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MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO | Luíza Moura e Vitória Neves HEPATOESPLENOMEGALIAS FEBRIS HEPATOMEGALIA A hepatomegalia ocorre por doenças próprias do fígado ou sistêmicas. O fígado é vulnerável a uma ampla variedade de agressões: Microbianas; Metabólicas; Tóxicas; Circulatórias; e Neoplásicas. As doenças primárias dominantes do fígado são: Hepatite viral; Doenças hepáticas alcoólicas; e Carcinoma hepatocelular. Mais frequentemente, as agressões hepáticas são secundárias a algumas das doenças mais comuns nos seres humanos, como: Descompensação cardíaca; Neoplasias disseminadas; e Infecções extra-hepáticas. A enorme reserva funcional do fígado mascara o impacto clínico inicial dos danos hepático. No entanto, progressão da doença difusa ou perturbações à estratégia do fluxo de bile levam a consequências fatais da função hepática. Os mecanismos da hepatomegalia devem-se ao/à: Aumento do número ou tamanho das células intrínsecas do fígado; Infiltração de células; Aumento do espaço vasculare do espaço biliar. ESPLENOMEGALIA O baço, por outro lado, raramente expressa esplenomegalia por doença específica do mesmo, sendo esse aumento, geralmente, indicação de alguma patologia subjacente e reacional. Ele é o maior órgão do sistema fagocítico e está envolvido em: Todas as inflamações sistêmicas; Desordens hematopoiéticas generalizadas; e Muitos distúrbios metabólicos. Os mecanismos que levam a esplenomegalia ocorrem em: Consequência de infiltração no baço; Hipertrofia de elementos normais (macrófagos e componentes linfoides); Hematopoiese extramedular; Processos inflamatórios ou imunológicos; e Congestão sistêmica ou portal. CAUSAS INFECÇÕES Esplenites não especificas de infecções veiculadas pelo sangue (endocardite infecciosa); Mononucleose infecciosa; Tuberculose; Febre tifoide; Citomegalovírus; Sífilis; Malária; Histoplasmose; Toxoplasmose; Calazar; MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO | Luíza Moura e Vitória Neves Tripanossomiases; Esquistossomose; Leishmaniose; Equinococose. ESTADOS CONGESTIVOS DE HIPERTENSÃO PORTAL Cirrose hepática; Trombose do baço ou veia porta; Insuficiência cardíaca. TRANSTORNOS LINFO- HEMATOGÊNICOS Linfoma de Hodgkin; Linfoma não Hodgkin e leucemia linfocítica; Mieloma múltiplo; Transtornos mieloproliferativos; Anemias hemolíticas; Purpura trombocitopênica. CONDIÇÕES IMUNOLÓGICO- INFLAMATÓRIAS Artrite reumatoide; Lúpus eritematoso sistêmico. DOENÇAS DE DEPÓSITO Doença de Gaucher; Doença de Niemann-Pick; Mucopolissacaridoses. CAUSAS DIVERSAS Amiloidose; Neoplasias primarias e cistos; Neoplasias secundarias. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL No diagnóstico diferencial das hepatoesplenomegalias infecciosas considerar: FEBRE Hepatoesplenomegalia e febre é um importante achado para a causa de doenças febris, que são: Infecção ou doenças malignas provenientes da medula óssea ou sistema reticuloendotelial. ICTERÍCIA Pode servir para limitar o diagnóstico diferencial. Ao lado das hepatites virais e outras doenças que afetam primariamente o fígado, muitos patógenos produzem sepse e podem causar hiperbilirrubinemia. QUADRO AGUDO OU CRÔNICO As hepatites virais agudas por vírus hepatotrópicos são importantes no diagnóstico diferencial das hepatoesplenomegalias agudas infecciosas. No quadro crônico, encontramos as hepatites granulomatosas: Os granulomas são o produto do acúmulo focal de células inflamatórias que incluem fagócitos mononucleares e se formam em reação a uma variedade de agentes externos. Devido ao seu rico suprimento de sangue e grande número de células do sistema reticuloendotelial, o fígado é um local comum para a formação de granuloma. MANIFESTAÇÕES EXTRAHEPÁTICAS Na evidência de uma doença sistêmica, na presença de hepatoesplenomegalia, os sinais e sintomas colaboram para a elucidação MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO | Luíza Moura e Vitória Neves diagnóstica e podem ser, muitas vezes, a chave do diagnóstico. Os principais sinais e sintomas que acompanham as doenças que cursam com hepatoesplenomegalia são: Exantemas: mononucleose, citomegalovírus (CMV); Artrite, artralgia: doença de Lyme; Eosinofilia: parasitoses; Linfoadenomegalia: mononucleose infecciosa, toxoplasmose; Diarreia: febre tifoide; Anemia: malária. OUTROS Atividade profissional e de lazer; Viagens a áreas endêmicas; Situação vacinal; Transfusão de sangue; Internações recentes; Uso de drogas terapêuticas ou ilícitas; Doenças pregressa. DIAGNÓSTICO DAS HEPATOMEGALIAS ANAMNESE E EXAME FÍSICO Certificar de que o fígado está: Verdadeiramente aumentado; ou Deslocamdo, dando falsa impressão de ser hepatomegalia; Descartar massas palpáveis adjacentes, como: Vesicula biliar; Fezes; Neoplasia de colon; Individuos; Magros; Variacao do normal; Lobo de Riedel; Deslocamento do diafragma para baixo (asma e enfisema pulmonar, abscesso sub- diafragmatico). FÍGADO VERDADEIRAMENTE AUMENTADO Solicita dosagem de aminotransferases séricas. NÍVEIS DAS AMINOTRANSFERASES SÉRICAS ELEVADOS Solicita sorologias para hepatites virais. SOROLOGIAS PARA HEPATITES VIRAIS POSITIVAS Diagnósticos possíveis: 1. Hepatite viral aguda: CMV, Epstein-Barr (EBV), hepatite A/B/C/D/E. 2. Hepatite viral crônica: Hepatite crônica ativa; Hepatite crônica persistente. SOROLOGIAS PARA HEPATITES VIRAIS NEGATIVAS Solicitar tomografia de abdome. TC DE ABDOME COM EVIDÊNCIAS DE LESÃO FOCAL DO PARÊNQUIMA HEPÁTICO: Diagnósticos possíveis: 1. Tumor primário de fígado ou metastático; 2. Abscesso hepático; 3. Cisto: Doença policística; Cisto hidrático; Fibrose hepática congênita; 4. Hemangioma. TC DE ABDOME SEM EVIDÊNCIAS DE LESÃO FOCAL DO PARÊNQUIMA HEPÁTICO: Checar a pressão venosa central / pressão jugular central. MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO | Luíza Moura e Vitória Neves PRESSÃO VENOSA CENTRAL / PRESSÃO JUGULAR CENTRAL ELEVADA: Congestão vascular: Insuficiência cardíaca congestiva; Pericardite constritiva; Regurgitação tricúspide. PRESSÃO VENOSA CENTRAL/PRESSÃO JUGULAR CENTRAL NORMAL: Fazer biopsia hepática. Biopsia hepática anormal: Diagnósticos possíveis: Hepatite delta, doença de Wilson, hematopoiese extramedular, linfoma, infiltração gordurosa, doença de Gaucher, amiloidose, granulomas, hepatite toxica, infiltração de glicogênio, deficiência de α-1 antitripsina, infiltração de ferro, cirrose, obstrução biliar, infecção, congestão vascular, hepatite crônica ativa Biópsia hepática normal: Fazer venografia hepática. Venografia anormal: Diagnósticos possíveis: 1. Trombose de veia hepática; 2. Rede venosa hepática; 3. Obstrução de veia cava inferior. Venografia normal: Significa que o fígado está normal. Reavaliar em 6 meses. NÍVEIS DE AMINOTRANSFERASES NORMAIS Fazer tomografia de abdome. TOMOGRAFIA EVIDENCIA DEFEITOS FOCAIS Diagnósticos possíveis: 1. Tumor metastático ou primário; 2. Abscesso hepático; 3. Cisto: Doença policística; Cisto hidrático; Fibrose hepática congênita; 4. Hemangioma. TOMOGRAFIA NÃO EVIDENCIA DEFEITOS FOCAIS Fazer biopsia hepática. BIOPSIA HEPÁTICA ANORMAL: Diagnósticos possíveis: Doença de Wilson, hematopoiese extramedular, linfoma, infiltração gordurosa, doença de Gaucher, amiloidose, granulomas, hepatite toxica, infiltração de glicogênio, deficiência de α1 antitripsina, infiltração de ferro, cirrose, obstrução biliar, congestão vascular, hepatite crônica ativa. BIÓPSIA HEPÁTICA NORMAL: Significa que o fígado está normal. Reavaliar em6 meses. DIAGNÓSTICO DAS ESPLENOMEGALIAS SEM LINFOADENOPATIA Confirmar por método de imagem: USG; ou Tomografia. Excluir: Hipertensão portal; Insuficiência cardíaca congestiva; Endocardite bacteriana subaguda. Analisar: Cisto esplênico; MÓDULO FEBRE, INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO | Luíza Moura e Vitória Neves Deslocamento do baço; Aumento do tamanho por variação do normal. Pesquisar doenças autoimunes: Lúpus eritematoso sistêmico; Artrite reumatoide; Síndrome de Felty Analisar no sangue periférico: Neoplasias hematológicas; Doenças hematológicas não malignas; Parasitemias: malária. SE TODOS RESULTADOS ANTERIORES FOREM NEGATIVOS OU INCONCLUSIVOS Solicitar: Cultura; Biopsia; Aspirado de medula óssea. Investigar: Doenças hematológicas; Infecções fúngicas crônicas; Infecções por microbactérias; Leishmaniose; Doença de Gaucher; Amiloidose. RESULTADOS DA MEDULA NEGATIVOS OU INCONCLUSIVOS Fazer aspirado do baço com: Analise histológica; Imuno-histoquímica; Imunofenotipagem; Cultura para bactérias, fungos e microbactérias; Leishmania. PERSISTÊNCIA DE RESULTADOS NEGATIVOS OU INCONCLUSIVOS E O PACIENTE PERSISTE SINTOMÁTICO Procurar hepatomegalia e proceder ao roteiro de pesquisa de hepatomegalia. PERSISTÊNCIA DE ESPLENOMEGALIA E PACIENTE ESTÁ ASSINTOMÁTICO Fazer seguimento do caso periodicamente. PERSISTÊNCIA DE ESPLENOMEGALIA, PESQUISA PARA HEPATOMEGALIA NEGATIVA E PACIENTE PERMANECE SINTOMÁTICO Discutir esplenectomia para diagnostico.
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