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Microbiologia - AIDS

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Microbiologia: AIDS – Prof. Sabrina (29.08.19) 
O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é o agente etiológico da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). A 
infecção pelo HIV causa uma doença crônica progressiva que pode levar à destruição do sistema imunológico (leucócitos), 
e é, atualmente, delineada pela contagem do número de células CD4⁺, pela quantidade de partículas virais no sangue 
(carga viral) e pelos sintomas clínicos. HIV é um vírus que infecta o linfócito TCD4 (T Helper). 
O sistema imunológico de uma pessoa infectada pelo HIV torna-se tão enfraquecido que ela não pode proteger-se de 
infecções sérias. Quando isto acontece, do ponto de vista clínico esta pessoa contraiu a AIDS, que pode manifestar-se tão 
precocemente quanto em 2 anos ou tão tardiamente quanto em 10 anos depois da infecção pelo HIV. 
A AIDS é causada por um retrovírus (vírus envelopado de RNA que possui a enzima transcriptase reversa que cataliza 
RNA em DNA, ou seja, faz transcrição reversa), da família Retroviridae, subfamília Orthoretrovirinae, gênero Lentivírus. 
Através de estudos sorológicos, foram evidenciados até o momento, dois tipos antigênicos: HIV-1 e HIV-2 (que diferem 
no peso molecular de suas proteínas, assim como apresentam diferenças nos seus respectivos genes acessórios). O HIV-
1 (apresenta nove subtipos – A,B,C,D,F,G,H,J e K) é o tipo mais virulento e mais disseminado pelo mundo e o HIV-2 (possui 
cinco subtipos – A-E) tem curso mais benigno causando menos patogenicidade, sendo encontrado somente no oeste da 
África. 
VARIABILIDADE GENÉTICA 
Fatores que contribuem para a variabilidade genética: 
 Erro na transcrição reversa 
 Elevada frequência de recombinação envolvendo a transcriptase reversa 
 Grande quantidade de vírus produzidos na infecção 
 Grande nº de indivíduos infectados 
Quasispecies: é um grupo de vírus mutagênicos, dentre eles o HIV-1, que apresenta elevada taxa de mutação, ou seja, 
existem subpopulações de vírus no mesmo indivíduo infectado pelo HIV, e não uma população única. A variabilidade do 
HIV-1 está em torno de 6% em um mesmo paciente, podendo chegar a 50% em indivíduos de regiões geográficas 
diferentes, por isso é tão complicado formular uma vacina contra o vírus HIV. Fora isso, para o indivíduo ser infectado 
pelo vírus, é necessária uma grande carga viral. Quando ocorrem incidentes com possíveis materiais infectados, o coquetel 
administrado é de maneira profilática, exatamente porque, para o indivíduo ser infectado, é necessária uma grande carga 
viral. Assim como, também é levado em consideração o tempo em que o indivíduo é exposto àquela carga viral. 
O HIV-1 é classificado em três grupos (linhagens): M (major), O (outlier) e N (nem M, nem O). 
No grupo M, estão classificados 95% dos isolados de HIV-1 descritos até o momento, havendo 9 subtipos geneticamente 
diferentes, que divergem entre si em torno de 30% na região do envelope. Além disso, existem também 15 formas 
recombinantes circulantes (CRFs)= 2 vírus de diferentes subtipos podem infectar uma mesma célula, formando um vírus 
híbrido, que não consegue se manter, mas forma uma CRFs (ex.: CRF A/B). 
No Brasil foram detectados os subtipos B, C e F, assim como a CRF B/F. Recentemente, em SP, foram identificadas 2 novas 
formas recombinantes classificadas como CRF28_BF e CRF29_BF 
Alguns tipos de HIV e CRFs têm sido predominantemente associados a modos de transmissão específicos, ex.: o subtipo 
B é mais frequentemente encontrado quando a transmissão se faz por contato homossexual ou pelo uso de seringas 
contaminadas, enquanto o subtipo C tendem a ser mais encontrados em epidemias com transmissão heterossexual. 
TRANSMISSÃO DO HIV 
A capacidade do HIV-1 infectar um indivíduo depende de alguns fatores, como: concentração do vírus no fluido biológico, 
a integridade e vulnerabilidade da mucosa envolvida (anal, vaginal, oral), a duração da exposição e a amostra viral 
transmitida. 
As principais formas de transmissão são: 
 Sexual: de cada 100 adultos infectados pelo HIV, 7585% contraíram a infecção durante uma relação sexual não 
protegida. As DSTs, especialmente as lesões ulceradas da genitália, aumentam o risco de transmissão. 
 Sanguínea: 
▪ Agulhas compartilhadas/contaminadas por usuários de drogas – Corresponde a 5-10% de todas as infecções em 
adultos 
▪ Transfusão de sangue ou produtos de sangue contaminados – Corresponde a 3-5% de todas as infecções em 
adultos 
▪ Instrumentos cirúrgicos contaminados 
▪ Práticas tradicionais (tatuagens, perfuração das orelhas, circuncisão) 
▪ Sêmen doado por homem contaminado pelo HIV 
 Vertical: de mãe para filho durante a gestação, parto ou aleitamento. 
▪ Pré-natal – Intrauterina transplacentária 
▪ Intraparto – Exposição ao sangue materno e secreções vaginais durante o trabalho de parto e o parto 
▪ Pós-parto – Durante a lactação 
▪ 25-35% de todas as crianças nascidas de mulheres infectadas pelo HIV em países em desenvolvimento se tornam 
infectadas 
▪ 90% de recém-nascidos e crianças foram infectados pela mãe 
 Ocupacional: acidente de trabalho em profissionais da área da saúde. 
▪ A maioria das exposições não resulta em infecção. 
▪ O risco varia com: tipos de exposição, quantidade de sangue envolvida, quantidade de vírus no sangue do paciente 
no momento da exposição e instituição (ou não) de tratamento após a exposição 
O HIV não é transmitido por: 
 Contato ocasional pessoa-a-pessoa em casa, no trabalho ou em locais públicos ou sociais 
 Alimentos, ar, água 
 Picadas de insetos/mosquitos 
 Tosse, espirro, cuspidela 
 Aperto de mãos, carícias, beijo seco ou abraço 
 Piscinas, banheiros etc. 
QUEM TEM ALTO RISCO DE CONTRAIR AIDS 
A pessoa que: 
 Usa agulhas e seringas compartilhadas/contaminadas 
 É portadora de uma DST 
 Prática sexo anal com sua/seu parceiro(s) 
 Possui vários parceiros sexuais 
AS MULHERES E O HIV 
Fatores de risco sociais: 
 Analfabetismo 
 Desconhecimento de medidas preventivas 
Fatores de risco biológicos: 
 Mulheres tem risco duas vezes maior de contrair HIV de homens 
 Fisiologia feminina 
 Condições relacionadas à gravidez (p. ex., anemia, hemorragia) aumentam a necessidade de transfusão de sangue 
MORFOLOGIA 
O HIV apresenta um nucleocapsídeo em forma de cone, formado pela proteína p24 (proteína do capsídeo). Dentro desse 
nucleocapsídeo existem duas moléculas idênticas de RNA de fita simples com polaridade positiva ligadas às enzimas virais 
(transcriptase reversa ou DNA polimerase-RNA dependente, integrase e protease), assim como a proteína p6 (proteína 
associada ao RNA - promove brotamento) do nucleocapsídeo. 
A superfície do vírus é formada por espículas constituídas por glicoproteínas (gp) presentes no envelope. Essas 
glicoproteínas são derivadas de um precursor (gp160) que é clivado em duas proteínas, que são levadas para a superfície 
da célula, são elas: a gp120 (proteína de superfície do envelope) e gp41 (proteína transmembrana do envelope). A gp41 
tem uma porção hidrofóbica que se encontra mergulhada no envelope e uma porção hidrofílica que se localiza na parte 
externa e tem sua região central ligada a gp120. A gp120 contém os sítios de ligação aos receptores celulares e os 
principais domínios para neutralização. 
A parte interna do envelope viral é circundada por uma capa proteica (p17 – proteína matriz) ligada ao ácido mirístico 
(M), que fornece a matriz para a estrutura viral e é vital para a integridade do vírus. 
Organização genômica: o HIV possui um genoma que codifica várias proteínas virais. Existem 3 genes ditos estruturais: 
Gag, Pol e Env; 2 genes regulatórios: Tat e Rev; e quatro acessórios: Nef, Vif, Vpr e Vpu. 
BIOSSÍNTESE VIRAL 
O HIV infecta células do sistema imunológico que possuem a molécula CD4 na superfície, principalmente os linfócitos T 
auxiliares (T Helper), embora outras células também sejam susceptíveis à infecção. A glicoproteína CD4 pode ser 
detectada na superfície celular doslinfócitos T, nas células precursoras de células T na medula e timo, nos monócitos, 
macrófagos, eosinófilos, micróglia e células dendríticas. 
O vírus causa a redução no número de células TCD4⁺ do organismo por mecanismos ainda não totalmente esclarecidos. 
A biossíntese do HIV-1 nas células susceptíveis inclui as seguintes etapas: adsorção e fusão; penetração; desnudamento; 
transcrição reversa; transporte do DNA para o núcleo; integração; transcrição e expressão gênica; montagem, brotamento 
e maturação. 
Após a penetração do HIV no organismo, ocorre a interação das glicoproteínas do envelope viral com receptores da 
superfície da célula. A ligação da gp120 ao receptor CD4, permite a entrada do vírus na célula e também interfere com as 
vias intracelulares de transdução de sinal promovendo a apoptose das células TCD4⁺. A interação da glicoproteína gp120 
à molécula CD4 gera uma alteração conformacional nesse receptor, permitindo que a gp120 também se ligue a um 
segundo receptor ou co-receptor, que é representado por algumas moléculas receptoras de quimiocinas (CCR5 e CXCR4). 
A molécula CCR5 presente nas superfícies das células é ligante para vírus que apresentam tropismo para macrófagos, 
monócitos e células dendríticas e sua transmissão se dá, preferencialmente, por mucosas e vais endovenosas. O CXCR4 é 
o co-receptor para vírus que apresentam tropismo por células T. A ligação da gp120 ao CD4 e ao co-receptor leva também 
a uma alteração conformacional da gp41, promovendo a fusão do envelope viral com a membrana celular e levando ao 
desnudamento parcial do core viral no citoplasma. 
A conversão do RNA viral em DNA, mediada pela enzima viral transcriptase reversa, ocorre no citoplasma da célula 
hospedeira. Após o desnudamento do nucleocapsídeo o complexo da enzima (RNA genomico, RNAt, enzima transcriptase 
reversa, integrase, proteína matriz, proteína do capsídeo e proteínas do hospedeiro) é liberado no citoplasma e se associa 
a microfilamentos de actina para iniciar a síntese de DNA. Através da ligação do RNAt ao RNA genômico, ocorre a 
transcrição de cada fita do RNA em uma fita dupla de DNA. O DNA viral sofre uma compactação para que haja transporte 
através do núcleo, e após passar pelo poro nuclear é inserido no genoma celular através da enzima integrase formando o 
DNA proviral. Em seguir a polimerase celular é recrutada para iniciar a síntese de RNA, desta forma o provírus é transcrito 
pela RNA polimerase II (RNApolimerase – DNA dependente) celular, inicialmente em RNAs mensageiros virais que vão 
para o citoplasma e darão origem a proteínas não-estruturais que serão responsáveis pela regulação da transcrição de 
outros RNAs mensageiros para a síntese das proteínas estruturais do vírus e síntese do RNA viral. 
As proteínas do envelope (estruturais) gp120 e gp41, são geradas através da clivagem do precursor gp160. A gp160 é uma 
poliproteína sintetizada no retículo endoplasmático rugoso (RER) e transportada para o aparelho de Golgi, onde sofre 
clivagem para gerar as proteínas do envelope. Os vírus saem da célula T para o espaço extracelular através do mecanismo 
de brotamento, e nesse momento as partículas virais estão imaturas e não-infecciosas. Durante o brotamento, a partir da 
membrana da célula hospedeira, o vírus pode também incorporar no seu envelope diferentes proteínas do hospedeiro 
que podem facilitar a adesão a outras células-alvo. Nos monócitos e macrófagos ocorre o acúmulo de vírions em vacúolos 
celulares. Somente no meio extracelular as partículas virais sofrem maturação através da ação da protease e se tornam 
infecciosas (forma característica). 
Obs.: em doentes que apresentam uma progressão rápida para a doença (declínio células TCD4⁺) são frequentemente 
isolados de suas células vírus que utilizam CXCR4 como co-receptor predominante. Em linfócitos TCD4⁺, o co-receptor 
CXCR4 é expresso principalmente em células não-ativadas, enquanto o CCR5 está presente em células efetoras/ memória 
ativadas. A importância do CCR5 como co-receptor predominante, deriva da observação em que as pessoas que possuem 
um defeito genético homozigoto e não expressam o receptor CCR5 na superfície, são resistentes à infecção como HIV. 
PATOGÊNESE DA INFECÇÃO PELO HIV 
Na transmissão sexual, o HIV tem acesso às células do organismo por meio de mucosas (oral, retal e genital) constituídas 
por células de Langerhans, que funcionam como captadoras de antígenos ou partículas virais. Somente após 18 horas da 
infecção pelo HIV que os vírus são encontrados em células T da mucosa, em dois dias em linfócitos e monócitos próximos 
ao local da infecção, e em seguida nos tecidos linfoides regionais. Subsequentemente, ocorre viremia, que resulta na 
disseminação do vírus através dos outros tecidos linfoides do organismo. Nesta fase, o organismo ainda não desenvolveu 
qualquer resposta imune e a medida quantitativa do RNA viral circulante (carga viral) revela níveis elevados. 
A resposta imunológica inicial envolve os mecanismos inespecíficos de defesa do organismo. Células NK fazem parte dessa 
defesa inespecífica do hospedeiro à infecção, e a quantidade dessas células encontra-se bastante aumentada durante a 
infecção aguda. A infecção pelo HIV também está associada com a resposta imunológica específica. A resposta humoral 
ocorre com a produção de anticorpos, que aparecem algumas semanas após a infecção, e uma parte desses anticorpos 
pode neutralizar as partículas virais íntegras pela ligação às glicoproteínas na superfície do vírus, ou depois da ligação da 
gp120 ao receptor CD4, impedindo a fusão. 
Estudos realizados durante a infecção aguda sugerem que a taxa de vírus no sangue pode começar a cair antes mesmo 
de os anticorpos neutralizantes serem detectados, o que sugere uma resposta imune mediada pela atividade citotóxica 
dos linfócitos CD8. Os níveis plasmáticos do RNA viral caem para níveis mais baixos. A imunidade celular é essencial para 
limitar a replicação do HIV, com a resposta dos linfócitos T citotóxicos CD8⁺ e linfócitos T CD4⁺ auxiliares. Devido à 
heterogeneidade genética que constitui a população do HIV e às células que funcionam como reservatório (macrófagos, 
monócitos, células dendríticas e células TCD4⁺) para o vírus, os anticorpos neutralizantes não são capazes de neutralizar 
todas as partículas virais, ocorrendo, então, uma redução no número de células T que pode estar relacionada como 
aumento da replicação viral. 
Sugere-se que grande parte dos linfócitos TCD4⁺ são eliminados nos estágios iniciais da infecção, devido ao fato de serem 
as células alvo da infecção e destruição pelo HIV, quando isso acontece começam a aparecer as manifestações clínicas da 
imunodeficiência e infecções oportunistas por microorganismos. Ocorre então, uma ativação imunológica crônica, em 
que novas partículas virais são produzidas e mais células do sistema imunológico são lançadas na circulação, na tentativa 
de eliminar esses vírus. Estima-se que até 10 bilhões de partículas virais possam ser produzidas e eliminadas, diariamente, 
em um indivíduo infectado. 
Os fatores que influenciam a susceptibilidade à infecção e à progressão da doença podem ser agrupados em três 
categorias: fatores virais que determinam a replicação do vírus e sua capacidade de escapar do sistema imunológico; 
fatores celulares que modulam a imunidade inespecífica ou adquirida à infecção; fatores celulares que colaboram com 
produtos virais no ciclo replicativo, favorecendo a infecção das células (fatores do hospedeiro). O período de incubação 
varia de duas a quatro semanas, e a progressão da doença varia de pessoa para pessoa e depende de fatores genéticos, 
da quantidade do vírus e do modo de transmissão. 
Resumindo: 
Na transmissão sexual, o HIV tem acesso às células do organismo por 
meio de mucosas, onde as mucosas da orofaringe, retal e genital são 
predominantemente constituídas de células de Langerhans, que 
funcionam como capturadoras de antígenos ou partículas virais e 
formamagregados linfoides no tecido da submucosa. 
Após a infecção pelo vírus, ocorre sua disseminação para os tecidos 
linfoides, nessa fase a resposta imunológica devido à agressão sofrida 
pelo agente viral é normal, mas devido a heterogeneidade genética 
que constitui a população do HIV e às células que funcionam como 
reservatórios para o vírus, os anticorpos neutralizantes não são 
capazes de eliminar todas as partículas virais, ocorrendo uma 
replicação persistente no organismo 
Macrófagos circulantes, micróglias do cérebro, macrófagos alveolares pulmonares, células dendríticas podem disseminar 
o vírus e devido a replicação contínua do vírus nos linfonodos, ocorre liberação subsequente dos vírus e células T 
infectadas no sangue. 
Após a infecção primária, que é caracterizada por viremia elevada, existe, normalmente uma soroconversão seguida por 
uma fase assintomática que dura de meses a anos. À medida que o nº de linfócitos diminui a carga viral no sangue 
aumenta. 
A carga viral é um importante marcador que indica a quantidade de vírus no plasma e prediz a taxa de progressão da 
infecção. 
Após a infecção aguda, apesar do aparente desaparecimento do vírus na circulação, a replicação do HIV continua nos 
tecidos linfoides. A infecção pelo HIV é persistente crônica. 
1. Inicialmente, há grande produção de vírus e viremia, embora os níveis de vírus no sangue diminuam durante o período 
clinicamente latente, mas a replicação viral nos linfonodos continua. 
2. No estágio avançado da infecção, o nº de linfócitos TCD4 está bastante diminuído, com consequente 
imunodeficiência. 
RESERVATÓRIOS PARA O HIV 
Na infecção aguda, após a diminuição inicial da quantidade de vírus circulante, os vírus permanecem no organismo em 
reservatórios que são fonte de vírus para infectar novas células. 
 Quais células funcionam como reservatórios? 
1. Macrófagos: infectados logo no início da infecção, podendo chegar a 50%, prejudicando suas funções imunológicas 
vitais 
2. Células dendríticas: primeiras células a serem infectadas na mucosa genital, infectadas migram para os linfonodos, 
onde transferem os vírus para os linfócitos, infectando células que deveriam funcionar como barreira para a infecção 
da mucosa. 
RESPOSTA IMUNOLÓGICA PARA O HIV 
1. Resposta humoral: os anticorpos aparecem em algumas semanas após a infecção, onde uma parte deles pode 
neutralizar os vírus. No entanto, é mínimo o efeito dos anticorpos contra a replicação dos vírus, visto que não são 
capazes de neutralizar todas as partículas virais circulantes. 
2. Resposta celular é essencial para limitar a replicação do HIV: antes do aparecimento dos anticorpos já ocorre declínio 
da quantidade de vírus no sangue = resposta dos CLTs e TCD4 auxiliares. 
A detecção de células T citotóxicas é obtida na infecção aguda até os estágios iniciais da AIDS, já nos estágios mais 
avançados da infecção, ocorre redução no nº de CLTs, devido ao aumento da replicação viral. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO HIV 
 A infecção pelo HIV pode ser dividida os seguintes estágios: aguda; fase assintomática ou latência clínica; fase 
sintomática inicial (contagem de CD4 maior que 500 células/mm3); fase sintomática intermediária (CD4 entre 200 e 
500 células/mm3); fase sintomática tardia (CD4 entre 50 e 200 células/mm3) e infecção avançada (menor que 50 
células/mm3). 
 Infecção Aguda: os sintomas aparecem durante o pico da viremia e da resposta imunológica. As manifestações clínicas 
variam desde um quadro de gripe até sintomas à infecção pelo vírus da mononucleose. Além de sintomas virais como 
febre, linfadenopatia, mialgia, faringite, artralgia, exantema, cefaleia, perda de peso, náuseas e vômito. 
 Fase Assintomática: não existem sinais clínicos. Nesse estágio ocorre replicação viral, debilitação do sistema 
imunológico e transmissão do vírus. 
 Fase sintomática Inicial: os sintomas podem variar, incluem febre, sudorese noturna, cefaléia, mal-estar, diarreia e 
perda de peso. Linfadenopatias podem estar presentes, assim como alterações dermatológicas (herpes, foliculite, 
dermatite seborréica) 
 Fase Sintomática Intermediária: mesmos sintomas anteriores com piora nesse estágio, podendo também ocorrer 
candidíase oral ou genital, bronquite, sinusite e pneumonia 
 Fase sintomática Tardia: grande risco de contrair pneumonia, encefalite e candidíase esofágica. 
 Fase Avançada: os sintomas anteriores pioram de forma significativa, ocorre também perda de peso e além disso, 
pode ocorrer o aparecimento de sacorma de Kaposi, infecções por micobactérias. 
 
1. Perda de peso: maior que 10% do peso corporal 
2. Diarreia crônica: duração por mais de 1 mês 
3. Febre intermitente ou constante por mais de 1 mês 
4. Dermatite persistente 
5. Anemia 
6. Linfopenia, plaquetopenia 
7. Candidíase oral, esofágica, vaginal recorrente 
8. Infecções recorrentes do trato respiratório superior 
9. Linfoma primário no cérebro 
10. Herpes simplex por mais de um mês 
11. Sarcoma de Kaposi 
12. Doença de Chagas 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL 
 Após suspeita de risco de infecção pelo HIV, deve-se considerar o tempo necessário para que o exame detecte a 
presença do HIV no sangue ou fluido corporal utilizado para o diagnóstico da infecção. A duração desse período 
depende do tipo do teste, da sensibilidade e do método utilizado para detectar o marcador, seja ele RNA viral, DNA 
pró-viral, antígeno p24 ou anticorpo. 
 ELISA (ensaio imunoenzimático) para avaliar nível de anticorpos (MS recomenda que o teste anti-HIV seja realizado 
60 dias após uma possível infecção) 
 Teste de Imunofluorescência: células infectadas em lâminas de microscópio 
 Parâmetro a ser avaliado: taxa de linfócitos CD4 e CD8 (2:1) 
 Os testes sorológicos baseiam-se na detecção de anticorpos e/ou antígenos do HIV presentes ou não na amostra do 
paciente. Em adultos, esses anticorpos aparecem no sangue dos indivíduos infectados, em média de quatro a 12 
semanas após a infecção. 
 Reação de ensaio imunoenzimático: o principal teste utilizado no diagnóstico sorológico do HIV é o ensaio 
imunoenzimático, conhecido como Elisa. Nas últimas décadas, foram desenvolvidas quatro gerações de ensaios 
imunoenzimáticos. 
 Western blot: Esse teste é utilizado para confirmação do resultado reagente ao teste Elisa, ou seja, é também um 
teste confirmatório da infecção. Tem alta especificidade e sensibilidade. 
INFECÇÕES OPORTUNISTAS ASSOCIADAS À AIDS

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