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Responsável por uma boa nutrição fetal e durante a gravidez há um aumento do fluxo sanguíneo uterino (não grávido é 50 ml de fluxo /min-> grávido é 500-600 ml/min). Mantém a tríade mãe/placenta/feto em equilíbrio. FIM da GESTAÇÃO: Sangramento: expulsão incompleta da placenta, infecção, não temos o controle hormonal adequado, hiperdistensão (GIG, gemelar, polidraminia) e anestésicos (venoso ou inalatório. obstetrícia Jacyara Vargas puerpério Conceito: período de retorno anatômico/funcional da mulher - período de transformação - retorno ao estágio pré- gestacional. O retorno ocorre realmente quando volta a ocorrer novos ciclos ovarianos estes ocorrem com a cessação da amamentação que é extremamente variável de mulher p/ mulher. Duração: Início - assim que termina o parto - após o secundamento e 1ª hora de ouro. Final - variável. Definição: inicia-se logo após a dequitação ou delivramento e termina quando a fisiologia materna volta ao estado pré- gravídico. A duração é variável principalmente nas mulheres que amamentam, mas em média perdura por 06-08 (40 a 60 dias) semanas. Características: grande stress fisiológico (exaustão física) e psicológico (labilidade emocional). Grande pressão emocional e várias dúvidas surgem. Pode ocasionar a depressão puerperal temporária ou persistente por algum tempo. Divisão: Puerpério imediato: 10 dias; Puerpério tardio: 10-45 dias; Puerpério remoto: > 45 dias. Willians: 10/28/>42 dias respectivamente (VAMOS USAR ESSA REFERÊNCIA). Sensação de bem-estar; Melhora do padrão respiratório (o útero não pressiona o diafragma - MR amplos e calmos). Lentificação da FC e queda da PA. Ardor vulvar (parto vaginal). Retenção urinária (perda de tônus na região perineal) - leva a distensão vesical e desconforto. Trânsito intestinal - meteorismo e constipação. Flacidez perineal. Mamilos hemorroidários (esforço). Lóquios: secreção vaginal após o parto. Clínica: Hipertermia - s/ sinal e sintoma de infecção não é febre - ocorre pelo estresse e esforço do TP - pode perdurar 24 h. Dor - geralmente não sentem + dor, mas é comum as multíparas queixarem dor (cólica) durante a amamentação (torto). Lóquios - rubro, flavo/serosa e alba. Urina - retenção líquida (7,5L durante a gestação é retido - líquido extracelular e aumento da volemia (anemia fisiológica pela retenção hídrica): elimina os líquidos retidos pela urina c/ aumento do fluxo urinário e estase pode levar a ITU. Sangue: perde 50/800 (vaginal) até 1000 (cesariana), queda Ht, leucócitos 30000 s/ desvio a esquerda (trauma e estresse do TP) e fatores de coagulação (aumentam - risco de trombose - não existe o filtro placentário). Perda de peso: 6 meses depois retorna ao peso pré-gestacional e ganho de 1,5 kg por retenção de gordura. Retração: diminui o volume em 50% e leva a CONTRAÇÃO provocando uma LIGADURA VIVA DOS VASOS - evitando SANGRAMENTO ! O útero decresce, em média, 2 cm por dia no seu comprimento. Essa retração leva a hemostasia mantendo contrátil o útero e evitando sangramentos. Ocorre uma anemia miometrial, hipóxia, trombose e obliteração dos vasos placentários (arteríolas que chegavam a placenta e depois sofrem apoptose) - Evita sangramento na ferida placentária. 24 horas útero Pós-parto imediato: 50% de redução (apêndice xifoide -> cicatriz umbilical ou abaixo. Paredes 4-5 cm de espessura (muito espessas) p/ manter a contração e evitar sangramento. No final da gravidez a espessura miometrial (1 a 1,5 cm). 2 semanas (3-10 dias): volta p/ a pelve. 4 semanas: tamanho pré-gravídico Peso 800-1000 g pós-parto imediato/ 14º dia 300 g/ > 14º dia 30 - 100 g (peso pré- gestacional) - causado pela perda de sangue, líquido e elementos indiferenciados. globo de segurança de Pinard vasos uterinos endométrio Camadas: basal e funcional (esponjosa e compacta): Superficial sofre necrose pela diminuição do fluxo sanguíneo e descama sendo o componente dos lóquios. Basal permanece intacta para originar um novo endométrio - em uma semana - devido a produção de ocitocina e prolactina pela amamentação inibe FSH e LH, quando para a amamentação aumenta FSH que leva a produção estrogênica que leva ao crescimento do endométrio, mas antes disso fica estacionado na camada basal, a mulher que amamenta não ovula e não menstrua (existem variações- algumas engravidam amamentando por ovulação de escape). Na grávida o endométrio pode estar tão atrofiado que sangra e não é menstruação ! Endometrite imediata (3º dia): inflamação s/ foco infeccioso. Cuidado: a infecção puerperal também é conhecida como endometrite mas com sinais e sintomas (secreção mucopurulenta, febre, leucocitose c/ desvio a esquerda). 16º dia pós-parto: toda a camada basal está reconstituída e originam os lóquios (perda de elementos celulares). Ligaduras vivas: ocorre pela contração da musculatura diminuindo o fluxo sanguíneo + a infiltração leucocitária fazendo com que esses vasos obliterem e evitem a perda sanguínea no pós-parto imediato. Até 10º dia: epitélio escamoso atrofia (independente da amamentação) - pico em 15 dias no PP. Após o 25º dia regeneração do epitélio escamoso vaginal: Amamentação: tecido subatrófico (não tem turgor e elasticidade de uma pct estrogênica). Não amamentam: acelera p/ o tecido normal. Hímen -> carúnculas himenais (lesão do tecido himenal) -> no parto vaginal tem uma nova lesão e estas passam a ser conhecidas como carúnculas mistiformes. Descarga pós-parto: Sangue, pequenas partes da decídua que ficam aderidas, células epiteliais, bactérias, secreções glandulares. Vão modificando o período do puerpério. Tipos: Rubro (3-4 dias)/ serosanguíneo (até 10 dias)/ seroso ou flavos (> 10 dias) e alba (28 dias até 50/60 dias); RUBRO: sangue, pequenas tiras de decídua e tecido morto, ás vezes vérnix caseosa, lanugo (pêlos) e mecônio. FLAVOS: exsudato do líquido seroso (ptn do plasma, plaquetas, leucócitos, hemácias), raiado de sangue, muco cervical e flora vaginal (microorganismos). ALBA: o sangue desaparece e os leucócitos aumentam, gordura e elementos da degeneração uterina (feridas uterinas e restos do local de implantação placentária), muco, cristais de colisterina e muitas bactérias. Eventualmente, depois de um tempo, a mulher pode sangrar por atrofia (se for cíclico pode ser o retorno da atividade ovulatória). obstetrícia Jacyara Vargas puerpério Cuidados Especiais no Puerpério: Deambulação precoce (trombose), cuidados com genitais (água e sabão - mesmo com episiotomia, laceração e sutura), função vesical (não reter urina), função intestinal (alimentação irrestrita) e depressão ou blues-puerperal (cansada, deixa de ser o centro de atenção - cuidado e suporte). Desaconcelhar bebida alcoólica e alguns antibióticos que podem passar gosto ou substâncias para o leite. Imunizações (completa o cartão vacinal - rubéola, hepatite, febre amarela), alta hospitalar (48 h pós- parto), orientar sobre contracepção/coito (contracepção com progestínico se a mãe está amamentando, evita-se o estrogênio pelo bloqueio da amamentação) e coito após a saída de lóquios/ em caso de episiotomia e laceração c/ rafia no mínimo 15-20 dias p/ o tecido cicatrizar, retorno menstrual coincide com a diminuição da amamentação. Explicado na consulta de puerpério (15-20 dias PP). Baby Blues: 40 a 75%; Primeiro mês - 10-30 diais; Choro, mudança de humor, maior sensibilidade, excesso de felicidade, falta de apoio, cansaço excessivo, melancolia, etc. O apoio familiar é fundamental para essa paciente evitando uma depressão pós-parto. Depressão pós-parto pode levar um infanticídio - violência familiar - criança e pai. Puerpério paterno: Competição da atenção da mãe entre o pai e a criança que pode implicar em distanciamento do pai, relações extraconjugais, sente-se triste e excluído. Indicado: psicoterapia. Depressão: uso de antidepressivo. Distúrbios mamários: 95% das mulheres amamentam ! Relação mãe-filho; Ajuda contrair o útero; Vacina natural (imunoglobulina p/ criança); Falhas na Amamentação: Mal preparo materno; Mal preparo dasmamas (limpar c/ água e sabão, evitar creme emoliente e insistir nas mamadas (drenagem natural na mamada). Ansiedade da mãe (conversar e estimular a mãe). Ingurgitamento e fissuras levando a dor: (drenagem e gelo local em ingurgitamentos e nas fissuras não suspender a mamada, limpeza leve já que o próprio leite é fator de proteção e ordenha frequente). Mastites e abscessos: sinais flogísticos, febre, endurecimento da mama, geralmente mama única, 10% evoluem p/ abscesso. Tratamento é ordenha frequente e uso de ATB (beta-lactâmico já que há grande chance de staphylo ou strepto de pele ser o agente causal). Pele e musculatura: ruptura das fibras elásticas, distenção, pele mais macia e flácida, com tempo e exercícios a flacidez diminui. Cuidado com a musculatura em pacientes submetidas a cesariana já que pode levar a diástase (podem ser cirurgias de repetição). Estrias causadas pela distensão e ruptura das fibras elásticas. vagina cérvix lóquios Lacerado lateralmente - aberto p/ expulsão do feto - pode sangrar por afetar a artéria cervical (ramo da uterina). 2/3 dias dilatado em 3 cm e em 10 dias fechado (OE pérvio) Característica muda - colo fica com orifício retificado pós parto-vaginal. No final da gravidez: proliferação celular diminui e aumenta a produção/secreção de leite (glandular) e aumento de tamanho (pelos aumento de vasos (rede de Haller), células mioepiteliais, gordura e água (retenção hídrica nas mamas). Lactação - eixo hipófise/hipotálamo: Mamogênese (desenvolvimento da mama - estrogênio, preogesterona, hormônio do crescimento e glicorticóides); Lactogênese (prolactina, insulina e glicocorticoides); Lactopoiese (ocitocina - exterioriza o leite). Colostro: leite dos 5 primeiros dias, rico em minerais, ptns e globulinas com menos açúcar e gordura. Leite: 600 ml/dia, isotônico com plasma, rico em lactose, alfa e beta lactoglobulinas, caseína, IL-6, vitaminas (exceto K - faz no bebê IM pós-parto) e baixa concentração de ferro a troca de Hb fetal p/ habitual supre essa baixa concentração (6º mês -> suplementa Fe). peritônio Aparelho ligamentar (redondo e cardinais): mantém oútero na posição sofrem involução já que estavam tensos durante a gravidez. Distopias: prolapsos uterinos (1º/2º/3º grau). parede abdominal tgu Aumento do volume extracelular -> diurese aumentada. Sobre-distensão e esvaziamento incompleto - infecção de TGU baixo puerperal. mamas Glândula exócrinas modificadas - ORGÃO DO PUERPÉRIO. Se observarmos mamilo supranumerário orientar a retirada - malignização. Na 1ª metade da gravidez: proliferação do epitélio secretor, formação de novos ductos e desenvolvimento da arquitetura lobular (amamentação). Quadro clínico - pct com febre e outros sinais pensamos em endometrite sempre: Febre > 38,3°C; Dor abdominal (localizada); Secreção vaginal (mucopiossanguinolentas); Involução uterina retardada; Sepse: queda do estado geral, taquicardia, sudorese, queda da PA e taquipneia. Exames laboratoriais: Hemograma: leucocitose c/ desvio a esquerda. Coagulograma (alterado); Hemocultura; VHS; EAS/Urocultura; Swab de secreção vaginal (material da secreção vaginal p/ cultura e identificação do germe); US - verificar a involução uterina e abscesso intracavitário. obstetrícia Jacyara Vargas puerpério Patológico Decorre de parto/aborto; Hemorragia - principal complicação do ciclo gravídico-corporal. Síndromes hipertensivas. DM. Infecções prévias a gestação. Outras doenças maternas. Sinonímia: endometrite (infeção uterina), endomiometrite (miométrio), endoparametrite (endométrio, miométrio, paramétrio) e metrite (englobando todas). Localizada: vulvites, vaginites, cervicites e endometrite (+ comum). Difusa - desenvolve a partir da localizada podendo levar a sepse: Lesão de continuidade mucosa: salpingooforite, pelviperitonite e peritonite. Via linfática: metrite, parametrite e endomiometrite (atingindo outros órgãos). Via hematogênica: tromboflebite (embólica ou séptica) e septicemia. A infecção puerperal é mais comum na cesariana que no parto vaginal já que é secundária a uma corioaminionite, tempo prolongado de amniorrexe, múltiplos exames (toques - parto vaginal que evolui p/ cesariana) e monitorização fetal interna. Infecção Infecção puerperal: Simples Complicada Doença tromboembólica; Hemorragia; Desordens em mamas; Desordens do trato urinário; Alterações anestésicas secundárias: Cefaleia pós-raquianestesia; Laringoespasmo (após intubação); Obstrução de VAS; Disfunção renal/hepática (principalmente aquelas que desenvolveram PE). Fatores Predisponentes a infecção puerperal: Baixo nível sócio econômico; Sangramento intenso; Anemia; Desnutrição crônica - resposta imune diminuída; Extremos de idade (< 17 e > 35); Gestação gemelar; Ruptura prematura de membranas; TP prolongado; Higiene inadequada; DM. Hemorragia: Bactérias: Streptococcus grupo A, B e D - relação com sepse neonatal; Enterococcus; Staphylococcus aureus; Gran negativo: E. coli, Klebsiella, Proteus; Peptococcus e Peptostreotococcus; Bacterioides; Clostridium e Fusobacterium; Mycoplasma e Clamydia. Diagnóstico diferencial: Febre puerperal (pode ocorrer nas 24 h pós-parto >38° mas não tem queda do estado geral/ secreção purulenta e desvio a esquerda). Diferenciar infeção do trato urinário - cistite ou pielonefrite; Ingurgitamento mamário: pode levar a hipertermia e abscesso mamário. Tratamento: Endometrite: clindamicina 600 mg de 8/8h + Gentamicina 240-320 mg (pct acima de 70 kg). Gentamicina é ototóxica e nefrotóxica, logo, nos exames laboratorias pedimos a prova de função renal antes do uso da mesma. EV por 72h e ação sobre patógenos. Depois de 72h afebril podemos passar para um beta-lactâmico/cefalosporina por + 7 dias. Pelviperitonite: abscesso pélvico, ttt por 7-10 dias venoso, avaliar a drenagem cirúrgica desse abscesso. Abscesso de até 7-8 cm respondem a ATB e maiores podemos avaliar drenagem cirúrgica. Sepse: fazemos suporte (ventilação/PA/ perfusão/ diurese), drogas, eventualmente fazemos cirurgia (histerectomia) e CTI. Histerectomia total: útero infectado, colo, trompas também infectado - logo deve-se retirar. Lavar bem a cavidade e drenar abscessos. ITU: + comum E. coli ( 1 a cada 6 pcts desenvolvem ITU sintomática e tratamos) e muitas tem bacteriúria assintomática (tratamos em grávidas e pcts submetidos a algum procedimento urológico). Fazemos bacterioscopia, EAS, urocultura, hemograma. Tratamento: ITU baixo - nitrofurantoina 100 mg - 1 comp. 6 em 6 h por 10 dias, cefalosporina, amoxilina c/ clavulanato; ITU alta - internamos - cefalosporina de 2ª ou 3ª EV, 72h s/ febre damos alta com medição para casa e 10 dias depois exame de cultura p/ confirmar o sucesso terapêutico. episiotomia Episiotomia: dor intensa local e sinais flogísticos c/ reação inflamatória levando até deiscência. Casos de deiscência: limpeza, cefalotina ou cefalexina (cefalosporina de 1ª geração); Resutura - geralmente não é refeita - deixamos fechar por segunda intenção. Causa: relação sexual que rompe os pontos. Celulite Sinais flogísticos na parede do abdome (calor, dor, rubor) Secreção pio-serosa - geralmente causada por Staphylo da pele. Oxicilina (não achamos oral), usamos cefalosporina de 1ª geração ou beta-lactâmico (amoxilina + clavulanato) hemorragia Principal causa de morte materna no Brasil ! Perda > 500 ml no PP imediato ou > 1000 na cesariana; Transfusão: relacionado a perda sanguínea - pode ter tonteira, síncope, síndrome do vaso vagal. Classificação: Primária: primeiras 24 h Secundária: até 12 semanas do PP. Incidência: 15-20%. Causas: acretismo placentário, principal é sangramento no sítio placentário por atonia uterina ou resto ovulares (tardio), laceração vaginal ou colo uterino ou coagulopatias. Normal: separação entre a decídua (endométrio) e placenta; Placenta percreta: penetra profundamente no endométrio (até a serosa podendo atingir órgãos próximos por contiguidade); Placenta increta: atinge 2/3 do miométrio. Increta e percreta: histerectomia subtotal p/ evitar o sangramento.O colo não sangra já que não tem esses vasos. Placenta acreta (75-78% dos casos): placenta atinge o miométrio - curetagem. Pcts c/ cesária prévia c/ placenta de inserção anterior deve ser encaminhada para PN de grande risco pelo risco de acretismo placentário. Detectado com USG c/ doppler ou RNM. atonia Causas: miométrio s/ perfusão (hipertonia ou taquisistolia), anestesia geral (vasodilatação), muita distensão, TP longo (36h). parto precipitado e infeção. Conduta: acesso venoso calibroso (2 acessos), cristaloides (cuidado - hemodiluição c/ menos fatores de coagulação - máximo 2 L e aquecido), massagem de fundo uterino, reserva de sangue, drogas (ácido tranexâmico, ocitocina, misoprostol, metilergotamina, adrenalina - para o útero contrair.). Não contraiu podemos fazer sutura de compressão ou histerectomia subtotal (eventualmente) Restos ovulares: acretismos (curetagem). Traumas: laceração genital - episiotomia extensa e inversão ou ruptura uterina (cicatriz uterina - fibose).
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