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7 – Definição Também conhecida como biotina, foi descrita em 1931, por Gyorgy, como um fator presente no fígado do boi, capaz de reverter um quadro de deficiência experimental. Apenas em 1960, essa substância foi considerada como uma vitamina e sua necessidade para o organismo foi reconhecida. Funções Componente essencial das enzimas; Contribui para a síntese de ácidos graxos, catabolismo de aminoácidos, gliconeogênese e regulação da expressão gênica; Essencial para a formação fetal; Fontes A biotina encontra-se amplamente distribuída nos alimentos, mas o seu conteúdo pode variar significativamente. A biotina é instável em condições oxidantes e é destruída pelo calor, especialmente na presença de peroxidação lipídica. A biotina, também pode ser obtida pelo metabolismo de microrganismos intestinais. Fontes: fígado, soja, nozes, farinha de aveia, arroz, couve-flor, trigo integral, cogumelos, amendoins, leite, fermento, tomate, melancia, morango e a maioria dos vegetais. Deficiência A deficiência da vitamina B7 é rara, devido a ampla diversidade nos alimentos e também pelo metabolismo de microrganismos. A deficiência de biotina foi induzida pela alimentação com clara de ovo crua ou seu componente ativo – a proteína avidina termolábil ligante de biotina. A avidina prejudica a absorção de biotina, causando sintomas como: Dermatite seborreica; Alopecia; Paralisia; Distúrbios gastrointestinais; Toxicidade A biotina não possui efeitos tóxicos conhecidos, mesmo com grandes doses. Necessidades nutricionais De acordo com o consumo dietético de referência (DRIs), a recomendação diária de vitamina B7, é de: 150 mcg/dia para homens e mulheres adultos. Processos fisiológicos Digestão – Absorção – Metabolismo – Excreção O intestino pode ser exposto a ambas as formas de biotina, a alimentar e a bacteriana. A microbiota, presente no intestino grosso, sintetiza e libera uma quantidade importante de biotina livre no lúmen intestinal, porém sua contribuição para a biotina corporal não é tão clara. A biotina alimentar pode ser encontrada na sua forma livre ligada à proteína. É encontrada ligada de forma covalente a polipeptídeos por meio de uma ligação amida com a lisina. A biotina ligada à proteína deve ser digerida à biotina livre, para ser absorvida no intestino delgado. A digestão é realizada por proteases e peptidases gastrointestinais, que originam biocitina e biotina, contendo pequenos peptídeos. Essas formas de biotina sofrem ação da enzima biotinidase (BTD), que completa, assim, a digestão, liberando biotina livre da biocitina e de peptídeos biotinilados. A enzima BTD é secretada no suco pancreático, mas também pode ser derivada de outras secreções intestinas, microbiota intestinal e das membranas da borda em escova. A fase da digestão realizada pela BTD é essencial para garantir a absorção da biotina ligada a proteína e sua biodisponibilidade. A absorção através da membrana da borda em escova dos enterócitos ocorre por meio de um mecanismo sódio-dependente. Esse sistema envolvido na absorção da biotina apresenta afinidade por outra vitamina hidrossolúvel, o ácido pantotênico, e ainda pelo ácido lipoico, um antioxidante intra e extracelular e substrato metabólico para regulação redox de outros antioxidantes. A saída da biotina dos enterócitos ocorre pelo transporte por meio da membrana basolateral, sendo o mecanismo mediado por um transportador não dependente de sódio. Mais de 80% da biotina é encontrada livre no plasma, cerca de 12% encontram-se ligados de modo covalente a proteínas plasmáticas e, menos de 10% estão ligados de maneira reversível a proteínas plasmáticas, como alfa e beta-globulinas. O fígado representa o principal órgão de metabolismo da biotina, e o sistema renal desempenha um papel fundamental em sua homeostase. Após uma parte ser absorvida pelos tecidos, a biotina circulante no sangue é filtrada pelos glomérulos renais, sendo recuperada na reabsorção tubular pelas células epiteliais. A vitamina é rapidamente excretada na urina – 95% de uma dose oral é excretada em 24 horas – uma metade como biotina livre e outra como bisnorbiotina, sulfóxidos de biotina e outros metabólitos de cadeia lateral.
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