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Aula 07 - Prof. Rodrigo Rennó Administração p/ ICMS/RJ - 2016 (Com Videoaulas) Professores: Marco Tulio Bicalho Gomes, Rodrigo Rennó, Sérgio Mendes, Vinícius Nascimento Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 109 Aula 7: Processos Gerenciais Olá pessoal, tudo bem? Na aula de hoje iremos cobrir os seguintes itens do edital: Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico. Espero que gostem da aula! 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 109 Sumário Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico ........ 4 Planejamento. ...................................................................................... 7 Níveis do Planejamento. ...................................................................... 10 Planejamento Estratégico ..................................................................... 14 Missão e Visão e Negócio. ................................................................... 15 Análise SWOT. ............................................................................... 20 Direção. .......................................................................................... 23 Motivação ..................................................................................... 24 Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow. ..................................... 26 Teoria X e Y de McGregor. ............................................................... 31 Teoria dos dois fatores de Herzberg. ...................................................... 33 Teoria da Expectativa ou da Expectância de Vroom. .................................... 37 Motivação e o Contrato Psicológico ...................................................... 39 Liderança ...................................................................................... 41 Liderança X Chefia ........................................................................ 43 Abordagens de Liderança .................................................................. 44 Teoria dos Traços de Liderança. .......................................................... 44 Teoria Comportamental – Os Estilos de Liderança. ...................................... 46 Liderança Contingencial ou Situacional .................................................. 49 Modelo de Fiedler. ......................................................................... 49 Teoria Situacional .......................................................................... 51 Estrutura Organizacional ........................................................................ 54 Divisão do Trabalho ou Especialização. ..................................................... 56 Estruturas Formais e Informais. .............................................................. 57 Cadeia de Comando. .......................................................................... 58 Amplitude de Controle. ....................................................................... 60 Centralização e Descentralização ............................................................ 64 Posições de Linha e Staff. .................................................................... 67 Departamentalização. ......................................................................... 69 Departamentalização Funcional ........................................................... 70 Departamentalização por Produto ......................................................... 71 Departamentalização por Cliente .......................................................... 72 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 109 Departamentalização Geográfica .......................................................... 73 Departamentalização por Processo ........................................................ 74 Desenho Estrutural das Organizações ....................................................... 75 Estrutura Linear ............................................................................ 75 Estrutura Funcional ........................................................................ 76 Estrutura Divisional ........................................................................ 77 Estrutura Matricial. ......................................................................... 80 Estrutura em Rede .......................................................................... 83 Controle .......................................................................................... 89 Momento do Controle ........................................................................ 91 Lista de Questões Trabalhadas na Aula. ........................................................ 94 Gabarito ........................................................................................ 107 Bibliografia .................................................................................... 107 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 109 Processos gerenciais e as relações com os fatores humano, tecnológico e econômico O processo administrativo faz parte de qualquer trabalho em que buscamos atingir objetivos gerindo recursos1. Todos nós instintivamente utilizamos este processo. Quando você decidiu estudar para concursos, provavelmente planejou qual seria a área que teria mais chances (fiscal, tribunais, etc.) e qual cargo desejava atingir. Tendo este objetivo, buscou organizar seu tempo e gastar seus recursos financeiros nos melhores materiais de ensino que pode adquirir. A direção, que é relacionada com a motivação e a mobilização para o estudo, foi outro fator importante, pois não é fácil ter persistência e foco para se manter estudando por meses e anos a fio. Por fim, a cada prova que fez foi controlando seus acertos e sua classificação, de modo a garantir que seu objetivo estava chegando mais próximo, ou seja, que seu processo de preparação estava dando certo e que você aos poucos está chegando mais próximo de seu objetivo: passar no seu concurso desejado! Desta forma, todos nós somos administradores de uma maneira ou de outra. Mas a escala de problemas em uma empresa é muito maior do que em nossas vidas, portanto quanto maior o número de recursos, mais complexo fica o processo administrativo2. Desta forma, o processo administrativo é composto de quatro aspectos básicos: o planejamento, a organização, a direção e o controle. De acordo com Chiavenato3, o processo administrativo compreende quatro funções específicas: 1- Planejamento: planejar envolve a solução de problemas e a tomada de decisões quanto às alternativas futuras. Portanto, é o processo de estabelecer objetivos e o curso de ação adequado para alcançar esses objetivos; 2- Organização: visa estabelecer os meios e recursos necessários para possibilitar a realização do planejamento e reflete como a organização ou empresa tenta cumprir os planos. É relacionada com a atribuição de tarefas e alocação dos recursos necessários nas equipes e nos departamentos;1 (Maximiniano, 1995) 2 (Maximiniano, 1995) 3 (Chiavenato, Administração nos novos tempos, 2010) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 109 3- Direção: envolve o uso da influência para ativar e motivar as pessoas a alcançarem os objetivos organizacionais. Ela envolve: influenciação, comunicação, orientação, motivação e liderança; 4- Controle: representa o acompanhamento, a monitoração e a avaliação do desempenho organizacional para verificar se tudo está acontecendo de acordo com o planejado, organizado e dirigido. O processo administrativo é dinâmico, cíclico e interativo, pois todas as funções estão entrelaçadas e para conseguir atingir nossos resultados desejados precisamos desempenhá-las bem. Não adianta planejar bem se não conseguirmos organizar os recursos para executar nosso trabalho. Tampouco conseguimos um bom resultado se não estivermos motivados e focados em nossos objetivos. E sem controle, não temos ideia se estamos ou não atingindo nossos resultados, não é verdade? Vamos ver uma questão que cobra este assunto? 1 - (FCC – SERGIPEGAS – ASSIST. ADM. – 2010) As etapas básicas do gerenciamento são: (A) organização, atendimento, cobrança e controle. (B) qualidade, satisfação, conformidade e padrão. (C) atendimento, liderança, resultados e eficácia. (D) estratégia, tática, avaliação e reformulação. (E) planejamento, organização, direção e controle. Vejam como a FCC cobrou este tema de modo bem fácil! O processo administrativo (que a banca chamou na questão de “etapas”) é composto do planejamento, da organização, da direção e do controle, como visto acima. O gabarito é a alternativa E. Questão bem tranquila, não é mesmo? Abaixo vemos no gráfico então o processo administrativo: 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 109 Figura 1 - Processo Administrativo Vamos analisar outra questão recente? 2 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Segundo Fayol, a definição dos objetivos organizacionais e dos caminhos a serem percorridos para que sejam alcançados relacionam-se com a seguinte função administrativa: (A) planejamento. (B) controle. (C) organização. (D) coordenação. (E) comando. Aqui selecionei uma questão sobre Fayol para mostrar como vocês já conseguem responder uma questão desta. Henry Fayol foi o autor que primeiro sintetizou o processo administrativo (em sua obra do começo do século XX). Mas, atualmente, consideramos a coordenação e o comando como parte do processo de direção. Nesta questão, temos de saber qual processo se relaciona com a definição dos objetivos organizacionais e a escolha dos caminhos a serem percorridos para que estes objetivos sejam alcançados. O processo que define os objetivos da empresa é o planejamento, não é mesmo? Desta forma, o gabarito é a alternativa A. Vamos ver agora cada processo de modo mais detalhado? Planejamento Direção Controle Organização 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 109 Planejamento. O planejamento é um dos mais importantes processos na administração. Sem ele, nenhuma empresa ou organização consegue desenvolver-se. O mesmo pode ser dito para nossas próprias vidas: sem um processo de planejamento, teremos muito mais dificuldade para atingirmos nossos objetivos. Imagino que você, mesmo que nunca tenha estudado este assunto, tenha alguma ideia do que trata o planejamento, não é mesmo? Mesmo que de forma simplificada, todos nós já utilizamos o planejamento em nossas vidas. Para passar em um concurso, por exemplo, devemos planejar quanto tempo teremos diariamente para estudar, devemos analisar nossa situação atual, definir quais serão as matérias que iremos focar, quais são os temas que ainda temos dificuldade, dentre outros aspectos, para que tenhamos sucesso em nossos certames. Em uma empresa, o processo é, basicamente, muito semelhante. Só que o processo é um pouco mais complexo. Como estamos nos referindo a grandes organizações, deveremos utilizar algumas ferramentas que nos auxiliam. Nesta aula, iremos abordar os principais pontos cobrados pelas bancas e as principais “pegadinhas” das bancas. O planejamento está inserido nos quatro principais processos administrativos (os outros são: organização, direção e controle). De certa forma, é o processo de planejamento que influencia os demais processos. É através do planejamento, por exemplo, que definimos aonde a organização quer chegar, em que prazo de tempo e como faremos para atingir estes objetivos. E para quê planejamos? Basicamente, o planejamento serve para que um gestor busque reduzir as incertezas na gestão de uma empresa. Não conhecemos o futuro, não é mesmo? Mas devemos estar preparados para os principais desafios esperados e devemos estar sempre atentos para o ambiente que nos cerca. O planejamento proporciona, assim, aos gestores uma capacidade de “pensar o todo”, e não somente ficar “apagando incêndios”. A ideia é não ficar preso ao curto prazo e também analisar as possibilidades e ameaças futuras4. Além disso, o planejamento auxilia o gestor no direcionamento dos esforços e recursos onde eles são mais necessários. Fica mais claro para 4 (Sobral & Peci, 2008) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 109 todos (inclusive para a cúpula) quais são os objetivos estratégicos e quais são as principais oportunidades e ameaças. Com o processo de planejamento, todos os funcionários ficam sabendo quais são os objetivos e quais são os planos de seus superiores. Por isso, dizemos que o planejamento dá um “norte” aos membros de uma empresa – todos passam a saber o que deve ser feito e quais são as visões de futuro. Além disso, o planejamento torna possível o processo de controle da empresa, pois sem sabermos quais são os objetivos e metas, não poderemos construir um sistema de controle (afinal, quem controla o que não tem direção?). Outro aspecto interessante é o constante aprendizado que o processo de planejamento gera, em que os gestores passam a conhecer melhor a instituição, seu ambiente e as forças externas. De acordo com Sobral e Peci, as principais vantagens do planejamento podem ser descritas: Figura 2 - Vantagens do Planejamento - Fonte: (Sobral e Peci 2008) Desta forma, o planejamento é o processo que é utilizado pelas organizações para buscar reduzir as incertezas e aumentar a possibilidade de que a instituição tenha sucesso5. De acordo com um conhecido autor, Djalma de Oliveira6, o “Planejamento é um processo desenvolvido para o alcance de uma situação futura desejada, de um modo mais eficiente, eficaz e efetivo, com a melhor concentração de esforços e recursos pela empresa”. 5 (Oliveira, 2007) 6 (Oliveira, 2007) ひ D= ┌マ さミラヴデWざ ヮ;ヴ; ; WマヮヴWゲ; ひ Ajuda a focar os esforços ひ Define os parâmetros de controle ひ Ajuda na motivação e no comprometimento ひ Ajuda no autoconhecimento da empresa 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br9 de 109 Os principais autores concordam com esta visão: de que o planejamento envolve a definição de objetivos e do modo de alcançá-los7. Entretanto, a “doutrina” não concorda sobre as etapas ou passos do planejamento. Uma definição conhecida da ordem destas etapas ou “passos” do planejamento seria a seguinte8: Assim, alguns autores acreditam que o planejamento inicia-se com a definição dos objetivos. Já outros postulam que o planejamento começaria com a análise do ambiente interno e externo. 7 (Chiavenato, Administração Geral e Pública, 2008) 8 (Schemerhorn Jr., 2008) Definição dos objetivos ひOnde queremos chegar? Determinar sua situação atual ひQuão longe estamos dos nossos objetivos? Desenvolver premissas sobre o futuro ひQ┌;キゲ ゲ?ラ ラゲ さIWミ=ヴキラゲざ ラ┌ ゲキデ┌;NロWゲ マ;キゲ ヮヴラ┗=┗Wキゲ SW acontecer? Analisar e escolher entre as alternativas ひQuais são as melhores opções de ação? Implementar o plano e avaliar os resultados ひExecutar o planejado e controlar os desvios ひ Não existe consenso sobre as fases do planejamentoLembrem-se 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 109 Níveis do Planejamento. O processo de planejamento acontece em todos os níveis da instituição, mas cada nível apresenta certas diferenças. Quando falamos de níveis do planejamento, estamos nos referindo aos tipos de planejamento que são executados em cada nível da empresa. E quais são estes níveis? Quando pensamos em uma empresa, normalmente dividimos a sua estrutura em três patamares: o estratégico, o tático e o operacional. Para facilitar a compreensão, o nível estratégico envolveria os diretores e dirigentes máximos da organização. Já o nível tático envolveria a gerência média da organização (por isso, algumas bancas chamam este nível de gerencial). Finalmente, o nível operacional estaria relacionado com os supervisores e com os executores diretos das tarefas, ou seja, com o pessoal que “mete a mão na massa”. Naturalmente, a preocupação de cada um destes “atores” é diferente! Assim, o planejamento de cada nível também é feito de forma diferente e com um foco distinto. As principais diferenças ocorrem em relação ao prazo, à abrangência e ao seu conteúdo9. A cúpula da organização, por exemplo, não está preocupada (ou não deveria estar) com os detalhes de cada operação. Em uma empresa ou órgão público grande, eles ficariam “doidos” se quisessem planejar todas as suas operações, de cada atividade, não é mesmo? Esta cúpula, que chamamos de nível estratégico, está sim preocupada com os grandes assuntos da empresa. O foco é, portanto, no “quadro global”, com as principais questões que podem gerar oportunidades ou ameaças para estas organizações. Os objetivos não são detalhados, específicos, mas sim gerais e abrangentes. Além disso, este nível deve estar voltado não só para o “dia-a-dia” da instituição, mas tente ter uma visão de mais longo prazo. São eles que devem pensar o futuro da organização, como ele deve enfrentar seus desafios em um prazo mais largo. Assim, o foco do planejamento estratégico deve estar no longo prazo10! Lembrem-se disso, pois cai “mais que o Neymar em jogo decisivo” nas provas de concurso. 9 (Chiavenato, Administração nos novos tempos, 2010) 10 (Sobral & Peci, 2008) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 109 Já o nível gerencial ou tático deve receber do nível estratégico as diretrizes e objetivos estratégicos. Assim, cada gerente deve, em sua área, cumprir o que já foi definido pela cúpula estratégica da empresa. Sua preocupação já não será tão abrangente, pois eles estão responsáveis por um departamento ou projeto específico, não é mesmo? O mesmo pode ser dito quanto ao tempo: seu planejamento será voltado para o médio prazo. Portanto, o planejamento tático deve englobar os objetivos de cada departamento (por exemplo, a Gerência de Marketing) para que os objetivos estratégicos da empresa sejam alcançados. Lembre-se disso: o planejamento tático é um desdobramento do planejamento estratégico. Figura 3 - Níveis do Planejamento e seus desdobramentos Finalmente, o pessoal do “chão de fábrica”, ou do nível operacional está preocupado é como vão executar suas atividades dentro do esperado: no prazo, dentro do custo orçado e com a qualidade necessária. Naturalmente, estas atividades estarão inseridas dentro do que o planejamento tático definir: quais são as ações importantes e que devem ser realizadas para que os objetivos estratégicos e táticos sejam alcançados. Seus objetivos são bem detalhados e estão voltados para o curto prazo. O plano operacional nada mais é do que um plano voltado para a execução de alguma tarefa ou evento: o treinamento de funcionários, a captação de um empréstimo, uma conferência entre parceiros, dentre diversas atividades que ocorrem em todos os departamentos. Vamos ver um caso prático? Nível Operacional Nível Tático Nível Estratégico Planejamento Estratégico Planejamento da área de Finanças Plano de Captação de Recursos Plano de Gestão do Fluxo de Caixa Planejamento da área de Marketing Plano de Mídia 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 109 Você é o presidente de uma cadeia de hotéis. Sua preocupação maior é a de como posicionar sua empresa para o crescimento de mercado e aumentar sua lucratividade. Como o mercado hoteleiro está se desenvolvendo? Como os hábitos das pessoas estão mudando? Para quais destinos elas estão desejando ir? Como os concorrentes estão se comportando? Todas estas questões devem ser analisadas antes da tomada de decisão de construção de um novo empreendimento, não é verdade? Uma decisão estratégica poderia ser a de investir na construção de um novo hotel “resort” em uma praia paradisíaca do Nordeste, por exemplo. Para construir este hotel, a empresa terá de investir cerca de um bilhão de reais (hotelzinho bom esse!). Com esta decisão estratégica tomada, os planos táticos terão de ser adaptados para que a organização consiga realizar o hotel (planejamento estratégico), não é mesmo? Com isso, o gerente financeiro, por exemplo, deverá montar um planejamento gerencial para conseguir captar esta quantia (um bilhão de reais). Ele deverá gerar algumas alternativas de captação deste dinheiro no mercado financeiro, como a emissão de debêntures (títulos de dívida). Finalmente, com a decisão tática tomada, o nível operacional também deverá obedecer a este planejamento tático para montar seu próprio plano (o planejamento operacional). O analista financeiro terá de planejar a operação de lançamento destes títulos de dívida no mercado em seus mínimos detalhes, para que a operação tenha sucesso. Figura 4 に Exemplo do desdobramento do Planejamento Vamos ver como este tópico já foi cobrado? Planejamento Estratégico ひDecisão de Construir o Hotel Planejamento Tático ひDecidir a melhor alternativa de captação Planejamento Operacional ひPlanejar a operação de lançamento em detalhes 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 109 3 - (FCC – TRT 24°/MS – TEC ADM – 2011) O nível de planejamento que temcomo objetivo otimizar determinada área, e não a organização como um todo, é o (A) departamental. (B) tático. (C) setorial. (D) operacional. (E) estratégico. Como vimos acima, existem três níveis no planejamento: estratégico, tático e operacional. Estamos nos referindo ao nível estratégico quando pensamos na organização como um todo. Do mesmo modo, estamos no nível tático quando estamos pensando um setor ou unidade. Assim sendo, estamos lidando com o planejamento operacional quando focamos em uma tarefa em específico. Neste caso, a questão pediu o planejamento que tem como objetivo aperfeiçoar uma área. Portanto, refere-se ao planejamento tático, não é mesmo? O gabarito é a letra B. 4 - (FCC – TRT 24°/MS – TEC ADM – 2011) Sobre o Planejamento Estratégico, analise: I. É o mesmo que planejamento, mas com ênfase no aspecto de longo prazo dos objetivos. II. É o mesmo que planejamento, porém com ênfase no aspecto de curto prazo dos objetivos. III. É o mesmo que planejamento, mas com ênfase na análise global do cenário. Está correto o que consta APENAS em (A) III. (B) II e III. (C) II. (D) I e III. (E) I e II. A primeira frase está correta, pois o planejamento estratégico realmente está focado nos objetivos de longo prazo. Já a segunda frase está errada, pois o planejamento estratégico não está voltado para os objetivos de curto prazo (seria o nível operacional). 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 109 Entretanto, a terceira frase também está correta. O planejamento estratégico realmente deve analisar o cenário global da empresa (economia, governos, consumidores, fornecedores, etc.). Nosso gabarito é a letra D. Planejamento Estratégico Dos níveis do planejamento, o planejamento estratégico é “disparado” o mais cobrado em provas de concurso. Este tipo, como vimos, refere-se à organização como um todo e abrange o longo prazo11. Este planejamento está fortemente voltado para o ambiente externo, apesar de considerar também o ambiente interno em suas decisões. O planejamento estratégico deve dar as diretrizes que permitirão os seus membros tomar as decisões apropriadas na alocação de pessoas e recursos de modo que os objetivos estratégicos sejam alcançados12. As principais etapas do planejamento estratégico são: a definição da missão, valores, negócio e visão de futuro da organização; o diagnóstico estratégico; a formulação da estratégia; a execução e a avaliação e controle de todo o processo. Desta maneira, devemos ter em mente quais são os valores e os princípios norteadores da atuação da organização, como ela se vê no futuro e qual é sua situação atual, para que possamos construir uma estratégia para alcançar sua visão de futuro. Já a estratégia é o modo como executaremos o planejado. É a alternativa de atuação que facilitará o alcance dos objetivos estratégicos13. O planejamento estratégico normalmente tem uma abrangência de dois a cinco anos de duração. Assim, deve estabelecer os passos necessários para que os objetivos dentro desde período sejam atingidos14. O planejamento tem cinco características principais15: O planejamento estratégico está relacionado com a adaptação da organização a um ambiente mutável – Ou seja, devemos 11 (Sobral & Peci, 2008) 12 (Daft, 2005) 13 (Kaplan & Norton, 2000) 14 (Daft, 2005) 15 (Matos e Chiavenato, 1999) apud (Barbosa & Brondani, 2004) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 109 entender que estamos lidando com a incerteza. Portanto, todo planejamento deve ser dinâmico – sendo constantemente reavaliado e monitorado; O planejamento estratégico é orientado para o futuro – o planejamento é voltado ao longo prazo, e como as decisões atuais poderão impactar a organização neste futuro; O planejamento estratégico é compreensivo – desta forma, envolve a organização como um todo. Todos os recursos e pessoas devem ser envolvidos neste processo para que a organização tenha sucesso; O planejamento estratégico é um processo de construção de consenso – naturalmente existem pensamentos diferentes e conflitantes dentro de uma organização. Entretanto, o planejamento deve buscar o melhor resultado para todos dentro da organização. Uma das características de um planejamento de sucesso é o envolvimento e o comprometimento de todas as áreas e pessoas para que ele seja bem executado; O planejamento estratégico é uma forma de aprendizagem organizacional – como a prática do planejamento, tanto a organização passa a se conhecer melhor, como a conhecer melhor seu ambiente externo e seus desafios. Missão e Visão e Negócio. Um dos assuntos mais pedidos pelas bancas quando abordam o planejamento em suas provas é a diferença entre estes conceitos: missão, visão e negócio de uma organização. A missão de uma organização é, basicamente, o motivo pelo qual esta instituição foi criada. Define e explicita qual é sua razão de ser. A missão tem um objetivo: comunicar aos públicos internos e externos quais são as intenções daquela empresa em relação à sociedade. Vamos ver um caso prático? Todos nós conhecemos a Petrobrás, não é verdade? Esta companhia nasceu como uma empresa no setor de petróleo. Começou explorando e refinando petróleo. Atualmente, opera em diversas áreas do setor de energia. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 109 Vejam como a missão da Petrobrás está descrita em seu site na Internet16: “Atuar de forma segura e rentável, com responsabilidade social e ambiental, nos mercados nacional e internacional, fornecendo produtos e serviços adequados às necessidades dos clientes e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua.” Vamos ver outra situação? Uma universidade deve, basicamente, gerar conhecimento na sociedade, não é verdade? Vejam como é a missão da Universidade de Brasília17: “Produzir, integrar e divulgar conhecimento, formando cidadãos comprometidos com a ética, a responsabilidade social e o desenvolvimento sustentável.” Portanto, a missão é uma declaração de intenções, apresentando para a sociedade e seus trabalhadores qual será sua contribuição para o bem da coletividade, ou seja, qual é sua “razão de ser”. Isto serve como um norteamento para seus principais colaboradores. Fica mais claro para todos quais deverão ser as principais atividades e quais deverão ser as prioridades daquela instituição. Além disso, serve como um instrumento para que seja fortalecido o comprometimento dos empregados perante a empresa. Outro conceito importante é o de negócio da organização. Este negócio seria relacionado com as atividades principais da empresa naquele momento específico, seu âmbito de atuação. Ao contrário da missão, o negócio é mais focado um contexto específico. Enquanto a missão é uma declaração de intenções, a definição do negócio busca afirmar quais são as atividades atuais e os setores de atuação em que a organização atua – qual é o âmbito atual de operações. Vamos ver esta diferença na prática? A missão das Lojas Renner é a seguinte18: “Comercializar produtos de moda com qualidade a preços competitivos e excelência na prestação de serviços, conquistando a liderança, sempre orientado pelo mercado.” 16 Fonte: http://www.petrobras.com.br/rs2010/pt/relatorio-de-sustentabilidade/missao-visao-atributos-da-visao-e-valores/ 17 Fonte: http://www.unb.br/unb/missao.php 18 Fonte: http://portal.lojasrenner.com.br/renner/front/institucionalMissao.jsp 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 109 Já o negócio da mesma empresa é o seguinte: “Varejo de vestuário, artigos de beleza e serviços.” Perceberam como a missão é muito mais “abstrata” do que o negócio. Isto ocorre para que os membros da organização não confundam as coisas. A empresa pode estar operando uma usina hidroelétrica no momento (seria o negócio), mas sua missão seria a de gerar energia de modo sustentável. Futuramente, o negócio da empresa poderia ser outro, mas a missão manter-se a mesma. De acordo com Vasconcelos e Pagnoncelli19, “os benefícios advindos da definição do negócio estão relacionados à determinação do seu âmbito de atuação. Assim, a organização pode ajustar seu foco no mercado e desenvolver seu diferencial competitivo, orientando o posicionamento estratégico da organização e evitando a miopia de mercado exposta por Levitt.” Entretanto, existem autores que utilizam dois tipos de definição de negócio: um seria mais específico (descrevendo os setores de atuação) e o outro seria mais amplo (descrevendo os benefícios oferecidos). De acordo com Lobato, um exemplo seria o caso da Nokia20. Pelo conceito restrito do negócio da empresa, ela seria uma fornecedora de telefones celulares. Já de acordo com o conceito mais amplo, a empresa “conectaria pessoas”21. Infelizmente, esta definição mais “ampla” fica muito semelhante ao conceito de missão e confunde muitos candidatos. Abaixo, podemos ver um resumo do conceito de missão: 19 (Vasconcelos e Pagnoncelli, 2001) apud (Lobato, Filho, Torres, & Rodrigues, 2009) 20 (Lobato, Filho, Torres, & Rodrigues, 2009) 21 (Rennó, 2013) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 109 Figura 5 - Missão Organizacional Finalmente, a visão de futuro indica como a organização se vê em um futuro de longo prazo. O conceito de visão é bem intuitivo mesmo. Imagine se estivéssemos falando da sua visão de futuro! Como você se vê daqui a cinco anos? Um servidor motivado, com uma remuneração interessante? O mesmo ocorre quando falamos de uma instituição. Toda organização deve saber aonde quer chegar, ou seja, quais é seu “destino desejado”! Vamos ver novamente um caso prático? A nossa já citada Petrobrás tem a seguinte visão de futuro (no caso deles, para o ano de 2020)22: “Seremos uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo e a preferida pelos nossos públicos de interesse” Desta maneira, a visão indica para os demais membros da organização quais são os objetivos “últimos”, os “macro objetivos”. De certa forma, a visão indica o “resultado final buscado”, que deve ser alcançado se todos os objetivos estratégicos forem atingidos. Abaixo vemos no gráfico as principais características da visão: 22 Fonte: http://www.petrobras.com.br/pt/quem-somos/estrategia-corporativa/ Determina qual é o papel da organização na sociedade Norteia os membros da organização É a "razão de ser" da empresa Aumenta o comprometimento da equipe 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 109 Figura 6 - Visão de uma organização Vamos ver mais algumas questões? 5 - (FCC – TRT 23°/MT – ANALISTA – 2011) A definição da visão da organização no planejamento estratégico (A) é um instrumento da reengenharia organizacional. (B) só vale para o curto prazo da organização. (C) configura uma etapa desvinculada da definição da missão da organização. (D) implica necessariamente uma crítica da situação atual da organização. (E) representa aquilo que a organização quer ser num futuro previsível. Questão muito tranquila, não é mesmo? A letra A está errada, pois a visão não é relacionada diretamente com a Reengenharia (mudança drástica dos processos organizacionais). No caso da letra B, a visão é um instrumento do planejamento estratégico. Portanto, o foco é o longo prazo e não o curto. A letra C também está errada, pois a determinação da visão é sim vinculada ao estabelecimento da missão da instituição. A letra D está incorreta porque a visão organizacional não é, necessariamente, uma crítica à situação atual. Finalmente, a letra E está perfeita e é o nosso gabarito. Como a empresa se vê no futuro Destino desejado e desafiador Não estabelece valores, mas uma direção geral 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 109 6 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) O elemento organizacional que serve para clarificar e comunicar os objetivos e os valores básicos e orientar as atividades da organização é denominado (A) política operacional. (B) visão. (C) estratégia. (D) indicador. (E) missão. Como vimos acima, o elemento do planejamento estratégico que serve para clarificar e orientar às atividades de uma organização é a missão. A política operacional não se refere a isso, e sim as atividades e operações da organização. A visão é um estado futuro desejado. A estratégia é o “como”, ou seja, qual será a maneira da empresa atingir seus objetivos. Já os indicadores servem como ferramentas de controle dos resultados e esforços empenhados. Nosso gabarito é mesmo a letra E. Análise SWOT. Um dos passos fundamentais do planejamento estratégico é a que “situamos” a organização frente a seu ambiente interno e externo. Muitos autores chamam esta etapa de diagnóstico estratégico. Em provas de concurso, o que você precisa lembrar é do nome da ferramenta utilizada para fazer esse diagnóstico: análise SWOT (ou FOFA). Este nome SWOT é simplesmente a soma de siglas dos termos em Inglês: “Strengths” (forças), “Weakness” (fraquezas), “Opportunities” (oportunidades) e “Threats” (ameaças). Assim, essa ferramenta nada mais é do que uma análise tanto do ambiente interno, quanto do ambiente externo de uma instituição. O objetivo é sabermos como ela está em comparação com seus concorrentes e desafios. A análise interna busca perceber quais são os pontos fortes e pontos fracos da organização em comparação com seus pares. Mas e o que podem ser estes pontos? 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 109 Ter pessoal treinado e motivado, por exemplo, pode ser considerado um ponto forte. Já ter uma dívida financeira alta seria um caso de fraqueza. Lembre-se de uma coisa importante: o ambiente interno envolve aspectos “controláveis”, ao contrário dos aspectos externos. Uma dívida financeira pode ser paga com a venda de algum ativo, com a entrada de um sócio, dentre outras medidas, não é mesmo? O mesmo poderíamos dizer da falta de treinamento: isto pode ser corrigido pelo gestor. No caso do ambiente externo, ele envolve ameaças e oportunidades. Naturalmente, as ameaças são coisas negativas que podem ocorrer, enquanto as oportunidades são fatores positivos que podem ajudar a organização. Uma crise econômicapoderia ser uma ameaça para o planejamento estratégico de uma instituição, reduzindo a demanda para seus serviços, dificultando o acesso aos recursos financeiros, dentre outros problemas. Já a falência de um concorrente, por exemplo, seria um caso de oportunidade, pois abriria o mercado para os produtos da empresa. Vejam que estes fatores estão “fora” do controle da organização. Exatamente por isso, são considerados fatores “não controláveis”. Eles não podem ser alterados por alguma ação do gestor. Este só buscará adaptar sua organização para “sofrer” pouco (no caso de uma ameaça) ou aproveitar ao máximo a oportunidade que surgiu. Figura 7 - Análise Swot A maior parte das questões de concurso sobre este tema irá tentar misturar os conceitos para confundir a cabeça de vocês. Antes de responder a questão, faça sempre estas duas perguntas: é fator controlável ou não? É fator positivo ou negativo? Isto ajudará na resposta da questão. Vamos ver como este tema já foi cobrado? 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 109 7 - (FCC – METRÔ – ADMINISTRAÇÃO – 2008) O diagnóstico estratégico da organização apresenta componentes que consideram o ambiente e suas variáveis relevantes no qual está inserida. As oportunidades de negócios compõem esse ambiente estratégico e constitui a variável (A) externa e não controlável. (B) interna e não controlável. (C) interna e controlável. (D) externa e controlável. (E) interna híbrida. O diagnóstico estratégico está relacionado com a análise interna e externa. A primeira pergunta que você se deve fazer é: uma oportunidade de negócio é um fator interno ou externo? Bom, fatores internos devem estar relacionados a empregados, máquinas, estrutura física, etc. Neste caso (oportunidades de negócios), temos um fator externo, não é mesmo? Assim sendo, já eliminamos as alternativas B, C e E. Agora só falta sabermos se um fator externo é ou não controlável. As bancas de concurso tem aceitado a ideia de que os fatores externos não são controláveis, ou seja, que só podemos nos adaptar a eles e não alterá-los. Desta maneira, nosso gabarito é a letra A. 8 - (FCC – TRF 5° Região – ANAL ADM. – 2008) No planejamento estratégico, a análise externa tem por finalidade estudar a relação existente entre a empresa e seu ambiente em termos de (A) oportunidades e ameaças. (B) pontos fortes e pontos fracos. (C) oportunidades e pontos fortes. (D) ameaças e pontos fortes. (E) pontos fracos e oportunidades. Vejam como estas questões da FCC são tranquilas. Para você acertar esta questão, basta saber quais são os fatores importantes na análise externa: as oportunidades e as ameaças. Pontos fortes e fracos relacionam-se com a análise interna. Nosso gabarito é a letra A. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 109 9 - (FCC – ALESP/SP – GESTÃO PROJETOS – 2010) Com referência ao nível funcional, o planejamento estratégico tem como objetivo (A) determinar a missão da empresa, em termos de segmento de mercado. (B) definir as unidades de negócios geridas como centros de lucro. (C) alocar os recursos segundo a lucratividade das unidades de negócio. (D) alinhar as ações setoriais com as estratégias de negócios e a missão da organização. (E) influir na tomada de decisões de longo prazo que a empresa deva tomar. Nesta questão, a banca fala de nível funcional. Este nível é o tático, ou seja, o desdobramento do plano estratégico para o nível tático. Desta forma, se você analisar a alternativa D, verá que ela se relaciona com as ações a nível tático que devem ser feitas para que o planejamento estratégico aconteça. Entretanto, todas as outras alternativas tocam em aspectos ou decisões do nível estratégico, estando desta forma incorretas. O gabarito é a letra D. Direção. De acordo com Chiavenato, a direção é a função administrativa que se refere ao relacionamento interpessoal do administrador com os seus subordinados23. Com a direção, o gestor busca guiar o comportamento dos servidores para que a organização consiga atingir seus objetivos. Como esta função depende diretamente desta relação com pessoas, torna o trabalho do gestor bem complexo, pois cada pessoa reage de uma maneira e deve-se ter muita sensibilidade para saber como agir em cada caso específico. Para cumprir esta função, o administrador deve saber se comunicar, liderar e motivar sua equipe de funcionários. 23 (Chiavenato, Administração nos novos tempos, 2010) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 109 Motivação Estar motivado é visto como uma condição necessária para que um trabalhador entregue um desempenho superior. Naturalmente, como a motivação afeta a produtividade, as empresas devem orientar a motivação dos seus membros para os seus objetivos estratégicos. Só que as empresas nem sempre sabem como motivar seus funcionários! O problema é que as pessoas são distintas umas das outras. O que motiva você pode não motivar seu colega de trabalho. Esta motivação pode vir ligada a um fator interno ou um fator externo. Abaixo, podemos ver algumas definições do conceito de motivação: “a motivação é relativa às forças internas ou externas que fazem uma pessoa se entusiasmar e persistir na busca de um objetivo24.” “a motivação é a vontade de exercer altos níveis de esforço para alcançar os objetivos organizacionais25.” E quais são estes fatores internos e externos que geram motivação? Quando uma empresa oferece um bônus para os empregados que consigam atingir uma meta, estão criando um fator externo de motivação. Naturalmente, iremos nos esforçar mais em nossas tarefas para atingir esta meta e recebermos o bônus. Esse esforço superior não vem de um desejo nosso de trabalhar mais e melhor, mas sim de uma oferta da empresa. Já em relação aos fatores internos, estamos nos referindo a fatores que não se originam nos “outros”, mas em nós mesmos. O prazer de fazer um trabalho bem feito, de aprender uma nova função, de ajudar algum colega, são exemplos de fatores internos que geram motivação no ambiente de trabalho. Um profissional que atende comunidades carentes pode, por exemplo, gerar motivação pelo fato de estar ajudando pessoas a melhorar sua qualidade de vida, a sair de sua situação de pobreza. Desta forma, existe uma diversidade de teorias motivacionais26, que veremos a seguir. Abaixo no gráfico podemos ver um resumo dos tipos de motivação: 24 (Daft, 2005) 25 (Robbins & Coulter, Administração, 1998) 26 (Bergamini, 1990) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 109 Figura 8 - Tipos de Motivação. Fonte: (Rennó, 2013) Mitchell cita quatro características básicas que nos servem de parâmetros para a definição de motivação27: A motivação é definida como um fenômeno individual – cada pessoa é única e todas as grandes teorias assim o consideram; A motivação é descrita, geralmente, como intencional – considera-se que estejam sob o controle do trabalhador. Assim, comportamentos influenciados pela motivação são vistos como escolha de ação. A motivação émultifacetada - os fatores de maior importância são: o que mantém as pessoas ativas (estímulo) e a força de um indivíduo para adotar o comportamento desejado (escolha comportamental); O propósito das teorias de motivação é predizer comportamento: a motivação não é comportamento em si e não é desempenho; a motivação se refere à ação e as forças internas e externas que influenciam a escolha de ação de um indivíduo. Vamos ver uma questão agora? 27 (Mitchell, 1982) apud (Andrade & Amboni, 2011) Motivações Internas Necessidades e motivos da própria pessoa, fatores psicológicos; Ex: Satisfação que a pessoa sente a atingir um bom resultado. Motivações Externas Geradas por incentivos e punições; Ex: Recompensa dada por outra pessoa, como aumentos e promoções. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 109 10 - (FCC – TRF 5° REGIÃO – ANALISTA – 2012) Há quatro características específicas que servem de base para a definição de motivação: aquela que é definida como um fenômeno individual; a que é descrita, geralmente como intencional; a que tem o propósito de predizer o comportamento e aquela a) que é multifacetada. b) que contém controle sobre o trabalhador. c) que influencia o trabalhador na escolha da ação. d) na qual a razão de cada pessoa é determinada pelo gestor. e) que é racional. Vejam que a FCC tirou essa questão do entendimento de Mitchell sobre as características da motivação. Relembrando, ele considera que existem quatro características básicas da motivação: a motivação é definida como um fenômeno individual, a motivação é descrita, geralmente, como intencional, e motivação é multifacetada e o propósito das teorias de motivação é predizer comportamento. Desta maneira, a única característica que ficou faltando no enunciado foi a de que a motivação é multifacetada. Questão bem “decoreba” da banca, infelizmente. O gabarito foi mesmo a letra A. Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow. Inicialmente, os patrões tinham a percepção de que a motivação dos trabalhadores era derivada exclusivamente dos incentivos financeiros. A ideia era: “quer motivar seus funcionários? Aumente seu salário, seus bônus”. Entretanto, logo esta ideia caiu por terra. Hoje, sabemos que muitos outros fatores são importantes para que os funcionários estejam motivados. Uma das teorias que mais são cobradas em concursos, a Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow, ou pirâmide de Maslow, foi uma das primeiras a serem desenvolvidas. Seu nome veio do seu criador: Abraham Maslow. O conceito principal desta teoria é o de que a motivação de uma pessoa é originada por suas necessidades. Como as pessoas são diferentes umas das outras, as necessidades são também diversas. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 109 Maslow classificou estas necessidades em uma hierarquia, iniciando com as mais básicas até as necessidades “superiores”. As básicas seriam aquelas que todo ser humano deve “saciar” para que possa sobreviver. Já aquelas necessidades superiores seriam aquelas que só apareceriam quando as necessidades básicas já estivessem “saciadas”. Estas necessidades poderiam ser definidas como: sociais, de autoestima e de autorrealização. O conceito é simples: se estamos com fome e sede, não estaremos muito preocupados em comprar uma roupa de grife, não é mesmo? A prioridade será a de comprarmos comida! Assim sendo, as necessidades devem ser satisfeitas de acordo com uma hierarquia. Faz-se necessário atender as necessidades básicas (fisiológicas) antes que tentemos atender as necessidades superiores (como as de autorrealização, por exemplo). De acordo com Maslow, sempre que uma necessidade é atendida, ela deixa de ser importante para nós, que passamos a identificar “novas” necessidades. De acordo com ele, neste momento, é ativada a necessidade de nível superior. Desta forma, a empresa deveria antes analisar qual o estado de cada funcionários antes de “desenhar” um programa de desenvolvimento de seus empregados, de modo a oferecer o atendimento das necessidades que estão “afloradas” no momento. Trazendo para um caso prático: não adianta oferecer um aumento de salário para um diretor que já ganhe cerca de R$ 50 mil por mês. Provavelmente, isto já não impactará sua situação financeira. Já um reconhecimento dos seus superiores, ou uma possibilidade de fazer um curso no exterior, pode motivá-lo. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 109 Figura 9 - Níveis de necessidades. Fonte: (Krumm, 2005) De acordo com essa teoria, as pessoas são motivadas por necessidades distintas, cada um de acordo com sua situação. Programas de motivação que ofereçam as “mesmas coisas” para todos os membros de uma organização estariam fadados ao fracasso. Uma dúvida que meus alunos sempre têm está na diferença entre as necessidades sociais e as de estima. As bancas “adoram” cobrar isto, exatamente pela dificuldade de diferenciá-las. As necessidades sociais são ligadas ao sentimento de pertencimento a algum grupo, a nossa necessidade de amar e sermos amados, bem como ter amigos. Figura 10 - Hierarquia de Maslow ひ Desejo da pessoa de se tornar "tudo o que é capaz", crescimento profissional, etc.Autorrealização ひ Necessidade de respeito próprio, reconhecimento, status, etc.Estima ひ Necessidade de pertencimento: ter amigos, ter um bom ambiente de trabalho, etc.Sociais ひ Ausência de ameaças e perigos: trabalho seguro, sem poluição, tranquilidade financeiraSegurança ひ Necessidades mais básicas de todo ser- humano: ar, comida, água, etc.Fisiológicas Autorrealização Estima Sociais Segurança Fisiológicas 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 109 Já a estima está mais relacionada com o reconhecimento dos seus pares, ao respeito próprio e dos colegas. Nem todos apresentam uma necessidade de sermos conhecidos, respeitados, mas todos querem amigos e namorados, não é mesmo? Vamos ver agora como este tema já caiu em provas? 11 - (FCC – MPE/AP – TÉCNICO – 2012) Maslow estabeleceu sua teoria baseada na afirmação de que os indivíduos se comportam no sentido de suprir as suas necessidades mais imediatas. As necessidades que surgem no comportamento humano quando outras estiverem satisfeitas, são aquelas relacionadas à participação em grupos, aceitação por parte dos companheiros, amizade, afeto, amor etc. Dá-se a estas necessidades o nome de a) fisiológicas. b) sociais. c) segurança. d) estima. e) autorrealização. As necessidades que estão relacionadas com a participação em grupos, a aceitação por parte dos companheiros, dentre outras, são as necessidades sociais. Com isso, o gabarito é mesmo a letra B. 12 - (FCC – MPE/AP – TÉCNICO – 2012) A teoria da hierarquia das necessidades parte do princípio de que as pessoas são motivadas continuamente pela satisfação de suas necessidades, que obedecem a uma hierarquia. As necessidades que têm relação com as possibilidades de desenvolvimento das capacidades e talentos das pessoas são conhecidas por: a) autorrealização. b) estima e prestígio. c) sociais. d) segurança. e) fisiológicase de sobrevivência. Questão tranquila da FCC. De acordo com Maslow, a necessidade de autorrealização é que está relacionada com o desenvolvimento pleno das capacidades das pessoas. Portanto, o gabarito é letra A. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 109 13 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Na teoria motivacional de Maslow, a necessidade das pessoas de se sentirem valorizadas pelos que as rodeiam representa o tipo de necessidade (A) fisiológica. (B) de estima. (C) de segurança. (D) social. (E) de auto-realização. A necessidade fisiológica diz respeito aos aspectos mais básicos como: comida, água, etc. Desta forma, a alternativa A está incorreta. Nosso gabarito é a alternativa B, pois a necessidade das pessoas se sentirem valorizadas pelos outros é relacionada à estima. A necessidade de segurança se relaciona com a sensação de não estarmos passando perigo (como risco de acidentes, assaltos, etc.). Já a necessidade social se refere à nossa necessidade de termos amigos, colegas de trabalho. E, por último, a necessidade de autorrealização é relacionada com nossas necessidades de crescimento pessoal e profissional. O gabarito é alternativa B. 14 - (FCC – MP/RS – ADMINISTRADOR – 2008) Segundo a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow é INCORRETO dizer: (A) Toda pessoa orienta seu comportamento a partir de mais que um único tipo de motivação. (B) Apenas algumas pessoas alcançam a satisfação das necessidades localizadas no topo da pirâmide. (C) A satisfação de um nível inferior de necessidades não é obrigatória para que surja imediatamente um nível mais elevado no comportamento. (D) As necessidades fundamentais podem ser expressas por diferentes tipos de comportamento. (E) Toda necessidade primária não atendida passa a ser considerada uma ameaça psicológica. A única alternativa que não reflete o trabalho de Maslow é a alternativa C. Para o autor, a satisfação de um nível inferior de necessidades é sim obrigatória para que surja imediatamente um nível mais elevado no comportamento. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 109 Ou seja, se você ainda não “matou” a sua fome não se preocupará naquele momento com necessidades de estima, pois as necessidades fisiológicas seriam sua prioridade. O gabarito é a alternativa C. Teoria X e Y de McGregor. Um dos tópicos cobrados pelas bancas no tema de motivação é também um dos mais simples. A teoria X e Y de McGregor apresenta duas visões do trabalhador. Uma seria mais antiga e negativa: a teoria X. Por ela, os seres humanos seriam preguiçosas, indolentes, sem ambição e iniciativa. De acordo com essa visão, o homem não gosta de trabalhar e sempre buscará fazer o menor esforço possível. Naturalmente, o administrador que pensa isto de seus funcionários tenderá a ser mais rígido com os horários, mais presente no ambiente de trabalho (para poder “controlar” as pessoas) e mais centralizador (pois não confia nas decisões de seus subordinados). Além disso, ele não delegará responsabilidades aos demais funcionários, pois crê que seus empregados não tem iniciativa e que são dependentes. Esta é, obviamente, uma visão antiquada e que não é mais adequada aos nossos dias e desafios. Já a teoria Y é uma visão mais moderna, que vê as pessoas de forma positiva. As pessoas seriam trabalhadoras, ambiciosas e teriam capacidade de iniciativa e de tomar decisões complexas, além de contribuir com ideias inovadoras. O conceito principal seria a da confiança nas pessoas. Dessa maneira, o próprio funcionário poderia se “autogerenciar”, sem a necessidade de um controle rígido do seu superior. O gestor acreditaria na capacidade de seus empregados e delegaria poder e autoridade para que estes assumam suas responsabilidades, gerando naturalmente um ambiente de trabalho mais livre e democrático. Nestes tempos modernos em que vivemos, esta teoria é a mais recomendada. Dependemos cada vez mais da capacidade e das ideias dos nossos funcionários, que devem ser incentivados a contribuir, e não coagidos por seus superiores. Os tempos em que o trabalho era principalmente “braçal” já se foram e a visão dos gestores deve também evoluir. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 109 Figura 11 - Teoria X e Y Vamos ver agora algumas questões? 15 - (FCC – TRF 2° REGIÃO - ANALISTA – 2012) Dentre as teorias da motivação, aquela que, numa primeira visão, sugere que os gerentes devem coagir, controlar e ameaçar os funcionários a fim de motivá-los e, numa segunda visão, acredita que as pessoas são capazes de ser responsáveis, não precisam ser coagidas ou controladas para ter um bom desempenho, é a teoria a) da motivação e higiene. b) da hierarquia das necessidades. c) X e Y. d) dos motivos humanos. e) do reforço positivo e de aversão. A teoria da motivação que vê as pessoas por duas óticas distintas e antagônicas é a teoria X e Y de McGregor. A teoria Y tem uma visão positiva do ser humano, enquanto a teoria X entende que estes devem ser vigiados de perto, pois são preguiçosos e não têm iniciativa. O gabarito é mesmo letra C. 16 - (FCC – TRT 6° REGIÃO – ANALISTA ADM – 2012) O estilo tradicional de direção (Teoria X) está apoiado numa concepção da natureza humana que enfatiza Teoria Y ひ Pessoas gostam de trabalhar, são capazes de se autogerenciar, buscam assumir responsabilidades e são, em sua maioria, criativas e ambiciosas. Teoria X ひ Pessoas não gostam de trabalhar, precisam ser ameaçadas e forçadas a atingir os resultados, preferem não assumir responsabilidades, tem pouca ambição e buscam somente segurança. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 109 a) o caráter egocêntrico dos homens e a oposição entre os objetivos pessoais e os objetivos da organização. b) o caráter naturalmente empreendedor e ativo dos homens quando motivados por objetivos organizacionais ambiciosos. c) a natureza independente, a predisposição ao autocontrole e facilidade ao comportamento disciplinado. d) a capacidade de imaginação e de criatividade na solução de problemas como atributo comum à maioria dos homens. e) a responsabilidade da administração em proporcionar condições para que as pessoas reconheçam e desenvolvam suas potencialidades. Esta questão é bem tranquila para quem se lembra do que a Teoria X significa. Um gestor que tenha uma visão alinhada com a teoria X acredita que as pessoas não gostam de trabalhar, que elas precisam ser ameaçadas e forçadas a atingir os resultados, que preferem não assumir responsabilidades, têm pouca ambição e que buscam somente segurança. A letra A da questão está bem relacionada com essa visão negativa dos funcionários. O próprio trecho “a oposição entre os objetivos pessoais e os objetivos da organização” indica que os trabalhadores terão de ser “vigiados” de perto, pois não irão fazer um bom trabalho sozinhas. As letras B, C e D passam uma imagem positiva dos funcionários, não é mesmo? Assim, são alinhadas com a teoria Y. Finalmente, a letra E indica o comportamento que um gestor relacionado com a teoria Y deve ter com seus subordinados. O gabarito é questão A. Teoriados dois fatores de Herzberg. A teoria de Herzberg, ou dos dois fatores, diz que os fatores que levam à satisfação são diferentes dos que levam à motivação no ambiente de trabalho. De acordo com esse autor, teríamos dois fatores principais: os motivacionais e os higiênicos. Os fatores considerados motivacionais seriam aqueles derivados dos fatores internos (ou intrínsecos), como o conteúdo do trabalho, o reconhecimento dos colegas, a possibilidade de crescimento profissional, a realização em fazer uma tarefa bem feita, dentre outros fatores. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 109 De acordo com Herzberg, “atender as necessidades motivacionais dos trabalhadores causa satisfação e desempenho elevados no cargo28”. Ou seja, a presença destes fatores motivadores geraria um alto nível de motivação nos trabalhadores. Quando isto não ocorre, ou seja, quando os fatores motivacionais não estão presentes, os funcionários não ficariam motivados nem desmotivados (seriam neutros em relação à motivação). Já os fatores higiênicos seriam ligados aos aspectos externos ou extrínsecos, como o ambiente de trabalho, o salário, segurança, o relacionamento com os colegas, etc. Estes fatores afetariam a insatisfação. Se não existirem, podem gerar insatisfação nos trabalhadores. Mas preste atenção: sua presença não gera motivação, apenas evita a insatisfação! Muitos candidatos se confundem com isto: o que Herzberg diz é que os fatores externos não geram motivação. Com isso, o salário não motivaria, bem como ter bons relacionamentos no ambiente da empresa. Assim, um bom salário não levaria ninguém, por si só, a se motivar. Vemos isto constantemente no setor público: pessoas em final de carreira com bons salários que estão totalmente desmotivadas. O simples fato de ganhar um bom salário, portanto, não seria um fator motivador de acordo com Herzberg. Ter bons relacionamentos no trabalho também não motivaria as pessoas. Podem gerar um ambiente harmônico, sem conflitos, mas não gera maior motivação. Pode ficar aquele ambiente de “clube de campo”, em que as pessoas passam duas horas contando piada no cafezinho, não é mesmo? 28 (Herzberg) apud (Krumm, 2005) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 109 Figura 12 - Fatores de Herzberg Para Herzberg, a função de um administrador é remover os diversos fatores higiênicos que possam estar gerando uma insatisfação no trabalho e inserir fatores motivadores, de modo que os trabalhadores entreguem um desempenho superior. Vamos ver como pode ser cobrado este tópico? 17 - (FCC – TRF 5° Região – ANAL ADM. – 2008) Pela Teoria da Motivação de Herzberg, estilo de supervisão, políticas empresariais, condições ambientais, relações interpessoais, status, remuneração e vida pessoal são chamados fatores (A) de auto-estima. (B) motivacionais. (C) fisiológicos. (D) higiênicos. (E) de poder. Como acabamos de ver, os fatores ligados ao meio externo como o ambiente de trabalho, o salário, as relações pessoais, entre outros, fazem parte dos fatores higiênicos. Os fatores motivacionais são relacionados, para Herzberg, com os fatores internos da pessoa, como sua realização, seu interesse pelo conteúdo do trabalho, seu reconhecimento, etc. O gabarito é alternativa D. Fatores Motivadores - Influenciam a satisfação ひ Crescimento pessoal ひ Conteúdo do trabalho ひ Exercício da responsabilidade ひ Reconhecimento ひ Realização Fatores Higiênicos - Influenciam a insatisfação ひ Salários ひ Relacionamentos Pessoais ひ Condições de trabalho ひ Supervisores ひ Segurança 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 109 18 - (FCC – MP/SE – ADMINISTRADOR – 2009) Segundo Herzberg, que ressaltou a importância da motivação no trabalho, a possibilidade de aumento de status ou mesmo de posição social é uma determinante motivacional associada (A) ao desenvolvimento pessoal. (B) à realização. (C) à possibilidade de crescimento. (D) ao trabalho em si. (E) à responsabilidade. O aumento do status de uma pessoa e a posição social são realmente relacionados com o desenvolvimento (ou crescimento) pessoal. As demais alternativas são também todas consideradas por Herzberg aspectos motivacionais: Realização – é a satisfação ao se realizar um trabalho bem feito; Possibilidade de crescimento – existência de alternativas viáveis para a ascensão na organização; O trabalho em si – satisfação com o tipo de trabalho a ser feito na empresa; Responsabilidade – noção de que somos vistos pelos chefes como capazes de tomar decisões, liderar pessoas e executar tarefas. Desta forma, o gabarito é a alternativa A. 19 - (FCC – ARCE – ANALISTA REG. – 2006) Para Herzberg as pessoas têm categorias diferentes de necessidades. Política e administração, relações interpessoais e segurança são denominados fatores (A) sociais. (B) motivadores. (C) fisiológicos. (D) de higiene. (E) de estima. Para Herzberg, existiam os fatores motivadores e higiênicos. Os motivadores seriam relacionados com os fatores internos da pessoa. Já os higiênicos são relacionados com o meio externo, o contexto. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 109 Veja que a questão só traz temas do contexto (relações interpessoais, política da empresa, segurança, etc.). Neste caso, são os fatores higiênicos, ok? Desta forma, o gabarito é a letra D. Teoria da Expectativa ou da Expectância de Vroom. A teoria da expectativa é uma das novas teorias da motivação. Seu criador, Victor Vroom, postula que a motivação é um somatório das expectativas dos funcionários em relação a sua capacidade para atingir os resultados e o valor que elas dariam às recompensas oferecidas pela organização29. De acordo com Wagner, a teoria de expectância está baseada em três conceitos subjacentes: valência, instrumentalidade e expectativa. Abaixo podemos ver uma definição destes conceitos30: Figura 13 - Conceitos da Teoria das Expectativas. Fonte: (Wagner, 2009) E como esta teoria define a motivação de uma pessoa no ambiente de trabalho? 29 (Robbins & Coulter, 1998) 30 (Wagner, 2009) Valência ひ O conceito está baseado na suposição de que a qualquer momento uma pessoa prefere certos resultados a outros. ひ Valência é a medida da atração que um determinado resultado exerce sobre um indivíduo ou a satisfação que ele prevê receber de um determinado resultado. Instrumentalidade ひ A convicção de uma pessoa acerca da relação entre executar uma ação e experimentar um resultado é denominada instrumentalidade ou expectativa desempenho-resultado. Expectativa ひ São convicções relativas ao vínculo entre fazer um esforço e realmente desempenhar bem. ひ De acordo com Vroom, "sempre que um indivíduo escolhe entre alternativas que envolvem resultados incertos, torna-se claro que seu comportamento é afetado não só por suas preferências entre esses resultados, mas também pelo grau em que ele acredita que eles são prováveis. 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennóe Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 109 Na prática, o trabalhador começa avaliando se o objetivo que a empresa definiu para ele é razoável, ou seja, se é possível que ele consiga atingi-la. Se ele considerar esse objetivo tremendamente difícil, ou se o atingimento não depender do seu esforço, ele pode nem tentar. Isto não irá gerar motivação, não é mesmo? Após essa fase, ele irá checar se o prêmio ou “recompensa” lhe interessa, pois pode ocorrer de que o incentivo da empresa simplesmente não ser algo que o faça se esforçar. Naturalmente, nem todas as pessoas desejam as mesmas coisas. Se o gestor não levar em consideração as diferenças pessoais, como desejos e capacidades distintas, pode não conseguir motivar seus empregados. Na figura abaixo podemos ver um exemplo de situação em que esta teoria poderia ser utilizada. O profissional está envolvido em um projeto importante da empresa. A primeira pergunta que ele se faz é: se meu esforço for maior, contribuirei para que o projeto seja entregue no prazo? Isto depende de mim? Depois disso ele se perguntará: O que está sendo me oferecido pela empresa é desejado? Se tudo isso for respondido com um “sim”, provavelmente o trabalhador ficará motivado, ok? Figura 14 - Teoria da Expectância. Fonte: (Rennó, 2013) Vamos ver uma questão sobre este tema? 20 - (FCC – METRÔ – ADMINISTRAÇÃO – 2008) No processo de gestão das organizações, a abordagem que parte do princípio que as pessoas são motivadas para a realização de suas atividades, ひ Me dedicar mais no projeto em que estou envolvido Esforço ひ Entregar o projeto no prazo e custo desejado Desempenho ひ Bônus, prêmios, promoção. Resultados 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 109 esperando que certas ações auxiliarão a alcançar os resultados desejados, refere- se à teoria (A) da hierarquia de necessidades. (B) X e Y. (C) da expectância. (D) comportamental. (E) da administração por objetivos. Como vimos acima, a teoria motivacional que aborda o fato das pessoas analisarem a expectativa de que certas ações (ou esforços) possam ou não levar a resultados e premiações é a teoria da expectância de Victor Vroom. A teoria X e Y não aborda este aspecto, muito menos a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow. A alternativa D também está incorreta, pois não aborda as expectativas e a alternativa E não é uma teoria motivacional. O gabarito é mesmo a letra C. Motivação e o Contrato Psicológico O contrato psicológico é considerado um vínculo que liga os empregados às organizações31. Este “contrato” é derivado de um conjunto de expectativas das partes relacionadas com as necessidades tanto dos empregados quanto das empresas. Este tema é importante porque são associados resultados positivos quando este contrato é cumprido e resultados negativos quando estes são descumpridos32. Dentre os fatores positivos teríamos: o aumento do empenho, satisfação no trabalho, comportamentos de cidadania organizacional e a intenção de continuar na empresa. Já os resultados negativos do descumprimento do contrato seriam: diminuição do empenho e aumento do absenteísmo, dentre outros. Para Guzzo e Nooan33, 31 (Rosolen, Silva, Leite, & Albuquerque, 2009) 32 (Leiria, Palma, & Cunha, 2006) 33 (Guzzo e Nooan, 1994) apud (Rosolen, Silva, Leite, & Albuquerque, 2009) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 109 “os Contratos Psicológicos podem ser entendidos como o conjunto dos termos altamente subjetivos e específicos para cada empregado, termos estes que podem ser elementos concretos (salário, condições de trabalho) ou abstratos (segurança, desafio pessoal) de uma relação de troca entre empregado e empregador.” Esta “relação de troca”, expressa no contrato, teria seu início no processo de recrutamento e seleção do empregado e se prolongaria por toda a duração do vínculo do empregado com a organização34. Todos nós temos certas expectativas ao entrar em uma organização, não é mesmo? As empresas também têm certas expectativas ao nos contratar. Quando estas expectativas mútuas são cumpridas, existe um equilíbrio e o desempenho individual e organizacional é maior. Quando isto não ocorre, temos uma queda na motivação dos empregados e problemas na relação da empresa com os empregados. O Contrato psicológico permitiria, assim, tanto ao empregado como ao empregador, preencher os espaços em branco deixados pelo contrato formal de trabalho35. Uma classificação muito conhecida dos contratos psicológicos é a de MacNeil. Para este autor, os contratos são divididos entre os contratos transacionais e relacionais36. De acordo com o autor, “acordos transacionais são aqueles que apresentam termos de troca bem definidos, normalmente termos monetários, específicos e com tempo de duração definido, assim como contratos entre os donos de equipamentos caros e complexos (ex: aquecedores e refreadores de ambientes) e as companhias que vendem estes equipamentos. Os contratos relacionais, por sua vez, são menos definidos do que os transacionais. Seus termos são mais abstratos, tendem a não apresentar fácil monetarização e costumam dizer respeito à relação entre o indivíduo e a organização. Por exemplo, receber o salário prometido está relacionado ao contrato transacional, já ser 34 (Lester e Kickul, 2001) apud (Rosolen, Silva, Leite, & Albuquerque, 2009) 35 (Rousseau, 1995) apud (Leiria, Palma, & Cunha, 2006) 36 (MacNeil, 1985) apud (Rosolen, Silva, Leite, & Albuquerque, 2009) 37903993372 Administração p/ ICMS-RJ - 2016 Teoria e exercícios comentados Profs. Rodrigo Rennó e Sérgio Mendes – Aula 07 Prof. Rodrigo Rennó www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 109 tratado com respeito por um superior está relacionado ao contrato relacional“. Desta maneira, todo contrato psicológico tem uma parte relacional e outra parte transacional. A empresa determina que o empregado fique, por exemplo, um número de horas diariamente na empresa (parte transacional), mas também espera um comprometimento especial do funcionário – que chamamos de “vestir a camisa” – que seria a parte relacional. Do mesmo modo, o empregado espera receber certo valor mensal de salário (parte transacional), mas também espera ter oportunidades de crescimento profissional na empresa (parte relacional). O equilíbrio entre a parte relacional e a parte transacional dependerá das ações e políticas de Recursos Humanos da organização, que deve inserir aspectos mais básicos com aspectos ligados às necessidades mais avançadas dos indivíduos37. Liderança Um líder ideal deve saber conduzir sua equipe de modo a que todos atinjam seus resultados esperados. Para isso, deve se utilizar do conhecimento sobre sua equipe e de uma comunicação eficaz para guiá-los ao encontro dos objetivos da organização. Naturalmente, o processo de liderança é um dos mais importantes no trabalho de um administrador. Além disso, é um dos mais difíceis. Milhares de livros são lançados anualmente em todo mundo, tentando ensinar os gestores a serem melhores líderes. Basicamente, a liderança envolve a habilidade para influenciar pessoas para que sejam alcançados determinados objetivos. É mostrar o caminho a ser seguido. É vender uma visão de futuro sobre a organização. É incentivar os membros da empresa
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