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Introdução à Tanatopraxia: Preservação e Ética

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Curso Auxiliar de Necropsia
Profº Everson Chaves
eversonchavesk@gmail.com
Introdução à Tanatopraxia
A tanatopraxia é um procedimento existente desde a época da pré-história, neste período, recebia o nome de embalsamento. Naquele período, mantinha-se a crença que os faraós viravam deuses após a sua morte e, alcançariam a vida eterna, com isso, após o embalsamento, eram realizadas cerimônias glamourosas e por fim ocorria a mumificação.
O nome tanatopraxia surgiu durante a guerra civil 1861-1865. Os primeiros países que se tornaram adeptos da prática foram: França, Itália e Estados Unidos.
No Brasil, a prática chegou em 1990, uma das primeiras cidades que começou a realizar o serviço foi Minas Gerais. A princípio, o serviço era visto como algo desnecessário. No entanto, nos dias atuais, o serviço da tanatopraxia é algo indispensável em todas as funerárias.
Tutankhamon foi um faraó da décima oitava dinastia, 
durante o período da história egípcia conhecido como Império Novo.
Reconstrução do rosto de Cleópatra
Iret-Neferet, múmia egípcia descoberta em Cerro Largo,RS.
Reconstrução de uma criança desconhecida do Egito Antigo.
Introdução à Tanatopraxia
A tanatopraxia corresponde à aplicação de produtos químicos em corpos falecidos, visando a sua desinfecção e o retardamento do processo biológico de decomposição, permitindo melhores feições ao corpo no momento em que será velado.
Essa técnica vem sendo utilizada há muito tempo em outros países, uma vez que ela devolve a aparência natural do corpo, evitando o extravasamento de líquidos, inchaço e garantindo, assim, um aspecto semelhante ao que apresentava em vida. 
Além disso, pode-se evitar a propagação de moléstias contagiosas e doenças na sociedade, visto que o corpo recebe um tratamento especial com substâncias germicidas. 
Através da tanatopraxia é possível realizar a restauração da face e do corpo, mesmo em casos de acidentes, permitindo que a família possa permanecer mais tempo no velório ou mesmo para que o corpo possa ser transportado para grandes distâncias, bem como para cumprir com as determinações legais de translado.
Quanto ao tempo mínimo de preparação de um corpo com “causas mortis” natural, pode-se dizer que varia de 60 a 90 minutos, dependendo de fatores intrínsecos e extrínsecos que acometeram o corpo, ou seja, o local, a forma e o tempo em que ocorreu o óbito. Estas e outras variáveis existentes determinam o tempo de preparação, que pode se estender a aproximadamente 4 (quatro) horas para o completo processo de preservação corporal. 
ÉTICA PROFISSIONAL 
A palavra ética pode ser definida como uma parte da filosofia que estuda os valores morais da conduta humana ou conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão.
A conduta dentro de uma profissão pode ser o diferencial entre um bom e um mau profissional.
Por isso, devemos trabalhar bem atentos, respeitando os corpos falecidos e seus entes queridos. Sempre evitar comentários desnecessários e discussões no ambiente de trabalho, pois isso acarretará desgaste emocional, além de causar constrangimento familiares ou outros funcionários que estejam no local.
1º) Evite comentários sobre o corpo que vai ser tratado. Caso não queira usar o nome da pessoa que faleceu, utilize uma numeração ou algum código. Talvez alguém possa achar que essas atitudes são insignificantes, mas devemos nos atentar que a morte um dia virá para todos nós. Assim sendo, devemos tratar um corpo como se fosse um ente querido nosso, sempre respeitando-o. 
2º) Trabalhe com atenção, uma vez que isso traz bons resultados para você e para a empresa, mas lembre-se que não se deve ser perfeito e que o importante é fazer um bom trabalho. 
3º) Sempre confira o nome ou o código estabelecido na identificação dos corpos. Uma família que tem o corpo do seu ente querido trocado terá todo o direito de se sentir desrespeitada e essa falha irá chocar várias famílias. 
4º) Respeite seu colega de trabalho, trate a todos com igualdade.
5º) Aja com o próximo do mesmo jeito que você gostaria que agisse com você, mesmo que ele esteja morto.
CONSIDERAÇÕES SOCIAIS, PSICOLÓGICAS, ÉTICAS E FUNDAMENTOS BÁSICOS 
Respeito aos mortos é o principio fundamental do serviço funerário. Ver e tocar o corpo são as melhores formas de superar os sentimentos de negação da morte. A visão do corpo gera uma última imagem em nossas mentes. É importante que essa imagem seja a menos traumática e o mais agradável possível para os familiares e amigos. Embalsamar ou preparar um corpo pelas técnicas de tanatopraxia retarda o processo de decomposição e elimina as bactérias, gerando tempo para a cerimônia, tornando-o menos infectante e mais apresentável para visualização, podendo assim, restaurar a imagem do corpo para um aspecto mais aceitável. 
Papel Sanitário 
O procedimento de tanatopraxia tem um importante papel sanitário, um deles é a desinfecção, que consiste em destruir inúmeros microrganismos causadores de diversas doenças.
Vantagens sanitárias:
 1.    Não há contágio de doenças.
2.    Não há odores.
3.    Não há derrame de líquidos contaminosos.
4.    Recuperasse a cor natural e a aparência da pessoa falecida.
5.    Pode-se estender o período de velório.
6.    A transladação garantindo as normas internacionais.
O CORPO HUMANO E O AMBIENTE 
A conhecida máxima de Lavoisier – “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” – é válida para explicar o que acontece após a morte com o ser humano, pois para os autores Fiúza, Viotti e Griffo (2003, p. 22) o homem “é formado por átomos, partículas interligadas que formam moléculas”.
Após o falecimento de um indivíduo da espécie humana, a matéria passa a sofrer ações de bactérias ou enzimas, destruindo gradualmente os tecidos, que se transformam em gases, sais e líquidos. Às vezes, a putrefação pode ser percebida já nas primeiras 24 horas, como também pode levar até três dias para seu início, dependendo das condições do ambiente em que o corpo se encontra, como temperatura e umidade. Os gases produzidos, geralmente, são: Gás Sulfídrico (H2S), Metano (CH4), Gás Carbônico (CO2), Amônia (NH3) e Hidrogênio (H2). 
No corpo de um adulto de 70 kg existem, em média, de acordo com UCISIK e RUSHBROOK (1998, p.) apud CAMPOS (2007, p. 31) cerca de “16.000 g de carbono, 1.800 g de nitrogênio, 110 g de cálcio, 500 g de fósforo, 140 g de enxofre, 140 g de potássio, 100 g de sódio, 95 g de cloreto, 19 g de magnésio, 4,2 g de ferro e em torno de 65% do peso total de água”.
ASPECTOS ANATÔMICOS 
Após o óbito, com a interrupção da respiração, o CO2 (gás carbônico) predomina no sangue, tornando-o vermelho escuro arroxeado, impregnando a microcirculação (transição entre a circulação arterial e venenosa) presente na pele, dando o aspecto escurecido e arroxeado comum nos cadáveres. Um dos objetivos da tanatopraxia é remover esse sangue arroxeado, substituindo-o por solução fixadora tecidual de coloração rosa clara, devolvendo o aspecto anterior ao individuo. 
Região Cervical: Artéria Carótida Comum, 
Veia Jugular Interna Incisão à altura do esternocleidomastóideo.
Artéria Femoral - Veia Femoral Pontos anatômicos de referência: Região interior da coxa, ligamento inguinal.
Equipamentos e produtos necessários para execução da Tanatopraxia
1. Bomba Injetora; 
2. Bomba Aspiradora; 
3. Mesa de Praxitanatologia;
 4. Instrumental de Acesso; p. 13
 5. Instrumental de Síntese;
 6. Líquidos apropriados;
 7. Material de segurança - pessoa (gorro, óculos, avental, máscara e botas de borracha). Instrumental Injetora Laboratório para execução da tanatopraxia.
Bomba Aspiradora
Bomba Injetora
Espátula, Dissecador e Bisturi
Agulha em “S”
Espaçador e Fixadores
Agulha MR
Pinças
Cânulas , Trocarte e Molde para boca
Tanatório
Não deve ser um ambiente escondido ou um cubículo da funerária, mas sim um local estrategicamente bem situado na empresa. Apesar de reservado e frequentadoapenas pelos técnicos à prática da tanatopraxia, o tanatório merece ser o local de destaque da empresa funerária, devendo estar sempre limpo e higienizado. O acesso ao tanatório deve ser fácil pra os veículos e funcionários da empresa, porém proibido para pessoas estranhas. Nunca pode ser permitido que um amigo ou um familiar do falecido esteja presente durante os procedimentos. O tanatório deve ser uma sala planejada e muito bem construída, com projeto de arquitetura próprio para cada funerária, levando em consideração muitos detalhes, como:
O tamanho da cidade; 
 A previsão de crescimento do serviço;
 O fluxo de veículos, de macas e de agentes,
 O espaço disponível para construção e/ou reforma;
 A altura e o revestimento do laboratório; 
 A ventilação, exaustão, iluminação, distribuição de tomadas e pontos de água; 
As alturas das bancadas e armários; p. 21 
O banheiro anexo contendo chuveiro de emergência;
Sistema de esgoto destinado à fossa séptica própria, além de outros detalhes e cuidados que garantem a colocação correta dos equipamentos e que venham a facilitar a preparação do corpo e a limpeza do laboratório; 
Água corrente. Recomenda-se que o tanatório possua reservatório independente das outras instalações da funerária.
O esgoto deve ser lançado em fossa séptica de decantação em carvão ativado. Os resíduos contaminados utilizados na preparação como: aventais, luvas, gazes, frascos e roupas eventuais, devem ser descartados após o uso. Com exceção dos aventais que, após o uso, poderão ser lavados e reutilizados.
O TANATÓRIO IDEAL DEVE SER COMPOSTO DE VÁRIOS AMBIENTES: 
Uma sala acoplada para vestir e enfeitar o corpo na urna, após a tanatopraxia; 
 Um vestiário exclusivo para o tanatopraxista e um banheiro equipado com chuveiro especial; 
O piso do tanatório deve ser frio, de cor clara, antiderrapante e de fácil limpeza; 
As paredes devem ser revestidas com azulejos brancos bem rejuntados e, no teto deve ser aplicado massa corrida e tinta látex branca;
 As pias, balcões e prateleiras, se possível, devem ser de aço inoxidável ou granito. Isso é um importante cuidado que facilita a assepsia do laboratório;
 A mesa ideal para a prática da tanatopraxia deve ser em aço inoxidável, assim como os suportes que mantém o corpo suspenso do fundo da mesa, os quais devem ser removíveis para também facilitar a limpeza. O fundo da mesa deve ser discretamente inclinado e ter fluxo contínuo de água no decorrer da preparação de um corpo. 
A tubulação hidráulica da mesa deve estar embutida, com registros de segurança e mangueira com esguicho para lavagem do corpo. 
Mesas de alvenaria não são recomendadas, pois são de difícil limpeza e isso aumenta o risco de contaminação. 
O tanatório deve ser bem arejado, com sistema de renovação de ar, contendo um aparelho de ar condicionado. 
A iluminação precisa ser intensa, semelhante à luz natural, procurando ser direcionada principalmente para a mesa de tanatopraxia.
Após estes rápidos comentários, pode-se notar que nesse laboratório há muitas das características de uma sala de cirurgia e que todos os detalhes devem ser observados, para que esta atividade possa ser desempenhada corretamente. Como em todo procedimento devemos conferir a identificação do corpo, a existência do atestado de óbito e a guia de sepultamento. Verificar o pedido e autorização da família para a execução da tanatopraxia é muito importante.
ATÉ À PRÓXIMA!!!!

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