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1 OS NOVOS PARADIGMAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

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- -1
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO DE 
JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO 
POPULAR
OS NOVOS PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO DE 
JOVENS E ADULTOS: EDUCAR QUEM E PARA 
QUÊ?
- -2
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será ser capaz de:
1. Situar a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Popular no contexto societário brasileiro atual;
2. identificar as relações educacionais e os sujeitos envolvidos na EJA nos dias atuais.
Nas últimas décadas, a Educação de Jovens e Adultos avançou no campo teórico e metodológico e não podemos
deixar de reconhecer a importância da trajetória dos movimentos populares nesse processo, principalmente
aqueles ligados às demandas da alfabetização de adultos, que ao longo do seu processo de luta e mobilização
incorporaram temas e questões para essa modalidade.
Alguns conceitos centrais do pensamento do autor Paulo Freire, como conscientização, libertação, autonomia, e
outros termos ligados a procedimentos metodológicos, como a leitura do mundo precedendo a leitura da
palavra, se tornaram referências para o debate curricular da Educação de Jovens e Adultos no Brasil.
Porém, com o Golpe Civil Militar de 1964, seu trabalho foi interrompido em nosso território. Experiências que
vinham sendo desenvolvidas tiveram que ser interrompidas. Mesmo assim, seus pressupostos teóricos e
metodológicos continuaram a ser referência em outros países.
Nos meados dos anos 80, com a redemocratização do país, a ação dos movimentos sociais passa a demandar ao
poder público e ao meio acadêmico a incorporação das contribuições da matriz crítica nas formulações e
pesquisas no campo da EJA.
Como consequência dessa dinâmica, passa a ocorrer a partir dos anos 2000 a incorporação de novos marcos
conceituais e normativos da EJA, na qual se destaca a aprovação do parecer CEB/CNE 11/2000 que fixa as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.
- -3
Esse documento é considerado um marco na mudança de concepção e função da educação de adultos; passa-se
de um paradigma de educação compensatória (que tinha o papel de suprir a escolarização não realizada na
infância e na adolescência) para uma concepção de educação continuada ao longo da vida.
Nessa nova perspectiva são reconhecidos e validados os conhecimentos que se cristalizam nos ambientes não
escolares, aqueles trazidos pelos alunos dos seus espaços cotidianos de vida.
Não podemos deixar de considerar que os avanços nessa modalidade ocorreram mais nos marcos conceituais e
normativos do que em políticas públicas e práticas docentes que incorporaram as especificidades teóricas,
políticas e metodológicas da EJA.
Dessa forma, o professor ainda encara a educação de jovens e adultos numa perspectiva compensatória, tendo
como referencial pedagógico o modelo de escolarização de crianças e adolescentes. O conteudismo prevalece,
assim como o distanciamento entre conhecimento formal e a realidade do aluno.
Podemos considerar que se repete em muitos casos o fenômeno do fracasso escolar. Como podemos reverter
esse quadro?
Precisamos entender primeiro quem são os indivíduos da EJA.
- -4
Miguel Arroyo afirma que os sujeitos da EJA são em sua grande maioria trabalhadores urbanos e rurais,
oprimidos e pobres, tendo como destaque nesse grupo a participação da população mestiça e negra, expulsa dos
bancos escolares ou que não tiveram oportunidade de ingressar na escola na idade desejada.
Por que eles fracassam e voltam à escola?
Isso ocorre porque os currículos em que os sistemas educacionais estão baseados privilegiam o capital cultural
dos grupos economicamente dominantes.
O distanciamento entre o conhecimento e os sujeitos envolvidos nesse processo é outra marca da exclusão. O
currículo comumente é organizado de modo a cumprir o preenchimento de uma espécie de caixa vazia, onde o
educador funciona como elemento detentor do conhecimento e o educando, passivamente, recebe o esperado
conteúdo.
Essa distância, muitas vezes, cria um ambiente pernicioso para o desenvolvimento da aprendizagem do aluno. Os
conteúdos não fazem parte do universo experimental do jovem ou adulto e não consideram as experiências e o
universo já vivido pelo educando.
O conceito de problematização surge, assim, como uma possibilidade de questionamento do que é apreendido,
do que fazemos e vivemos na sociedade e na educação formal. A dimensão que a educação e o conhecimento
ganham é a de estarem voltados para uma prática reflexiva do educador e do educando.
As práticas curriculares devem obedecer a critérios que deixem claros que a construção do conhecimento estará
a serviço da identificação do conflito e das disputas existentes no seio da sociedade. Longe de pretender
neutralidade, é a clara intenção de que no processo de elaboração do conhecimento haja estímulo à conquista de
valores culturais, políticos e éticos voltados para a transformação social.
- -5
Isso é necessário porque o contexto histórico atual e as condições sociais, econômicas e educacionais que
geraram e geram esse contingente populacional não escolarizado ainda se mantêm inalterados em nosso país.
Outro aspecto da EJA que devemos destacar na ligação educação-cotidiano é que o público majoritário dessa
modalidade é o jovem ou adulto que já tem vivência no mundo do trabalho.
No presente mais recente, esse quadro se torna mais agudo quando percebemos o ingresso cada vez mais
precoce das camadas menos abastadas no mercado de trabalho que, por sua vez, se torna sempre mais exigente
e excludente.
Nesse contexto, a necessidade de emprego e de se manter nele e as exigências das chamadas "competitividades"
faz da escolarização uma necessidade urgente. Neste binômio emprego-escola, a escolarização passa a ser o
diferencial básico.
A ideia de que com mais escolaridade aumentam-se as chances de empregabilidade e que sem ela não há chance
de se ingressar no mercado acaba trazendo o jovem ou adulto de volta à escola.
Hoje, uma das funções da Escola deve ser a de esclarecer as relações (e diferenças) entre emprego, trabalho e
educação, lembrando que:
Educação deve ser para a vida toda e não exclusivamente para o mercado de trabalho; sendo direito, deve ser
respeitado e atendido pela sociedade com isonomia e qualidade para todos e não acelerada e de perspectiva
compensatória.
Para tanto, é importante identificar os desafios que a educação de jovens e adultos trabalhadores coloca para a
educação escolar brasileira e de como o docente, em sua prática curricular, deve se posicionar.
Que escola podemos construir para a escolarização de jovens e adultos?
Qual o caminho a seguir para se criar outro entendimento da escola e das práticas curriculares na EJA?
Nessa perspectiva de novas práticas curriculares para a EJA, a escola não é concebida somente como um espaço
sociocultural de reprodução e verificação de conteúdos e conhecimento, mas principalmente como espaço de
socialização, de trocas culturais e de construção significativa do conhecimento escolar e social.
Na perspectiva crítica freiriana, a sala de aula de EJA é um espaço de riqueza e desafio, sendo ensinar e aprender
um ato político e transformador.
A escola deve garantir a inclusão e garantia de acesso ao conhecimento formal, o fortalecimento da identidade
individual e grupai, da autoestima e do senso crítico e a construção de alternativas para uma inserção autônoma
e participativa no meio social.
A heterogeneidade nos níveis de aprendizagem, que marca uma turma de EJA, não deve se constituir uma
dificuldade para a ação pedagógica, mas sim contribuir para a autorreflexão do próprio aluno sobre o seu
processo de construção do conhecimento.
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A ideia de "aluno pobre-coitado", que está destinado ao fracasso e à evasão escolar não pode estar presente no
universo simbólico de uma sala de aula de EJA. Ao contrário disso, os alunos devem ser estimulados a conhecer
sua realidade e seus condicionantes histórico-sociais, construindo alternativas de superação, enfrentamento e
fortalecimentoda cidadania negada.
Consideramos um grande passo no processo da afirmação da identidade e resgate da autoestima a negação e o
estímulo ao enfrentamento da suposta fragilidade em que se encontra o aluno jovem/adulto em fase de
escolarização tardia, rompendo com a noção de o aluno jovem e adulto, de origem humilde e de baixa
escolaridade é ingênuo, frágil e fraco, quase uma criança.
Se olharmos o (a) aluno (a) como incapaz, menor, nossa ação vai se dirigir a ele de modo a subestimá-
lo (a), de modo à desinvesti-lo (a) das suas múltiplas possibilidades, e esse olhar/ação pode junto
com outros fatores ajudar para que ele/ela se acredite assim, incapaz. (...) o que importa é que
qualquer aprendiz precisa ser estimulado, incentivado e encorajado; afinal aprender é aproximar-se
de novo do desconhecido.
Trindade, 2002, p. 12
Assim, a escola para a EJA não pode ser construída a partir de modelos pré-estabelecidos a partir do ensino
regular ou exclusivamente voltada para a formação vinculada ao mundo do trabalho.Estamos falando de um
processo por meio do qual os sujeitos envolvidos, educadores e educandos, ressignificam suas experiências de
escola, de trabalho e de vida na direção da construção de uma escola plural, inclusiva e comprometida com as
transformações dos indivíduos e da sociedade.
O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você estudará sobre os assuntos seguintes:
Abordagem histórica da Educação de Adultos no início da segunda metade do século XX;
os anos de 1940 e 1950: as determinações internacionais em prol da educação de adultos e as Campanhas
Nacionais de Alfabetização;
os anos de 1960: as iniciativas de Educação Popular e o legado de Paulo Freire.
- -7
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Aprendeu a situar a Educação de Jovens e Adultos e a Educação Popular no contexto societário brasileiro 
atual;
• a identificar as relações educacionais e os sujeitos envolvidos na EJA nos dias atuais.
•
•
	Olá!
	
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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