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Introdução à Neurofisiologia

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Aula 1 – Sistema Nervoso 
Introdução à Neurofisiologia 
• O cérebro é o órgão mais complexo do corpo 
Existem dois sistemas do corpo que são caracterizados pela falta de conhecimento a respeito de 
mecanismos básicos de funcionamento, este são o sistema nervoso e o imune, devido à 
complexidade das funções que estes realizam. No caso do cérebro, existem bilhões de neurônios 
e bilhões de células da glia, principalmente os astrócitos, formando um arranjo, em que cada 
neurônio se comunica com outros formando circuitos e compartilhando informações. As funções 
são coordenadas por vários neurônios e áreas cerebrais, destacando as áreas convergentes, 
portanto, as células recebem informação excitatórias e inibitórias, decidindo o que será realizado e 
gerando um potencial de ação. Então, a substância branca é caracterizada como o local em que 
os axônios se localizam, isto devido à cor da mielina presente nos terminais axonais, portanto, a 
substância branca é o local onde a informação percorre, então a substância cinzenta é onde estão 
presentes os corpos celulares neuronais onde a informação será processada. As áreas cerebrais 
são compostas por neurônios que migram durante a vida fetal e, portanto, esse processo precisa 
ser muito bem-organizado sob pena de riscos para doenças futuras, como as doenças neuro-
desenvolvimentais como a esquizofrenia e autismo, podem surgir devido à problemas no 
desenvolvimento fetal das áreas cerebrais. O cérebro é influenciado e influencia vários sistemas do 
corpo. 
 
 
A comunicação entre os neurônios se dá pelas sinapses que são inibitórias ou excitatórias, então 
todas as informações que chegam até o cérebro são convertidas para sinais elétrico, então, quando 
se tem um estiramento mecânico, abrem-se os canais de sódios e geram a movimentação de 
potenciais de ação que chegam até o SNC, portanto, quando se falam de neurônios devem 
percorrer na forma de potenciais de ação, porque é o único tipo de comunicação que tais células 
entendem. É nesse ponto que os receptores sensoriais que habilitam e traduzem e são como 
transdutores que convertem uma forma de energia que as vezes é mecânica ou como ondas 
sonoras em potenciais de ação, em sentido específico (cada informação tem um receptor 
específico), então potencial formado (em vias sensoriais se chama potencial do recepto), já em 
neurônios do SNC, são chamados potenciais pós-sinápticos, que são usados para gerar o potencial 
de ação, mas o que acontece pelos dendritos e corpo celular é o potencial pós-sináptico. No caso 
de sentidos, tem-se os potenciais específicos para os sentidos, a partir do potencial compreendido 
pelo receptor. A decisão de gerar ou não potencial de ação é do neurônio, portanto, nem sempre 
se tem a efetivação de potenciais de ação. As informações elétricas que chegam ao cérebro pelo 
potencial de ação, são convertidas em sinapses químicas e atuam por meio de neurotransmissores 
nos terminais axonais, gerando informação química. 
 
Essas sinapses, entre neurônios é fortalecida ou enfraquecida pela atividade do indivíduo, como por 
exemplo o exercício (pela atividade física tem-se o fortalecimento do funcionamento das sinapses, 
porque se tem a produção de neurotrofinas, que são substâncias com capacidade de proteção 
aos neurônios, de intensidade leva a moderada), estresse (extremamente prejudicial, isto porque o 
estresse crônico é muito tóxico, divergindo do estresse agudo – benéfico para o organismo – já 
o crônico representa perda de neurônios no hipocampo, comprometendo a memória) ou uso de 
drogas (uso de drogas de abuso compõem um fator deletério), assim podemos generalizar que as 
percepções, pensamentos e comportamentos são resultados de combinação de sinais entre 
neurônios. 
• Potencial de ação e liberação de neurotransmissor 
Os mecanismos de neurotransmissão 
são suscetíveis a regulação genética, 
então naturalmente, existem pessoas 
que sintetizam mais dopamina, sendo 
pessoas motivas e alegres, já outras 
podem possuir menor produção de 
melatonina, sendo mais melancólicas, 
então os processos de 
neurotransmissão sofrem regulação 
gênica, então é necessário 
compreender o polimorfismo que 
torna o ser mais suscetível a possuir 
ou ser acometido por doenças mentais. 
 
• Experiências e mudanças genéticas e morfofisiológicas 
Além disso, as experiências da vida mudam o sistema nervoso, então através das diferenças entre 
as interações entre os genes e o meio ambiente que tornam cada animal ou indivíduo único e, 
portanto, a maior parte dos neurônios é gerada no desenvolvimento por toda a vida (apesar de 
saber que o cérebro possuir células tronco que podem ser utilizada para formação de novos 
neurônios, contudo, não se sabe se esse processo de neurogênese é eficiente ou não, dependendo 
se tais células se conectam com nervoso do SNC – no caso desses, tal resistência é justificada 
porque as áreas cerebrais como o hipocampo (memória), córtex pré-frontal (memória afetiva e 
comunicação social, comprometidos pelo uso de drogas geralmente, em que se tem um 
comprometimento de função bem anterior ao surgimento de exames que provem a morte de 
neurônios do pré-frontal e a ativação do sistema límbico, no caso, a alteração é apenas na liberação 
de neurotransmissores na porção inicial do uso, somente com o uso prolongado de drogas é que 
se visualiza a morte de neurônios) não podem morrer s serem substituídos livremente como na 
doença de Alzheimer ou do SNP- neurogênese eficiente) e então o papel do ambiente precisa ser 
compreendido principalmente na suscetibilidade a doenças. Em que momento da vida o ser foi 
induzido a possuir tais características benéficas ou maléficas. 
 
O cérebro deve ser continuamente desafiado, como a procura de coisas novas porque o processo 
de acomodação gera uma redução de contato sinápticos, comprometendo a sinaptogênese, que 
consiste na formação de novas sinapses, intensificando a comunicação entre neurônios. A geração 
de neurônios durante a vida depende de hormônios (a questão do estrógeno que é muito 
importante para o funcionamento do neurônios, como a região do hipocampo possuem receptores 
para o estrógeno, e este exerce um importante papel protetor de neurônios, por isso mulheres 
na fase da menopausa apresentam queda na memória – e no caso os hormônios tireoidianos, 
portanto se indivíduo apresenta hipotireoidismo apresentam comportamento semelhante à 
indivíduos com depressão – o cortisol sendo deletério para a proteção de neurônios) e experiência 
de vida; 
 
• Epigenética 
Interação do meio ambiente com os genes, possibilitando a compreensão de como os processos 
de acetilação, metilação ativam ou inibem os genes, sendo o primeiro ativador e o segundo 
desativador. Tais instruções advém de coisas como alimentação, sono, exposição a doenças, 
atividade física, interações sociais e estado psicológicos, uso de drogas de abuso, microbiota e entre 
outros fatores. Portanto, o ambiente infere na genética através da epigenética e essas mudanças 
ocasionadas na expressão dos genes só apresentam efeitos na geração citada, contudo algumas 
podemos ser transmitidas. 
 
• Conclusão 
Experimentos com animais tem papel central no conhecimento funcional cerebral, prevenção de 
doenças e tratamento de doenças, principalmente porque não se tem o acesso ao cérebro humano 
então, pesquisas em humanos são o passo final para novos tratamentos de prevenção ou cura, 
salientando a parte preventiva , já a cura para doenças do SN é imperativo. 
O imperador de todos os males: a biografia do câncer 
 
• Células da glia 
Os vasos sanguíneos que irrigam o cérebro são protegidos pela barreira hematoencefálica, que 
impede que substâncias presentes na corrente sanguínea cheguem até o SNC, então se como 
por exemplo o glutamato proveniente da alimentação chega até o cérebro, ele pode causar uma 
série de consequências como uma excitação intensa, podendo gerar até mesmo convulsões.O astrócito se localiza perto do corpo celular e ele também é um dos componentes da sinapse 
tripartite, neste caso, tem-se as 
sinapses realizadas entre 
neurônios e o astrócitos, atuando 
como o removedor de excesso 
de neurotransmissores, fornece 
precursores para a síntese de 
neurotransmissores, funcionando 
ativamente na manutenção da 
homeostase neural. A micróglia, 
dependendo do nível de 
ativação, apresenta efeito 
protetor ou deletério desde que 
exista a entrada de substância 
estranha ou inflamação. 
 
 
Unidade neurovascular: célula endotelial com suas junções oclusivas, em que é o único local do 
corpo onde elas possuem junções assim, os pericitos que comunicam células endoteliais e células 
do SN, agindo também como células tronco e o astrócitos funcionando como barreira 
hematoencefálica. Tem-se também a micróglia atuando como protetora. 
O conhecimento sobre a barreira hematoencefálica é essencial quando se fala de fármacos que 
devem atuar no SN, precisando ser lipofílico, de pequena estrutura, então, se fármacos com 
grandes estruturas forem considerados, estes não conseguem chegar até os neurônios ,então se 
o propósito é tratar doenças neurológicas/psiquiátricas, é necessário possuir pequena estrutura e 
ser lipofílico para atravessar a barreira. A escopolamina que está no chá de zabumba atravessa 
tranquilamente na barreira hematoencefálica, contudo, a escopolamina presente no buscopan, é 
adicionada com a presença de um N-butil, não permitindo a entrada deste no SN. Já quando o 
buscopan é aplicado na veia, a escopolamina pode adentrar em regiões onde a barreira 
hematoencefálica não é tão eficiente, como na região do hipotálamo, porque nesta região, é 
necessária a comunicação entre o SN e componentes presentes na corrente sanguínea, como 
informações sobre glicose etc. No caso, se o buscopan for injetado na veia, a pessoa pode sofrer 
alucinações por conta da medicação. 
 
 
Escopolamina 
 
 
 
Por exemplo, antialérgicos como fenergan que são muito potentes, neste caso, conseguem 
atravessar a BHE e permite a entrada de substâncias que comprometem a função da histamina 
cerebral, que é um neurotransmissor associado as ações de vigília, então o antialérgico gera sono 
intenso, com um tempo foram desenvolvidos fármacos mais modernos que possuem ação 
periférica, não comprometendo o funcionamento total do organismo. O fenergan também é usado 
para tratamento de surtos psicóticos, no caso, a prometazina é um dos componentes que 
compõem o sossega leão. 
• Disfunção da BHE e condições inflamatórias 
As doenças inflamatórias e infecciosas podem alterar a permeabilidade da barreira, então a presença 
de vírus é capaz de ativar células imunes e induzir a liberação de citocinas, que estão no ambiente 
inflamatória que pode alterar a BHE, então as células inflamatórias adentram no SN e o vírus entra 
no SNC, então doenças como a COVID podem apresentar modificações neurológicas, tais 
apresentações acontecem devido a descarga de ocitocinas que causa uma neuroinflamação. 
Neurônios olfatórios que podem direcionar os vírus para o SNC. 
Herpes Zoester: vírus latente dentro dos neurônios, então quando se tem situações de estresse 
os vírus são liberados como ativos e se tem a cronificação. 
O desafio: controlar as tempestades de ocitocina que carreiam vírus para o SNC e que tornam o 
indivíduo suscetível a problemas do sistema nervoso.

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