíacos) e ectodérmica (células da crista neural). Formação dos tubos endocárdicos → Células do primeiro campo cardíaco formam cordões angioblásticos (cordões com capacidade de formar vasos sanguíneos), precursores dos tubos endocárdicos que formam o coração. → Células dos cordões angioblásticos formam um par de tubos endocárdicos laterais (um de cada lado do corpo) ─ vasculogênese. → Inicialmente, o cordão angioblástico é maciço. As células no centro sofrem apoptose e as outras células se reorganizam e formam um tubo oco. ─ Vasculogênese. Formação do tubo cardíaco único → Dobramentos corporais ─ dobramentos importantes: cefálico, caudal e pregas laterais. → Quando os dois tubos laterais se fundem, formam um tubo cardíaco único. → Isso acontece a partir da 4ª semana de desenvolvimento. → O tubo único fica preso à parede dorsal do corpo do embrião por meio do mesocárdio dorsal. → O celoma pericárdico forma a cavidade pericárdica. → O tubo quando se funde, possui três camadas: endocárdio, geleia cardíaca e miocárdio. → Miocárdio: origina células de contração, secreta a geléia cardíaca. Origina a parede muscular do coração. → Endocárdio: revestimento endotelial interno do coração. → Geleia cardíaca: matriz extracelular do coração → Pericárdio (pericárdio visceral): fonte mesodérmica independente. → Substâncias que interferem na formação do tubo cardíaco único: etanol. → Componentes do coração primitivo originados do endocárdio: seio venoso, átrio primitivo, ventrículo primitivo, bulbo cardíaco, trato de saída, saco aórtico. └ Seio venoso: componentes: Extremidade caudal ─ influxo Corno direito e corno esquerdo ─ onde as veias cardinais comuns drenam Participam da formação de parte do átrio e seio coronário (principal vaso que faz a captação da vascularização do coração). └ Átrio primitivo/comum: Cranial ao seio venoso Formação dos átrios direito e esquerdo └ Canal atrioventricular └ Ventrículo primitivo: ventrículo esquerdo └ Prega bulboventricular └ Bulbo cardíaco: maior parte do ventrículo direito Proveniente do segundo campo cardíaco └ Trato de saída: Proveniente do segundo campo cardíaco Contínuo com o saco aórtico Transporte de sangue para cabeça e tronco Porção proximal ─ cone arterial Incorporado aos ventrículos Porção distal ─ tronco arterial Aorta ascendente e tronco pulmonar Mesocárdio dorsal: sustentação do tubo cardíaco na cavidade pericárdica └ ele sofre apoptose na sua região central (apoptose focalizada do mesocárdio dorsal), e o coração fica preso na parede do corpo do embrião pela porção cefálica e pela porção caudal. O meio forma um espaço chamado de seio transverso do pericárdio. O CORAÇÃO DOBRA-SE SOBRE SI MESMO E SOFRE: REMODELAÇÃO, REALINHAMENTO E SEPTAÇÃO. → Região do bulbo é deslocada: caudalmente, ventralmente, para a direita → Região de ventrículo é deslocada: para a esquerda → Região de átrio é deslocada: cranialmente, dorsalmente. → Região de trato de saída: posicionado entre as futuras câmaras dos átrios → Canal atrioventricular: alinhado com os ventrículos. Dobramento cardíaco: O resultado final é: - Posicionar as quatro futuras câmaras do coração nas suas relações espaciais corretas uma com a outra - Fornecer base para separação da circulação pulmonar e sistêmica do organismo Desenvolvimento do Átrio: → Átrio direito: └ O corno esquerdo do seio venoso involui e forma o seio coronário, principal vaso que capta de volta a circulação do coração. Forma a parede irregular. └ O corno direito do seio venoso evolui e forma o sinus venarum do átrio direito: musculatura mais lisa e homogênea do átrio direito. Forma a parede lisa. → Átrio esquerdo: └ Formado parte pelo átrio primitivo e parte pelas veias pulmonares. └ Parte lisa do átrio esquerdo é oriunda da incorporação das partes iniciais das veias pulmonares └ Parede irregular do átrio esquerdo é formada pelo átrio esquerdo primitivo. ÁTRIO PRIMITIVO: → CRISTA TERMINAL: é dessa região que forma-se o nó sinoatrial. Depois que as câmaras estão formadas, o coração sofre a morfogênese valvuloseptal. Septação do coração: → A divisão do coração em 4 câmaras é acompanhada da formação de septos (paredes) no átrio primitivo, nos ventrículos e no trato de saída. → Os principais eventos de septação ocorrem entre os dias 28-37. → Coxins endocárdicos (região atrioventricular e trato de saída): estruturas que se fundem para separar o átrio do ventrículo, e o ventrículo do trato de saída. → Secreção acentuada e localizada de MEC (geleia cardíaca) pelo miocárdio → Transformação epitélio-mesenquimal (MET) → Endocárdio ─ formado por células de tecido conjuntivo + células da crista neural (trato de saída) → No trato de saída ─ forma aorta ascendente e tronco pulmonar participação na septação ventricular → No canal atrioventricular ─ forma septo atrioventricular Septo atrioventricular (AV): → Separação do canal atrioventricular (AV) comum ─ canal AV direito e esquerdo → Necessária para a separação das circulações sistêmica e pulmonar → Formação de dois coxins endocárdicos (dorsal e ventral) ao redor da periferia do canal atrioventricular → Fusão dos coxins endocárdicos ─ septo atrioventricular (AV) → Divisão do canal AV em canais atrioventriculares direito e esquerdo → SEPARAÇÃO PARCIAL DO ÁTRIO PRIMITIVO E VENTRÍCULO PRIMITIVO Septo Interatrial: → Necessário para a separação das circulações sistêmica e pulmonar → Fusão de dois septos musculares parciais → Shunting direita ─ esquerda durante a gestação (comunicação) → Septum primum/septo primário: separa átrio direito e esquerdo. Projeção miocárdica em forma de crescente. Crescimento em direção ao septo AV. → Formação do foramen primum/ostium primum → Septum primum, uma membrana muscular delgada, cresce em direção ao septo atrioventricular a partir do teto do átrio dividindo-o em átrio direito e esquerdo → À medida que o foramen primum é obliterado, obstruindo a passagem (pela fusão do septum primum com o septo AV), ocorre apoptose na porção dorsal desse septum primum, formando o foramen secundum. → Septum secundum: é muscular e mais espesso que o septum primum. Cresce em direçãoao septo AV, mas não se funde com esse, formando o forame oval. → O septum secundum divide de forma incompleta o átrio. → A fossa oval é um vestígio(remanescente) do forame oval. → Foramen secundum e forame oval garantem a passagem de sangue oxigenado do AD para o AE → Porção caudal/parte distal do septum primum (aderida ao septo AV) forma a valva do forame oval (importância do septum secundum ser mais espesso) → Shunting direita -> esquerda → Desenvolvimento e expansão normais do AE e VE → Sangue oxigenado -> circulação sistêmica → Passagem de sangue do átrio direito para o esquerdo. Essa passagem é obliterada depois do nascimento. → Válvula do forame oval: com três meses de idade, a válvula do forame oval se funde com o septum secundum, formando a fossa oval. Septo Interventricular: → Camada de músculo que se projeta para a luz do tubo cardíaco, bem na região de separação entre bulbo cardíaco e ventrículo primitivo, e inicia a separação do bulbo cardíaco (futuro ventrículo direito e esquerdo). → Esse septo cresce em direção ao septo AV, mas não se funde com essa estrutura, formando o forame interventricular (presente até a 7ª semana, depois se fecha e não há mais comunicação entre os ventrículos). Septo do Trato de Saída: → Sangue do VE -> Circulação sistêmica → Sangue do VD -> Circulação pulmonar → Coxins endocárdicos do trato de saída -> fusão dos coxins -> formação do septo aorticopulmonar → Esse septo aorticopulmonar separa completamente as vias de saída ventriculares direita (circulação pulmonar) e esquerda (circulação sistêmica) → Células da crista neural oriundas da faringe primitiva migram e povoam os coxins do trato de saída → Septo em espiral -> necessário para que o ventrículo direito comunique-se com a futura circulação pulmonar e o ventrículo esquerdo se conecte com a circulação sistêmica. Término da septação ventricular → Septação completa ventricular ocorre com a fusão das seguintes estruturas: septo interventricular muscular + septo do trato de saída + septo AV Valvas Atrioventriculares (mitral e tricúspide): → Coxins endocárdicos adjacentes aos canais AV → Processos de remodelamento e erosão da parede miocárdica ventricular → Formação das valvas AV, cordas tendíneas e músculos papilares → Permitem que o sangue passe Valvas Semilunares (pulmonar e aórtica): → Formação de coxins endocárdicos na saída da aorta e no tronco pulmonar (9ª semana de desenvolvimento) → Coxins intercalares → Concomitante à formação do septo do trato de saída → Estes coxins são escavados e remodelados para formar as valvas semilunares. Marcapasso e Sistema Condutor → Batimentos cardíacos no coração maduro -> nó sinoatrial (derivado do seio venoso direito) ─ desenvolve-se a partir da 5ª semana. Próximo a entrada da veia cava superior. → Diferenciação de cardiomiócitos preexistentes -> perdem capacidade de contração e adquirem capacidade de condução de impulsos elétricos. → Nó atrioventricular (AV): células presentes na região de junção atrioventricular → Regulação da condução dos impulsos e coordena contração ventricular Malformações Cardíacas Malformações cardiovasculares congênitas -> 20% das malformações congênitas └ fatores genéticos └ aumenta o número de natimortos Defeitos do septo atrial → Causas: - Septum secundum curto - Forame secundário excessivamente grande → Consequências: - Passagem de sangue do AE -> AD - Aumento do AD e VD -> Arritmias - Fluxo sanguíneo pulmonar excessivo -> hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca → Correção cirúrgica → Condição associada a aberrações cromossômicas Canal atrioventricular persistente → Causas: - Falha na fusão dos coxins endocárdicos dorsal e ventral → Consequências: - Passagem de sangue do AE -> AD - Fluxo sanguíneo pulmonar excessivo -> hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca → Correção cirúrgica Defeitos do septo ventricular ─ 25% de todas as anormalidades cardíacas → Causas: - Desenvolvimento insuficiente do septo interventricular muscular - Deficiência do septo do trato de saída - Falha na fusão do septo muscular e membranoso ventriculares - Falha no septo AV → Consequências: - Passagem do sangue VE → VD - Fluxo sanguíneo pulmonar excessivo → hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca → Correção cirúrgica Defeitos na valva atrioventricular Estenose de valvas semilunares Defeitos na septação do trato de saída Tetralogia de Fallot (doença azul)
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