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Orientação Profissional, Mercado de Trabalho e Ética Gestão da carreira Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Esp. Marcelo Marcondes de Mello Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites 5 Esta unidade está organizada com o objetivo de atualizá-lo sobre o que há de mais moderno nas atividades que envolvem o relacionamento do profissional com o mercado e com as oportunidades que surgem, apresenta também como se dá as atuações dos órgãos que envolvem a gestão de carreira. Há pouco tempo não se falava de forma ostensiva sobre os tipos de carreira, já que se imaginava ser algo ao encargo do tempo, que daria direcionamento à questão. Nos anos 80 e 90, entendia- se que o aluno recém graduado “entregava” sua carreira nas mãos de uma empresa e ali ficava, por assim dizer, sendo promovido com o passar do tempo e esperando que o melhor acontecesse na sua vida profissional. A situação e a preocupação mudaram e atualmente entende-se que cabe ao profissional orientar, dirigir e administrar sua própria carreira. Recentemente surgiram novidades como o coaching, counseling, mentoring, entre outras que integram a vida cotidiana das pessoas e empresas. Isso ocorreu movimentado pelas atividades de recursos humanos e pela preocupação com as carreiras dos profissionais. As empresas sabem que necessitam dos talentos em seus quadros e os talentos também sabem que não podem deixar suas carreiras nas mãos das empresas. Então, fica claro que o quadro é bem diferente daquele apresentado nos anos 80 e 90. Você não acha? Assim, mãos à obra para estudar e entender os novos tempos quando se trata de carreira profissional, pois esse é o centro de nossa atenção nesta unidade. Tipos de carreira; Carreira Proteana; Mentoring, coaching, counseling; Orientação professional. Gestão da carreira · Introdução · Ancoras de Carreira · O Ambiente Abstrato e Novos Desenhos Organizacionais em Redes · Coaching · Counseling 6 Unidade: Gestão da carreira Contextualização Nós que estudamos ou trabalhamos, provavelmente as duas coisas ao mesmo, sabemos, mesmo que de forma tímida, que atuamos em um mercado muito competitivo, cuja tendência é cada vez mais valorizar profissionais com titulações e especializações dirigidas para setores específicos, setores esses que são necessários às empresas que empregam e precisam de profissionais habilitados e preparados. Se estamos de acordo que as carreiras agora são administradas pelos próprios profissionais, os quais mantêm ligação e fidelidade com as empresas bem diferentes de outrora, acabamos nos deparando com algumas questões: como fazer para que os profissionais que precisamos nas empresas tenham a ligação com essas e permaneçam dando o melhor de si? Como atrair talentos e disputá-los com outras empresas? E a chamada “inteligência emocional”? Que ferramentas há que possa nos dirigir e” e nos ensinar a “navegar” por estas novas técnicas. Até onde o coaching, mentoring, counseling e outras técnicas semelhantes podem nos apoiar como empregadores e também como empregados? É possível que esses instrumentos melhorem a inteligência emocional? Se sim, até quanto isso é possível? Vamos descobrir as respostas para essas questões estudando e rompendo a barreira que esses assuntos ainda criam para alguns, que ainda não se habituaram a vê-los como parte do desenvolvimento dos recursos humanos – sejam eles promovidos pelo próprio profissional ou pelas empresas que não têm mais os recursos de dirigir as carreiras de seus empregados. 7 Introdução Desde que o conceito de empresa ou corporação passou a ser percebido e estabelecido na era moderna, tem sido possível conceber diferentes visões sobre o que é carreira. Todas as carreiras ao longo da história passaram por modificações e atualizações, mas só no século 19 começamos a usar esse termo para descrever as trajetórias profissionais. Podemos, portanto, entender carreira como o caminho a ser percorrido pelo profissional dentro e fora das empresas. Para Crespo (1996), o termo carreira foi criado pelos franceses, indicando, por exemplo, corrida competitiva. Depois, transformou-se em um conceito de trajetória, incluindo a noção de progressão do indivíduo ao longo da vida ou o desenvolvimento durante um percurso. Na visão de Hall (1976), “carreira é uma sequência de atitudes e comportamentos, associada com experiências e atividades relacionadas ao trabalho, durante o período de vida de uma pessoa”. Pode-se perceber que, a partir do entendimento desse autor, a carreira está restrita à dimensão do indivíduo, desprezando a dinâmica das organizações e da sociedade atual, que são por si só razoavelmente complexas. Na mesma linha de pensamento de Hall (1976), encontra- se a análise de Dutra (1996) que caracteriza a carreira como “uma sequência de posições, que uma pessoa pode assumir no interior de uma organização orientada em duas direções, de natureza: profissional e gerencial”. Ambos autores acima citados entendem que a construção da carreira é uma sequência de atitudes, de certa forma de se comportar e das posições dos indivíduos dentro de uma empresa ou de uma organização durante seu período de trabalho. Para Martins apud Bastos Filho (2005), etimologicamente, “carreira” tem sua origem do latim, via carraria, que significa estrada para carros. Para Martins, a carreira já existia como um plano desenhado pela direção, cabendo aos professores se adaptarem às condições pré- estabelecidas, efetivando os ajustes necessários em suas expectativas individuais. Bastos Filho (2005) ainda acrescenta que “carreira – como todos os homens – nasce, cresce, amadurece e morre”. Ainda segundo Bastos Filho (2008), existem muitos mitos que cercam as carreiras de muitos profissionais de sucesso (a palavra “mito” tem dois significados: o primeiro é aquele de personalidades que criaram lenda a partir de suas realizações; o segundo significado é o de coisa falsa e ultrapassada, algo que a crença popular atribuiu um valor que, na atualidade, não se comprova). Segundo Van Maanen (1977), “podemos aplicar a palavra carreira como referência à mobilidade ocupacional, como, por exemplo, o caminho a ser trilhado por um executivo em sua carreira de negócios ou para nos referirmos à estabilidade ocupacional, ou seja, a carreira como uma profissão, como, por exemplo, a carreira militar”. Em ambos os casos, para Van Maanem, a carreira transmite a ideia de um caminho estruturado e organizado no tempo e espaço que pode ser seguido por alguém. 8 Unidade: Gestão da carreira Âncoras de Carreira Abordando o tema, Schein (1996), autor clássico de psicologia organizacional, criou o conceito de “âncoras de carreira” analisando a vida e trajetória profissional de quarenta e quatro ex-alunos do curso de pós-graduação na Escola Sloan de Administração. O espírito dessa análise foi compreender a evolução de suas carreiras gerenciais e de que forma aprendiam os valores de suas organizações empregadoras. A partir desse trabalho, Schein chegou à conclusão de que o profissional, quando faz escolhas em sua carreira, deve identificar minimamente um valor do qual não abriria mão no momento de tomar uma decisão que afetasse a sua trajetória profissional. O autor ainda define âncora de carreira como sendo o conjunto de autopercepções que dizem respeito a talentos, habilidades, motivos, necessidades, atitudes e valores que as pessoas têm em relação ao trabalho que desenvolvem ou que tentam desenvolver. Schein (1993) apresenta oito tipos de âncoras de carreira: 1. Empreendedorismo; 2. Competência técnico-profissional; 3. Estilo de vida; 4. Desafio puro; 5. Autonomia; 6. Segurança no emprego; 7. Serviço; 8. Dedicação e gerir pessoas. Sob a ótica de Van Maanen (1977) e Schein (1978), o conceito de carreira pode ser divididoem: • Carreira interna - em que o indivíduo busca uma ocupação; • Carreira externa - em que a empresa cria e aplica padrões de desenvolvimento para os funcionários enquanto dura sua vida profissional naquela empresa. Martins (2001) concluiu que algumas instituições de ensino possuem planos de carreiras bem estruturados, visando a reconhecer o desempenho dos professores e a propiciar oportunidades de crescimento profissional através de cursos, pesquisas, estágios e viagens de intercâmbio educacional (entende-se aqui instituição de ensino como empresa). As definições sobre o que é carreira são fartas e, a partir delas, Dutra (1996) afirma que [...] a carreira não deve ser entendida como um caminho rígido a ser seguido, mas como uma sequência de posições e de trabalhos realizados pelas pessoas. Essa sequência articulada de forma a conciliar o desenvolvimento das pessoas com o desenvolvimento da empresa é o que chamamos de carreira. Considerando as definições de carreira apresentadas e observadas por importantes autores, devemos estudar os formatos da construção de uma carreira na qual os profissionais não estão vinculados a empresas. Conceitos modernos e novos surgiram recentemente, como por exemplo a carreira sem fronteiras e a carreira proteana. 9 Carreira sem Fronteiras A visão sobre o que seja carreira e suas nuances adquiridas ao longo do tempo levaram o pesquisador Arthur (1994) a incluir nova linha de pensamento ao assunto que, em resumo, vem propor que a carreira se torne “sem fronteiras”, ou seja, deixar de ser a função de uma relação de emprego, onde os profissionais não teriam mais a certeza de progredir na hierarquia, não contar com a segurança no emprego, não ter mais benefícios e ser somente símbolo de status. Eles são encorajados a projetar e desenvolver seus próprios projetos de carreira, criando assim uma relação mais aberta com a empresa. Com essa proposta, a maior parte da responsabilidade pela construção da carreira passa a ser do profissional. A empresa, entretanto, contribui adicionalmente para a carreira na medida em que se apresenta como fonte de oportunidades para o exercício e desenvolvimento de suas habilidades e competências (MALVEZZI, 2000). As formas de operar das empresas e organizações que se consideram flexíveis terminam sobrepondo sobre os profissionais as atitudes e, por consequência, a responsabilidade pela criação do seu próprio trabalho, tornando-o um agente ativo para o gerenciamento do seu destino dentro da empresa. De acordo com Arthur (1994), a carreira sem fronteiras engloba diversos cenários como: · A carreira que atravessa as fronteiras entre organizações, como é comum, por exemplo, no Vale do Silício; · A carreira que extrai validade ou negociabilidade fora do atual empregador, como é o caso, por exemplo, da carreira acadêmica; · A carreira que se sustenta em redes de relacionamento ou informação que estão fora da organização, como, por exemplo, a do corretor de imóveis, corretor de seguros, etc.; · A carreira em que a pessoa escolhe passar um tempo dedicando-se à família ou aumentando seu conhecimento, reciclando-se. Arthur, Claman e De Fillipi (1995) entendem que nas carreiras sem fronteiras os trabalhadores precisam entender as suas próprias razões para trabalhar, precisam tentar construir um sentido para a sua vida profissional e, para que isso seja possível, precisam fazer os seus próprios planos pessoais e profissionais. Esse conhecimento e o questionamento permitem que os profissionais: · Desenvolvam suas habilidades de acordo com a própria vontade; · Entendam o seu próprio trabalho; · Procurem novas formas de solucionar problemas Segundo Arthur, Claman e De Fillipi (1995) – e considerando o quadro 2, abaixo –, pode-se perceber que a carreira sem fronteiras exige uma relação negociável, onde aconteça uma troca do trabalho por uma remuneração adequada, na qual a ideia de sucesso profissional está mais ligada a critérios pessoais, onde o profissional é encorajado a se identificar mais com o próprio trabalho e com a sua profissão e menos com a empresa. Nem tudo é tão simples como parece e a carreira sem fronteiras vem sendo alvo de críticas, podemos notar isso em alguns discursos de acadêmicos, dirigentes e também nas 10 Unidade: Gestão da carreira práticas das empresas (LEGGE, 1995), o que reforça a ideia de que o tema é complexo e ainda pouco discutido e o que a ajuda a compreender quando Mirvis e Hall (1994) afirmam que essa modalidade de carreira traz certamente insegurança e ansiedade para as pessoas. Tal fato é percebido no quadro 2, no qual podemos comparar as diferenças entre carreira tradicional e a carreira sem fronteiras, alinhando pontos como a gestão da carreira e as características relacionadas ao ambiente organizacional em que estão inseridas – o comportamento hierárquico observado, a identidade da pessoa e o objetivo para a carreira em ambos os modelos. Quadro 2 As diferenças entre Carreira Tradicional e Carreira sem Fronteiras Modelo Tradicional de Carreira Modelo de ‘‘Carreira sem Fronteiras’’ Ambiente Estável Turbulento Carreira Infra-organizacional Inter-organizacional Hierarquia Vertical Horizontal Objetivo Ascensão na organização e sucesso monetário Sucesso Psicológico Gestão de carreira Pela organização Pelo indivíduo Identidade Fixa Em constante mudança Aprendizado Restrito Contínuo Emprego Segurança do emprego Empregabilidade Fluxo de informações e aprendizado Restrito Redes Sociais Fonte: Adaptado de Hall e Mirvis, 1996. Baker e Aldrich (2001) sugerem que grupos distintos de pessoas certamente terão experiências diferentes em relação à carreira sem fronteiras – pessoas que estão entrando no mercado de trabalho e/ou profissionais do núcleo estratégico das empresas, por exemplo. Segundo os profissionais mais antigos ou que pertencem à chamada “periferia”, com tais conceitos em mente, tornam-se absolutamente necessários a observação e o estudo do ambiente em que esses profissionais encontram-se alocados e, por consequência, as formas e estruturas encontradas em um ambiente organizacional estruturado em redes. Carreira Proteana A carreira tradicional, cuja principal característica era baseada em empregos de longa duração e na sensação de segurança, tem sido substituída pela chamada carreira proteana. Sua principal característica é um termo de entendimento de menor duração da situação embasado nas atuais exigências de desempenho, com mudanças frequentes, autonomia e autodireção – situações colocadas mais por necessidades dos agentes do trabalho e menos pelo lado e pela visão das organizações. 11 De acordo com a Enciclopédia Brasileira Globo, a expressão carreira proteana foi baseada em Proteu, uma divindade dos mares na mitologia grega, filho de Oceano e Tétis, deuses da água. De acordo com a mitologia (http://mitologia.blogs.sapo.pt/o-mito-de-proteu-112351), Proteu carregava o dom de prever o futuro e a capacidade de transformar sua aparência física no ser que desejasse. Proteu usava essa tal habilidade de transformação para afastar os curiosos que o perturbavam, desejosos de saber os acontecimentos futuros. Transpondo a lenda mitológica para o mundo corporativo e em seguida fazendo uma analogia, Martins (2001) coloca inteligentemente que o dom da adivinhação de Proteu refere-se modernamente à capacidade de planejar a carreira baseando-se em uma visão de futuro que esteja, de acordo com objetivos importantes e fundamentais do indivíduo, revelando-se na capacidade de se transformar de maneira versátil e adaptável para atingir os objetivos em questão. A reação de Proteu quando espantava os mortais que o perturbavam pode ser entendida modernamente como a aplicação da sua capacidade para alcançar uma nova posição – ou também redefinir a própriacarreira, quando fica relativamente perceptível que os objetivos, as pretensões e metas não estão sendo alcançados ou o estão apenas parcialmente. Pode-se concluir que o profissional reconhecido como proteano tem como principal característica a independência e flexibilidade na forma de gerenciar a própria carreira – isso significa orientar-se por critérios próprios no que toca ao alcance de sucesso profissional e também individual. Traçando considerações sobre a carreira organizacional estruturada no espaço e tempo, Hall (1996) marcou o conceito de carreira proteana, que caracteriza o processo em que a pessoa está dirigindo e gerenciando a própria carreira. Essa ação, que pode ser gerenciada muito mais pelo agente do que pela empresa, pode ser revista e redirecionada regularmente no tempo, visando a atender às necessidades da pessoa. Para Hall (1996), a carreira proteana apresenta como características: o aprendizado, a expansão da identidade e o sucesso psicológico – não havendo aqui relação direta com a profissão ou organização escolhida. Sob esse ângulo, Hall e Mirvis (1996) apresentam o conceito de carreira proteana ligado diretamente às experiências ao longo da vida, das competências, aprendizagens, transições, mudanças e identidades. Para os autores, o desenvolvimento da carreira proteana acontece através da aprendizagem, autodireção, e o desafio no trabalho. Ainda segundo Hall e Mirvis, para o sucesso na carreira proteana, conhecimentos e habilidades são componentes importantes e necessários ao desempenho no trabalho, para que, em vez de procurar um emprego considerado estável, o profissional aumente sua empregabilidade no mercado. Além disso, os autores salientam a figura e a responsabilidade da empresa como aquela que apresenta os desafios, criando condições ambientais para o desenvolvimento de relacionamentos, além de passar informações mais desenvolvidas. De acordo com Martins (2001), a gestão da carreira proteana é definida como um processo continuado decisório e de soluções de dificuldades que tem relação direta com o trabalho e com a vida pessoal, o que certamente vai exigir um grande volume de informações originadas, principalmente, do autoconhecimento. Se excetuássemos essa condição, o profissional se capacitaria e trabalharia cada vez mais e cada vez melhor, mas sem encontrar significado e satisfação naquilo que estivesse fazendo e realizando. Outros fatores relevantes são: - O ambiente externo, que abrange as variáveis do mercado; - As avaliações de competência e desempenho; 12 Unidade: Gestão da carreira - A vida familiar da pessoa; - Demais aspectos da constante interação entre carreira e vida pessoal. Drucker (2005) indica que os nossos tempos corporativos modernos requerem a capacidade de fazer escolhas e de se autogerir, o que implica em autoconhecimento. Por outro lado, o autor faz menção à condição de que a maioria das pessoas está despreparada para desempenhar essas funções eficazmente e, por conta disso, essa maioria deixa que os empregadores conduzam suas carreiras. Essa colocação ajuda a compreender que, segundo Martins (2001), é justamente nesse aspecto que aparecem as principais, entre as principais, competências na carreira proteana. Assim, considera-se que o conceito de “aprender a aprender” é uma ação que depende de direção e de foco, mas que não garante o sucesso de quem respeita o conceito. Isso assim está colocado, pois há uma imensa quantidade de informações e de chances de capacitação e aprendizado. O profissional precisa ter de forma muito clara as metas de carreira e de vida para que seja bem sucedido na escolha do que precisa aprender, dando ênfase no autoconhecimento e na capacidade de gerir – decisivas competências da era do conhecimento. O novo conceito da Carreira Proteana Carreira Proteana 1. A carreira é gerida pela pessoa, e não pela organização. 2. A carreira é uma série de experiênicas ao longo da vida, das competências, aprendizagem, transições, mudanças e identidade (‘‘idade de carreira’’contagens, e não a idade cronológica). 3. O desenvolvimento é a aprendizagem; auto-dirigido; relacional; desafios encontrados no trabalho. 4. Desenvolvimento não é (necessariamente) formação formal; reconversão; mobilidade ascendente. 5. Os ingredientes para o sucesso foram alterados a partir do know-how, para saber-fazer; do emprego seguro para a empregabilidade; mudança da carreira tradicional para a carreira proteana; de você mesmo para você mesmo. 6. A organização fornece desafio de atribuições; desenvolvimento de relacionamentos; informações mais desenvolvidas e de recursos. 7. O objetivo é o sucesso psicológico. Fonte: Adaptado de Hall e Mirvis, 1996. Baseado no entendimento e contexto da carreira proteana, destacado por Hall e Mirvis (1996) como o sucesso psicológico do indivíduo, pode ser observado no quadro 1 a clareza das características da carreira proteana, variando na sua definição, desenvolvimento e objetivo, uma vez que esse conceito de carreira não é o que acontece a uma pessoa em qualquer organização. De acordo com o quadro 1, na carreira proteana, o agente tem determinada autonomia para gerenciar sua carreira, e a empresa deixa de fazê-lo – isso oferece maior mobilidade à carreira. Nessa nova modalidade de carreira, oferece-se condições para o sucesso, a partir do saber 13 fazer, além da mudança da carreira tradicional para a carreira proteana. As escolhas pessoais de carreira e busca por autorrealização são os elementos integrativos e unificadores na vida do indivíduo. O critério de sucesso é interno e não externo, como pode parecer. Se consideramos essa premissa, pode-se verificar que a carreira proteana não está baseada na estabilidade empregatícia, e sim na independência e flexibilidade do profissional frente à organização, com intuito de gerenciar sua própria carreira. Com isso, seguindo o estudo de novas abordagens para carreiras, surge o conceito no qual a pessoa é responsável por projetar sua própria carreira, a chamada carreira sem fronteiras. O Ambiente Abstrato e Novos Desenhos Organizacionais em Redes As mudanças que ocorrem em função das transformações que se aceleram constantemente terminaram obrigando que as empresas considerassem seriamente repensar e reformular sua maneira de trabalhar através de novos desenhos organizacionais. Esses desenhos têm provocado nas empresas alterações significativas de ordem estrutural, tecnológica e cultural. Isso certamente leva a diversos impactos na carreira das pessoas. Baseado nas pesquisas de Shandler (1996), envolvendo estratégia e estrutura organizacional no contexto do processo histórico das grandes empresas – tais como Du Pont, General Motors, Sears e Standard Oil –, pode-se concluir que, na história industrial do último século, a estrutura organizacional dessas e de outras grandes empresas norte-americanas foi sendo paulatinamente determinada por suas estratégias mercadológicas. No campo organizacional, há o exemplo do ambiente em rede que é aplicado a uma extensa ampla de formas de relações entre organizações, usando como principal exemplo as joint ventures que trata-se de associação entre empresas, não definitiva e com fins lucrativos que visa para explorar determinado negócio, mantendo a sua personalidade jurídica, alianças estratégicas, relações de terceirização e subcontratação, distritos industriais, consórcios, redes sociais, redes de cooperação entre pequenas e médias empresas, entre outras (POWELL, 1987; OLIVER, 1990; GRANDORI; SODA, 1995). Essas condições se apresentam dado ao fato de que a noção de rede é suficientemente abstrata. Para Fombrun (1997), o conceito de rede tem sido empregado para caracterizar um conjunto de fluxos, recursos e informações, entre um conjunto, por exemplo, de indivíduos, grupos, empresas e sistemasde informações. O ambiente empresarial representa certamente um conglomerado que reúne fornecedores, distribuidores e outras organizações. Os autores citados destacam a importância das relações estabelecidas nesse ambiente e as ações, atitudes e formas de agir daqueles que são considerados os atores desse processo – convém lembrar que esses conglomerados estão em condições de contínuas mudanças que podem ocorrer em ambientes constituídos, resultado das ações dos atores acima citados. 14 Unidade: Gestão da carreira Coaching Segundo material publicado na http://www.significados.com.br/coaching/, Coaching é uma palavra de língua inglesa que indica uma atividade de formação pessoal em que um instrutor (coach) ajuda o seu cliente (coachee) a evoluir em algum aspecto de sua vida. O conceito daquilo que conhecemos modernamente como coaching nasceu nas escolas dos EUA (Estados Unidos da America) para tentar definir o que parecia ser um tutor individual. O coaching apoiava a preparação de estudantes para exames em certas provas finais ou exames e com este conceito passou a ser usado como referência a instrutores e treinadores usados por muitas pessoas, principalmente atletas de diferentes modalidades já que o treinador (coaching) não precisa necessariamente dominar as ações de que se encarregam seus treinandos, isso porque o trabalho do treinador tem como principal tarefa transmitir coragem e motivação ao seu treinando cliente. A meta sempre é o alcance de determinado alvo e para isso aplica-se técnicas que facilitem o aprendizado e capacitação de novos conhecimentos. O termo coaching surgiu e foi aplicado pela primeira vez na era medieval. Nesta época havia a figura do cocheiro, ou seja, o homem que conduzia a carruagem (coche). Os cocheiros conheciam as formas e meios para treinamento de cavalos que eram então a principal força motriz que podiam puxar as carroças, leia-se coches. O trabalho de coaching começa quando se cria uma meta que é desejada pelo cliente. Esta meta pode alcançar diferentes áreas e normalmente não há um tempo pré-determinado para que esse objetivo possa ser atingido. O que se espera e no que se trabalha visa apoiar profissionais a potencializar seus conhecimentos produzindo mais resultados para a empresa e para o crescimento do seu trabalho. Uma das modalidades de coaching é o que chamamos de “coaching de liderança” já que se trata de uma qualidade que a cada dia se atribui mais importância e valor. Nesta modalidade o treinador tem como alvo dirigir seu aluno em seu desempenho, definindo metas bem claras que possam ser medidas de tempos em tempos para avaliação daquilo que foi alcançado. Além disso, deve-se reconhecer potenciais e desenvolver competências da sua equipe. O treinador precisa inclusive envolver-se no desenvolvimento da sua equipe, enviando e recebendo avaliações. O coaching pessoal, ainda não absolutamente explorado e aplicado desenvolve a área pessoal, o que inclui relacionamentos pessoais. Pode-se facilmente perceber que nos referimos a uma área com muita amplitude já que envolve diferentes e amplos modelos de interação do treinando. Coaching profissional, empresarial e financeiro. O coaching profissional deve obrigatoriamente ser aplicado por profissional com qualificação para tal trabalho. Essa modalidade assim exige pois utiliza metodologias, técnicas e ferramentas do coaching para criar vantagens para e uma empresa ou para uma pessoa nas suas atuações profissionais e pessoais. Este tipo de coaching é conhecido como “formal” e é 15 remunerado por contrato com sessões bem alinhadas com objetivos apoiando-se em reuniões que apoiam os contratantes. O coaching empresarial é um tipo de empregado para empresários e executivos e visa ajudá-los com utilização de ferramentas e técnicas, fazendo surgir capacidades e competências além das existentes. O coaching financeiro é um treinamento cujo objetivo é preparar as pessoas para alcance de resultados financeiros nos setores pessoal e empresarial. Esta modalidade tem duração média de 90 dias e o treinando reflete sobre seus hábitos que envolvam finanças procurando entender o momento em que vive. Considerando estes aspectos o passo seguinte é criar metas alcançáveis além de praticar exercícios que o apoiam em seu treinamento para o alcance dos objetivos que são os motivadores do trabalho. Coaching e Mentoring Mentoring e coaching são duas áreas que estão ligadas por diversas artérias. Mentoring é definido como “tutoria” ou “apadrinhamento”. Com esta definição concluímos que o mentor é um guia, um mestre ou um conselheiro. Pode-se dizer que é alguém que tem vigorosa experiência profissional na área de trabalho da pessoa que está posicionada como treinando. O mentoring carrega em seu bojo a ideia de que debates e conversas sobre assuntos que podem não estar ligadas ao trabalho, ou seja há uma relativa liberdade nestas abordagens. De forma distinta do que acontece no mentoring o treinador não necessita ter vivência na área de trabalho do treinando. O treinador pode chegar ao ponto de não abordar nenhum conselho ou apresentar nenhuma proposta ou soluções que visam resolver dificuldades que estão na área de trabalho do treinando incluindo a área ou setor de sua carreira profissional. Coaching no Desenvolvimento da Liderança Algumas pessoas são reconhecidas como líderes natos e, já na infância, demonstram, com atitudes, que comandam determinadas situações – sejam em brincadeiras, atividades escolares, entre irmãos, entre amigos, etc. Outras pessoas, no entanto, só se veem diante do desafio de liderar, principalmente durante a trajetória de sua carreira profissional. Em qualquer um dos casos, algumas características são bastante essenciais para uma liderança eficaz, com resultados satisfatórios. Comunicação, percepção, inteligência emocional, planejamento estratégico, técnicas de feedback, entre outros, são alguns aspectos necessários para que um profissional conduza com sucesso seus colaboradores e suas equipes. Por meio do coaching, profissionais de diferentes áreas estão conseguindo aprimorar suas habilidades e capacidades, além de adquirir novas, conseguindo exercer uma liderança plena, harmoniosa e com bons resultados. 16 Unidade: Gestão da carreira O coaching tem a intenção de proporcionar ao líder técnicas e ferramentas de desenvolvimento humano, ou seja, ele estará munido de conhecimento para melhorar e aprimorar as habilidades e capacidades de seus liderados, além de eliminar barreiras e crenças que, quase sempre, são limitadoras e, via de regra, podem estar impedindo o alcance de resultados. Esse método vem somar mais um diferencial a esses profissionais, que estão cada vez mais presentes no mercado. São líderes inspiradores, motivadores, comunicadores, que conduzem os processos de trabalho e essencialmente desenvolvem pessoas, criando um ambiente seguro e confiável para que possam desempenhar efetivamente suas funções e, consequentemente, obter alcance dos resultados esperados e propostos pelas empresas e também por eles. Outros detalhes abordados e trabalhados no coaching são o planejamento estratégico, a definição de metas e objetivos, a gestão de tempo, a definição de planos de ação, o foco, entre outros que visam a proporcionar celeridade ao alcance dos objetivos. Conclui-se que a liderança pautada na cultura do coaching pode trazer resultados satisfatórios e provavelmente em menor tempo. O investimento em capital humano está em voga nas empresas, considerado fator determinante quando se aborda a competitividade. Os líderes são um dos responsáveis por gerir esse capital e por isso o coaching pode ser um forte aliado para lideranças que desejam resultados esperados e necessários. Gestão de Pessoas e o Coaching Nos últimos anos, os profissionais de Recursos Humanos têm sidomais valorizados, pressionados pelas mudanças políticas, econômicas e principalmente culturais das organizações, que acreditam ser importante valorizar mais o capital humano. As pessoas devem estar em constante desenvolvimento e aperfeiçoamento, e é necessário que a organização forneça o suporte necessário para que tais mudanças sejam positivas para os resultados da empresa. Devemos considerar também a urgência em administrar o capital humano, dando-lhes condições, tanto estruturalmente quanto de capacitação. Com o coaching, o gestor vai obter capacidades e principalmente habilidades para seu próprio desenvolvimento e para desenvolver seus colaboradores, proporcionando-lhes apoio para que desempenhem suas atividades atendendo às expectativas pessoais e profissionais, criando um ambiente seguro, no qual o colaborador encontrará oportunidades para desenvolver suas atividades, suas ideias e, consequentemente, atingir seus objetivos – tanto pessoais quanto os da empresa onde trabalha. Coaching Sistêmico Importante área do coaching, o chamado coaching sistêmico visa a criar análises conclusivas que podemos denominar diagnósticos. Essas conclusões analíticas abordam basicamente relacionamentos, indivíduos e seus vínculos. 17 O coaching sistêmico quase sempre opera no nível individual – com situações pessoais, profissionais e organizacionais –, dirigindo seu foco e a sua atenção para caminhos e definições de posicionamentos do cliente como empresário, executivo, gestor, etc. Se levamos em conta os relacionamentos e os processos, concluímos evidentemente que o chamado coaching sistêmico tem a clara intenção de conduzir o treinando durante o processo para que por si só ele resolva e esclareça os temas a que se propôs solucionar. Mas afinal, qual é a melhor definição para o coaching sistêmico? É um formato de coaching que cuida das relações entre os indivíduos, entre os envolvidos no sistema, entre aqueles que de alguma maneira são atingidos pelas decisões dos clientes – sejam esses impactados tanto externos quanto internos pelo processo que se desenrola e está sendo administrado. Usando o critério de deitar olhares sob diferentes ângulos, esse tipo de coaching tenta, de alguma maneira, que obviamente depende da situação em jogo, oferecer visões para todos aqueles que estão envolvidos. Experiências anteriores, revezes e insucessos constituem aprendizados que vão preparar o cliente para suas eleições futuras, alinhando-se com sua identidade e cultura construídas ao longo da vida. O coaching sistêmico costuma chamar para si as distintas perspectivas que permitem mais clareza e processos decisórios com ações mais firmemente apoiadas, usando inclusive conceitos do pensamento sistêmico, táticas, estratégias e ferramentas da neurolinguística, importantes para esse trabalho. O coaching sistêmico auxilia os profissionais que experimentam momentos decisivos ou difíceis no trabalho, no passo seguinte de desenvolvimento da carreira, no entrosamento de e com suas equipes, nas diferenças no apontamento dos negócios, em situações conflituosas, em modelos de liderança, entre outras situações. O coaching baseia sua ação em três apontamentos básicos: 1. Onde estou atualmente? 2. Para onde desejo seguir? 3. De que maneira chegarei lá? O coaching sistêmico considera dois flancos: 1. Conexões – relacionamento – processos de intercâmbio: - entre indivíduos; - de vivência interna, comportamento e vivência externa; - objetivos – metas – operações e seus efeitos. 2. Modelar as transformações esperadas através de: - neurolinguística; - alteração do foco de atenção; - aprendizagem e transformação; 18 Unidade: Gestão da carreira - alteração no comportamento; - comparações e exemplos positivos; - vivências de aprendizagem individuais; -relações estáveis; Coaching formal e Informal Um processo de coaching usa amplamente o conceito de começo, meio e fim. Ele é aplicado por um profissional que tem conhecimentos, firmeza e absoluto controle, além de dispor da metodologia que permite dominar o processo. Esse profissional deve também dominar as práticas que vão permitir o processo de aceleração dos resultados, do desenvolvimento de competências para alcance daquilo que se deseja e espera: obtenção de metas e consecução dos objetivos. Classificação dos dois tipos de coaching: a) Coaching formal: feito de maneira estruturada seguindo as técnicas e os métodos de aplicação; b) Coaching informal: aplicado no formato livre, sem ter a obrigação de aplicar todas as técnicas, com emprego e utilização de práticas do coaching no cotidiano dos indivíduos e de personalidades jurídicas. Nos dois tipos acima descritos, chamamos de coach aquele profissional cuja responsabilidade é conduzir e administrar o processo. Um dos exemplos mais citados e conhecidos de coaching informal é quando o coach aplica o que chamamos de “patrocínio positivo”, que trata de uma ferramenta que oferece aos treinandos clientes: • força; • confiança; • reforço positivo em suas capacidades; • reforço positivo em suas habilidades. Isso fará com que esses treinandos transformem adversidades, revezes e situações desfavoráveis em motivação e entusiasmo para trabalhar e resolver as dificuldades existentes em situações e momentos reais nos quais se instalam crises. Coaching profissional é um processo aplicado por um profissional devidamente habilitado e carregado de metodologias, técnicas e ferramentas aplicáveis ao coaching. Podemos aplicá-lo em organizações e em indivíduos nos aspectos ligados ao profissional e também pessoal. Nesse tipo de coaching, chamado também de “formal”, o processo é remunerado e o coach-treinador trabalha contratualmente com sessões devidamente pré-agendadas, além de encontros formais para orientar e conduzir seus treinandos-clientes. Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, fica também cada vez mais evidente que possuir diferenciais competitivos influi diretamente não só na sobrevivência no mercado, como também para destacar-se nele. Esse segmento do coaching, intitulado de coaching e carreiras, orienta o profissional por meio 19 das ferramentas do coaching da melhor forma, para que esse possa definir e direcionar sua carreira da maneira que desejar e, assim, alcançar os resultados esperados. Seja como empreendedor ou colaborador, o coaching de carreira oferece um apoio fundamental para um melhor direcionamento da vida profissional, no sentido de ajudar a definir metas, alinhar valores, objetivos profissionais e, dessa forma, traçar as melhores estratégias para alcançar os resultados planejados, no menor espaço de tempo possível. O líder gerencial e o coaching O ser humano é gregário, ou seja, tem a necessidade de viver reunido em grupos – situação sentida e praticada desde sempre. Viver em comunidade nos remete ao fato de que as lideranças são necessárias já que haja obrigações e deveres em um núcleo social, e isso só pode ser organizado através da presença e das ações de líderes. Organização, distribuição de tarefas, atribuições de responsabilidades são parte da vida em sociedade. No final, imagina-se e espera- se que toda a comunidade seja beneficiada e as lideranças tenham responsabilidade direta sobre esse arranjo. Como você pode ter percebido, nada mudou entre nós mesmo em tempos tão modernos. O líder é um importante ator neste cenário, e parte de suas responsabilidades é a de perceber e identificar o potencial dos profissionais com o intuito expresso de constituir equipes que serão células com a responsabilidade principal de alcançar resultados, metas e objetivos. O líder deve constituir uma imagem que referencie a equipe. Ele está diretamente vinculado ao processo decisório e precisa acertar em suas decisões, fato e ação reconhecidos para o sucessodos negócios e das organizações e, por consequência, das pessoas que o cercam e constituem suas equipes. A função gerencial é vinculada à administração geral, aos controles, à coordenação de ações e aos métodos e processos de trabalho, considerando a necessidade de alcance dos resultados desejados e projetados pelas empresas. O gerente tem como importante tarefa o planejamento e controle sobre a execução de tarefas de seus empregados, individualmente e em equipe. Para que a liderança seja eficiente em graus mínimos de eficácia, os gerentes vistos como líderes têm o papel de conduzir os processos e as atividades cotidianas de suas equipes. Além disso, deve juntar a isso a capacidade de liderança para desenvolver e preparar colaboradores para o desempenho de suas funções, administrando e controlando conflitos. Os líderes gerenciais e suas funções O líder gerencial deve reunir as habilidades requeridas e aplicar sobre seus colaboradores: - Motivação; - Desenvolvimento; - Aprimoramento; - Capacitação; - Desempenho. 20 Unidade: Gestão da carreira Concomitante a isso, esse líder gerencia processos de trabalho, delegando tarefas e administrando a execução de projetos, as ações e mostrando os resultados necessários e desejados pelas empresas e seus colaboradores. Com o olhar sob este ângulo, percebemos que o líder gerencial é o profissional preparado para o alcance dos objetivos das empresas, isso porque sua equipe e seus colaboradores devem produzir o desempenho adequado ou mais do que isso. É correto e possível afirmar que um líder motiva e inspira sua equipe a agir, e o gerente leva adiante ações e tarefas. Para ser um gerente líder, espera-se que haja o domínio do perfil de um gerente e as habilidades de um líder. Não é difícil perceber que a liderança embasada na filosofia do coaching é a estrutura da liderança gerencial, já que o LeaderCoach é o profissional que conduz processos voltado para pessoas, tirando o máximo da capacidade de seus colaboradores, usando o desenvolvimento de habilidades e aperfeiçoamento das competências. Um líder que reúne conhecimentos, técnicas e o ferramental do coaching está preparado para exercer uma liderança assertiva, eficiente e eficaz, motivando, incentivando e desenvolvendo colaboradores e equipes a oferecerem o melhor de seus esforços com comprometimento e envolvimento com resultados, sejam quais forem. Counseling Counseling é uma palavra de língua inglesa, que significa “aconselhamento”. É um processo interativo entre duas pessoas (o profissional especializado em aconselhamento e o cliente). O objeto primordial do counseling é apoiar indivíduos para realizar escolhas certas, pessoal e profissionalmente. O counseling carrega como principal princípio o pressuposto de que cada indivíduo tem dentro de si boa parte dos recursos que precisa para a solução dos seus problemas. Para que isso ocorra, o counseling aplica técnicas para apoiar a pessoa a ajudar a si própria. O counseling surgiu nos Estados Unidos por volta dos anos de 1950, chegou a alguns países da Europa na década de 70. Segundo um dos estudiosos do assunto, o psicólogo norte-americano Carl Rogers, o counseling tem sua atenção voltada primordialmente para o indivíduo, e não para as dificuldades que ele carrega. Isso termina por valorizar o relacionamento humano. O profissional do counseling, conhecido como counselor (conselheiro em português), tem como objetivo vislumbrar oportunidades e alternativas em momentos de crise pessoal ou profissional do cliente, dando-lhe suporte rápido e pontualmente. De certa forma, é comum encontrar a palavra counseling ligada à área de saúde no ambiente médico ou psicológico, no entanto, o counseling está cada dia mais relacionado com as áreas e práticas do mentoring e do coaching. 21 Tipos de Counseling Os tipos de counseling mais conhecidos e praticados são: a) o aconselhamento vinculado à carreira, com foco nos resultados profissionais, b) o emotional counseling, conduzido e exercido por um psicoterapeuta, o que evidencia novamente a ligação do counseling com a Psicologia. Counseling, mentoring e coaching Essas três atividades e conceitos estão até certo ponto interligados e, em todos os casos, objetivam providenciar orientação profissional ao cliente, chamado aqui de aconselhado. Elas representam três estilos e formas de apoio, considerando que: a) O coaching tem referência direta com o desbloqueio e a liberação de dons e habilidades que já existem e precisam ser ativados; b) O mentoring está ligado à aquisição de sabedoria; c) O counseling é o apoio a um indivíduo quando precisa enfrentar crises pessoais. Nas sessões com o cliente, é possível que surjam elementos das três áreas. Em variadas situações, o coach também é visto e chamado de mentor, e também pode assumir a condição de counselor (conselheiro), isso dependerá diretamente do teor do assunto em questão. Nesse tipo de sessão, a aplicação das técnicas relativiza-se em apenas 20% do processo, os outros 80% consistem em refletir e trabalhar: - habilidades sociais; - a capacidade de interagir com as pessoas; - a capacidade de entender e concluir sobre as suas motivações. O que fica evidente é que essas três metodologias têm as suas particularidades, o que as diferencia, embora sejam interdependentes e interligadas quase sempre. As três metodologias acima citadas têm como objetivo gerar apoio no desenvolvimento de indivíduos, orientando-os e apoiando na construção de suas trajetórias de vida particular e profissional, trabalhando de acordo com as suas preferências e ligado às suas convicções. 22 Unidade: Gestão da carreira Material Complementar Para complementar seus estudos nesta unidade, indicamos as leituras abaixo: DUTRA, Joel Souza (Org.). Gestão de carreiras na empresa contemporânea. São Paulo: Atlas, 2009. Disponível em: · http://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788522468171. Acesso em: 3 dez. 2014. Resumo: A gestão de carreiras vem sendo discutida intensamente no mundo todo. Este livro procura trazer os aspectos mais relevantes dessa discussão para a realidade vivida por nossas organizações e pessoas que com elas se relacionam. O texto resgata a evolução do pensamento sobre o tema e aprofunda questões relativas aos processos de transição na carreira, processos de orientação e processos sucessórios nas organizações. Em todos os temas o autor focaliza a perspectiva da pessoa que vive o processo e a perspectiva do gestor que deve estruturar e conduzir o processo do lado da organização. Além desses assuntos, aborda questões que têm provocado muitas reflexões, como, por exemplo: a conciliação entre vida e carreira, carreira técnica funcional versus carreira gerencial, entre outras. O livro tem como objetivo oferecer elementos para a estruturação da discussão do tema de forma abrangente e integrada. Obra destinada às pessoas que pretendem compreender sua trajetória profissional e visualizar suas possibilidades futuras, aos estudiosos da gestão de carreiras e aos estudantes que querem estudar a estrutura e o funcionamento das carreiras nas empresas contemporâneas. Leitura complementar para os cursos de gestão de pessoas em cursos de graduação e pós-graduação. Gestão de competências e gestão de desempenho: tecnologias distintas ou instrumentos de um mesmo construto? · Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rae/v41n1/v41n1a02.pdf Resumo: Este artigo discute até que ponto a gestão de competências e a gestão de desempenho constituem tecnologias gerenciais distintas ou partes interdependentes de um mesmo construto. Os autores apresentam uma revisão da literatura sobre os conceitos que permeiam esses modelos de gestão, suas características e aplicações no campo organizacional e analisam as principais semelhanças e diferençasentre eles, sendo possível concluir que, mais que tecnologias independentes, a gestão de competências e a gestão de desempenho parecem complementar-se em um contexto mais amplo de gestão organizacional. Ao final, é proposta uma nova abordagem conceitual que procura considerar a relação de interdependência entre esses modelos de gestão. 23 Referências ARTHUR, M. B. The Boundaryless Career: a New Perspective for an Organizational Inquiry. Journal of Organizational Behavior, v. 15, 295-306, 1994. ARTHUR, M. B., CLAMAN, P.H. & DE FILLIPI, R. Intelligent Enterprise, Intelligent Careers. Academy of Management Executive, v. 9, n. 4, 7-39, 1995. BAKER, T.; ALDRICH, H. E. Prometheus Stretches: Building Identity and Cumulative Knowledge in Multiemployer Careers. In: Arthur, M. & Rousseau, D. The Boundaryless Career – a new Employment Principle for a new Organizational Era. New York: Oxford University Press, 2001. BASTOS FILHO, J. F. 3Revista Cadernos de Administração, ano 1, v. 1, n. 2, Jul./Dez. 2008. BASTOS FILHO, J. F. Gestão de Carreiras – Âncoras, Portos e Timoneiros. Editora Fênix, 2005. CRESPO, S. 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