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- -1 Recompensas corporativas Adriana Souza D’Almeida Introdução As organizações têm evoluído e sofrido transformações sociais e tecnológicas. Tais transformações nas relações de trabalho levaram as empresas a reconhecer a importância das pessoas nos seus resultados, gerando novas práticas de remuneração pela preocupação em praticar estratégias para atrair, reter e motivar seus empregados. Nesse sentido, muitas empresas têm utilizado a remuneração de seus colaboradores de forma estratégica, criando um composto remuneratório que atraia talentos e mantenha-os motivados. Você conhece ou já recebeu diferentes formas de recompensas? Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer os componentes da remuneração, identificando as diferenças entre recompensas financeiras e não financeiras; recompensas diretas e indiretas. Conceitos de salário e remuneração Os sistemas de remuneração são as compensações que as empresas oferecem para recompensar os colaboradores pela sua força de trabalho. Trata-se de um importante fator para o alcance dos objetivos estratégicos das organizações, pois está diretamente relacionado à força-motriz das empresas: as pessoas. Para uma melhor compreensão, é importante diferenciarmos salário, remuneração e recompensa. O salário pode ser definido como a importância que o empregado recebe diretamente do seu empregador pelo serviço prestado, conforme o contrato de trabalho. A remuneração é a soma do salário previsto em contrato com outras vantagens e adicionais percebidos pelo trabalhador em decorrência do seu trabalho (salário + incentivos + benefícios). Já as recompensas são o conjunto constituído pelo salário, remuneração e demais concessões fornecidas pelo empregador. Outro ponto a ser destacado é a importância prática da distinção, que significa que todo pagamento que tiver • FIQUE ATENTO A remuneração é um conjunto de valores além do valor registrado em carteira de trabalho. É o somatório do salário contratual com outros elementos, como adicionais, horas extras, premiações, bonificações, abonos, comissões e gratificações. Já o salário é a contraprestação do trabalho, sendo definido no contrato de trabalho e registrado na Carteira de Trabalho. - -2 Outro ponto a ser destacado é a importância prática da distinção, que significa que todo pagamento que tiver natureza de salário é sobrecarregado com os encargos previdenciários e de FGTS e serve para definir a base de cálculo de outras obrigações. A seguir, conheça alguns elementos que não possuem natureza salarial (conforme a Lei nº 13.467/17): · indenizações: por exemplo, a de dispensa; · diárias (reiteradas) e ajudas de custo (eventuais): ressarcimento de gastos do empregado inferiores a 50% do salário; · benefícios previdenciários: pagamentos efetuados pelo INSS aos seus segurados. Por exemplo, aposentadoria, auxílio-doença; · salário-família: valor devido ao empregado que tem filhos menores de 14 anos ou inválidos; · complementações previdenciárias: seguem a natureza do principal, não são, portanto, salário. Exemplo: pagamentos efetuados para cobrir a diferença entre o que o empregado recebe da Previdência e o que ganharia se estivesse em serviço; · direitos intelectuais: por eles, o empregado também pode receber um pagamento do empregador. Como exemplo: direitos autorais (a criação de obras literárias); direitos de propriedade industrial (direito sobre invenções); · participação nos lucros: socialização econômica dos bons resultados da empresa. É quase um contrato de sociedade em que o empregador concede ao empregado uma participação no desenvolvimento positivo do negócio. O salário será a base que definirá os direitos estabelecidos pela legislação trabalhista. Por exemplo, quanto o empregado deverá receber no caso do adicional noturno ou a hora extra. SAIBA MAIS De salário, o salário-família só tem o nome, pois o empregador o paga, porém, é reembolsado em outros recolhimentos previdenciários obrigatórios. Trata-se de um benefício concedido aos colaboradores e que também traz vantagens à organização, não possuindo caráter salarial. FIQUE ATENTO O salário é o conjunto de percepções econômicas devidas pelo empregador ao empregado, não apenas como prestação do trabalho, mas também pelos períodos em que estiver à sua disposição aguardando ordens, pelo DSR, pelas interrupções do contrato de trabalho ou por força de lei. - -3 Figura 1 - Salário são as percepções econômicas devidas pelo empregador ao empregado Fonte: Atstock Productions, Shutterstock, 2019. O salário poderá ser pago em dinheiro ou em dinheiro e utilidades. Entretanto, no que se refere ao salário misto (uma parte em dinheiro e outra em utensílios), deve-se analisar o que dispõe o art. 458, § 2º, da CLT, que estabelece que não pode ser considerado salário o fornecimento de: vestuário, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho para a prestação do serviço; educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos à matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; transporte destinado ao deslocamento ao trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; assistência médica, hospitalar e odontológica, prestada diretamente ou mediante seguro-saúde; seguros de vida e de acidentes pessoais; previdência privada; o valor correspondente ao vale-cultura (BRASIL, 1943). Chiavenato (2008) nos apresenta a remuneração constituída por três elementos que, juntos, compõem a remuneração total. Figura 2 - Componentes da remuneração total Fonte: Adaptada de Chiavenato, 2008, p. 257. - -4 Fonte: Adaptada de Chiavenato, 2008, p. 257. Cientes do que são salário, remuneração e recompensas e entendendo um pouco mais sobre sua composição, veremos a seguir as diferenças entre recompensas financeiras e não financeiras. Recompensas financeiras e não financeiras As recompensas financeiras são aquelas recebidas pelo empregado como valores monetários. Já as recompensas não financeiras são aquelas que não remuneram diretamente em dinheiro, envolvendo questões como autoestima, reconhecimento, realização profissional, orgulho em fazer parte da empresa, segurança no emprego, entre outras. Figura 3 - Recompensas não financeiras se relacionam com a satisfação dos colaboradores Fonte: Faberr Ink, Shutterstock, 2019. Referem-se, portanto, aos fatores que afetam a satisfação das pessoas com o sistema de remuneração, tais como: oportunidades de crescimento profissional, reconhecimento e autoestima, segurança no emprego, qualidade de vida no trabalho, promoções, entre outras. - -5 Recompensas diretas e indiretas Conforme Chiavenato (2004), a recompensa direta, ou compensação financeira direta, é o pagamento que cada funcionário recebe como salário, bônus, prêmios e comissões. Nessa modalidade, é proveitoso destacarmos o salário que pode ser definido como a retribuição em dinheiro ofertada ao empregado por desempenhar ou estar à disposição para desempenho por determinado período, que pode ser mensurado por hora ou mês. O salário é uma remuneração direta fixa, pois não está atrelado ao desempenho do trabalhador no período, e sim ao contrato de trabalho firmado. Portanto, é legalmente obrigatória (Decreto-Lei nº 5.452/1943) a aplicação dessa remuneração em contratos de trabalho, devendo-se respeitar os parâmetros ditados na normatização do salário profissional e o normativo (pisos salariais ou determinados por entidades de classe). Figura 4 - Salário como remuneração direta fixa Fonte: Apple's Eyes Studio, Shutterstock, 2019. As demais compensações financeiras diretas associam sua percepção ao desempenho do empregado, ou seja, estas, na prática, complementam o salário se o empregado atingir ou se se sobressair ao ponto de ter o direito a percebê-las. Para Chiavenato (2004), as recompensas indiretas estão relacionadas ao plano de benefícios da empresa e às convenções coletivas de trabalho e incluem férias, gorjetas, adicionais de periculosidade e deinsalubridade, adicional de tempo de serviço, entre outras. Na compensação financeira indireta, estão incluídas as decorrentes das exigências legais e aquelas que a empresa oferta de forma voluntária. EXEMPLO São exemplos de compensações financeiras de ordem legal horas extras, adicionais de periculosidade e insalubridade, DSR e férias. Já tempo não trabalhado (abono de faltas e atrasos), seguro de vida, complementação de aposentadoria e prêmios por produção consistem em compensações financeiras de ordem voluntária. - -6 Na prática de mercado, alguns benefícios contidos na recompensa indireta representam parte considerável da remuneração total e são fatores preponderantes para a aceitação de uma oferta de emprego. Logo, os benefícios são estratégicos nas organizações, “e se bem estruturados pode manter os funcionários satisfeitos, motivados e produtivos, além de criar um sentimento de que a empresa se preocupa com seu bem-estar e qualidade de vida” (MARRAS, 2002, p. 213). Ainda nessa diversidade de possibilidade, temos a remuneração compulsória, que é aquela em que há a obrigatoriedade do empregador em fazê-la, ou seja, não é facultativa. Podemos citar como exemplos o adicional de insalubridade, o adicional de periculosidade e o adicional noturno. Há ainda a remuneração espontânea, que normalmente vem em forma de gorjeta e é feita pelo cliente diretamente ao funcionário. São exemplos de algumas funções que recebem esse tipo de remuneração os garçons, atendentes de restaurantes e funcionários de hotéis. Podemos ver que há diversas possibilidades de remunerar os colaboradores e que nem todas envolvem dinheiro. O empregador tem uma gama de opções de remunerar de forma direta e indireta, financeiramente ou não, os seus funcionários. Sendo assim, ele deve optar por aqueles meios e formas que atenderão aos anseios de seus funcionários a fim de mitigar incongruências apresentadas em sua organização. Assim, é possível optar por remunerações que visem ressaltar a função, ou que visem estrategicamente alcançar um objetivo, ou que priorizem as competências e atrelem a recompensa ao desempenho e aos resultados entregues pelo colaborador. Fechamento Neste tema, você estudou sobre as diferenças entre salário, remuneração e recompensa, assim como seus tipos (recompensas financeiras e não financeiras; diretas e indiretas), identificando tais práticas em organizações e podendo delinear estratégias que influenciem positivamente a satisfação dos colaboradores. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer os componentes da remuneração, identificando as diferenças entre recompensas financeiras e não financeiras; recompensas diretas e indiretas. Referências BRASIL. . Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília:Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 DF, 1966. BRASIL. . Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovadaLei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília: DF, 2017. CHIAVENATO, I. : a dinâmica do sucesso das organizações. 2. ed. Rio deComportamento Organizacional Janeiro: Elsevier, 2005. CHIAVENATO, I. : o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 2. ed. Rio de Janeiro:Gestão de Pessoas Elsevier, 2004. CHIAVENATO, I. . 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.Gestão de Pessoas CHIAVENATO, I. : o capital humano das organizações. 9. ed. São Paulo: Elsevier, 2009.Recursos Humanos • - -7 CHIAVENATO, I. : o capital humano das organizações. 9. ed. São Paulo: Elsevier, 2009.Recursos Humanos MARRAS, J. P. . São Paulo: Editora Thomson, 2002.Administração da Remuneração - -1 Sistemas tradicionais de remuneração Adriana Souza D’Almeida Introdução Temos vivido uma série de mudanças tecnológicas, econômicas e comportamentais, as quais afetam o mercado e as empresas. Assim, as organizações também desenvolvem novos processos, novas formas de gestão e de remuneração. Para avançar e adotar novos modelos de recompensa, é preciso começar de algum lugar e estruturar um modelo tradicional de remuneração. Você já ouviu falar desse modelo? Sabe como a organização onde trabalha ou já trabalhou estrutura seu modelo de remuneração? Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer o conceito e as características dos sistemas tradicionais de remuneração; • compreender como estruturar um sistema de remuneração funcional, identificando os componentes do salário indireto. Conceito e características do sistema tradicional de remuneração O sistema tradicional de remuneração, praticado pela maioria das empresas, é composto por salário fixo e outras obrigações previstas em lei. Para Chiavenato (2008), a abordagem tradicional de remuneração foca no modelo , supondo que as pessoas são motivadas exclusivamente por incentivos salariais, financeiros ehomo economicus materiais. Nesse contexto, a remuneração obedece padrões rígidos e imutáveis, atende processos padronizados de avaliação de cargos, com uma política de generalização que se aplica a todos os funcionários e sem considerar suas diferenças de desempenho. Tal remuneração é baseada no tempo, e não no desempenho, com ênfase no passado do funcionário e em valores fixos e estáticos (CHIAVENATO, 2008). • • - -2 O sistema tradicional de remuneração é a base para a adoção das modalidades mais modernas de pagamento dos salários. Tal gestão de salários e benefícios deve ser estruturada e organizada de modo que a empresa não fique vulnerável a reclamações trabalhistas. Por exemplo, quando uma empresa paga salários diferentes para pessoas que exercem as mesmas funções, pode ser acionada judicialmente pelo funcionário que ganha menos, sendo solicitada a equiparação salarial. O sistema tradicional de remuneração é amplamente adotado pela maioria das organizações. Tal sistema, segundo Jorge (2007), é estabelecido por três formas de remunerar: · salário-base – determinado a partir da hierarquia interna e de valores praticados no mercado; · evolução salarial conforme critérios estabelecidos – tempo de casa e desempenho, por exemplo; · concessão de benefícios, bens ou serviços. A ferramenta utilizada para estruturação de um sistema tradicional de remuneração é o Plano de Cargos e Salários (PCS), o qual está pautado na descrição, ordenação e análise dos cargos da organização em função de seu conteúdo (funções) ou importância para o negócio. Assim, os salários são estabelecidos em função das características de cada cargo, independentemente do seu ocupante. O PCS é caracterizado pela determinação dos salários em função da obtenção do equilíbrio interno e externo. SAIBA MAIS Salário-utilidade; por unidade de tempo; por produção e o híbrido, baseado na tarefa, são tipos de salário permitidos por lei. Em nenhuma hipótese pode ocorrer o pagamento do salário truck (sistema de troca), em que a contraprestação será somente a partir dos benssystem produzidos pelo empregado. Saiba mais sobre os tipos de salários consultando a CLT (BRASIL, 1943). FIQUE ATENTO Para que o pleito de equiparação salarial seja aceito, é necessário que o empregado com salário de refência (maior) e o trabalhador que pede a equiparação tenham exercido a mesma função simultaneamente, trabalhando ao mesmo tempo, na empresa, desempenhando atividades idênticas e recebendo salários diferentes. - -3 Sobre as vantagens de um sistema tradicional de remuneração por meio de um PCS, Prado Jr. (1995) menciona: · definição das responsabilidades – na descrição de cargos, são registradas as responsabilidades de cada cargo, permitindo que todos na organização tenham a mesma percepção de importância sobre o cargo; · construção do embasamento necessário para RH – possibilita a integração com outras ferramentas de gestão de pessoas, como: avaliação do desempenho e plano de carreira; · provisão das chefias de instrumentos para gerenciar salários – todos usam a mesmaferramenta e critérios para a tomada de decisão sobre promoções, por exemplo; · remuneração conforme critérios claros – todos compreendem por que cada cargo tem o seu respectivo salário; · redução de insatisfações decorrentes de remunerações inadequadas – critérios claros e decisões ágeis trazem credibilidade e transparência ao sistema de remuneração adotado pela empresa; · identificação de problemas potenciais – quando cargos e salários são organizados, fica fácil identificar aqueles colaboradores que estão ganhando mais do que outros que realizam a mesma função, expondo as vulnerabilidades da empresa. Entretanto, também é possível identificar desvantagens na adoção de um sistema tradicional de remuneração. Remunerar usando os cargos e suas funções como base traz à tona uma lógica Taylorista pautada na padronização e rigidez. Hipólito (2006) lista algumas características negativas do PCS: · trata de maneira homogênea desempenhos diferentes – todos os ocupantes de um mesmo cargo são remunerados da mesma forma, independentemente do modo como desempenham suas atividades; · falsa objetividade – uma organização não funciona exatamente como está descrita no organograma, com uma linha de autoridade clara, com as atividades definidas por normas e procedimentos formalizados. O PCS não abarca essa estrutura informal; FIQUE ATENTO O equilíbrio interno é obtido quando a diferença salarial existente entre cargos é proporcional ao nível de exigência e responsabilidade de cada um. Já o equilíbrio externo é alcançado quando os salários praticados se relacionam com a média salarial encontrada no mercado de referência (acima, abaixo ou na média), conforme decisão da organização. EXEMPLO Suponha que você quis remunerar melhor um colaborador que tem um desempenho excelente, e, para dar esse aumento, teve de dar para todos que têm o mesmo cargo. Mesmo assim, você resolveu promover o bom colaborador. Percebeu o impacto dos custos na folha de pagamento? Será que você realmente reconheceu o desempenho do colaborador, uma vez que teve que aumentar o salário de todos os seus colegas? - -4 Figura 1 - A padronização trazida pelo PCS pode engessar a organização Fonte: docstockmedia, shutterstock, 2019. · conservadorismo – os maiores salários são destinados a quem ocupa posições mais altas na hierarquia ou a quem está há mais tempo na empresa. Vale refletir se não seria correto remunerar melhor quem traz os melhores resultados e promove satisfação dos clientes; · rigidez – estruturas salariais rígidas dificultam a realização de mudanças e tornam a organização menos flexível. Para minimizar os impactos negativos, Hipólito (2006) sugere que as descrições de cargo mudem o foco das tarefas para os processos. Em vez de focar na execução de tarefas, o colaborador seria responsável por um resultado. Estruturação de um sistema de remuneração funcional A estruturação de um PCS segue as fases de preparação, elaboração e implantação. Na primeira, é feito um diagnóstico organizacional para identificar as demandas da organização e suas possibilidades; depois, é feita a definição das ações necessárias e dos prazos para cada uma, definindo-se as estratégias para alguns elementos, como: divulgação do PCS, análise e descição de cargos, avaliação dos cargos e pesquisa salarial. A primeira fase é concluída com uma divulgação prévia aos colaboradores para dirimir as dúvidas e evitar que os funcionários criem expectativas equivocadas (JORGE, 2007). - -5 Figura 2 - O PCS consiste em um projeto complexo e deve seguir um fluxo Fonte: RAGMA IMAGES, Shutterstock, 2019. A fase de elaboração é no desenvolvimento efetivo do PCS. É iniciada com a análise e descrição de cargos e consiste no levantamento de informações sobre os diversos postos da empresa, suas funções e verificação para observar se os cargos serão fundidos, desmembrados, deixarão de existir ou se é necessário criar novos cargos. Essa etapa acarreta alterações na estutura organizacional. A descrição de cargos consiste no registro, em documento específico, das responsabilidades e atribuições dos cargos remanescentes. Figura 3 - A descrição de cargos é a base para o PCS Fonte: Shutterstock, 2019. Para a avaliação de cargos, recomenda-se a composição de um comitê para avaliar a importância de cada cargo ao negócio. A ideia é que sejam definidos os critérios para avaliação dos cargos (escolaridade, domínio de idiomas, experência prévia, liderança de equipes são exemplos) para posterior criação de uma hierarquia (JORGE, 2007). A partir da etapa pesquisa salarial é que se lança um olhar para o mercado em busca do equilíbrio externo. Um - -6 A partir da etapa pesquisa salarial é que se lança um olhar para o mercado em busca do equilíbrio externo. Um mercado de referência para consulta salarial deve ser escolhido e podem ser selecionadas empresas do mesmo segmento, local e/ou porte. Uma vez coletadas as informações de mercado, a organização estará preparada para a montagem da estrutura salarial. Aqui, a hierarquização de cargos feita na etapa de avaliação de cargos se une aos resultados da pesquisa salarial. A empresa deverá tomar decisões sobre o salário de cada cargo, se adotará o salário médio identificado ou se pagará abaixo ou acima da média de mercado. A estrutura salarial consiste em uma tabela na qual estão registrados os cargos, as faixas e níveis salariais. - -7 - -8 Figura 4 - Exemplo de estrutura salarial Fonte: Elaborada pela autora, 2019. Por fim, as políticas de remuneração são decididas e descritas em um documento, do qual constam: a política de cargos e salários com as definições sobre a existência e atualizações da estrutura de cargos e salários; a política de carreiras com as diretrizes para promoções e aumentos salariais, e a política de benefícios, que define as diretrizes sobre as vantagens e serviços complementares ao salário que é oferecido aos empregados. Na última fase – implantação –, temos a disseminação das políticas e normas junto aos gestores (responsáveis pela gestão salarial) e aos demais colaboradores. - -9 Salário indireto O Plano de Cargos e Salários também contempla os benefícios, ou seja, o salário indireto (que decorre de cláusulas da convenção coletiva do trabalho e do plano de benefícios e serviços sociais). O salário indireto (benefícios + vantagens concedidas) é um elemento importante para atração e retenção dos talentos na organização, porém, deve ser amplamente divulgado aos colaboradores. Fechamento Neste tema, estudamos sobre o conceito e as características de um sistema tradicional de remuneração e compreendemos como estruturar um sistema de remuneração funcional (que inclui o salário indireto), podendo diagnosticar modelos usados nas organizações e implantar novos modelos. Vimos que o sistema tradicional de remuneração consiste em uma estruturação mínima necessária às organizações, servindo de base para a adoção de modelos mais modernos de remuneração. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer o conceito e as características dos sistemas tradicionais de remuneração; • compreender como estruturar um sistema de remuneração funcional, identificando os componentes do salário indireto. Referências BRASIL. . Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília:Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 DF, 1966. CHIAVENATO, I. . 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.Gestão de Pessoas HIPÓLITO, J. A. M. : a remuneração por competências como diferencial competitivo. SãoAdministração Salarial Paulo: Atlas, 2006. JORGE, J. M. : como desenvolver atitudes empreendedoras por meio da remuneração.Remuneração Estratégica São Paulo: LTr, 2007. PRADO JR., A. C. . São Paulo: LTr,Planejando, Implantando e Mantendo um Sistema de Avaliação de Cargos 1995. • • - -1 Remuneração estratégica Adriana Souza D’Almeida Introdução A remuneração funcional ou tradicional é baseada nas atribuições de cada cargo, padroniza e dá estrutura ao sistema de remuneração de uma organização. Não podemos perder de vista que, comoa remuneração tradicional foca nas complexidades das tarefas, nessa estrutura, não há espaço para o reconhecimento das contribuições individuais. Remunerar igualmente pessoas com o mesmo cargo, mas com desempenhos diferentes, pode trazer algum prejuízo aos resultados da empresa? A remuneração tradicional pode nivelar os desempenhos por baixo? Como valorizar as contribuições individuais sem desrespeitar a legislação trabalhista vigente? Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer os conceitos e os princípios da remuneração estratégica; • reconhecer os elementos necessários para a construção de um sistema de remuneração estratégica. Conceitos e princípios da remuneração estratégica A remuneração começou a ser usada estrategicamente na década de 1980, devido às grandes mudanças organizacionais e à expansão dos setores de serviços e alta tecnologia. Nesse contexto, grandes empresas passaram a se preocupar com a otimização de seus recursos a fim de se destacarem com o que atualmente chamamos de vantagem competitiva. Para tanto, começaram a adotar aspectos hierárquicos flexíveis, com menos níveis de hierarquias, possibilitando ascensão salarial e desenvolvimento de seu capital humano. Essa nova tendência teve influência e contribuição de alguns autores, como Peter Drucker, um consultor administrativo austríaco que abordou a nova roupagem de forma clara e trouxe a ideia de que a era do trabalho mecanizado e braçal estava dando lugar à era do trabalhador que busca conhecimento intensivo. Para se adequarem às mudanças, as empresas começaram a se preocupar com novas formas de capacitação profissional, focando no indivíduo, e não mais no cargo que ocupa. Os colaboradores e suas formas de recompensas passaram a ser foco de discussão do planejamento estratégico, do qual se desdobra a concepção do planejamento da remuneração estratégica. A implantação do sistema de remuneração estratégica surge, então, em sintonia com o planejamento estratégico institucional. • • - -2 A implementação de um sistema estratégico de remuneração consiste no conjunto de atividades e escolhas exigidas para a execução do planejamento estratégico sobre remuneração dos recursos humanos. Por isso, é fundamental compreender que o sistema de remuneração estratégica deve ter como premissa evitar problemas que podem surgir caso os recursos humanos estejam desmotivados a contribuir com o desenvolvimento empresarial. Figura 1 - A remuneração estratégica deve estar alinhada ao planejamento estratégico Fonte: Chad McDermott, Shutterstock, 2019. No mercado de trabalho, é comum que os empregados estejam sempre em busca de condições melhores, sejam salariais, de oportunidades de crescimento profissional, de qualidade de vida, de segurança etc. Ao descobrir que há organizações que são capazes de responder a seus anseios, estes não hesitam em buscar uma oportunidade nesses organismos empresariais. Assim, “[...] a principal vantagem de se optar para a implantação de um sistema de remuneração estratégica é ‘fazer o futuro’” (DRUCKER, 2001, p. 330), ou seja, explorar o lapso temporal entre o fato e a consequência e buscar formatar o que está por vir. Conforme Drucker (2001), com a implantação da remuneração estratégica, a empresa pode se antecipar ao futuro buscando formas de estímulo a seus recursos humanos, destacando-se as seguintes vantagens: · retenção, atração e motivação dos colaboradores; · adequação da remuneração aos propósitos da empresa; · oportunidade de conhecer e identificar de forma técnica e abrangente os pontos fortes e fracos de cada FIQUE ATENTO Sem um propósito definido e sem o devido alinhamento com o planejamento estratégico organizacional, a remuneração deixa de ser estratégica e passa a ser uma simples ação de recompensa isolada do todo. Para planejar a remuneração de forma estratégica, é necessário levar em conta o contexto organizacional, questões de custos, vantagens e limitações dessa implantação, e o tipo de remuneração mais adequado para cada empresa. - -3 · oportunidade de conhecer e identificar de forma técnica e abrangente os pontos fortes e fracos de cada funcionário; · indicar treinamentos úteis, específicos para cada funcionário, fundamentados em objetivos predefinidos. Pontes (2011) complementa que a remuneração estratégica consiste no uso de várias modalidades de praticar a remuneração em uma empresa com o objetivo de estimular os colaboradores a trabalharem a favor dos objetivos organizacionais. Tal remuneração serve para unir os trabalhos dos colaboradores aos objetivos estratégicos das organizações, partindo da premissa de que os funcionários compartilhem das conquistas de seus trabalhos através de diferentes formas de remuneração. Como todo sistema, a remuneração estratégica também apresenta algumas limitações. Devido ao conjunto de qualidades individuais intrínsecas a cada empregado, não será surpresa deparar-se com insatisfações. Figura 2 - A remuneração estratégica também tem limitações Fonte: Bagdan, Shutterstock, 2019. Diante do anúncio de que haverá mudanças na forma de remuneração, alguns empregados, especialmente os mais conservadores, podem demonstrar insegurança por se considerarem, ou talvez por serem, menos competentes, além da possibilidade de insatisfação por uma possível diferença salarial entre colegas que ocupam o mesmo cargo, fatores que podem acarretar desmotivação ao longo do tempo. Essas são algumas das possíveis limitações que podem surgir ao se implantar sistema de remuneração estratégica. Outro fator que pode ser limitador é a legislação trabalhista, pois suas instruções e diretrizes se sobrepõem a qualquer outro instrumento jurídico, sejam eles acordos ou convenções, no que diz respeito às garantias trabalhistas, como, por exemplo, a garantia de que o salário nunca seja inferior ao mínimo para os que recebem remuneração variável. Por isso, é importante conhecê-la para planejar e implantar diretrizes remuneratórias. - -4 Elementos necessários para a construção de um sistema de remuneração estratégica Para implantar um programa de remuneração estratégica, é comum que se use uma combinação equilibrada de diferentes tipos de remuneração, por exemplo, a remuneração funcional pode ser combinada com a remuneração variável se a empresa julgar adequada para sua realidade. Convém ressaltar que não existe um padrão de combinações de remuneração que se aplique a todas as empresas, ainda que sejam do mesmo ramo de atividade. Como cada empresa tem suas especificidades, para identificar o tipo de remuneração que melhor se aplica à determinada realidade organizacional, é importante conhecê-las. Pontes (2011) indica os componentes do sistema de remuneração estratégica, conheça-os. Figura 3 - Componentes do sistema de remuneração estratégica Fonte: Adaptada de Pontes, 2011. Pontes (2011) aponta que o sistema de remuneração estratégica é composto por uma parte fixa (salário) e uma EXEMPLO Imagine um banco que, de acordo com a convenção trabalhista estabelecida pelo sindicato da categoria, tenha que pagar o salário-base de R$ 2.500,00 e, somado a esse salário, um percentual variável de acordo com o alcance de metas internas. Trata-se de uma forma de unir remuneração fixa baseada no cargo com remuneração variável. - -5 Pontes (2011) aponta que o sistema de remuneração estratégica é composto por uma parte fixa (salário) e uma parte móvel, que varia em função dos resultados alcançados. Por fim, há o componente salário indireto, que contempla os benefícios fixos e variáveis. O salário funcional é determinado em função do cargo ocupado pelo funcionário e é condizente com empresas com uma cultura predominantemente hierárquica. Nesse modelo, o determinante do salário são as complexidades e responsabilidades inerentes ao cargo e em nada se relaciona com o desempenho do colaborador ocupante do cargo. Já o salário por competências estimula a busca permanente pelo desenvolvimento profissional, pois as atividades são estruturadas de forma desafiadora. Perceba que o crescimentosalarial está atrelado ao desenvolvimento de competências e qualificação profissional, sendo condizente com empresas que observam seus funcionários como colaboradores cujas competências trarão retorno ao negócio. Figura 4 - A remuneração variável valoriza o desempenho do colaborador Fonte: johnkworks, Shutterstock, 2019. A parte móvel é chamada de remuneração variável. Pode ser concedida se os resultados almejados foram FIQUE ATENTO Por mais arrojada e inovadora que a empresa seja no aspecto remuneração, o salário-base garantido pela Consolidação das Leis Trabalhistas não pode ser substituído por qualquer outra recompensa, como, por exemplo, uma concessionária de carros que pretenda, em substituição ao salário, oferecer um carro a cadavendedorcomopagamentodesuaforçadetrabalho. - -6 A parte móvel é chamada de remuneração variável. Pode ser concedida se os resultados almejados foram alcançados e proporcionalmente. A remuneração variável não é algo novo, no entanto, normalmente, era direcionada a profissionais da área de vendas (no formato de bônus e comissões) e executivos (no formato de bônus). Para que a remuneração variável cumpra com seus propósitos, é necessário que os objetivos organizacionais sejam claros, realizáveis e factíveis. Do contrário, podem exercer o efeito oposto. Objetivos e metas inalcançáveis acabam por desestimular e frustrar as equipes. Também é necessário realizar o acompanhamento sistemático do programa para correção de eventuais erros e/ou reajustes. Além disso, é necessário realizar um diagnóstico apurado da organização no sentido de identificar qual componente da remuneração variável será melhor adaptado à cultura organizacional, assim como às suas necessidades de curto, médio e longo prazo. Fechamento Neste tema, você pôde conhecer o conceito, princípios e elementos da remuneração estratégica; pôde perceber que o sistema de remuneração estratégica consiste em uma evolução do sistema tradicional. Estudou sobre o elemento fixo (salário), o salário indireto (benefícios) e a remuneração variável, que é o principal diferencial. Com esse conhecimento, você poderá implantar diferentes formas de reconhecer e valorizar o desempenho individual, independentemente do desenho do cargo, fazendo uso de estratégias que influenciarão positivamente no engajamento do colaborador. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer os conceitos e os princípios da remuneração estratégica; • reconhecer os elementos necessários para a construção de um sistema de remuneração estratégica. Referências DRUCKER, P. F. : obra completa. Tradução de Maria L. Leite Rosa; Arlete SimilleO melhor de Peter Drucker Marques e Edite Sciulli. São Paulo: Nobel, 2001. PONTES, B. R. : carreiras e remuneração. ed. 15. São Paulo: LTr, 2011.Administração de Cargos e Salários SAIBA MAIS Mais recentemente, observa-se que a remuneração variável vem sendo adotada em todas as áreas das organizações. Um exemplo de utilização dessa forma de remuneração é a participação nos lucros ou resultados, regulamentada pela Lei nº 10.101/2000. Para saber mais sobre esse assunto, leia “Administração de Cargos e Salários: carreiras e remuneração”, de Pontes (2011). • • - -1 Sistema de remuneração estratégica Adriana Souza D’Almeida Introdução Todo sistema de remuneração está baseado em alguma metodologia e/ou passo a passo para sua implantação. Ao implantar um sistema de remuneração estratégica, a empresa que não cumpre determinadas etapas pode gerar o efeito contrário ao desejado, pois, em vez de obter ganho de vantagem competitiva e elevação da satisfação dos colaboradores, pode ter o clima organizacional negativamente afetado, por exemplo. Como implantar um sistema de remuneração estratégica? Quais erros podem ocorrer? Como escolher os tipos de remuneração a adotar? Para responder tais questões, é necessário conhecer a fundo a organização, considerando seu planejamento estratégico e cultura organizacional. Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender como implantar um sistema de remuneração estratégica, identificando suas etapas constituintes. Considerações sobre a implantação de um sistema de remuneração estratégica Os desafios de escolher e implantar um sistema de remuneração são grandes; seu planejamento e operacionalização requerem especial atenção para alguns aspectos essenciais que, para Wood e Picarelli (1999), não podem ser ignorados: · realizar um , considerando-se o ambiente interno e o posicionamento estratégico;diagnóstico da organização · conhecer profundamente as várias e saber como e quando aplicá-las;formas e alternativas de remuneração · definir o próprio sistema, ou seja, determinar que componentes devem ser adotados para garantir os melhores resultados; · garantir que o sistema a ser implantado seja para assegurar sua ampla aceitação etransparente e funcional fácil operacionalização na empresa. Considerando os pontos indicados, é fundamental conhecer a organização e que elementos da remuneração estratégica são válidos para cada contexto. Jorge (2007) aponta quatro estágios de desenvolvimento das organizações e, para cada estágio, um sistema será mais apropriado. • - -2 Quadro 1 - Estágios de desenvolvimento das organizações Fonte: Adaptado de Jorge, 2007. O planejamento de um sistema de remuneração em uma organização deve levar em consideração o momento de desenvolvimento em que a organização se encontra. Nos dois primeiros, cabe a implantação de um sistema tradicional, enquanto os dois últimos são mais permeáveis à remuneração estratégica, pois há valorização do capital humano. Em se tratando de um assunto que afeta a organização como um todo, o profissional do RH pode solicitar ajuda de outras áreas, como contabilidade,controladoriaedepartamentojurídico,paramensuraroscustos da mudança do sistema de remuneração.Uma equipe multidisciplinar pode contribuir no processo de planejamento e implementação de remuneração estratégica. Observe! · Recursos Humanos: criação, divulgação eimplementação. · Controladoria e contabilidade: mensuração de custos, impactos financeiros, contábeis efiscais. · Jurídico: questões legais, formalização de políticasetc. Essa equipe multidisciplinar, ao planejar a implantação do sistema de remuneração estratégica, deve considerar e avaliar com cautela se pagará ou não salários acima da média de mercado ou salários variáveis, isto é, se tal decisão impactará positivamente a motivação dos colaboradores ou se somente trará ônus à folha de pagamento da organização. Assim, é necessário avaliar detalhadamente alguns fatores. · Custos operacionais do planejamento e implantação do sistema de remuneração: FIQUE ATENTO É comum pensar que para “modernizar” uma organização é necessário implantar sistemas mais modernos de gestão, remuneração e/ou outras ferramentas atuais de gestão. No entanto, fazer isso sem modificação prévia da cultura da organização e estilo de gestão é ineficaz. A implantação de sistemas ou ferramentas obedece ao estágio atual de evolução da empresa e, conforme ela se desenvolve, tais sistemas amadurecem progressivamente. - -3 · Custos operacionais do planejamento e implantação do sistema de remuneração: paraodesenvolvimentoeefetivaçãodoprocesso,aorganização deve dispor e arcar com o custo de treinamento de pessoal, desenvolver e implantar o referido sistema. lembrar que os profissionais podem ser empregados daVale empresa ou profissionais externos, de uma consultoriaespecializada. · Lucratividade: deve indicar o retorno sobre oinvestimento, inclusive delimitando o prazo razoável e satisfatório do retorno do capital inicialmente aplicado. · Fluxodecaixa:deveobteraprojeçãodaentradaesaídadosrecursosfinanceiros emtodososperíodos(planejamento, implantaçãoeefetivação)afimdeverificar se os dispêndios comprometerão o funcionamento daorganização. Porfim,depossedosresultadosdasavaliações,éimportanteteremmentequea implantaçãodesistemaderemuneraçãoestratégicadeformaresponsável,nostempos atuais, ébenéficaparaaorganizaçãoeparaseuscolaboradores.Etapas da implantação de um sistema de remuneração estratégica A tarefa de construção e implantação de um sistema de remuneração estratégica consiste em algo complexo. De forma abrangente, há algumas etapas principais nesse processo: I. diagnóstico organizacional – levantamento de dados sobre a estratégia, negócios, cultura, missão, visão, valores, pontos fortes, fracos, estrutura organizacional; II. definição dos parâmetros de remuneração – definição dos tipos a serem adotados; Figura 1 - Componentes de um sistema de remuneração estratégica Fonte: Adaptada de Pedreira Filho e Wood Jr., 1995. III. elegibilidade – quem está apto ou será incluído em determinados tipos de remuneração; EXEMPLO Uma empresa pode adotar diferentes tipos de remuneração para diferentes grupos de - -4 IV. critérios para pagamento – periodicidade, por exemplo; V. acompanhamento do sistema e seus impactos nos resultados e equipes. Uma vez feito o reconhecimento das características da organização (diagnóstico), torna-se necessário organizar as bases da remuneração tradicional. De nada adianta partir para formas mais complexas de recompensa se os salários praticados não atendem ao equilíbrio interno (proporcionais às demandas de cada cargo) e externo (conforme práticas de mercado). Paralelamente à estruturação e implantação de um Plano de Cargos e Salários, é possível revisar a prática de benefícios e vantagens concedidas pela organização. Quando as práticas de salário direto e indireto já estão organizadas e estruturadas é que uma empresa tem a condição de avançar para práticas mais complexas. É possível remunerar por habilidades ou competências quando incrementos salariais são adicionados em função da ampliação das capacidades dos colaboradores. Também é possível remunerar por resultados, pondo uma parte da remuneração condicionada ao cumprimento de objetivos e/ou metas. Uma empresa pode adotar diferentes tipos de remuneração para diferentes grupos de colaboradores. Por exemplo, a participação acionária normalmente é uma alternativa concedida aos cargos mais estratégicos (diretores, executivos). Já as comissões geralmente compõem a remuneração da área comercial/vendas de uma empresa. Esse tipo de distinção deve ser bem avaliado pela empresa, de modo que facilite o alcance de objetivos e metas. FIQUE ATENTO Muitas empresas já vêm adotando uma prática de concessão de benefícios flexíveis. Em vez de conceder um pacote predeterminado de benefícios aos colaboradores, é dada a eles a oportunidade de escolher dentre algumas alternativas. Por exemplo, plano de saúde com padrão de acomodação apartamento ou enfermaria, faixa de valor de auxílio alimentação, dentre outros. Os benefícios escolhidos não podem gerar descontos maiores do que 30% no salário. - -5 Figura 2 - É possível remunerar por competências e resultados Fonte: RomarioIen, Shutterstock, 2019. A participação nos lucros, por sua vez, pode ser concedida a todos os colaboradores, porém, com políticas diferentes, se for o caso. Por exemplo, pessoas em cargos estratégicos podem receber uma participação maior do que os ocupantes de cargos em nível tático ou operacional. Figura 3 - Diferentes estratégias de remuneração podem ser direcionadas para níveis hierárquicos distintos Fonte: hohojirozame, Shutterstock, 2019. A participação acionária consiste em um componente da remuneração no formato de ações, sendo geralmente concedida aos executivos. As organizações podem contar ainda com diversos modelos, como gratificações, bônus, prêmios, planos de previdência, dentre outras possibilidades. O composto remuneratório de uma organização consiste, portanto, no conjunto de elementos adotados por ela para remunerar o quadro funcional. - -6 Em seguida, para que o sistema de remuneração seja transparente e compreendido por todos, de modo que tenha credibilidade e aceitação por todo o quadro de colaboradores, é fundamental que suas regras estejam definidas, descritas e divulgadas acerca do que quem poderá receber o quê. Por exemplo, em algumas empresas, as pessoas em período de experiência (até três meses de contratação) e estagiários não participam de programas de remuneração variável (em função do cumprimento de metas). Além disso, também é importante definir os períodos de pagamento e cumpri-los. Bonificações por metas alcançadas podem ser pagas mensal ou trimestralmente, por exemplo. O recebimento da participação nos lucros e resultados depende da apuração contábil e normalmente é feito no primeiro trimestre do ano subsequente. O acompanhamento do sistema de remuneração estratégica é necessário para verificação de seus efeitos sobre as pessoas e resultados da organização. Esse monitoramento permite ainda identificar as necessidades de melhoria e incremento no próprio sistema. Fechamento Neste tema, estudamos sobre as etapas para implantação da remuneração estratégica, entendendo que não se trata de uma tarefa simples. No entanto, seguindo os passos descritos, é possível implantar com êxito um sistema de remuneração estratégica. Entendemos também que o sucesso de um sistema de remuneração estratégica consiste não apenas em sua adequada formatação e implantação, mas também em seu devido acompanhamento, de modo que novas e criativas formas possam ser adotadas. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • compreender como implantar um sistema de remuneração estratégica, identificando suas etapas constituintes. Referências JORGE, J. M. : como desenvolver atitudes empreendedoras por meio da remuneração.Remuneração Estratégica São Paulo: LTr, 2007. PEDREIRA FILHO, J.; WOOD JR., T. Remuneração estratégica: a nova vantagem competitiva. RAE-Revista de , v. 35, n. 4, jul-ago, 1995.Administração de Empresas WOOD JR., T.; PICARELLI FILHO, V. . 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004.Remuneração Estratégica WOOD JR., T.; PICARELLI FILHO, V. : a nova vantagem competitiva. 2. ed. São Paulo:Remuneração estratégica Atlas, 1999. 224 p. Existem muitas possibilidades de combinação dentre os elementos da remuneração estratégica. Por isso, o composto remuneratório de cada organização deve ser ajustado às suas necessidades e especificidades. No livro “Remuneração Estratégica: como desenvolver atitudes empreendedoras por meio da remuneração”, de Jorge (2007), há uma análise comparativa entre as possibilidades de remuneração com exercícios para treino. SAIBA MAIS • - -1 Remuneração variável Adriana Souza D’Almeida Introdução A remuneração variável, também chamada remuneração por resultados, consiste na modalidade mais conhecida de remuneração estratégica utilizada no mercado, e está sendo cada vez mais adotada pelas organizações porque vincula o atendimento e/ou superação de objetivos estratégicos ao engajamento dos funcionários, à medida que uma parte dos resultados é compartilhada com estes, gerando uma percepção de ganho mútuo. O que é importante considerar ao implantar um programa de remuneração variável? Quais possibilidades adotar? Para responder tais questões, é necessário conhecer as condições necessárias para a adoção de um programa de remuneração variável, bem como seu impacto no comportamento dos colaboradores. Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer os conceitos e os objetivos da remuneração estratégica, distinguindo remuneração fixa e variável, bem como remuneração de curto e longo prazo. Remuneração variável: conceito, origens e objetivos Cada vez mais adotada pelas empresas, a remuneração variável ou flexível atrela a recompensa ao desempenho e resultados entregues pelo colaborador. Para que possa ser aplicada, é necessário que haja indicadores de desempenho, ou seja, que haja referenciais de onde se está e onde se pretende chegar. Esse tipo de remuneração costuma ser muito utilizada para incentivar equipe de vendas e executivos a alcançarem as metas estipuladas, porém, não é incomum verificar a adoção desse método também em outros setores das empresas. A remuneração variável tem como objetivo não apenas incentivar os colaboradores a atingir os resultados• FIQUE ATENTO Segundo Jorge (2007), a remuneração variável pode ser conceituada como a parte da remuneração total relativa à obtenção de resultados. Surgiu como uma tentativa de sucesso para alavancar resultados e, inicialmente, foi concedida à área de vendas como comissões, sendo, posteriormente, atribuída à área de produção, até ser concedida a todos os setores de uma organização. - -2 A remuneração variável tem como objetivo não apenas incentivar os colaboradores a atingir os resultados estratégicos desejados, mas também influenciar positivamente o clima organizacional, a satisfação e o engajamento das equipes, uma vez que há a percepção de coletividade, de ganho mútuo, de participação, efetivamente, nos resultados alcançados e compartilhamento destes dentre todos. Remuneração fixa X variável e remuneração de curto X longo prazo Para compreender melhor a remuneração variável, é preciso diferenciá-la da remuneração fixa. Ambos os tipos de remuneração compõem a remuneração estratégica, no entanto, a remuneração fixa consiste em acordo realizado entre empregador e empregado pelo tempo colocado à disposição para a realização de atividades, por produção ou por tarefa, conforme consta da Consolidação das Leis Trabalhistas. Figura 1 - A CLT prevê as modalidades de remuneração fixa ao trabalhador Fonte: Sebastian Duda, Shutterstock, 2019. O salário fixo, ou básico, consiste na quantia invariável recebida pelo funcionário, constituindo a principal forma e, em grande parte das empresas, a única forma de pagamento. A periodicidade máxima de pagamento permitida para essa modalidade é a mensal. O salário em espécie corresponde às quantias pagas em dinheiro, e as periodicidades permitidas por lei podem ser mês, quinzena, semana ou por hora. O salário por produção é pactuado entre as partes, tomando-se por base o número de unidades produzidas multiplicado pelo valor da unidade produzida. Por exemplo, a produção de uma quantidade de pares de sapatos. Já o salário por tarefa é concedido tomando-se como referência a produção de determinada quantidade de itens, mas levando em consideração a economia de tempo. Conforme o art. 78 da CLT: “Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal da região, zona ou subzona” (BRASIL, 1943). Por fim, o salário , ou salário-utilidade, prevê o pagamento aoin natura funcionário através de utilidades concedidas. - -3 Segundo Jorge (2007), a remuneração variável representa o componente mais importante da remuneração estratégica, uma vez que tira o foco da remuneração fixa, que onera a folha de pagamento da empresa, e vincula o desempenho de cada colaborador às estratégias organizacionais. Tal modalidade de remuneração consiste em uma recompensa, em função do desafio pactuado com o colaborador, e está vinculada aos resultados previamente planejados, traduzidos no formato de objetivos e metas; consiste em recompensar o colaborador pela entrega superior à rotina definida para cada cargo. Figura 2 - A remuneração variável constitui desafios a serem superados Fonte: Viktor88, Shutterstock, 2019. Segundo Jorge (2007) e Pontes (2011), são tipos de remuneração variável: participação nos lucros, comissão, programas de produção, programas de incentivo, programas de melhoria, “ ”, bônus por superação deteam bônus metas estratégicas, “ ” e participação acionária. São suas características:spot bônus 1. participação nos lucros – consiste no compartilhamento de parte dos lucros com os colaboradores; 2. comissão – normalmente aplicada à área comercial das empresas, consiste em um percentual pago sobre a SAIBA MAIS As utilidades legalmente permitidas são definidas nos arts. 81 e 458 da CLT. Segundo este último artigo, além do pagamento em dinheiro, é considerado salário a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações . O máximo permitido para pagamento em salário-in natura utilidade corresponde a 70% do salário, de modo que ao menos 30% do salário deve ser pago em dinheiro. Saiba mais consultando a CLT. - -4 2. comissão – normalmente aplicada à área comercial das empresas, consiste em um percentual pago sobre a receita das vendas realizadas; 3. programas de produção – as quantidades produzidas ou vendidas são apuradas, sendo o valor para pagamentos aos colaboradores apurado a partir de um percentual sobre o lucro líquido; 4. programas de incentivo – têm como objetivo incentivar equipes a atingirem metas previamente estabelecidas, visando à melhoria no desempenho ou compensação de períodos com resultado insatisfatório. Normalmente, são concedidos prêmios em formato de bens ou serviços de consumo; Figura 3 - Programas de RV compartilham resultados com os colaboradores Fonte: allstars, Shutterstock, 2019. 5. programas de melhoria – também chamados de sugestões premiadas, espera-se que os colaboradores contribuam com susgestões de redução de custos ou desperdícios, melhoria da produtividade ou qualidade. Normalmente, as premiações são concedidas em dinheiro ou prêmios (bens ou serviços de consumo); 6. “ ” – o desafio é estabelecido para equipes, e não individualmente. As premiações são concedidasteam bônus em dinheiro ou prêmios (bens ou serviços de consumo); 7. bônus por superação de metas estratégicas – as metas e objetivos compartilhados estão vinculados ao planejamento estratégico da organização. Podem ser globais, por equipe, setor e/ou individuais. As premiações são concedidas em dinheiro (percentuais ou múltiplos do salário fixo) ou prêmios (bens ou serviços de consumo); 8. “ ” – essa modalidade visa à premiação do esforço individual ou de equipes frente a resultadosspot bônus EXEMPLO São exemplos de sugestões de colaboradores que geraram vantagens competitivas para a empresa: emissão de bilhete eletrônico pela TAM. O tempo para a emissão do bilhete diminuiu e os custos caríram, aproximadamente, de US$ 0,60 para US$ 0,30. Na fábrica da Volkswagen, de Taubaté, em 1994, a soma das sugestões nesse ano gerou uma economia de 1,8 milhão de dólares (PONTES, 2011). - -5 8. “ ” – essa modalidade visa à premiação do esforço individual ou de equipes frente a resultadosspot bônus alcançados em transações, negócios, conquistas de mercados ou clientes. Normalmente, é pago em percentual ou múltiplos do salário fixo; 9. participação acionária – seu objetivo consiste em doar ou vender ações da empresa como recompensa a colaboradores diante de metas, objetivos ou resultados alcançados. Estes se tornam sócios da organização e passam a ser responsabilizados pela manutenção da valorização da empresa. A partir das formas de remuneração variável listadas, cabe destacar a diferença entre bônus e prêmios. Os bônus são valores em dinheiro previamente definidos ou calculados com base no salário fixo a partir de uma verba anteriormente destinada para esse fim. A outra modalidade são os prêmios ou vantagens, que são bens ou serviços a serem usufruídos pelos colaboradores. Como premiações, normalmente, as empresas concedem viagens a lazer, intercâmbios para estudo, investimentos educacionais (pagamento de graduação, pós-graduação, cursos), para compras de bens (livros, roupas, eletrodomésticos, veículos etc.).vouchers Dentre as formas de premiação existentes, também é preciso considerar os prazos para cumprimento dos desafios propostos. São considerados incentivos de curto prazo a remuneração variável estabelecida com foco em resultado e desempenho e paga dentro de um período de um ano ou menos. São exemplos: participação nos lucros e resultados, bônus, comissão sobre vendas e prêmios. Normalmente, são praticadas recompensas mensais, trimestrais, semestrais ou anuais. FIQUE ATENTO A reforma trabalhista impactou nos custos relacionados à concessão de bônus. Segundo a Lei nº 13.467/2017, os bônus serão considerados à parte do salário, não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de incidência de qualquer encargo trabalhistae previdenciário. Assim, a concessão de bônus ficou mais barata para as organizações à medida que não mais incidem encargos trabalhistas sobre eles. - -6 Figura 4 - Bônus podem ser de curto ou longo prazo Fonte: billdayone, Shutterstock, 2019. Já os incentivos de longo prazo consistem na remuneração variável estabelecida com foco em resultado e desempenho e paga dentro de um período maior do que um ano. Têm forte sentido estratégico, pois é preciso acumular resultados positivos ao longo dos anos para que o colaborador receba seu bônus. Normalmente, é praticado para os ocupantes de cargos estratégicos nas organizações. São exemplos: programas de ações e bônus de longo prazo. Fechamento Neste tema, você estudou sobre os tipos de remuneração variável que existem e as possibilidades de combinação destes, de modo que possa definir estratégias remuneratórias adequadas para cada contexto organizacional. Viu que o sucesso de um programa de sistema de remuneração variável depende de uma série de simulações e testes que viabilizem o cumprimento dos acordos feitos. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer os conceitos e os objetivos da remuneração estratégica, distinguindo remuneração fixa e variável, bem como remuneração de curto e longo prazo. Referências BRASIL. . Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho. Brasília:Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943 DF, 1966. BRASIL. . Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovadaLei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 • - -7 DF, 1966. BRASIL. . Altera a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovadaLei nº 13.467, de 13 de julho de 2017 pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília: DF, 2017. JORGE, J. M. : como desenvolver atitudes empreendedoras por meio da remuneração.Remuneração Estratégica São Paulo: LTr, 2007. PONTES, B. R. : carreiras e remuneração. 15. ed. São Paulo: LTr, 2011.Administração de Cargos e Salários - -1 Conceituando habilidades Adriana Souza D’Almeida Introdução Você sabe como a remuneração por habilidades e competências pode ser estruturada? Como podem ser mapeadas e desenvolvidas nas organizações de modo a serem associadas à remuneração? Para entender melhor essa modalidade de remuneração, é preciso compreender, primeiramente, o que são as habilidades, como identificá-las, organizá-las e avaliá-las nas organizações para que, posteriormente, seja possível montar um sistema de remuneração com base nas habilidades que seja justo, transparente e compreensível por todos. Ao final desta aula, você será capaz de: • entender os conceitos de blocos de habilidades, identificando as suas certificações. Habilidades: conceito e aplicabilidade nas organizações A habilidade consiste em um substantivo feminino e pode ser definida como a característica daquele que é hábil; capacidade, destreza, agilidade. Diz respeito a aptidões, inclinações, jeitos, orientações e predisposições (FERREIRA, 2010). A habilidade consiste, portanto, no exercício competente de alguma atividade, podendo ser considerada de acordo com o senso comum, com dons ou aptidões. É evidenciada a partir da demonstração prática de realizar bem algo. Por exemplo, uma pessoa pode estudar muito sobre como criar planilhas, gráficos, usar fórmulas, dentre outras coisas, no Excel. No entanto, tal conhecimento só se tornará uma habilidade quando essa pessoa for capaz de, efetivamente, criar boas planilhas e gráficos, no Excel. A habilidade tem esse caráter prático, sendo possível gerar evidências de sua existência através de testes práticos ou simulações. • - -2 Figura 1 - As habilidades têm uma caráter prático Fonte: Markus Mainka, Shutterstock, 2019. Lacombe (2009) ressalta a contribuição de Robert L. Katz, no artigo “Skills of an Effective Administrator”, de 1974, publicado na Harvard Business Review, para essa temática. Segundo o autor, Katz define as habilidades como a capacidade de transformar conhecimento em ação, resultando no desempenho desejado. Tal definição reforça o caráter prático e aplicável das habilidades. É fundamental que toda organização faça uso de ferramentas e estratégias para identificar e desenvolver as habilidades de seus colaboradores, havendo um duplo ganho: as organizações têm profissionais mais preparados e aptos a gerarem maiores e melhores resultados, e as pessoas percebem que estão se desenvolvendo profissionalmente, o que traz melhorias ao clima organizacional e satisfação dos funcionários. É preciso saber quais habilidades cada cargo demanda e quais habilidades cada colaborador possui. Tal análise permite identificar os (lacunas) no desenvolvimento, bem como remunerar aqueles colaboradores quegaps possuem uma gama de habilidades maior e mais robusta. Para tanto, é preciso, primeiramente, compreender os tipos de habilidades que existem para, a partir desse ponto, diagnosticar, organizar as demandas da organização e de seus colaboradores. Katz (1974 LACOMBE,apud 2009) aponta que existem três tipos de habilidades: as habilidades técnicas, as habilidades humanas e as habilidades conceituais. FIQUE ATENTO Por que, então, é importante tratar do tema “habilidades” nas organizações? Considerando que as pessoas colocam suas habilidades a serviço das organizações, ao realizarem suas atividades, é possível considerar que as habilidades dos colaboradores têm relação direta com os resultados gerados e a vantagem competitiva obtida em relação ao mercado. - -3 Figura 2 - Habilidades técnicas, humanas e conceituais Fonte: Jirsak, Shutterstock, 2019. As habilidades técnicas envolvem compreensão e domínio de certa atividade; são mais instrumentais e implicam a capacidade de realizar atividades com maestria; são obtidas por experiência, ensino e treino. No início da carreira, normalmente, são requisitadas mais habilidades técnicas do que os outros tipos, pois jovens profissionais tendem a ter menor experiência em gestão e, pela execução de atividades mais práticas, vão aprendendo outras, mais refinadas. Isto não quer dizer que as habilidades técnicas possuam menor valor, pelo contrário, pois processos mal conduzidos podem gerar grandes prejuízos às organizações. As habilidades humanas estão associadas aos aspectos comportamentais, como: capacidade de trabalhar em equipe, de liderança, de comunicação. Essas habilidades reúnem as capacidades de trabalhar com pessoas e obter resultados por meio destas. Lacombe (2009), citando Jonh D. Rockfeller, define a importância desse tipo de habilidade: pela habilidade de lidar com pessoas, paga-se mais do que se pode imaginar. Assim, as habilidades humanas normalmente são vistas como as mais importantes porque, quando inexistentes, podem prejudicar o trabalho em equipe e desestruturar toda a organização. As habilidades conceituais, por fim, também chamadas de visão sistêmica, consistem na capacidade de visualizar a organizações como um todo; de ver uma organização de maneira integrada, como todos os setores e processos se integram para a obtenção de resultados e atendimento ao cliente. Implicam a percepção dos ambientes interno e externo e como estes se influenciam mutuamente. Normalmente, tais habilidades são requeridas dos profissionais que ocupam posições mais estratégicas nas organizações, cujas decisões influenciam o futuro da empresa. Observe a relação entre habilidades e níveis organizacionais. - -4 Figura 3 - Modelo de habilidades de Katz Fonte: Adaptada de Lacombe, 2009. Perceba que, quanto mais operacional for o cargo, mas habilidades técnicas serão requeridas, sendo necessário executar mais processos. Já, quanto mais estratégica for a contribuição para a empresa, mais habilidades conceituais serão requisitadas, sendo necessário analisar mais dados para a tomada de decisão. As habilidades humanas passam pelos três níveis organizacionais (operacional, tático e estratégico), afinal,ter a capacidade de relacionar-se é fundamental para a atuação nas organizações, independentemente do nível de execução do trabalho. O modelo de habilidades proposto por Katz (1974 LACOMBE, 2009) foi revisado por alguns autores queapud optaram por agrupar as habilidades em duas categorias: as e as (HECKMAN; KAUTZ, 2012).hard skills soft skills As correspondem às habilidades técnicas propostas por Katz. São as habilidades práticas adquiridashard skills por meio de formação profissional e/ou experiência, incluindo a execução eficaz das atividades administrativas e outras rotinas das organizações. As consistem na união das habilidades humanas e conceituais. São também denominadas na literaturasoft skills como habilidades de empregabilidade, habilidades críticas, genéricas, qualificações-chave, transversais e não acadêmicas. Referem-se aos aspectos comportamentais, traços de personalidade, preferências e motivações de uma pessoa. São mais difíceis de serem identificadas, observadas, mesuradas e avaliadas. A criatividade pode ser um exemplo. SAIBA MAIS O modelo de habilidades de Katz, apesar de ter sido publicado em 1974, ainda se mantém atual, sendo referência para muitos autores contemporâneos e para programas de desenvolvimento gerencial nas organizações. Essa proposta fui publicada da revista Harvard Business Review, de setembro de 1974. Para saber mais sobre esse modelo, consulte “Teoria Geral da Administração”, de Lacombe (2009). - -5 Figura 4 - Soft skills são mais subjetivas Fonte: Peshkova, Shutterstock, 2019. Uma vez obtido o conhecimento sobre os tipos de habilidades, o próximo passo consiste em identificar as habilidades requeridas pela organização. A descrição de cargos é uma importante ferramenta para esse fim, sendo a base para a elaboração de um Plano de Cargos e Salários. Essa descrição consiste em um documento em que estão registradas as responsabilidades e atividades de cada cargo. Nesse documento, também estão descritos os requisitos de cada cargo, o que inclui as habilidades necessárias para ocupá-lo. A partir daí, é possível agrupar as habilidades necessárias à organização, criando blocos de habilidades. Tal agrupamento pode ser feito por habilidades afins ou por estarem associadas a um mesmo processo. FIQUE ATENTO Paralelamente ao levantamento e agrupamento das habilidades requeridas pelos cargos, é recomendado que os objetivos estratégicos da empresa sejam revisados, de modo a estarem alinhados às habilidades requeridas de cada cargo. Para tanto, é necessário responder as perguntas: quais habilidades são fundamentais para que os objetivos do negócio sejam alcançados? Como tais habilidades se distribuem pelos setores e cargos? (HIPÓLITO, 2006). - -6 Blocos e certificações de habilidades Saiba que é possível estruturar um modelo de remuneração baseado em blocos de habilidades, e os incrementos salariais de cada colaborador seriam associados ao domínio comprovado desses blocos. Como constatar tal domínio, então? Um erro nessa fase implica gerar aumentos salariais indevidos. Tal registro de evidências dos blocos de habilidades é chamado de certificação de habilidades, a qual é elemento- chave na caracterização da capacidade de exercer determinada habilidade (PASCHOAL, 2001). Além da progressão salarial, também temos uma progressão de carreira baseada em blocos de habilidades, uma vez que, conforme os colaboradores adquirem blocos de habilidades relacionadas a funções distintas, tornam-se mais capacitados e aptos a promoções. Recomenda-se que as organizações criem estratégias para a verificação da aquisição dos blocos de habilidades que envolvam a prática, e não apenas o conhecimento das habilidades. Assim, em vez de solicitar certificados referentes à realização de cursos, por exemplo, é prudente criar um cronograma de avaliações que podem incluir testes práticos, simulações e/ou avaliação de desempenho. Fechamento Neste tema, você estudou sobre o que são habilidades, como podem ser classificadas (técnicas, humanas e conceituais ou e ) e associadas a um modelo de remuneração. Entendeu que, para recompensar ashard soft skills habilidades importantes ao negócio, facilitando o alcance dos objetivos, recomenda-se o agrupamento de habilidades comuns, em termos de exigências ou que sejam parte de um mesmo processo. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • entender os conceitos de blocos de habilidades, identificando as suas certificações. Referências FERREIRA, A. B. de H. : o dicionário da língua portuguesa. 8. ed. Curitiba: Positivo, 2010. 895 p.Miniaurélio HECKMAN, J. J.; KAUTZ, T. Hard evidence on soft skills. , v. 19, p. 451-464, 2012.Labour Economics EXEMPLO Imagine uma fábrica de vestuário que deseja remunerar suas costureiras por habilidade. Como construir um bloco de habilidades para esse cago? Um exemplo seria instituir a habilidade “costura”, que reuniria as capacidades de cortar moldes, cortar tecido, usar máquina Overlock, pregar botões etc. A costureira que evidenciasse todas essas capacidades teria um diferencial em sua remuneração. • - -7 HECKMAN, J. J.; KAUTZ, T. Hard evidence on soft skills. , v. 19, p. 451-464, 2012.Labour Economics HIPÓLITO, J. A. M. : a remuneração por competências como diferencial competitivo. SãoAdministração Salarial Paulo: Atlas, 2006. LACOMBE, F. J. M. . São Paulo: Saraiva, 2009.Teoria Geral da Administração PASCHOAL, L. : manual prático e novas metodologias. Rio de Janeiro:Administração de cargos e salários Qualitymark, 2001. - -1 Conceituando competências Adriana Souza D’Almeida Introdução O que caracteriza uma pessoa competente? Normalmente, é considerada competente a pessoa que se destaca em uma atividade ou sabe fazer algo melhor do que outras pessoas. Para a Gestão de Pessoas, o termo “competência” tem um significado mais abrangente e serve de fundamento para a estruturação de diversas atividades e ferramentas de gestão de pessoas, como: seleção, treinamento, gestão de carreira, avaliação de desempenho, sistemas de remuneração, dentre outros. Acompanhe os estudos deste tema e entenda mais. Ao final desta aula, você será capaz de: • conhecer o conceito de competências e seus tipos, diferenciando-as de habilidades. Competências: conceitos e elementos Competência é um substantivo feminino e pode ser definida como a capacidade resultante de um profundo conhecimento que alguém tem sobre um assunto; aptidão; conjunto de habilidades, saberes ou conhecimentos (FERREIRA, 2010). No início dos anos 1970, David Clarence McClelland, psicólogo americano, reconhecido por suas contribuições nos estudos de motivação e empreendedorismo, foi contratado pelo serviço diplomático dos Estados Unidos da América.Agrandedúvidadoserviçodiplomáticoera:porquealgunsembaixadoreseram mais bem-sucedidos do que outros, tendo todos praticamente a mesmaformação? McClelland foi, então, a campo entrevistar os diplomatas, aplicando um questionário que privilegiava situações concretas de trabalho. Com isso, o psicólogo constatou que algumas atitudes caracterizavam traços de personalidade ou de caráter que influenciavam na hora de lidar com as situações. Tais características tinham mais poder de favorecer o sucesso na profissão do que a formação profissional. Alguns entrevistados demonstravam capacidade de liderança; outros, raciocínio lógico, criatividade, sociabilidade, espírito empreendedor. Nesse contexto, McClelland denominou essas qualidades “competências”. • - -2 Figura 1 - O conceito de “competência” surge a partir da observação de diplomatas Fonte: sukiyaki, Shutterstock, 2019. Perceba que a competência é a capacidade de articular, mobilizar e colocar em ação valores, conhecimentos e habilidades fundamentais ao desempenho eficiente e eficaz de atividades requeridas pela natureza do trabalho. Le Boterf ( FLEURY; FLEURY, 2004) caracteriza a competência como “um saber agir responsável”,apud capacidade de transmitir habilidades para o contexto profissional; trata-se do cruzamento de três eixos: formação social, formação educacionale experiência profissional. Para Gardner (2000), as competências são capacidades ou qualificações específicas ao exercício de uma atividade no alcance do efeito desejado, sendo representadas pela sigla CHA, ou seja, conhecimentos, habilidades e atitudes. - -3 Figura 2 - Elementos das competências Fonte: arka38, Shutterstock, 2019. Os conhecimentos (o que eu sei, o meu saber) e as habilidades (o que sei fazer de forma prática) são competências técnicas, enquanto as atitudes (o que eu faço, meus comportamentos) são competências humanas, que dependem de autoconhecimento e de uma mudança de postura. Para um melhor entendimento sobre a competência, vejamos as principais escolas que estudam esse tema: a americana e a francesa. Para os autores americanos, como McClelland (1973) e Boyatzis (1982), a competência é um conjunto de qualificações que permite melhor desempenho no trabalho ou em determinada situação (DUTRA, 2009). É uma abordagem altamente voltada ao desempenho por meio do desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA). Para os autores dessa escola, conhecimentos, habilidades e atitudes podem ser previstos e estruturados com o FIQUE ATENTO As competências são mais abrangentes do que as habilidades, pois estas são um dos três elementos da competência. As competências consistem, portanto, no conjunto que cada pessoa carrega consigo de conhecimentos, habilidades e atitudes. Todo o rol de conhecimentos (teoria), práticas e comportamentos passam a constituir o portfólio de competências que uma pessoa tem. - -4 Para os autores dessa escola, conhecimentos, habilidades e atitudes podem ser previstos e estruturados com o intuito de definir um conjunto ideal de qualificações, de modo que a pessoa apresente os melhores resultados em suas atividades. Nesse sentido, as pessoas possuem ou adquirem competências que as auxiliam na realização de suas tarefas. Por outro lado, os autores franceses, como Le Boterf (1994) e Zarifian (1996), defendem que a competência está associada às realizações das pessoas, à entrega e à agregação de valor (DUTRA, 2009). Nessa visão, a competência, no contexto profissional, não representa uma lista de atributos individuais das pessoas, e sim a combinação de conhecimentos, habilidades e atitudes que são efetivamente demonstrados no exercício das atribuições de cada um. Como apenas a existência desses atributos não garante que eles serão efetivamente aplicados, a competência só se revela quando aplicada em contexto adequado. A abordagem francesa compreende que a competência está relacionada à capacidade de iniciativa da pessoa, ou seja, de ir além das atividades prescritas, compreendendo e dominando novas situações no ambiente de trabalho, de forma responsável. Figura 3 - Existem diferentes perspectivas sobre as competências Fonte: Sangoiri, Shutterstock, 2019. Ao estudar as escolas americana e francesa, podemos entender que a competência é inerente à pessoa, e não à qualificação para ocupar um cargo. Para unificar ambas as visões, Carbone . (2009) postulam que aet al competência representa os conhecimentos, habilidades e atitudes para exercer uma atividade, de forma combinada com o desempenho demonstrado em determinado contexto, por meio da efetiva aplicação (mobilização) desses elementos. - -5 Competências: tipos e implicações nas organizações Para ter competência, é preciso unir a posse de informações, a técnica e a determinação em querer aplicar o que se sabe. Para Fischer . (2008), esse enfoque é pouco instrumental, visto que não representa uma garantia deet al que essas características agregarão valor à organização. Por isso, os autores defendem que é necessário incorporar a noção de entrega. Figura 4 - O conceito de competência pode ser associado ao de entrega Fonte: Olivier Le Moal, Shutterstock, 2019. Ainda conforme Fischer . (2008), a entrega diz respeito a verificar o quanto a pessoa está comprometida eet al efetivamente se envolve no trabalho e nas atividades que desenvolve, não apenas focando os resultados. Realizar essa observação é importante porque o colaborador pode não estar tão engajado e, dessa forma, não agregar tanto valor quanto parece para a organização. EXEMPLO Suponhaumfuncionário que temconhecimentoeminformática.Casoconsigaaplicar esseconhecimento,colocando-oemprática,dizemosqueeletemhabilidade.Ese eletiverconhecimentoehabilidade,masnãoquiseraplicá-los?Dizemos,então,quefalta atitude, a - -6 Podemos dividir as competências em técnicas e comportamentais. Os conhecimentos e as habilidades são considerados competências técnicas, ou seja, no caso de nosso exemplo, as competências técnicas do funcionário seriam seu conhecimentoeminformáticaesuacapacidadedecolocá-loemprática.Considerandoo contextoempresarial,abrangemtudoqueapessoaprecisasaberpararealizarsuas tarefas, desempenharsuafunçãonaorganizaçãoeserumespecialistatécnico(LEME, 2005). Ao pensar na empresa e nas pessoas como parceiros, podemos perceber que ocorre uma troca de competências. A organização transfere parte do seu patrimônio para os colaboradores, de forma a enriquecê-los, preparando- os para enfrentar novas situações profissionais e pessoais e, em contrapartida, estes desenvolvem suas capacidadesindividuais,transferindoparaacompanhiaoaprendizadoepermitindoque sejapossívelenfrentarnovosdesafiosorganizacionais(DUTRA,2009). Embusca dessaagregaçãode passaasermaisadequadotrabalharmoscomaconceituação de competência, devalor, Fernandes (2013, p. 48): “[...] um conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes [...] que um indivíduo mobiliza e aplica, de forma reiterada, dentro de um contexto profissional, agregando valor à organização e a simesmo”. Analisandoasdiferentesabordagenssobrecompetências,conseguimosperceber a possibilidade de integrar a estratégia organizacional à gestão de pessoas por intermédiodascompetências. Perceba que a adoção do conceito de competência pelas organizações permite uma avaliação mais completa dos requisitos dos cargos e das pessoas. Além disso, é possível organizar todas as atividades ligadas à Gestão de Pessoas (seleção, treinamento, avaliação de desempenho, remuneração) tomando as competências por base. eletiverconhecimentoehabilidade,masnãoquiseraplicá-los?Dizemos,então,quefalta atitude, a qual está intimamente relacionada ao comportamento adequado das pessoas. Resumidamente, são as características pessoais que levam o indivíduo a praticar (ou não) o que conhece esabe. FIQUE ATENTO As competências comportamentais representam o que a pessoaprecisademonstrarcomoumdiferencialcompetitivoqueresulteemdesempenho superior e resultados melhores. As competências comportamentais do colaborador do nosso exemplo poderiam ser iniciativa, proatividade e foco em resultados (LEME, 2005). SAIBA MAIS Um modelo de gestão de pessoas pautado em competências deve estar integrado ao planejamento estratégico da organização. As habilidades e competências também devem ser desenvolvidas e recompensadas, objetivando-se os resultados organizacionais desejados e satisfação dos colaboradores. Para entender melhor como a gestão de pessoas passou a adotar um modelo mais estratégico, leia “Recursos Humanos Estratégicos: novas perspectivas para os profissionais de RH”, de Ulrich (2000). - -7 Ascompetênciassãoimportantesparaagestãodepessoas porquepermitemumavisãomais clara dos profissionais em seus potenciais e necessidades, permitindo o desenvolvimento humano. Fechamento Neste tema, entendemos o que são competências, seus elementos (conhecimentos, habilidades e atitudes) e seus tipos (técnicas e comportamentais). Aprendemos que as habilidades integram as competências e que esse conceito permite estruturar cargos, considerando mais do que as habilidades, mas também os conhecimentos e comportamentos importantes ao sucesso da organização. Nesta aula, você teve a oportunidade de: • conhecer o conceito de competências e seus tipos, diferenciando-as de habilidades. Referências CARBONE, P. P. . . Rio de Janeiro: FGV, 2009.et al Gestão por Competências e
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