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Violência sexual

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Violência Sexual
- Notificação compulsória e qualquer membro da equipe pode preencher este comunicado.
- A violência sexual precisa ser compreendida principalmente pelo ginecologista e obstetra, esses devem promover atendimento adequado, afim de obter tratamento de eficiente para eventuais lesões físicas e prevenção de danos emocionais e físico. Vale ressaltar que ocorre principalmente no ambiente doméstico, pelo parceiro, começando normalmente por violência psicológica/emocional, seguida por violência física e culminada na violência sexual e ocorre em todos os grupos social, mas a frequência está associada a indicadores de nível socioeconômico.
- Lei n° 12.015, de 7 de agosto de 2009, fundiu dos artigos 213 e 214 do código penal. “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: pena – reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos”.
- Tanto a mulher quanto o homem podem ser vítimas de estupro, mediante violência (física) ou grave ameaça (psicológica) a praticar conjunção carnal (penetração do pênis na vagina) ou qualquer outro ato libidinoso (penetração anal ou oral).
 - É um problema de saúde pública tanto pela sua dimensão como pelas consequências que provoca na saúde da mulher.
REPERCUSSÕES DA VIOLÊNCIA SEXUAL
- É responsável por diversos tipos de queixas que são motivos de consulta nos serviços de saúde, como problemas ginecológicos em geral, DST, depressão, insônia, ansiedade, disfunção sexual e desordem alimentar. Além disso, resultado da violência sexual pode ser fatal direta (assassinato) e indiretamente (gravidez indesejada e abortamento inseguro ou até suicídio). Ademais existem outros fatores como alterações menstruais, dor pélvica crônica, dor durante o coito e diversas disfunções sexuais (perda de libido e ausência de orgasmo).
- O SUS deve prestar atendimento emergencial a todos os casos de violência sexual, devem oferecer atendimento integral envolvendo o diagnóstico e o tratamento da violência sexual, amparo médico, psicológico e social imediatos; encaminhar ao IML e as delegacias especializadas, prescrever a profilaxia contra gravidez e IST; coletar sorologias para seguimentos das IST e fornecer informações sobre os direitos legais.
- O atendimento tem que ser respeitoso, humanizado e laico, deve-se preservar a privacidade da mulher, não colocando a veracidade da história em questão, evitar julgamento de valores, contatos físicos desnecessários, a atitude da equipe deve ser compreensiva e solidária, e não ter postura inquisitiva ou curiosa.
- O médico e a equipe multidisciplinar devem preocupar-se com vários aspectos na tentativa de se manter o bem-estar físico e mental da mulher.
- A anamnese deve identificar as principais características que norteiam a agressão, como a data, local, hora, tipo de penetração, se houve ejaculação, o dia do ciclo menstrual e o tipo de contracepção utilizada. Além disso, a equipe deve avaliar o trauma psicológico sofrido, o grau de desagregação familiar e a possibilidade de contaminação por uma IST e o risco de gravidez. Por fim, o atendimento no serviço de saúde deve ser o mais precoce possível, de preferência nas primeiras 72 hs após a violência por conta da terapia medicamentosa usada para evitar uma gravidez indesejada e garantir uma profilaxia adequada contra as IST virais e não virais.
- No exame físico (exame clínico e ginecológico), inspeção estática no sentido craniocaudal, as lesões devem ser caracterizadas de forma mais abrangente possível e outros achados, como corpo estranho e secreções, devem ser coletados e acondicionados em envelopes de papel ou meios próprios como tubo estéril para swab e lâminas vítreas.
- Necessidades básicas: sociais, psicológicas e principalmente medicamentosas, visto que a terapia antirretroviral (TARV) contra o vírus HIV não pode ser adquirida nas redes de farmácias e nos serviços de referência, a sua disponibilização é imediata.
EXAMES LABORATORIAIS
- Teste de gravidez oferecido quando necessário.
- Investigar (NA PRIMEIRA CONSULTA) IST e deve contemplar culturas específicas para Neisseria gonorrhoeae, Chalamydia trachomatis e Trichomonas vaginalis, além da coleta de sorologia para HIV, hepatite B e sífilis.
4-6 semanas: sífilis, gonorreia e clamídia.
3 meses e 6 meses: Hepatite B e sífilis
ANTICONCEPCIONAL DE EMERGÊNCIA (AE)
- Ingerir o mais precocemente possível, preferencialmente nas primeiras 24 horas, essa pílula é composta por levonorgestrel (é um progestagênio sintético) ele retarda o desenvolvimento folicular e a ovulação. Tem uma eficácia antes da ovulação e nas primeiras 72 hs. A dose é única de 1,5 mg por via oral.
Obs: As drogas bloqueadoras ou moduladoras dos receptores da progesterona, Ulipristal e Mifepristone, podem ser usadas até 120 hs após a relação e possivelmente uma eficácia superior ao levonorgestrel.
HEPATITE B
- Imunoprofilaxia deve ser administrada nas primeiras 48 hs e no máximo 14 dias após a exposição. 
- Vacina
Obs: O uso da TARV exige uma avaliação da função hepática e renal, além de hemograma e glicemia em jejum seriados.
SEGUIMENTO AMBULATORIAL
- Médico e psicológico varia de acordo com o paciente, o ideal é 6 meses, com consultas no 15°, 30°, 60°, 90° e 180° dias após a exposição.
- Vamos avaliar a soroconversão do vírus da hepatite B e HIV.
ATENDIMENTO DA MULHER COM GESTAÇÃO RESULTANTE DE ESTUPRO
- Interrupção: documentação por escrito onde a gestante ou seu representante legal demonstre a opção pela interrupção.
- Assistência integral.
- A presunção da veracidade e a conivência com o problema sofrido são fundamentais para mostrar credibilidade e seriedade do serviço e dar confiança para a mulher.
- Portaria 1.508, de 1° de setembro de 2005: relato circunstanciado do evento diante de dois profissionais de saúde do serviço; emissão do parecer técnico do médico assistente que subscreva o termo de aprovação do procedimento de interrupção da gravidez; caso não tenha ocorrido uma violência sexual irão responder por falsidade ideológica; termo de consentimento livre e esclarecido.
- Interromper a gestação até no mínimo 20 semanas, utilizando misoprostol por via vaginal, curetagem uterina ou aspiração manual intrauterina.
- Após 20 semanas deve oferecer acompanhamento pré-natal, psicológico e alternativa de adoção por conta dos riscos de sangramento, infecções e ruptura uterina.
- Uso de preservativo no período de janela imunológica para risco de HIV.
AO RECEBER UMA GESTANTE VÍTIMA DE ESTUPRO
- Relato circunstanciado (história clínica bem-elaborada das circunstâncias da agressão)
- USG e exame clínico para saber a idade gestacional e colocar no parecer técnico dos advogados.
- Colher o material biológico para identificar o agressor por meio do exame de DNA.

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