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Desenvolvimento do coração O sistema cardiovascular surge na metade da 3ª semana de desenvolvimento e é importante, pois é responsável por suprir as necessidades nutricionais e de oxigênio. O coração é o primeiro órgão funcionalmente ativo e começa a bater antes mesmo de bombear sangue. Com relação a origem embriológica do coração, ele é formado a partir de mesoderma cardiogênico e ectoderma (células da crista neural). A linhagem cardíaca provém de duas regiões, as quais se estabelecem pela migração de células, tanto do mesoderma cardiogênico (esplâncnico), formando o primeiro campo cardíaco (posteriormente originam maior parte dos átrios e o ventrículo esquerdo), quanto do mesoderma da região da faringe, formando o segundo campo cardíaco (posteriormente forma, juntamente com as células da crista neural, o ventrículo direito e trato de saída). As células do primeiro campo cardíaco formam cordões angioblásticos, os quais passam por um processo de vasculogênese e dão origem a um par de tubos endocárdicos laterais. Com os dobramentos corporais, cranial, caudal e laterais, que o embrião sofre, esse coração é posicionado no local correto (região torácica) e os tubos endocárdicos se fundem, dando origem ao tubo cardíaco único. Os celomas também se fundem e dão origem a cavidade pericárdica, que permite a movimentação do coração, além de mais um detalhe, que é o mesocárdio dorsal, que é um pedacinho de mesoderma que resta prendendo o coração a parede dorsal. Formação do tubo cardíaco único: o endocárdio forma o revestimento interno do coração; o miocárdio forma a parede muscular do coração; a geleia cardíaca, que é secretada pelo miocárdio, forma a matriz extracelular. Obs.: o epicárdio (pericárdio visceral) provem de fonte mesodérmica independente Esse tubo é dividido em “câmaras primitivas”, dentre as quais temos (no sentido de entrada do sangue): seio venoso → átrio primitivo → ventrículo primitivo → bulbo cardíaco → trato de saída e raízes aórticas. SEIO VENOSO: localizado na extremidade caudal, participa da formação de parte do átrio e seio coronário; ÁTRIO PRIMITIVO: cranial ao seio venoso, participa da formação dos átrios; VENTRICULO PRIMITIVO: participa da formação do ventrículo esquerdo BULBO CARDIACO: maior parte do ventrículo direito (proveniente do 2° campo cardíaco) TRATO DE SAÍDA: contínuo com o saco aórtico (transporte de sangue para cabeça e tronco); porção proximal forma o cone arterial que é incorporado aos ventrículos e porção distal forma o tronco arterial, composto pela aorta ascendente e o tronco pulmonar Há uma apoptose localizada no mesocárdio dorsal para que o coração consiga sofrer dobramentos e se estabelecer com o posicionamento correto das câmaras, para o processo de septação e desenvolvimento de válvulas. Coração passa por processos de dobramento, remodelação e realinhamento, os quais posicionam o trato de saída entre as futuras câmaras atriais e o canal atrioventricular alinhado com os ventrículos. O corno esquerdo do seio venoso involui e dá origem ao seio coronário que capta de volta a circulação do coração; o corno direito do seio venoso se funde ao AD e forma o sinus venarum (parede mais lisa do átrio direito delimitada pela crista terminal). SEPTAÇÃO DO CORAÇÃO: a divisão em 4 câmaras é acompanhada da formação de septos no átrio primitivo, nos ventrículos e no trato de saída, e esses eventos ocorrem entre os dias 28-37 do desenvolvimento. Septo atrioventricular: há uma formação de dois coxins endocárdicos (dorsal e ventral) ao redor da periferia do canal atrioventricular, os quais se fundem e formam o septo AV. Este divide parcialmente átrio primitivo e ventrículo primitivo. Septo interatrial: fusão de dois septos musculares parciais → septo primum e foramen primum; foramen primum obliterado enquanto ocorre apoptose da porção dorsal deste septo, que forma o foramen secundum; é formado mais um septo muscular, só que mais espesso, o qual também é parcial e origina o septo secundum. Entre este septo e o septo AV fica uma passagem que comunica as duas câmaras atriais, conhecida como forame oval. A porção caudal do septo primum forma a valva do forame oval. Considerações: existe um shunting direita → esquerda; ANTES DO NASCIMENTO o AD tem maior pressão; APÓS O NASCIMENTO, há uma fusão da válvula do forame oval com o forame oval, formando um resquício na parede interatrial direita, a fossa oval, e com isso a pressão do AE se torna maior. Septo interventricular: é um septo muscular que se projeta para a luz cardíaca e inicia a separação do bulbo cardíaco (futuro VD) e ventrículo esquerdo; cresce em direção ao septo AV, mas não se funde, formando o forame interventricular, que fica presente até a 7ª semana) OBS.: só finaliza após o término da septação do trato de saída, com a fusão do septo IV muscular + septo do TD + septo AV Septo do trato de saída: é necessário para uma eficaz separação entre circulação sistêmica e pulmonar; formação de coxins endocárdicos (+ células da crista neural) formando o septo aorticopulmonar, que separa completamente as vias de saída ventriculares direita e esquerda OBS.: septo em espiral necessário para que o VD se comunique com a futura circulação pulmonar e o VE se conecte com a circulação sistêmica. FORMAÇÃO DAS VALVAS: as valvas AV (tricúspide do lado direito e bicúspide/ mitral do lado esquerdo) começam a se formar entre a 5ª e a 8ª semanas e são originadas a partir da formação de coxins endocárdicos próximos aos canais AV, com processos de erosão e remodelamento da parede miocárdica ventricular (valvas AV, cordas tendíneas e mm papilares); as valvas semilunares são formadas a partir de coxins endocárdicos na saída da aorta e no tronco pulmonar, por volta de 9ª semana concomitantemente à septação do trato de saída, os quais são chamados de coxins intercalares e são remodelados e escavados. MARCAPASSO E SISTEMA CONDUTOR: os batimentos cardíacos no coração maduro são sincronizados a partir do no sinoatrial, o qual é derivado do seio venoso direito e desenvolve-se a partir da 5ª semana, próximo a entrada da veia cava superior. Ele é formado através da diferenciação de cardiomiócitos preexistentes que perdem a capacidade de contração e adquirem capacidade de gerar impulsos elétricos; Temos, ainda, o no atrioventricular, que se forma da mesma maneira, porém na região de junção AV, tendo função de regular a condução dos impulsos e coordenar a contração ventricular.
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