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Lesões cervicais não cariosas

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Marciely Inaiara 
Tratamento
 
Hipersensib il idade dentinár ia 
É uma resposta exagerada ou uma dor passageira 
que está relacionada a exposição da dentina a 
estímulos químicos, táteis, térmicos ou 
osmóticos, provenientes do meio bucal. 
A exposição dentinária pode ser resultante da 
perda de esmalte por processos de Abfração, 
Erosão e Abrasão e também pela exposição da 
superfície radicular. 
Frequentemente a hipersensibilidade dentinária 
é acompanhada pela presença de uma lesão 
cervical não-cariosa, fazendo-se assim necessário 
o entendimento dos tipos, da etiologia e das 
características dessas lesões. 
Lesões cerv icais não-cariosas 
São caracterizadas por perda de estrutura 
dentária na região cervical do dente (junção 
amelocementaria), sem envolvimento 
bacteriano. 
Causas que levam a exposição da dentina: 
 Exposição da superfície radicular devido a 
recessão gengival por trauma crônico, 
causado pela escovação incorreta; 
 Higiene oral deficiente que resulta em 
gengivite ou periodontite; 
 Dentes mal posicionados; 
 Trauma ortodônticos; 
 Restaurações cervicais inadequadas ou com 
sobrecontorno; 
 Trauma oclusal ou hábitos parafuncionais 
como o bruxismo; 
 Exposição a ácidos através da dieta rica em 
sucos de frutas, vinho, iogurte e refrigerante; 
 
 
 Uso de medicamentos ácidos; 
 
 Refluxo gástrico e bulimia; 
 Uma escovação traumática imediatamente 
após a ingestão de alimentos ou bebidas 
ácidas pode potencializar esse desgaste. 
As lesões cervicais não-cariosas afetam 
principalmente a face vestibular de caninos e 
pré-molares de adultos e idosos, porém podem 
se desenvolver na superfície dental dos outros 
dentes e em qualquer idade. 
Em contrapartida, apesar da exposição 
dentinária ser mais acentuada em indivíduos 
idosos, a hipersensibilidade dentinária decresce 
com o decorrer dos anos devido à maior 
esclerose dentinária, à formação de dentina 
reparadora e à diminuição do volume dos 
túbulos dentinários e do número de fibras 
nervosas. 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DAS 
LESÕES NÃO CARIOSAS 
▪ ABRASÃO: Perda da estrutura dentária pelo 
desgaste mecânico que ocorre pela 
constante fricção por um corpo estranho, 
escova dura ou dentifrícios abrasivos. 
Caracterizada por uma superfície lisa, polida, 
rasa com contorno regular e localização 
vestibular; 
 
 
 
 
 
 
 
Marciely Inaiara 
▪ ABFRAÇÃO : Perda de estrutura dental 
devido a microfraturas do esmalte 
desencadeadas por tensões de tração e 
compressão proveniente de forças oclusais 
mal dirigidas ou exageradas. Apresenta 
forma de cunha, é profunda, com margens 
bem definidas, podendo ser encontrada em 
apenas um dente e parte pode encontrar-se 
na parte subgengival; 
 
 
 
 
 
 
▪ EROSÃO: Perda patológica, crônica, 
localizada e indolor de estrutura dentária 
pela dissolução por ácidos não bacterianos 
provenientes dos alimentos, bebidas, 
medicamentos, ou ainda por ácidos 
provenientes do próprio organismo. Pode ser 
agravado pela xerostomia e perimólise 
(capacidade tampão da saliva), e apresenta-
se com aspecto arredondado, raso, amplo e 
sem borda definida; 
 
 
 
 
 
▪ LESÃO MULTIFATORIAL: Quando a lesão 
resulta da interação de dois ou mais fatores 
etiológicos, sendo assim, difícil fazer o 
diagnóstico. 
 
DIAGNÓSTICO DE HIPERSENSIBILIDADE 
DENTINÁRIA 
▪ ANAMNESE: O paciente com queixa de 
hipersensibilidade deve ser submetido a uma 
anamnese para o detalhamento de sua 
história médica e dental e questionado sobre 
questões importantes sobre a característica 
da dor, como duração, frequência, estímulo 
que desencadeia a resposta dolorosa e a 
espontaneidade da mesma. Também deve-se 
perguntar se o paciente possui algum outro 
problema como: distúrbios de origem 
psicogênica como bulimia ou anorexia 
nervosa que podem aumentar a acidez na 
cavidade bucal e levar a dissolução de tecidos 
mineralizados. Deve-se avaliar os hábitos 
alimentares do paciente como o consumo 
exagerado de frutas cítricas, sucos, 
refrigerantes, medicamentos e substâncias 
ácidas de maneira geral que podem 
influenciar nos episódios de 
hipersensibilidade dentinária; 
 
▪ EXAME CLÍNICO : Observar presença de 
lesões de cárie, restaurações fraturadas ou 
desadaptadas, presença de dentes fraturado 
e/ou trincados e lesões com comunicação 
com a câmara pulpar. E também realização 
de uma avaliação periodontal para verificar 
possíveis recessões gengivais, mobilidade, 
presença de biofilme e qualidade da 
escovação; 
▪ ANÁLISE DA OCLUSÃO: Identificar sinais de 
trauma oclusal, hábitos parafuncionais e 
registro oclusal atual do paciente; 
 
▪ TESTES E EXAMES COMPLEMENTARES : 
Feitos para confirmar o diagnóstico de 
hhipersensibilidade e se necessário descartar 
outros problemas; 
 Percussão: 
 Palpação 
 Sondagem periodontal 
 
Marciely Inaiara 
 Radiografia 
 Testes de sensibilidade pulpar 
 
 Sinais e 
sintomas 
Exames e testes 
Cárie 
 
Sensibilidade 
ao frio e 
doce 
- Exame clínico -
- Exame 
radiográfico 
Fratura coronária 
Sensibilidade 
ao calor, frio 
e toque 
- Exame visual 
Síndrome do 
dente fraturado 
”trincado” 
Dor ao frio, 
ao morder 
sob pressão, 
variando de 
moderada a 
severa 
- Mordida 
sobre plástico 
- Teste térmico 
- Sondagem 
periodontal 
- 
Transluminação 
Fratura dental 
com exposição 
pulpar 
Dor pulsátil 
severa e 
constante. 
Alívio 
temporário 
pode ser 
seguido de 
necrose 
pulpar 
- Uso de 
corantes 
- 
transiluminação 
Hipersensibilidade 
dentinária cervical 
Dor aguda, 
súbita e de 
curta 
duração 
- Solução 
osmótica (doce, 
sal, ácido) 
- Teste térmico 
- Toque 
- Jato de ar 
Restauração 
fraturada 
Dor ao 
quente, frio 
e sob 
pressão 
- Exame visual 
- Mordida 
sobre plástico 
- Teste térmico 
Sensibilidade pós-
operatória 
De pequena 
duração, dor 
moderada 
ao quente, 
frio ou 
pressão 
- Revisão dos 
procedimentos 
de restauração 
- Teste térmico 
- Mordida 
sobre plástico 
Trauma oclusal 
Dor de 
pequena 
duração ao 
frio, quente 
e pressão 
- Verificar 
mobilidade, 
facetas de 
desgaste 
- Usar papel de 
articulação 
para detectar 
contato 
prematuro 
Pulpite reversível 
Dor ao 
quente e frio 
- Teste térmico. 
A dor logo 
desaparece 
com a remoção 
do estímulo 
- Dor 
provocada 
Pulpite 
irreversível 
Dor 
espontânea, 
contínua ou 
intermitente. 
Intensa dor 
com 
estimulação 
térmica 
- Teste 
teérmico 
- A dor persiste 
por muito 
tempo após a 
remoção do 
estímulo 
 
Tratamento da hipersensib il idade dentinár ia 
Agentes dessensib il izantes 
 
▪ OXALATO DE POTÁSSIO: Reage com o 
cálcio da dentina formando oxalato de cálcio 
homogêneo, insolúvel. ácido-resistente. É 
aplicado sobre a área afetada por 2 a 3 
minutos, após leve profilaxia e isolamento 
relativo. Podendo se repetir o processo 
semanalmente. Nome comercial: Oxagel. 
▪ OXALATO DE FERRO : com o aumento do pH 
devido á dissolução de matriz de 
 
Marciely Inaiara 
hidroxiapatita e outros componentes da 
dentina, cristais de oxalato de cálcio e fosfato 
de ferro se precipitam ocluindo os túbulos 
dentinários. Os fabricantes do oxalato de 
ferro não recomendam a remoção da lama 
dentinária, já que esta permanece 
recobrindo áreas potencialmente sensíveis. 
▪ HIDRÓXIDO DE CÁLCIO: Utilizado em 
suspensão, solução, pasta ou cimento. Seu 
mecanismo de ação não está bem 
esclarecido, mas provavelmente bloqueia os 
túbulos pela deposição de cálcio, além de 
hipermineralizar a dentina tornando-a mais 
resistente à ação dos ácidos e promover a 
neoformação dentinária. A sua aplicação em 
áreas sensíveis é feita por meio de pasta, 
deixando-a atuar livremente por 5 minutos 
através do uso de bastão de madeira ou taça 
de borracha sob fricção. Outra forma de 
aplicação é utilizar o cimento de hidróxido de 
cálcio sobre a região com sensibilidade 
dentinária. 
 
▪ COMPOSTOS FLUORETADOS: estimulam aformação de dentina menos solúvel, por 
reagirem com os íons cálcio do fluido 
dentinário formando fluoretos de 
hidroxiapatita no interior dos túbulos 
dentinários. Porém, esse efeito de 
obliteração dos túbulos é efêmero, já que o 
fluoreto de cálcio resultante da aplicação 
tópica é altamente instável e com cristais 
formados com pequenas dimensões. Os 
protocolos variam, e em geral se preconiza 
aplicar flúor acidulado, fluoreto estanhoso ou 
fluoreto de sódio por quatro semanas. 
Quando a aplicação é feita pelo próprio 
paciente, usam-se cremes dentais ou solução 
para bochechos (fluoreto de sódio a 0,05% 
para uso diário ou 0,2% para uso semanal); 
quando feita pelo profissional, deve ser na 
concentração de 0,2% ou até 2% por uma a 
duas semanas. 
 
▪ DENTIFRÍCIOS: A pasta, juntamente com a 
escova dental, forma um esfregaço que 
obstrui os túbulos dentinários, e as 
substâncias mais utilizadas são cloreto de 
estrôncio, flúor e nitrato de potássio. 
Exemplos comerciais são: Sensodyne, Mal-
vatricin, Colgate sensitive. 
 
▪ VERNIZES: Formam uma película 
impermeabilizadora na superfície dentinária, 
em um método que associa a ação benéfica 
do flúor à ação física da película do selante na 
superfície dentinária. Entretanto, este último 
possui um efeito efêmero, já que a película é 
facilmente removida. O verniz fluoretado 
deve ser aplicado com pincel, após profilaxia 
e sob isolamento relativo; seu excesso deve 
ser removido com bochecho com água. O 
paciente deve ser orientado a não escovar os 
dentes nas primeiras horas após a aplicação. 
Pode-se repetir o procedimento uma vez por 
semana. 
 
▪ SISTEMAS ADESIVOS: Sistemas adesivos: 
quando não há perda de estrutura dentária, 
podem ser utilizados os sistemas adesivos. A 
camada híbrida, formada pela impregnação 
de monômeros na superfície dentinária 
desmineralizada, promove o selamento dos 
túbulos, limitando o movimento do fluido 
intratubular, porém são removidos com 
muita facilidade. O profissional pode escolher 
entre os sistemas que em- pregam 
condicionamento com ácido fosfórico como 
etapa inicial e os autocondicionantes. 
 
▪ NITRATO DE POTÁSSIO: Esse produto 
despolariza as membranas das fibras 
nervosas e bloqueia a passagem do estímulo 
nervoso. Recomenda-se a aplicação tópica do 
nitrato de potássio com ou sem flúor pelo 
cirurgião dentista, seguida do tratamento 
doméstico com dentifrício também à base de 
nitrato de potássio. 
 
Marciely Inaiara 
▪ LASER: Seu mecanismo de ação é a interação 
da luz laser com o dente, causando 
obliterações microscópicas benéficas na 
superfície da dentina, visto que ocorre a 
fusão da dentina superficial, reduzindo o 
diâmetro ou mesmo obliterando a maioria 
dos túbulos dentinários, acabando com a 
sensação dolorosa. 
 
▪ RESINAS COMPOSTAS E CIMENTOS DE 
IONÔMERO DE VIDRO: Lesões não-
cariosas apresentando perda de estrutura 
dentária com profundidade superior a 1 mm, 
com risco de envolvimento pulpar ou por 
razões estéticas podem receber uma 
restauração de resina composta, de cimento 
de ionômero de vidro, ou até mesmo a 
combinação desses dois materiais. O 
procedimento restaurador proporciona o 
restabelecimento anatômico, funcional e 
estético com consequente selamento dos 
túbulos dentinários e eliminação da dor. 
 
PROTOCOLO RESTAURAÇÃO DE LESÕES 
CERVICAIS (CLASSE V) 
1. Profilaxia com escova de Robinson e pasta 
de pedra pomes; 
2. Registro de cor; 
3. Acesso à lesão com ponta diamantada 
esférica; 
4. Remoção do tecido cariado com broca 
carbide compatível com a cavidade ou 
cureta de dentina; 
5. Isolamento do campo operatório: pode ser 
realizado tanto com isolamento absoluto, 
quanto com isolamento relativo 
combinado, este último com abridores de 
boca, algodão e fio retrator. 
6. Condicionamento do ácido fosfórico em 
todo o preparo, sendo 30s em esmalte e 15s 
em dentina; 
7. Lavagem da cavidade por 30s; 
8. Secagem da cavidade, para remoção do 
excesso de umidade, com uma bolinha de 
algodão ou papel absorvente; *Ter cuidado 
para não secar excessivamente a dentina 
para não causar colapso das fibras de 
colágeno. 
9. Aplicação da 1ª camada do sistema adesivo, 
garantindo o molhamento de todas as a 
paredes da cavidade; 
10. Aguardar de 20s a 30s (tempo necessário 
para a melhor infiltração dos monômeros); 
11. Leve jato de ar para evaporação do solvente 
e uniformização da camada de adesivo; 
12. Aplicação da 2ª camada do sistema adesivo; 
13. Aguardar de 20s a 30s; 
14. Leve jato de ar para evaporação do solvente 
e uniformização da camada de adesivo; 
15. Fotoativação por 20s ou de acordo com o 
fabricante; 
16. Inserção da resina em técnica incremental: 
resina de dentina contra a parede gengival 
e axial da cavidade e finalização com 
incremento de resina para esmalte (com 
auxílio de espátulas e pincéis); 
17. Remoção do isolamento; 
18. Acabamento e polimento (24 horas depois): 
19. Remoção de excessos com lâmina de bisturi 
ou pontas diamantadas de granulação fina 
ou extrafina; 
20. Uso de tiras de lixa na região interproximal 
em movimento de S; 
21. Uso discos de lixa em granulação 
decrescente e borrachas abrasivas; 
22. Polimento com pasta de polimento e disco 
de feltro. 
 
Marciely Inaiara 
Fonte: Dentística – Saúde e estética 
(CONCEIÇÂO); Manual aplicativo de dentística

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