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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DA COMARCA DE Y Processo n°______ SORAIA, já devidamente qualificados nos autos do processo em epígrafe, em um confronto que é movido em face de Eletrodomésticos S/A, também devidamente qualificados, por intermédio de seu advogado e bastante procurador signatário, vem respeitosamente perante Vossa Excelência apresentar, nos termos do art.1.009 e seguintes do Código de Processo Civil, o seu RECURSO DE APELAÇÃO visando a modificação da respeitável sentença proferida nestes autos, que acatou a inexistência da relação de consumo, bem como a decadência do direito do autor em favor do requerente. Assim, requer que seja reformada a decisão proferida, nos termos do artigo 1010, IV, CPC, tendo em vista que se fez presente nenhuma das hipóteses previstar no art. 1012, §1° CPC. Por fim, requer à Vossa Excelência seja o recurso devidamente recebido e devidamente processado, eis que tempestivo e devidamente preparado, conforme comprovante em anexo, encaminhando-se ao Egrégio Tribunal de Justiça deste Estado. Termos em que, Pede Deferimento. Local, Data Advogado – OAB EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO I. DOS NOMES E QUALIFICAÇÃO DAS PARTES APELANTE: Soraia, nacionalidade, estado civil, profissão, portadora da cédula de identidade RG nº, inscrito no CPF, endereço eletrônico, residente e domiciliada na cidade APELADO: Eletrônicos S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n°, com sede em, bairro, cidade, CEP, UF, neste ato representado por seu sócio-gerente (nome, qualificação e endereço conforme cópia do contrato social) II. DOS PRESSUPOSTOS RECURSAIS A) Da tempestividade: segundo o artigo 1003, caput e §5° CPC, o prazo de quinze dias para a interposição de apelação se inicia a partir da intimação das partes. O presente recurso foi interposto no último dia do prazo recursal, portanto, ainda dentro do prazo legal. B) Do preparo: seguem em anexo a este recurso, a guia de recolhimento, a fim de comprovar o pagamento das custas processuais C) Do cabimento: com efeito, extingui-se o processo, com resolução do mérito em virtude disso, para evitar que faça coisa julgado, o meio processual adequado a impugnação do provimento jurisdicional é o recurso de apelação de acordo com o artigo 1009 do CPC. III. EXPOSIÇÃO DOS FATOS Em junho de 2009, a apelante, adolescente de 13 anos, perdeu a visão do olho direito após a explosão do aparelho de televisão, que atingiu superaquecimento após permanecer 24 horas ligado ininterruptamente. A TV, da marca Eletrônicos S/A, fora comprada dois meses antes pela mãe da vítima. Exatos sete anos depois do ocorrido, em junho de 2016, a vítima propõe ação de indenização por danos morais e estéticos em face da fabricante do produto. Na petição inicial, a autora alegou que sofreu dano moral e estético em razão do acidente de consumo, razão pela qual requer a condenação da recorrida ao pagamento da quantia de R$50.000,00 (cinquenta mil reais) a título de danos morais e R$50.000,00 (cinquenta mil reais) pelos danos estéticos sofridos. No mais, destaca-se ser desnecessário a dilação probatória, uma vez que realizou a juntada de todas as provas documentais que pretende produzir, inclusive o laudo pericial elaborado na época, apontando o defeito do produto. Ao receber a inicial, o magistrada 1° vara cível da Comarca Y, determinou a citação da ré e após oferecida a contestação, na qual não se requereu produção de provas, decidiu proferir julgamento antecipado, decretando improcedência dos pedidos da autora, ora apelante, alegando a inexistência de relação jusconsumerista e a prescrição autoral. Contra tais fatos, como será demostrado a segui, é que recorre a apelante. IV. DAS RAZÕES DO RECURSO A) Da aplicabilidade do CPC O Código de Defesa do Consumidor em seu artigo 2°, caput, estabelece como conceito de consumidor “pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. Dessa forma, afasta a alegação do juízo sobre a sentença da autora ser improcedente por não ter participado da relação contratual com a ré, o que não é visto, segundo exposto no transcrito artigo, como impedimento para caracterização da relação de consumo, além disso, no antigo 3º desse mesmo código, é transcrito que o fornecedor é toda pessoas que desenvolvem atividades, seja de produção ou montagem. No caso, a despeito de não ter participado, como parte, da relação contratual de compra e venda do produto, a autora é qualificada como consumidora, pois, nas hipóteses de responsabilidade pelo fato do produto: Art. 17 do Código de Defesa do Consumidor - Lei 8078/90 Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento. ou seja, no próprio código, corrobora para a existência de uma relação consumista ao se assemelhar aos consumidores todas as vítimas do evento. No caso em pauta, ao fato do produto, teve como consequência o acidente sofrido por Soraia. Não obstante pela lucidez e sensatez da lei, ou até mesmo devido a ela, entre outros magistrados e na literatura jurídico a figura do Consumidor por Equiparação pode-se verificar no julgado abaixo: PROCESSUAL CIVIL E CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E COMPENSAÇÃO DE DANOS MORAIS. OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE. NÃO EXISTÊNCIA. FATO DO PRODUTO OU DO SERVIÇO. CONSUMIDOR POR EQUIPARAÇÃO. BYSTANDER. APLICAÇÃO. CDC. POSSIBILIDADE. DISTRIBUIÇÃO. SOLIDARIEDADE. [Omissis] 4. Para fins de tutela contra acidente de consumo, o CDC amplia o conceito de consumidor para abranger qualquer vítima, mesmo que nunca tenha contratado ou mantido qualquer relação com o fornecedor. [Omissis] (STJ, REsp 1.574.784/RJ, Terceira Turma, Min. Rel Nancy Andrighi, Dt. Julg. 19.06.2018, DJe 25.06.2018) Ainda nesse mesmo código, faz-se necessário citar o artigo 12, que fala sobre a responsabilidade objetiva da ré, independente da existência de culpa, pelo dano causado em consequência do defeito do produto, já que pode por em risco a segurança dos consumidor, e que também foram incluídos ao autos do processo o laudo pericial apontando o defeito do produto, existindo, portanto, a relação entre o dano. B) Da prescrição Com relação ao fundamento da sentença, deve-se pretender o afastamento da prescrição, isso porque não corre prescrição contra absolutamente incapaz de acordo com o artigo 198, I do Código Civil. Dessa forma, o termo inicial de contagem do prazo prescricional de 5 (cinco) anos, conforme o artigo 27 do CDC efetivou-se em 2012, ano em que a autora completou 16 anos, tornando-se relativamente capaz. Assim, a prescrição de sua pretensão ocorreria apenas em 2017. Visto isso, anula-se a tese do juízo a quo que fundamentou a prescrição em 3 (três) anos, conforme o artigo 2016, §3º do Código Civil. Assim como o artigo 3° desse mesmo código, retrata que os absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos. V. DOS PEDIDOS Diante das causae petendi acima apresentadas, pede-se: A) a reforma integral da sentença, para que seja julgada procedente a ação, condenando o apelado a pagar ao apelante, os danos morais e estéticos solicitados na inicial; B) inversão do ônus da sucumbência para condenar o apelado ao pagamento desse conforme artigo 85 CPC. Termos que, Pede deferimento Local, data Advogado – OAB
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