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artigo - Moro e a prova ilícita 1

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Moro e a prova ilícita.
Na ultima semana estourou como uma bomba nuclear o vazamento de conversas hackeadas do Telegram, entre o então juiz Sergio Moro e os Membros do Ministério Público Federal face ao processo penal da operação lava jato. 
Não iremos aqui entrar no teor da conversa e sim do uso das conversas em um processo para penalizar ou para absolver os envolvidos. As conversas, a princípio, foram obtidas de forma ilegal, portanto são provas ilícitas, que em tese não podem ser utilizadas no processo nos termos do incisivo LVI do art. 5º da Constituição Federal.
Provas ilícitas são uma espécie das chamadas provas vedadas, porque por disposição de lei, não podem ser trazidas a juízo ou invocadas como fundamento de um direito, assim as provas ilícitas são aquelas obtidas com infringência ao direito material (ex: obtenção de prova por meio de hackeamento de dados).
Há diversos debates doutrinários a respeito da aceitação ou não da prova ilícita no processo para acusação, o próprio ministro Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, apresentaram entendimento favorável quando defenderam as dez medidas contra a corrupção, onde se defende o uso de prova ilícita nos casos de corrupção, por fim podemos dizer que prova ilícita ainda não pode ser utilizada para acusação. 
Agora para absolvição do réu a doutrina e a jurisprudência admitem a hipótese de aceitação de prova ilícita, este é o instituto jurídico chamado de “prova ilícita pro réu”, tal entendimento nasce de que nenhum direito reconhecido constitucionalmente pode ter caráter absoluto, dado o Princípio do Favor Rei, que rege o processo penal. 
Casos provado que houve quebra do principio do Juiz Imparcial, entendo que os advogados de defesa dos réus da operação lava jato, primeiramente irão arguir nulidade absoluta do processo penal, e em segundo momento ingressarão com pedidos de “habeas corpus” requerendo a soltura imediata de seus clientes, inclusive Lula.
Ate o presente momento pelo que li, não vislumbrei conduta que tenha maculado a imparcialidade do Juiz Sergio Moro, ate porque imparcial é o juiz que não tenha interesse no objeto do processo nem queira favorecer uma das partes, mas isso não quer dizer que não tenha o magistrado interesse (dever) que sua sentença seja justa e que atue com esse compromisso. O juiz tem o dever de ser imparcial, mas não significa dizer que ele deva ser neutro, afinal imparcialidade não significa neutralidade diante dos valores a serem salvaguardados por meio do processo. 
Thiago Henrique Braz Mendes
Advogado e Presidente do Conselho Municipal de Saúde

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