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Aleitamento materno

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- O leite materno possui impacto significativo na redução da
mortalidade infantil em crianças menores de 5 anos
- Amamentação na primeira hora de vida pode ser um fator de
proteção contra mortes neonatais
- Melhor nutrição: o leite possui todos os nutrientes essenciais para o
completo desenvolvimento e crescimento da criança
> É capaz de suprir todas as necessidades nutricionais nos
primeiros 6 meses de vida
- Melhor custo financeiro
- Efeito positivo no desenvolvimento cognitivo
- Evita a diarreia: o fator de proteção diminui quando o aleitamento
deixa de ser exclusivo e com o avançar da idade da criança
- Evita infecção respiratória: proteção se mantém constante nos
primeiros 2 anos
> Diminui a gravidade dos episódios de infecção respiratória
- Diminui o risco de alergias: aleitamento exclusivo nos primeiros meses
de vida reduz o risco de alergia à proteína do leite de vaca, dermatite
atópicam asma e outras alergias
- Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes
> O menor risco de desenvolver diabetes se aplica à criança e à
mãe
- Proteção contra o câncer de mama: a chance de desenvolver a
doença cai 4,3% a cada 12 meses de duração da amamentação
> Independe da idade, etnia e presença ou não de menopausa
- Evita nova gestação: nos primeiros 6 meses após o parto (mãe
amamentando exclusiva ou predominantemente e em amenorreia)
Aleitamento maternoAleitamento materno
- Aleitamento materno é quando a criança recebe leite materno
(diretamente da mama ou ordenhado) independentemente de receber
ou não outros alimentos
- Aleitamento materno exclusivo: a criança recebe exclusivamente leite
materno (direto da mama, ordenhado ou leite humano de outra fonte)
- Aleitamento materno predominante: além do leite materno, a criança
recebe água ou bebidas à base de água
- Aleitamento materno complementado: além do leite, a criança recebe
alimentos sólidos ou semissólidos
- Aleitamento materno misto ou parcial: a criança recebe leite materno
e outros tipos de leite
- Duração ideal da amamentação:
> Exclusiva até os 6 meses
> Complementada até os 2 anos ou mais
Benefícios
ANATOMIA DA MAMA
Fisiologia da amamentação e
composição do leite materno
- Composta por glândulas túbulo-
alveolares (lobos mamários) que são
constituídas por lóbulos
- Cada lóbulo é composto por alvéolos
envolvidos por células mioepiteliais
- Para cada lobo mamário há um seio
lactífero com saída independente no
mamilo
LACTOGÊNESE
- Fase I: durante a gestação; a mama é preparada para a
amamentação pela ação de hormônios como estrogênio (ramificação
dos ductos lactíferos) e progesterona (forma lóbulos), hormônio
lactogênio placentário, prolactina e HCG (crescimento mamário)
> Segunda metade da gestação -> Ácinos e alvéolos ficam
distendidos pelo acúmulo de colostro
- Fase II: ocorre após o nascimento e expulsão da placenta; queda
acentuada da progesterona e liberação de prolactina pela
adenohipófise; neurohipófise produz ocitocina (contrai as células
mioepiteliais, expulsando o leite)
- Após o 3º/4º dia do parto, ocorre a descida do leite -> Independente
da sucção
- Fase III (galactopoiese): depende da sucção do bebê e do
esvaziamento da mama
COMPOSIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO LEITE
- O leite possui composição semelhante em todas as mulheres
- Leite de mães de RNPT tem mais calorias, lipídios, proteínas e lactose
que o de mães de RN termo
- O leite de vaca possui mais proteínas, mas a proeminente nesse é a
caseína (difícil digestão em comparação com a lactoalbumina)
- Colostro: nos primeiros 10 dias após o nascimento 
> Contém mais proteínas, menos gordura e mais IgA secretória do
que o leite maduro
- Leite de transição
- Leite maduro: possui mais calorias, lipídios e lactose, pórém menos
proteínas que o colostro
> Leite anterior: alto teor de água e componentes hidrossolúveis
> Leite posterior: possui mais gordura e energia. sacia mais
Técnica da amamentação
- Sucção é um ato reflexo
- Técnica de amamentação é fundamental para que a retirada de leite
seja eficiente
- A amamentação deve ser iniciada logo após o parto -> Redução do
risco de hemorragia materna e de icterícia no RN
- Pega inadequada dificulta o esvaziamento da mama, prejudica a
produção do leite e causa fissuras e dor na mama
- Pega adequada:
> Mãe e bebê em posição confortável que não comprometa a
capacidade da criança -> Abocanhar 2 cm de tecido mamário
além do mamilo, respirar livremente, retirar o leite efetivamente
e deglutir
> Os lábios devem ficar um pouco voltados para fora
> O corpo do bebê deve estar completamente voltado para a mãe
- Existem fatores imunológicos específicos e não específicos que
conferem proteção passiva e ativa para as crianças amamentadas
> IgA secretória: atua contra microorganismos que colonizam
superfícies mucosas; tem sua concentração reduzida no primeiro
mês e se mantém constante em seguida
> O leite materno também possui componentes celulares
(macrófagos, neutrófilos e linfócitos), IgM e IgG, lactoferrina,
lisozima, ...
- Técnicas e ordenha do leite:
> Lavar as mãos e o antebraço; usar máscara ou evitar
falar/tossir durante a ordenha; massagear a mama com
movimentos circulares da base à aréola; usar mão
correspondente à mama, em formato de C com polegar acima do
mamilo e dedo indicador abaixo; desprezar os jatos iniciais
- Armazenamento do leite ordenhado: 
> 12 horas na geladeira
> Até 15 dias no congelador, devendo ser descongelado em
banho-maria
- Oferecer o leite em copo, xícara ou colher
- Alguns sinais de técnica inadequada:
> Bochechas encovadas com a sucção, ruídos de língua, mama
esticada, dor na amamentação, mamilos com estrias vermelhas
ou áreas esbranquiçadas quando o bebê solta
- O aleitamento deve ocorrer em livre demanda (o RN costuma mamar
de 8-12 vezes por dia)
> Benefícios da amamentação sem restrição -> Reduz a perda de
peso inicial do RN, favorece a recuperação mais rápida do peso,
promove a descida do leite mais rápida, aumenta a duração do
aleitamento, estabiliza os níveis de glicose do RN, diminui a
incidência de hiperbilirrubinemia e previne ingurgitamento
mamário
- É importante que, em cada mamada, a criança esvazie
completamente a mama
Contraindicações
CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS
- Fatores maternos: HIV, HTLV 1 e 2, uso de medicamentos incompatíveis
com a amamentação (radiofármacos e antineoplásicos)
- Crianças com galactosemia
SUSPENSÃO TEMPORÁRIA
- Infecção herpética: quando a vesícula é situada na mama, a
amamentação deve ser mantida na mama sadia
- Varicela: presença de vesículas 5 dias antes ou 2 dias depois do parto
-> Mãe deve ficar em isolamento até que as lesões transformem-se em
crostas; criança deve receber Ig antivaricela em até 96h após o
nascimento
- Chagas: fase aguda ou sangramento mamilar ativo são
contraindicações
- Consumo de drogas de abuso: suspensão temporária da
amamentação após o uso
** A gestante deve realizar ordenhas regulares para estimular a
produção do leite até que a amamentação possa ser retomada
SITUAÇÕES ESPECIAIS
- Tuberculose: mães não tratadas ou bacilíferas devem amamentar
usando máscara e restringir o contato próximo com a criança
> O bebê deve tomar isoniazida 10 mg/kg/dia durante 3 meses e,
após esse período, realizar PPD
- Hanseníase: amamentação deve ser mantida e o tratamento com
rifampcina deve ser iniciado
- Hepatites: vacina e Ig para o tipo B elimina o risco de transmissão; no
caso de infecção por hepatite C, deve-se evitar fissuras na mama
- Dengue
- Cigarro e álcool: deve-se desestimular o uso de ambos, mas seu uso
não contraindica a amamentação
ALIMENTOS NÃO RECOMENDADOS
- É desejável que a criança ingira alimentos com baixos teores de
açúcar, gorduras e sal, de modo que esse hábitos se mantenha na fase
adulta
- Açúcar, enlatados, refrigerantes, balas, salgadinhos, biscoitos
recheados e outros alimentos com grandes quantidades de açúcar,
gordura e corantes devem ser evitados, especialmente nos primeiros
anos de vida
> O consumo desses alimentos está associado ao excesso de peso
e à obesidade ainda na infância
> Causa deanemia e alergias
- Sucos artificiais não devem ser oferecidos pelo fato de não oferecerem
nada além de açúcar, essências e corantes artificiais
- Consumo de mel deve ser evitado no primeiro ano de vida
- O consumo precoce de sal está associado ao aparecimento de HAS e
aumento no risco cardiovascular; deve-se preferir usar temperos
naturais
Alimentação complementar
- A partir dos 6 meses, recomenda-se a introdução de alimentos
complementares
- A alimentação complementar deve prover suficientes quantidades de
água, energia, proteínas, gorduras e minerais, por meio de alimentos
seguros, culturalmente aceitos, economicamente acessíveis e que sejam
agradáveis à criança
- O sucesso da alimentação complementar depende da paciência, afeto
e suporte por parte da mãe e de todos os cuidadores da criança
IDADE DE INTRODUÇÃO E FREQUÊNCIA
- A definição do período adequado para iniciar a introdução dos
alimentos deve levar em consideração a maturidade fisiológica e
neuromuscular da criança e as necessidades nutricionais
- Por volta dos seis meses de vida, o grau de tolerância gastrointestinal
e a capacidade de absorção de nutrientes atingem um nível satisfatório
e a criança vai se adaptando para uma alimentação mais variada
quanto à consistência e textura
- Entre 6-12 meses, o leite materno pode contribuir com
aproximadamente metade da energia requerida
- Frequência:
> 6 meses: três refeições por dia (duas papas de fruta e uma papa
salgada
> 7 meses: pode-se introduzir a segunda papa salgada
> 12 meses: a criança já deve receber, no mínimo 5 refeições ao
dia
- Introdução lenta e gradual de alimentos para que a criança se
acostume aos poucos
CONSISTÊNCIA E COMPOSIÇÃO
- Deve-se procurar variar o máximo a alimentação
- A quantidade de comida que deve ser oferecida depende da
densidade energética dos alimentos que são oferecidos
- No início, os alimentos devem ser esmagados com o garfo, nunca
liquidificados ou peneirados
- Os alimentos devem apresentar a consistência de papas ou purês ->
Maior densidade energética
- Aos 12 meses, a maioria das crianças já está apta a comer alimentos
na consistência de adultos
- As refeições devem conter alimentos de todos os grupos
CUIDADOS DE HIGIENE
- Práticas de higiene dos alimentos complementares são um
importante componente para a prevenção e redução da ocorrência de
doenças diarreicas e suas repercussões negativas

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