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FARMACOLOGIA APLICADA terça-feira, 16 de março de 2021 INIBIDORES DA SÍNTESE PROTEICA RIBOSSOMO BACTERIANO Os ribossomos possuem duas subunidades e para que haja a síntese proteica é necessário haver além do ribossomo, o mRNA e o tRNA. A subunidade 50s apresenta três sítios importantes para haver o controle da síntese proteica: A (aminoacil), p (peptidil) e e (saída); Etapas: 1) Decodificação: o tRNA decodifica uma mensagem transportando a sequência de aminoácidos que coincide com a sequência do mRNA 2) Transpeptidação: ligação da cadeia polipeptídica da cadeia em crescimento com o aminoácido que chega através da transpeptidase 3) Translocação: movimento do ribossomo no sentido 5’ – 3’ (sítio P para o sitia E) - Ribossomos de mamíferos – 60s e 40s - Ribossomos de microorganismos – 50s e 30s - Os antibióticos possuem uma seletividade maior para seres procariotos do que os eucariotos MACROLÍDEOS Claritromicina e Azitromicina (mais usadas); Eritromicina Mecanismo de ação: inibem a síntese das proteínas bacterianas impedindo a translocação ribossômica (50 S) - São de amplo espectro e bacteriostáticos ou bactericidas (depende da dose) Mecanismos de resistência: • Diminuição da permeabilidade da célula ao antimicrobiano • Alteração no sítio receptor da porção 50S do ribossomo (metilação) • Inativação enzimática (esterases) • Bomba de efluxo Tópica: bacteriostático Resto: bactericida Azitromicina: utilizada no COVID com o intuito de evitar inflamações secundárias por bactérias (oportunistas); USOS CLÍNICOS • Alternativa terapêutica em alérgicos à penicilina • Pneumonia na comunidade • Tratamento da H. pylori (claritromicina + amoxicilina + IBP) • Prevenção de endocardite após procedimento odontológico • Infecções superficiais de pele (Streptococcus pyogenes), • Profilaxia de febre reumática (faringite estreptocócica) • São considerados primeira escolha no tratamento de pneumonias por bactérias atípicas (Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila, Chlamydia spp.) • Tratamento de gonorréia – azitromicina (v.o) + ceftriaxona (i.m.) • Se o paciente tomou amoxicilina recentemente, indicar clavulanato mas se o paciente não conseguir comprar por ser mais caro, indicar um macrolídeo. EFEITOS COLATERAIS • Mais comuns: cólicas abdominais, náuseas, vômitos e diarreia (em até 1/3 dos pacientes). • Hepatite colestática • Prolongamento do intervalo QT – eritromicina e claritromicina • Raramente ocorrem reações alérgicas graves. • Com azitromicina e claritromicina as alterações são bem mais discretas e em menor frequência. Inibidores enzimáticos (CYP3A4) Recomendações para o manejo da pneumonia adquirida na comunidade 2018 TETRACICLINA Tetraciclina, doxiciclina, limeciclina, minociclina (v.o.) Tigeciclina (i.v.) Mecanismo de ação • As tetraciclinas ligam-se, de maneira reversível, à porção 30S do ribossomo, bloqueando a ligação do RNA transportador e impedindo a síntese proteica de células pro e eucarióticas. • Bacteriostáticas • Amplo espectro de ação • São quelantes de cátions divalentes: menor absorção; deposição. • Atravessam a barreira transplacentária e são excretadas no leite materno. - Evitar o uso concomitante com alimentos (principalmente leite, iogurte etc.), antiácidos, preparações com ferro Mecanismo de resistência • Reduz o acúmulo da droga no interior da célula usando bomba de efluxo; • Alteração nas proteínas da membrana externa dificultam penetração; • Proteção dos ribossomos devido à produção de proteínas que interferem na ligação a tetraciclina com os ribossomos; •Inativação enzimática; USOS CLÍNICOS • Amplo espectro - bactérias gram-positivas, gram-negativas aeróbias e anaeróbias, espiroquetas, riquétsias, micoplasma, clamídias e alguns protozoários. • Alternativas no tratamento de infecções causadas por Mycoplasma pneumoniae, N. gonorrhea, Treponema pallidum e em pacientes com traqueobronquites e sinusites. • Doxiciclina – alternativa para MRSA Contra-indicações: gestantes, lactantes e menores de 8 (12) anos EFEITOS COLATERAIS • Efeitos gastrintestinais: náuseas, vômitos, diarréia; colite pseudomembranosa • Alterações na cor dos dentes em crianças, hipoplasia do esmalte dentário e crescimento ósseo anormal, principalmente se utilizadas durante a gestação; • Reações alérgicas: urticárias, exantemas, edema periorbital, reações anafiláticas; fotossensibilidade • Cefaléia, incapacidade de concentração e, em raros casos, hipertensão intracraniana. • Insuficiência hepática AMINOGLICOSÍDEOS Estreptomicina, Gentamicina, Neomicina, Amicacina, Tobramicina Mecanismo de ação: • Essas drogas são utilizadas principalmente contra microrganismos aeróbicos gram-negativos e são hidrofílicos; • Ligam-se à subunidade 30s dos ribossomos inibindo a síntese proteica ou produzindo proteínas defeituosas. • O transporte do fármaco pela membrana plasmática bacteriana depende de oxigênio – ineficazes contra anaeróbios, em condições de anaerobiose, inibidos por Ca2+, Mg2+, hiperosmolaridade e em casos de acidez tem sua atividade reduzida num abscesso (anaerobiose) e urina ácida e hiperosmolar • Bactericidas e tem ação bacteriostática; • A estreptomicina foi o primeiro aminoglicosídeo obtido a partir do fungo Streptomyces griseus em 1944. • Cátions polares; baixa absorção por v.o.; não atravessa BHE • Administração 1x/dia; efeito pós-antibiótico Mecanismos de resistência (raros) • alteração dos sítios de ligação no ribossomo; • alteração na permeabilidade da droga; • modificação enzimática da droga. (principal) ação das acetilases, adenilases e fosforilases • efluxo do antibiótico USOS CLÍNICOS Preparações - parenteral (i.m. e i.v), oftálmica e tópica • Amicacina: maior espectro de ação. Tratamento de cistite e prostatite hospitalar • Comumente associados a betalactâmicos ou glicopeptídeos (efeito sinérgico) • Grande atividade contra bacilos e cocos gram-negativos Klebsiella spp., Serratia spp., Enterobacter spp., Haemophilus spp. e cepas de Pseudomonas aeruginosa • Bactérias gram-positivas, entre elas: S. aureus, S. epidermidis, L. monocytogenes, Enterococcus faecalis (associados à penicilinas), além de serem ativas contra micobactérias (estreptomicina). EFEITOS COLATERAIS • Acumulam-se no ouvido interno e no córtex renal: ○ Ototoxicidade vestibular a auditiva ○ Nefrotoxicidade *Não oligúrica: não causa diminuição nos níveis de urina • Bloqueio Neuromuscular/apnéia: infusões rápidas ou doses i.p. Em paciente curarizados com succinilcolina, com miastenia, hipocalcemia, outros. Revertido com sais de cálcio - Devido à rara resistência bacteriana, pouca alergia e baixo custo = uso mantido INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS Vantagem: o beta-lactâmico fragiliza a parede bacteriana aumentando a permeação do aminoglicosídeo Desvantagem: incompatibilidade química, não administrar concomitantemente pela mesma via ANFENICÓIS Cloranfenicol (v.o., tópico, i.v.) Mecanismos de ação semelhante aos macrolídeos • Bacteriostáticos de amplo espectro - Gram positivas e negativas • Usos terapêutico: conjuntivites e otites bacterianas; feridas ou queimaduras na pele (tópico); epiglotite aguda em crianças; febre tifóide (v.o.); bacteremias e infecções graves no SNC (i.v.). Efeitos adversos: • Alterações hematológicas: pancitopenia (diminuição de todos os elementos figurados do sangue); • Síndrome do bebê cinzento: distensão abdominal, emêse ocasional, progressiva palidez cianótica, colapso vasomotor e respiratório e morte. USO RESTRITO LINCOSAMINAS Clindamicina, lincomicina • Mecanismos de ação semelhante aos macrolídeos • Bacteriostáticos ou bactericidas • Espectro semelhante a penicilinas, mas também atinge S. aureus e outras produtoras de penicilinases • Boa penetração em abscessos, porém baixa no SNC Efeitos adversos: • Distúrbios gastrointestinais – diarréia, colite pseudomembranosa (A clindamicina destrói várias bactérias da flora normal deixando o C. difficile crescer exacerbadamente que secreta uma citotoxina provocando inflamação do colo (colite), causando ulcerações, diarreia intensa e febre) • Clindamicina (v.o.,gel, creme, i.v, i.m) Indicações principais ➔ Infecções causadas por anaeróbios gram-positivos e negativos, incluindo produtores de penicilinases (v.o, parenteral) ➔ Infecções de ossos, articulações e tecidos moles por S. aureus (v.o, parenteral) ➔ Síndrome compartimental por S. pyogenes (v.o, parenteral) ➔ Tratamento de acne (gel) ➔ Vaginose bacteriana (creme vaginal) OXAZOLIDINONAS LINEZOLID , TEDIZOLIDA (V.O./I.V) • Mecanismos de ação: inibe o ribossomo 70S • Espectro: Grande variedade de gram +: MRSA e VRSA; pneumococo resistente à penicilina; enterococos resistente à vancomicina, C. difficile. • Gram negativos mais comuns não são suscetíveis • Bacteriostática contra enterococos e estafilococos, pode ser bactericida contra estreptococos. • Indicações principais: pneumonia, sepse, infecções de pele e tecidos moles para organismos multirresistentes Efeitos adversos: • Trombocitopenia, diarreia, náuseas, raramente eritema e tonturas • Inibidor não seletivo da MAO
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