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atividade 3 - culturas geneticamente modificadas e agrotóxicos_Professor Vicente

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ALMEIDA, Vicente Eduardo Soares de et al. Uso de sementes geneticamente modificadas e agrotóxicos no Brasil: cultivando perigos. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p. 3333-3339, 2017.
	As culturas geneticamente modificadas (GM) tiveram sua comercialização autorizada oficialmente no Brasil em 2003, país que lidera as posições de exportação de commodities e de uso intensivo de agrotóxicos, o que corresponde um cenário preocupante no nível dos impactos ambientais e à saúde humana. 
	No artigo, Vicente et al (2017), no que se refere as culturas GM resistentes a herbicidas, resistentes a insetos, ou ambos, predominantemente a soja, o milho e o algodão, apresentam uma questão que passa despercebida para a maioria das pessoas. A expectativa sobre os transgênicos era de que demandassem menor uso de agrotóxicos, quando os dados nacionais e internacionais revelam justamente o contrário, ou seja, o uso de agrotóxicos nas culturas GM aumento e nem mesmo a produtividade aumentou. 
	Poderia ser argumentado que este não é o objetivo das culturas GM, haja visto a previsão de serem espécies resistentes ao uso de herbicidas. No entanto, a conta não fecha. Se calcular os impactos que elas produzem de vulnerabilidade biológica, o aumento da resistência as plantas daninhas e a diminuição da fertilidade do solo, além dos impactos à saúde humana[footnoteRef:1]. Fica a pergunta: vale a pena? [1: Pesquisas confirmar a correlação assustadora entre cultivo de soja e a mortalidade por câncer de próstata e o uso de agrotóxicos associados a distúrbios endócrinos. ] 
	A resposta a esta pergunta vai depender de quem está sendo visto quando ela é feita. Se for para o trabalhador do campo, sua família, que vivem de seu trabalho, que manuseiam produtos extremamente tóxicos, a resposta seria de que sua vida e sua saúde correm risco. Já para a agroindústria e todos seus beneficiários, que não vai manusear estes produtos em seu dia-a-dia, vale muito a pena, já que conseguiram engarrafar o ar e colocar para vende-lo. 
	A mercantilização da natureza tem efeitos perversos, se considerarmos a natureza também um sujeito, seja de direitos, seja como ente parte de uma cosmologia. Através de uma leitura ecossistêmica podemos perceber que a conta não fecha em nenhum âmbito, mas alguém permanece ganhando por atitudes que não se responsabilizam e nem reconhecem os efeitos de suas práticas. 			 Gustavo G. Nanni 05/03

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