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Nitroglicerina, Viagra e Anginas

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Nitroglicerina, Viagra, Angina e 
Infarto 
➔ Mecanismo de ação da nitroglicerina.
 
 A capacidade dos nitratos orgânicos em 
aliviar a angina foi descoberta em 1867. Lauder 
Brunton verificou que a angina poderia ser 
aliviada parcialmente por sangria e também 
descobriu que o nitrito de amila causava rubor e 
taquicardia, com queda na pressão arterial 
quando seu vapor era inalado. Ele pensou que o 
efeito do sangramento decorresse da hipotensão 
e verificou que a inalação de nitrito de amila 
funcionava muito melhor. O nitrito de amila foi 
substituído pelo trinitrato de glicerila (TNG). 
 Os nitratos orgânicos relaxam os 
músculos lisos (vascular). Eles relaxam veias, 
com consequente diminuição da pressão venosa 
central. Em indivíduos sadios, isso reduz o 
volume sistólico; ocorre estase venosa e pode 
causar hipotensão postural e tonturas. As doses 
terapêuticas tês menos efeito sobre as pequenas 
artérias de resistência do que sobre as veias, mas 
há um efeito acentuado sobre artérias 
musculares maiores. 
Mecanismo de ação. Os nitratos orgânicos são 
metabolizados com liberação de óxido nítrico. 
Nas concentrações atingidas durante o uso 
terapêutico, isso envolve uma etapa enzimática 
e, possivelmente, uma reação com grupos 
sulfidrila (_SH) dos tecidos. O óxido nítrico 
ativa a guanilil ciclase solúvel aumentando a 
formação de GMPc, que ativa a proteína quinase 
G e leva a uma cascata de efeitos na musculatura 
lisa, culminando em desfosforilação das cadeias 
leves da miosina, sequestro de íons cálcio 
intracelular e consequente relaxamento. Efeito 
adverso: hipotensão postural e cefaleia. 
➔ Mecanismo de ação da fenilefrina. 
A felinefrina é um agonista seletiva dos 
receptores alfa-1 adrenérgicos que provoca 
contração. Ele é usado com o descongestionante 
nasal (vasos contraem e desincham permitindo a 
passagem do ar). 
Pode causar taquicardia ou braquicardia 
reflexa. 
Após a administração sistêmica da 
fenilefrina evidencia-se vasoconstrição 
periférica levando a aumento da pressão arterial 
(PA) sistólica e diastólica, e uma bradicardia 
reflexa. 
➔ Mecanismo de ação do viagra. 
A fosfodiesterase V é a isoforma que 
inativa o GMPc. Os nervos nitrérgicos liberam 
óxido nítrico, que se difunde nas células 
musculares lisas, onde ativa a guanilil ciclase. O 
aumento resultante do GMPc citoplasmático 
medeia a vasodilatação via ativação da proteína 
quinase G. Consequentemente, a inibição da 
fosfodiesterase V potencializa o efeito sobre o 
músculo liso vascular peniano do óxido nítrico 
derivado do endotélio dos nervos nitrérgicos, 
que são ativados pelo estímulo sexual. Outros 
leitos vasculares são também afetados, 
sugerindo outros usos possíveis, notavelmente 
hipertensão arterial. 
As concentrações plasmáticas máximas 
da sildenafila ocorrem aproximadamente 30-120 
minutos após doses orais e são retardadas pela 
ingestão de alimentos, por isso é ingerida 1 hora 
ou mais antes da atividade sexual. Ela é 
administrada em dose única, quando necessária. 
A sidelnafila foi, originalmente, criada 
para tratar angina, porém voluntários, nas fases 
iniciais dos testes, descreveram efeito em 
assunto do coração em região anatômica 
fracamente distinta da região precordial. 
➔ Interação medicamentosa entre o 
viagra e a nitroglicerina. 
Vasodilatadores e inibidores da 5-
fosfodiesterase (PDE5). Conforme referido 
anteriormente, os inibidores da PDE5 têm ação 
vasodilatadora sistêmica leve associada com 
redução pequena da pressão arterial, geralmente 
não significativa clinicamente. Entretanto, 
quando utilizados em associação com os 
Nitroglicerina, Viagra, Angina e 
Infarto 
vasodilatadores diretos, ocorre entre esses dois 
fármacos um sinergismo significativo, que pode 
ocasionar hipotensão grave, o que torna o uso 
dessa associação de fármacos contraindicação 
absoluta15-23. A duração da interação entre os 
diferentes inibidores de PDE5 e os nitratos é 
variável17. A maioria dos estudos aponta 
interação entre o sildenafil ou vardenafil e a 
nitroglicerina, com duração máxima de 24 
horas. Alguns estudos, entretanto, sugerem que 
a interação do sildenafil com a nitroglicerina 
sublingual é observável por menos de 4 horas17. 
Já a interação entre o tadalafil e nitroglicerina é 
mais duradoura e se mantém por 48 horas após 
a administração do inibidor da PDE-517. 
Ainda que o risco potencial dessa 
interação possa ser considerável, os estudos têm 
sugerido que os inibidores da PDE5 não 
aumentam as taxas de infarto do miocárdio ou 
de mortalidade, quando comparados com 
placebo15-23. Essa informação pode ser 
importante, já que em algumas situações clínicas 
a utilização de um vasodilatador é mandatória, 
como nas síndromes coronarianas agudas. 
Existem evidências na literatura de que, com o 
monitoramento constante da pressão arterial e da 
frequência cardíaca, os homens com doença 
coronariana estável que fizeram uso do 
sildenafil podem tolerar a nitroglicerina 
intravenosa, desde que a administração ocorra 
com dose inicial baixa e titulação gradual. Em 
geral, esses agentes, quando utilizados de forma 
adequada, são seguros e eficazes. 
➔ Fisiopatologia da angina e suas 
diferenças com o infarto. 
 Ocorre angina quando a oferta de 
oxigênio ao miocárdio é insuficiente para as suas 
necessidades. A dor tem distribuição 
característica no peito, membro superior e 
pescoço e é ocasionada por esforço físico, frio 
ou agitação. É possível que o mesmo mediador 
que causa vasodilatação coronariana seja 
responsável, em concentração mais alta, por 
iniciar a dor. 
 Clinicamente, são reconhecidos três 
tipos de angina: estável, instável e variante. 
• Angina estável. Está é uma 
precordialgia previsível pelo esforço 
físico. É produzida por um aumento da 
demanda sobre o coração e causada por 
um estreitamento fixo dos vasos 
coronarianos, quase sempre por ateroma. 
A terapia sintomática é direcionada para 
alterar o trabalho cardíaco usando 
nitratos orgânicos, beta-bloqueadores 
e/ou antagonistas do cálcio, juntamente 
com o tratamento da doença 
ateromatosa, geralmente incluindo uma 
estatina e profilaxia contra trombose 
com um antiagregante plaquetário, 
geralmente a aspirina. 
• Angina instável. Esta se caracteriza por 
dor que ocorre com, cada vez menos, 
esforço físico, culminando em dor em 
repouso. A patologia é semelhante à 
envolvida no infarto do miocárdio, a 
saber, trombo de plaquetas e fibrina 
associado a uma placa ateromatosa, mas 
sem oclusão completa do vaso. O 
tratamento é o mesmo usado para infarto 
do miocárdio. Os fármacos 
anticoagulantes (aspirina e/ou um 
antagonista ADP como clopidogrel ou 
prasugrel) reduzem o risco de infarto do 
miocárdio nesta situação, e a heparina e 
os antagonistas dos receptores de 
glicoproteínas plaquetários fazem um 
acréscimo a este benefício à custa de 
maior risco de hemorragia, e os nitratos 
orgânicos aliviam a dor isquêmica. 
• Angina variante. Esta é incomum; 
ocorre em repouso e é causada por 
espasmo coronariano, novamente em 
geral associada à doença ateromatosa. A 
terapia é com vasodilatadores 
coronarianos (nitratos orgânicos, 
anatagonistas do cálcio). 
• Infarto do miocárdio. Ocorre infarto do 
miocárdio quando uma artéria coronária 
Nitroglicerina, Viagra, Angina e 
Infarto 
é bloqueada por trombo. O evento pode 
ser fatal e é causa comum de morte, 
geralmente em decorrência de 
insuficiência mecânica do ventrículo ou 
por arritmia. Os miócitos cardíacos 
dependem do metabolismo aeróbico. Se 
a oferta de oxigênio continuar abaixo de 
um valor crítico, sobrevém uma 
sequência de eventos que levam à morte 
celular (necrose ou apoptose), detectada 
clinicamente pela elevação da troponina 
circulante (marcador padrão-ouro da 
lesão do miocárdio). Não se conhece a 
importância relativa da necrose e da 
apoptose na mortedas células 
miocárdicas em situações clinicamente 
distintas, mas sugere-se que a apoptose 
possa ser um processo adaptativo em 
regiões hipoperfundidas, sacrificando 
alguns miócitos prejudicados, mas 
evitando, assim, o distúrbio da função da 
membrana e o risco de arritmia inerente 
à necrose. Em consequência, atualmente 
é incerto o benefício clínico de promover 
ou inibir esta via com recursos 
farmacológicos. 
- O essencial é abrir artéria obstruída, e é 
importante que isso seja prontamente 
conseguido, independente da maneira de 
fazê-lo. Caso logisticamente possível, a 
angioplastia é mais eficaz do que os 
fármacos trombolíticos. Os principais 
medicamentos incluem fármacos que 
melhoram a função cardíaca através da 
manutenção da oxigenação e redução do 
trabalho cardíaco, assim como os 
utilizados para o tratamento da dor e 
prevenção de trombose posterior.

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