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Clínica 1 motivação do paciente e controle mecânico do biofilme dental Controle do biofilme supragengival - caminho junto do paciente e do profissional (deve haver uma motivação mutua) Como o paciente controla o biofilme dental? - profissional: raspagem, profilaxia, IHO - paciente: 1- químico: pasta de dente, bochechos 2- mecânico: escova de dente, fio dental, e métodos alternativos (1 e 2 vão se complementar.) 1 – Controle químico: - provoca alterações quantitativas e qualitativas de bactérias no biofilme - previne, para ou retarda a aderência bacteriana - altera a patogenicidade do biofilme dental - ação preventiva 2 – Controle mecânico - altera quantidade de biofilme - diminui sua complexidade - reduz espécies periodontopatogênicas. Por que remover o biofilme dental? - o bom controle de placa afeta o crescimento e a composição da placa subgengival - com controle de placa doméstica + remoção frequente da placa pelo profissional = redução da placa subgengival e do número de periodontopatógenos - forma efetiva de tratar e prevenir gengivites e doenças periodontais - escova + fio dental se mostram como um meio mais eficiente de remoção de placa (crescimento da placa ocorre em horas, somente a escovação não é suficiente para manutenção da saúde periodontal – áreas interproximais apresentam lesões periodontias, defeitos na arquitetura gengival) Importância da motivação - todo paciente deve ser encorajado e responsabilizado pela própria saúde bucal cotidiano - o tratamento periodontal dependerá dessa ação para alcançar níveis ótimos de saúde bucal - o bom controle de placa traz: retorno à saúde bucal em pacientes periodontais; prevenção de carie dentaria; halitose e aparência; preservação da saúde bucal e manutenção de saúde sistêmica Escova de dente - surgiu em 1600 e eram feitas de pelo de porco - durante a segunda guerra mundial e eram feitas de nylon (foram inventadas porque não tinham a possibilidade de estar exportando os pelos de porco) - hoje em dia elas variam de forma e tamanho, dureza e comprimento de cerdas - existem uma infinidade de design - padrão: cerdas agrupadas em tufos, cerdas com corte plano e com pontas arredondadas - TIPOS DE CERDAS: nylon (as encontradas na farmácias/supermercados) e cerdas naturais (crina – desfiam-se, rompem-se, amolecem e perdem sua flacidez – não comercializadas, geralmente são produzidas pelos próprios usuários, exemplo: índios) - dureza das cerdas inversamente proporcional ao diâmetro Macias: flexíveis; limpam embaixo da superfície sulcular; atingem com mais profundidade as superfícies dentarias interproximais Duras: (geram) recessões gengivais; abrasão dental; depende da ação de limpeza e dureza das cerdas. Escova de dente ideal - cerdas macias e arredondadas de diâmetro pequeno (remove o biofilme sem traumatizar tecidos) - pequena/apropriado com o tamanho da boca (atinge todas as regiões da boca) - cabo com espessura compatível com a destreza manual do paciente Cuidados com a escova dental - contaminação - bactérias, vírus, parasitas intestinais - microbiota bucal e meio ambiente - não compartilhar escovas - deixar secar entre o uso - aplicar desinfetante (clorexidina) - uso de dentifrício com anti-séptico Métodos de escovação - escovação horizontal - escovação vertical (técnica de Leonard) - escovação circular (técnicas de Fones) - escovação sulcular (técnica de Bass) - escovação vibratória (técnica de Stillman e técnica de Chaters) - técnica de Stillman modificada Escovação horizontal - indicação: pacientes com pouca coordenação motora (crianças) - técnica: 1: com dentes cerrados, escova é posicionada a 90º em relação a coroa 2: movimentos horizontais Escovação vertical (técnica de Leonard) - indicação: pacientes com pouca coordenação motora - técnica: 1: com dentes cerrados, escova é posicionada à 90º em relação à coroa 2: movimentos verticais Escovação circular (técnica de Fones) - indicação: crianças ou pacientes com perda de coordenação motora - técnica 1: com dentes cerrados, escova é posicionada à 90º em relação a coroa 2: movimentos circulares Escovação sulcular (técnica de Bass) - indicação: remoção de biofilme na área próxima à margem gengival; pacientes portadores de gengivites e periodontites - técnica: 1: a cabeça da escova é colocada à 45º em relação à superfície dental, com as cerdas penetrando no sulco gengival (até 0,5mm) 2: movimentos vibratórios de vai-vem horizontal 3: movimento força o sinal das cerdas para dentro do sulco gengival e parcialmente nas áreas interproximais 4: nas faces oclusais – movimentos vai-vem - vantagens: movimento de fácil controle concentra a ação de limpeza nas porções cervical e interproximal do dente, onde há maior acumulo de biofilme 12 34 Escovação vibratória (técnica de Stillman modificada) - indicação: pacientes com recessões múltiplas ou com áreas com exposições radiculares para prevenir destruição tecidual abrasiva - técnica: 1: a cabeça da escova é colocada à 45º em relação ao longo eixo do dente 2: as cerdas não penetram no sulco gengival 3: cerdas apontam em direção apical (ângulo obliquo com o longo eixo do dente) 4: pressão leve contra a margem gengival para produzir uma isquemia perceptível 5: nas faces oclusais: movimentos curtos de vai-vem pressionando as cerdas nas fissuras dessa superfície Escovação vibratória (técnica de Chaters) - indicações: casos de recessão gengival ou ainda indicado após cirurgias periodontais e áreas com perda de papila interdental - técnica: 1: posicionar a escova com as cerdas apontadas para a coroa, em um ângulo de 45º em relação ao longo eixo do dente 2: direção das cerdas voltadas para a superfície oclusal 3: laterais das cerdas pressionadas contra a gengiva com movimentos vibratórios 4: face oclusal – movimentos de vai-vem Quantas vezes por dia é recomendado escovar os dentes? - do ponto de vista periodontal: 1x ao dia ou 1x a cada dois dias escovação e uso de recursos auxiliares para área interdental dificuldade de extrapolar esses resultados para a população. - <2 min diários de escovação – remove 40 % do biofilme - consenso: pelo menos 2x ao dia com dentifrício fluoretado escovação + limpeza das áreas interproximais prevenção de carie e doenças periodontais Durante quanto tempo devemos permanecer escovando? - maioria dos pacientes: entre 30 e 60 segundos - correto: pelo menos 2 minutos Quanto tempo dura a escova de dentes? - depende da frequência de escovação e da força que a pessoa coloca durante a escovação - média de 3 meses de uso Quando trocar a escova dental? - media de 2 – 3 meses - redução da eficiência de remoção de placa - cerdas afiladas - redução do diâmetro - redução da capacidade de remover placa Uso racional do dentifrício Escovas de dentes elétricas - movimentos oscilatórios e rotatórios e energia acústica de baixa intensidade - alto custo - remoção de biofilme semelhante à escova convencional - indicação: pacientes com dificuldades motoras pacientes com deficiência mental crianças pequenas higiene realizada por um cuidador Remoção de biofilme interdental - escovas dentais não alcançam as superfícies interproximais com eficiência - áreas de difícil acesso - reservatórios de placa - maioria das doenças periodontais e dentarias tem origem nas superfícies interproximais. FIO E FITA DENTAL - fio dental encerado: favorável para dentes com contato interproximais muito apertados - fio dental não encerado: se abre em múltiplas fibras e promove maior área de higiene; indicado para pontos de contatos normais - fita dental: maior superfície de abrangência - super floss: indicados para espaços proximais amplos; aparelhos ortodônticos TECNICA PARA USO DO FIO DENTAL - retire mais ou menos 40 cm de fio dental, é indicado enrolar as pontas do fio nos dedos anelares ou do meio, depois pinça o fio com os dedos indicadores e dedão, então insere o fio dental na região interdental e abraça o dente e faz o movimento de vai-vem, mudando a parte do fio dental de dente para dente Limpeza da língua - a línguaage como reservatório que permite acumulo e estagnação de bactérias e resíduos alimentares - fonte de disseminação bacteriana para outras partes da cavidade oral, como a superfície dos dentes - principal sitio de compostos sulfurados voláteis: halitose, (limpeza da língua faz parte da prevenção da halitose) - a limpeza pode ser feito com raspadores linguais, escovas que apresentam limpadores e as próprias cerdas da escova - de acordo com artigo: raspadores de língua foram superiores a escovas dentais na remoção da saburra lingual - como indicar a escovação da língua em pacientes que relatam que não se sentem muito bem em passar a escova na língua: passar a escova de forma horizontal _______________________________________ Recursos de limpeza auxiliares Porta fio - pacientes com limitações motoras para o uso do fio dental convencional - cuidadores - deve ser trocado sempre que o fio se torna sujo ou desfiado (pode exigir vários fios para completar a limpeza interdental) - funcionam da mesma forma que o fio dental convencional Escovas interproximais - consiste em cerdas de nylon macias torcidas em um fino fio de aço inoxidável - em pacientes com sensibilidade com o aço, recomendar escovas com revestimento de plástico - atua na limpeza interproximal de espaços amplos e lesões de furca grau III - várias formas e tamanhos - cilíndricas e cônicas - o comprimento da cerda deve ser adaptado ao espaço interdental - movimentos para frente e para trás - diferentes tamanhos são necessários para diferentes tipos de espaços interproximais - indicações: aparelhos ortodônticos; ponticos; próteses implanto-suportadas- evitar haste de aço; espaços interdentais amplos Unitufo ou bitufo - escovas com pequena cabeça, dotadas de um pequeno grupo de tufos ou único tufo de cerdas - tufo: tem de 3-6mm; pode ser afilada ou reto - cabo reto ou contra-angulado (melhora acesso a superfícies linguais e palatinas) - cerdas colocadas na região a ser limpa e ativadas com movimentos de rotação - melhoram acesso de higienização em: dentes mal posicionados, girovertidos ou apinhados; dentes isolados; superfícies distais de molares; próteses fixas e ponticos; aparelhos ortodônticos; dentes afetados por recessão gengival; áreas com envolvimento de furca Passa fio - sempre utilizado associado ao fio/fita dental - auxilia na passagem do fio em locais onde há impedimento de introdução cervico-oclusal - aparelhos ortodônticos - pontes fixas Irrigadores orais - jato pulsátil de alta pressão - limpam bactérias não aderentes e fragmentos da cavidade bucal - uteis na remoção dos fragmentos de áreas inacessíveis (aparelhos ortodônticos, próteses fixas, próteses sobre implantes) - adjunto da escovação dental – efeito benéfico sobre a saúde periodontal. Efeitos colaterais da escovação Motivação para um controle de biofilme eficiente - uma tarefa desafiadora!!!! - para obter sucesso, requer do paciente: receptividade e entendimento sobre a doença periodontal, comparecer as visitas; disposição para mudar de hábitos de higiene; deve estar apto a ajustar crenças pessoais, valores e práticas para acomodar os novos regimes. - encorajamento do paciente – sem criticas - cognitivo: Processo de aquisição de conhecimento; linguagem, memoria, raciocínio; faz parte do desenvolvimento intelectual; ensinar para o paciente métodos de higiene oral de maneira compatível com seu entendimento. -psicomotor: psicomotricidade; função psicológicas, físicas e motoras; adaptar a maneira de higiene à capacidade do paciente. - afetivo-emocional: considerar motivos pessoais; depressão, ansiedade, problemas de autoestima; mostrar-se preocupado com a saúde do paciente - evidenciação de placa: - verificar padrão de higiene dos pacientes - nem sempre denota a real condição de higiene do paciente - pode auxiliar na motivação do paciente (visualização de higiene) - não é determinante de doença - indicie de sangramento gengival - serve para: avaliar a eficiência e frequência de higienização das superfícies dentarias pelos pacientes, verificar presença de inflamação gengival, correlação fortemente negativa com a progressão da doença. - instrumentação e demonstração: necessita de participação do paciente; supervisão cuidadosa com correção de erros: verificar condições da escova de dentes atual corar placa após escovação convencional do paciente demonstração da técnica de escovação (paciente observa no espelho) paciente tenta executar sozinho (correção dos erros e incentivo pelo instrutor) procedimento repetido com dispositivos de limpeza interdental consultas de retorno: reforçar ou modificar instruções previas, conhecer as dificuldades encontradas, adaptar a técnica registrar periodicamente o estado de saúde gengival e quantidade de placa.
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