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História da adolescência
Psicologia do Desenvolvimento: Adolescência
Prof.: Bruno Carrasco
Adolescência enquanto percurso histórico
Para compreender o adolescente, tanto no seu desenvolvimento pessoal quanto 
na sua relação com o mundo, é preciso olhar para ele desde uma perspectiva mais 
ampla possível, que inclua não só as transformações biológicas e psicológicas, que 
são muito importantes, mas também o contexto sócio-econômico, cultural e 
histórico no qual ele está inserido.
O fenômeno da puberdade provavelmente nos acompanha desde os primórdios 
do ser humano. Já não se pode dizer o mesmo do fenômeno da adolescência, que 
possui uma relação intrínseca com o momento histórico e a localização geográfica, 
o que envolve relações com a cultura e os valores de um tempo, com os saberes, 
com a arte, com a arquitetura, com o direito, com a medicina, entre outros 
elementos.
Adolescência e infância na história
Para entendermos a adolescência enquanto um fenômeno histórico, diferente da 
puberdade, que sempre foi a mesma, por ser uma característica biológica, vamos 
fazer um breve percurso da história da adolescência.
Falar da história da adolescência é reconhecer que o modo como entendemos o 
adolescente hoje, e inclusive o modo como ele se percebe, não foram os mesmos 
em outros momentos da história.
Do mesmo modo, a infância também nem sempre foi a mesma no decorrer da 
história, e o reconhecimento (e a teorização) da adolescência surge pouco depois 
da teorização sobre a infância, por isso citarei brevemente a história da infância.
Breve história da infância
Da Idade Média ao século XVII: INFÂNCIA NEGADA
-A criança era vista como um adulto em miniatura (roupas, tratamento);
-Ausência da infância do modo como hoje entendemos;
-Por vezes, a criança era tratada como um animal;
-A criança era vista como propriedade dos pais;
-Havia uma passagem rápida da infância para vida adulta;
-O cuidado era feito pelo adestramento do pequeno.
Breve história da infância
Do século XVII ao século XVIII - INFÂNCIA INSTITUCIONALIZADA
-Criança vista como filho e aluno - cuidado dos pais e professores;
-Tida como “pequeno selvagem”, que precisa ser ajustada;
-A criança passa a ter uma vestimenta própria, diferente do adulto;
-Surge a educação para a infância, com o intuito de disciplinar a criança;
-Começam a aparecer alguns brinquedos e produtos para a infância;
-Os maus hábitos precisam ser corrigidos.
Breve história da infância
Século XIX em diante: SUJEITO DE DIREITOS
-A criança passa a se envolver no trabalho (séc. XIX);
-Deixa de ser propriedade exclusiva da família, mas também do estado;
-Passa a ser tida como um sujeito de direitos - são criadas leis e direitos para ela;
-Busca-se o desenvolvimento integral da criança;
-Consolidação da infância e de produtos exclusivos para a infância;
-Experiência de infância como hoje entendemos..
Conceito recente de adolescência
O conceito de adolescência, como hoje entendemos, é bastante recente. Até o 
século XVIII, a adolescência era confundida com a infância. Nas escolas jesuítas, 
garotos de 13 a 15 anos eram chamados indistintamente de crianças ou 
adolescentes. A noção do limite entre a infância e a adolescência era mais 
relacionado à dependência ou independência do indivíduo, do que à puberdade.
A importância enorme que se dá à adolescência hoje em dia surgiu em um 
passado muito recente. Há poucos anos atrás, ser jovem era uma coisa a ser vivida 
apressadamente para logo se tornar adulto. Podemos testemunhar essas histórias 
conversando com nossos pais e avós. A adolescência era muitas vezes vista como 
uma pedra no caminho da entrada no sistema social.
Juventude pós Segunda Guerra Mundial
Especialmente após a Segunda Guerra Mundial, a juventude passou 
gradativamente a ser foco de atenção. A contracultura, nos anos 60, acentuou 
muito essa tendência. Hoje em dia ser jovem é algo a ser preservado e até 
prolongando o máximo possível. Os adolescentes são exaltados por todas as 
instituições sociais: partidos políticos, escolas, Igrejas e meios de comunicação.
Acima de tudo, a juventude transformou-se num excelente e gigantesco mercado 
de consumo para inúmeros produtos, alguns dos quais criados especialmente ou 
com publicidade voltada exclusivamente para adolescentes. O mundo adulto 
manipula a juventude através dos meios de comunicação, criando ídolos e mitos, 
alienando-a, dirigindo-a para pensar e se comportar de acordo com seus próprios 
interesses.
A adolescência na história
Adolescência
A palavra adolescência vem do latim adolescere, que significa crescer. Segundo 
Melvin e Wolkmar (1993), a palavra adolescence foi utilizada pela primeira vez na 
língua inglesa em 1430, referindo-se às idades de 14 a 21 anos para os homens e 12 
a 21 anos para as mulheres.
Enquanto estágio do desenvolvimento humano, foi inaugurado oficialmente com o 
psicólogo e educador norte americano Stanley Hall (1846-1924), em 1904. Somente 
nos séculos XIX e XX, acontecimentos sociais, demográficos e culturais parecem 
ter propiciado o estabelecimento da adolescência como período distinto do 
desenvolvimento humano. A psicologia do adolescente tem um longo passado 
porém uma curta história.
Jovens na Grécia Antiga
Na Grécia Antiga, os jovens eram submetidos a um verdadeiro adestramento, cujo 
intuito era promover neles as virtudes cívicas e militares. Aos 16 anos, podiam falar 
nas assembleias. A maioridade civil era atingida aos 18 anos, ocasião em que eram 
inscritos nos registros públicos da cidade.
A ginástica era bastante utilizada para o desenvolvimento físico e moral das 
crianças e jovens. As moças faziam exercícios esportivos a fim de adquirir saúde e 
vigor para seu futuro de mães de família. Casavam-se aos 15 ou 16 anos. Via-se a 
fase da puberdade como um período de preparação para os afazeres da vida 
adulta: no caso do sexo masculino, a guerra ou a política; no caso do sexo 
feminino, a maternidade. Alguns jovens se dedicavam à filosofia, em especial os 
de famílias mais abastadas que não necessitavam da sua força de trabalho.
Jovens no Império Romano
No início do Império Romano, a educação dos mais jovens ficavam a cargo dos 
pais, sendo uma educação bastante prática, procurando formar o agricultor, o 
cidadão ou o guerreiro. A partir do século II a.C., as classes mais abastadas 
passaram a hospedar em suas casas algum mestre grego para educar seus filhos e 
aqueles que não tinham a mesma possibilidade enviavam seus filhos para escolas.
Os meninos romanos da elite, aos 12 anos, deixavam o ensino elementar e 
passavam a estudar os autores clássicos e a mitologia, com o objetivo de adornar 
o espírito. Aos 14 anos, abandonavam as vestes infantis, tendo o direito de fazer 
tudo o que um jovem gostasse de fazer. Alguns jovens, como complementação de 
seus estudos, viajavam à Grécia. Aos 16 ou 17 anos, podiam optar pela carreira 
pública ou entrar para o exército
Jovens na Idade Média
Na Idade Média, o indivíduo vivia em comunidades feudais, as quais se constituíam 
como um ambiente bastante familiar, onde todos se conheciam. Os papéis, tanto 
de gênero quanto profissional, eram determinados pela comunidade.
As crianças e adolescentes eram considerados adultos em miniatura, necessitando 
apenas de crescer em termos quantitativos nos aspectos físicos e mentais. 
Conforme a criança crescia, logo era misturada com os adultos e ia aprendendo as 
tarefas, crenças e valores que seriam solicitados quando se tornassem adultos.
Para o jovem adquirir um trabalho era por meio das Corporações de Ofício, onde 
começavam como aprendizes e não recebiam salário, geralmente moravam com o 
mestre. Quando terminavam o período de aprendizagem, recebiam o salário.
Jovens na Idade Média
Entre os nobres, os mais jovens treinavam para se tornar cavaleiro, treinamento 
bastante intenso e que demorava vários anos. Nas universidades surgiram.
O casamento costumava ser realizado entre 12 ou 15 anos, com a noivamais nova 
que o noivo. A partir do séc. XII, a Igreja Católica passou a exigir o consentimento 
mútuo dos noivos para a união, embora, na prática, os pais persuadiam a filha a dar 
seu consentimento.
Os jovens começam a ter algum poder de decisão em relação à sua própria vida, 
porém ainda muito precário. Alguns mosteiros criaram escolas para a educação de 
crianças até os 15 anos. Relatos da época mostram que esses jovens se 
organizavam em grupos de idades semelhantes para brincar e jogar.
1526
Jovens na Idade Moderna
De acordo com Philippe Ariès, na Idade Moderna, criou-se um novo papel para o 
Estado, o qual passou a interferir, com maior frequência, no espaço social, nas 
formas de agir na família, comunidade, grupos religiosos e educacionais.
O colégio tornou-se, então, uma instituição essencial da sociedade, local de 
instrução e educação. As crianças e adolescentes passaram a ser educados em 
lugares separados e fechados, sob a autoridade de especialistas adultos. 
As práticas escolares se destinavam à faixa etária dos 10 aos 25 anos, não 
havendo a preocupação da separação da população escolar em classes 
determinadas por faixas etárias. A segunda infância, dessa forma, não se distinguia 
da adolescência
1663 1665
Jovens no século XIX
No século XIX, a sociedade se tornou uma vasta população anônima, onde as 
pessoas já não se conheciam. Esse é um período marcado pelo fortalecimento dos 
Estados Nacionais, pela redefinição dos papéis sociais de mulheres e crianças, 
pelo avanço acelerado da industrialização e da técnica e pela organização dos 
trabalhadores.
A figura do adolescente começa a ser desenhada. Alguns marcos indicam o início 
e o fim dessa etapa: esse período é delimitado, no menino, como o que se estende 
entre a primeira comunhão e o bacharelado, e na menina, da primeira comunhão 
ao casamento. Ao longo do século XIX, a adolescência passa a ser reconhecida 
como um “momento crítico” da existência humana, sendo temida como uma fase 
de riscos em potencial para o próprio indivíduo e para a sociedade como um todo.
1835
D Pedro II
1846
Noiva 
Inglesa
1860
1882
1898
Jovens no século XX
O século XX foi um período em que as guerras marcaram o desenvolvimento da 
adolescência. Nos períodos que precederam a I e a II Guerra Mundial, a literatura 
enfatizava a indolência, indisciplina e preguiça dos adolescentes.
As modificações ocorridas no interior das famílias trouxeram novas posições para 
seus membros, inclusive o adolescente, pois não era mais o gênero que definia os 
papéis.
A questão sobre a universalidade ou não da adolescência é um tema importante e 
alguns historiadores interessados nesse problema defendem que a adolescência é 
uma construção social. 
1900
1920
1940
Jovens nos anos 1950 e 1960
Nos Estados Unidos, durante a década de 1950, apareceu o fenômeno 
denominado “juventude transviada” ou “rebelde sem causa”.
Os anos 1960 inauguram um novo estilo de mobilização e contestação social, os 
quais contribuíram para a percepção da adolescência como uma subcultura. Os 
jovens passaram a negar alguns padrões culturais da sociedade. Esse movimento 
transformaria a juventude em um grupo, com um novo foco de contestação. 
Surgiu um termo novo, a contracultura. Inicialmente, o fenômeno seria 
caracterizado por seus sinais mais evidentes: cabelos compridos, roupas coloridas, 
misticismo, um tipo de música e drogas, significando uma nova maneira de pensar, 
modos diferentes de se relacionar com o mundo e com as pessoas.
1950
1950
1950
1950
1960
1960
1960
1970
1970
Jovens dos anos 1980
Na virada para o séc. XXI, apareceu a expressão “onda jovem” para denominar o 
grande número de indivíduos que estão nessa faixa etária, devido a explosão da 
taxa de natalidade que ocorreu no início da década de 1980.
Esses jovens se depararam com um cenário econômico adverso, dificuldades para 
arrumar e se manter no emprego, incremento dos problemas sociais, 
especialmente os urbanos, modificações nos valores sociais, falta de perspectivas, 
diminuição da influência e controle tradicionalmente exercida pela família, igreja e 
comunidade. Ao mesmo tempo, a criança e o adolescente passam a ser 
considerados sujeitos de direito e em fase especial de desenvolvimento, afirmando 
a ideia de proteção integral do Estado.
1980
1980
1990
1990
2000
2000
2010
2010
Posição do adolescente na atualidade
Com esse histórico da posição dos adolescentes e da adolescência na sociedade, 
através dos séculos, pode-se considerar esse estágio uma invenção cultural ou um 
luxo, que só sociedades ou grupos sociais mais desenvolvidos se permitem. A 
concepção da adolescência parece estar relacionada à democratização da 
educação e ao surgimento de leis trabalhistas.
As culturas mais sofisticadas tecnicamente retardam o ingresso do jovem nas 
estruturas sociais, sendo cada vez maior a exigência de estudos e especialização 
para ingressar no mercado de trabalho. Consequentemente, o indivíduo precisa de 
mais tempo para cumprir as tarefas da adolescência, e esse período se estende. 
Jovem e cultura
Embora, atualmente, a idade média de casamento da mulher brasileira seja 24,1 
anos, quase um terço das jovens já teve pelo menos um filho. Muitos estudiosos e 
psicólogos destacam o fato evidenciado por alguns filósofos de que a 
adolescência começa na biologia e termina na cultura, justamente porque nas 
sociedades mais simples essa fase pode ser breve.
Nosso tempo postergou o matrimônio, ampliando a necessidade de permanecer 
no lar paterno (emancipação tardia), aumentando o número de nascimentos fora do 
matrimônio – fatores que levam o indivíduo a conviver com mais pessoas de 
diferentes idades e ambientes, sem laços consanguíneos com a maioria delas, com 
diferentes escalas de valores, ideias e crenças.
Entendimento da adolescência
Da mesma forma que observamos mudanças no entendimento do que é 
adolescência, também observamos mudanças em como os teóricos abordam essa 
etapa. Hoje observamos uma perspectiva de estudar todo o ciclo vital, 
considerando, então, a adolescência como mais uma etapa, com características 
próprias que atuarão na construção das trajetórias de vida de cada indivíduo, 
dentro de um contexto sociocultural.
O entendimento da adolescência, que envolve as exigências e comportamentos, é 
composto pelas variáveis presentes nas culturas em distintas épocas, as quais, 
para responder a novas demandas, materializavam seus ideais em instituições e 
comportamentos que buscavam facilitar a assunção dos direitos e deveres do 
adulto.
Referências Bibliográficas
BECKER, Daniel. O que é adolescência. São Paulo: Brasiliense, 1999.
BOCK, Ana Mercês Bahia. Psicologias: uma introdução ao estudo da psicologia. 
14. ed. São Paulo: Saraiva, 2010.
SCHOEN-FERREIRA, Teresa Helena; AZNAR-FARIAS, Maria and SILVARES, 
Edwiges Ferreira de Mattos. Adolescência através dos séculos. Psic.: Teor. e Pesq. 
[online]. 2010, vol.26, n.2, pp.227-234. ISSN 0102-3772.
Fonte: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26n2/a04v26n2.pdf
Por: Bruno Carrasco
Professor de filosofia e psicologia, graduado em psicologia, licenciado em filosofia 
e em pedagogia, pós-graduado em ensino de filosofia e em psicologia existencial 
humanista e fenomenológica, pós-graduando em aconselhamento filosófico.
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