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Nefro 2 e urologia + defeitos congênitos

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Azotemia e uremia 
Primeiro é um dado laboratorial e o segundo um dado clínico. No laboratório quando 
tem azotemia, significa que há um aumento da concentração de ureia e creatinina no 
sangue. Esse dado não demonstra a gravidade da afecção, porque a magnitude 
apesar de se referir o quanto de filtração está comprometida, não significa que ter 
estas concentrações aumentadas resulta em um pior prognóstico. Outro ponto 
importante é que não dá para saber de qual nefropatia se trata o caso só pelo aumento 
de cada uma das substâncias. Logo, só vai indicar para nós o quanto/intensidade esta 
filtração glomerular está comprometida e não a causa (inflamatória, infecciosa) e se 
é reversível ou irreversível. Já a uremia, são dados clínicos representados por 
sintomas decorrentes da azotemia. Tem sinais que demonstram que o tal paciente 
que comprometeu a filtração glomerular ele apresenta um quadro tóxico por causa 
das substâncias que estão presas na circulação. Então se o rim não consegue 
eliminar esses produtos tóxicos, esse indivíduo intoxica. Pode apresentar perda de 
apetite, vômito, hálito urêmico, emagrecimento, anemia e entre outros. 
Para apresentar azotemia, os rins precisam ter perdido no mínimo entre 66 a 75% de 
comprometimento renal. O cão é quem tende a apresentar azotemia primeiro em 
relação ao gato que é mais tardio para ser considerado azotemico. 
-Fatores pelo qual a ureia e a creatinina aumentam: 
- Azotemia pós renal (problema depois do filtro): - nesse caso a urina está pronta e 
os rins não estão com problemas, mas estão com dificuldades para filtrar devido a 
obstrução (como por exemplo: litíases, tumores, estenose) ocorrendo uma diminuição 
da vazão e alteração da pressão pois, a pressão debaixo seja ela vindo da bexiga, 
ureter ou uretra será maior que a pressão de cima vinda dos rins. Tirou a pedra, volta 
ao normal (se for a tempo). - Ou também pode ter azotemia pós renal através de 
traumas. Como por exemplo, em casos de atropelamento em que a bexiga se rompe 
a urina cai na cavidade abdominal sendo absorvida pelo peritônio, voltando para a 
circulação e aumentando as concentrações desses azotos. 
- Azotemia pré renal: já nesse, estaremos relacionando com o volume de sangue 
circulante, ou seja, para haver filtração o volume de sangue deve ser suficiente para 
chegar nos rins e ser filtrado. Então, casos como desidratação e hipovolemias 
(sangramentos, gastroenterite, diarreia, vômito, privação de água), choque, 
cardiopatias (bombeamento falho) e hipotensão (alterações cardiovasculares - 
pressão insuficiente para o sangue chegar até os rins) podem gerar azotemia pré 
renal. 
- Azotemia renal: nesse o problema será nos rins, podendo ser causado através de 
infecções, processos inflamatórios, isquêmicos ou tóxicos, fibrose, neoplasias e 
hemoglobinúria ou mioglobinúria (passagem excessiva causando lesões aos túbulos). 
PROTEINÚRIA 
Poucas são filtradas (60.000 a 65.000kD) 
Para saber se é proteinúria renal ou perdas proteínas inflamatórias pelo TU 
Céls de descamação, células sanguíneas e bactérias, se descartados ai pensa se em 
proteínas de origem renal. 
(do exame químico é o mais importante) 
Observação principal: o normal é proteínas ausentes na urinálise, pois essa é filtrada 
e totalmente reabsorvida. 
Para proteína temos também um exame feito através de uma fita reagente, porém 
essa é pouco sensível. Logo, quando é detectado proteína na urina é porque tem 
muita dessa na urina. Um exame mais preciso que vai identificar a proteinúria renal 
que chama Razão Proteína/Creatinina Urinária (em siglas: UPC/RRC OU RPCU), 
para isso pega-se a urina do paciente vai fazer toda a urinálise com avaliação do 
sedimento, pois para realizar esse exame de UPC, não pode ter a presença de 
inflamação (pois, teríamos a presença de proteínas inflamatórias, seja ela de fase 
aguda, anticorpos, citocinas) e se existir inflamação, primeiro trata a inflamação para 
depois dosar a proteína se não é um gato desnecessário. Não havendo a inflamação, 
vamos dosar a proteína dessa urina em um aparelho e vai dosar a quantidade de 
creatinina (substância que o rim elimina por filtração) divido um número pelo outro e 
o número que eu obtenho é o número de que chamamos de UPC (* isso não é 
utilizado para grandes animais pois por medicina na nefrologia não avançar, não 
tratamos esses pacientes como pacientes crônicos*). Com esse valor o cão e o gato 
têm que ter menos de 0,2 de UPC (normal). Para o cão, entre 0,2 e 0,5 e para o gato 
0,2 a 0,4 esses são limítrofes e vamos precisar reavaliar. Se o valor for maior que 0,4 
e 0,5 temos esses pacientes como proteinúricos. 
-Causas de proteinúria: podem estar relacionadas com causas renais ou não. Sendo 
assim, teremos: 
- Proteinúria Pré renal (acontecimento no organismo que faz com que mais proteínas 
sejam filtradas pelo rim - lesão não renal): hemólise, mioglobinúria, febre, jejum ou 
inanição, esses três últimos casos, o organismo necessita de energia e por não obter 
pela boca, utiliza de energias alternativas, como a quebra de lipídeos e de proteínas 
(catabolismo) se quebra proteína e essa irá ser filtrada e irá aparecer na urina. 
- Proteinúria Pós renal (depois do glomérulo e dos túbulos, pelve, ureter, vesícula 
urinária ou uretra): Inflamação do trato urinário 
- Observação: - temos que descartar essas duas possibilidades de proteinúria pré e 
pós renal, além de fazer toda a urinálise para só depois fazermos o exame de razão 
proteína/creatinina urinária. 
- é muito importante a verificação se há proteína na urina pois é fator de mortalidade 
e progressão de doenças renais. 
*Quando descartado a possibilidade de proteinúria pré e pós renal resta a proteinúria 
renal que pode ser glomerular e/ou tubular. 
- Proteinúria Renal: - Glomerular: o glomérulo filtra o sangue e a sua composição é 
semelhante à do plasma. Não desce células e proteínas de alto peso molecular que 
são maiores que 60 a 65 kda, pois vão ficar retidas pelos polos dos glomérulos e 
saíram pela arteríola eferente, e as proteínas menores que isso, desce para os 
túbulos. Essas proteínas que descem pelos túbulos em condições normais, são 
reabsorvidas pelo túbulo contorcido proximal. Sendo assim, não é para ter proteína 
na urina, se houver, a quantidade será tão pequena que é considerável a presença 
de 0,2. 
Para ser glomerular temos que ter proteínas de alto peso molecular presentes na 
urina, que no caso vamos usar como referência a albumina (é uma das menores 
proteínas dentre as maiores, logo umas das primeiras que sai). Para que isso ocorra, 
vamos ter a ativação organismo do mecanismo do Sistema Renina Angiotensina 
Aldosterona (SRAA – tenta melhorar a função renal por vasoconstrição) que vai 
acarretar em um aumento da pressão arterial (chega mais sangue pela arteríola 
aferente do que sai pela eferente) e também se for o caso do aumento da volemia, 
acarretando em um aumentando da pressão intraglomerular que vai fazer com que 
os poros se abrem e as proteínas maiores passem. Fora isso, podemos ter uma 
pressão normal, mas ter alterado a permeabilidade desses capilares por 
glomerulonefrites devido a inflamação por deposição de imunocomplexos seja por 
doenças tumorais ou infecciosas. 
- Tubular: nesse caso, irão sair proteínas de baixo peso molecular pela urina. 
Obs. Se ocorrer de proteínas de alto peso molecular passarem pelo glomérulo, ao 
chegarem no TCP onde as proteínas são reabsorvidas vai ocorrer lesão das células 
desse seguimento e consequentemente ocorrer a morte celular programada 
(apoptose), após esse processo irá ficar uma lacuna nesse espaço e as proteínas vão 
cair no interstício que fica entre os seguimentos dos túbulos e os capilares. Além 
dessas proteínas a urina que ali também passa irá passar por esse espaço, gerando 
uma inflamação e fibrosa. Por isso que proteínas de origem glomerular sempre devem 
ser tratada.Para que haja proteínas de alto peso molecular passando pelos 
glomérulos teremos dois casos, ou porque há uma inflamação (acumulo de 
imunocomplexos no glomérulo) ou por uma hipertensão havendo assim uma 
danificação dessas estruturas. 
Importante ressaltar que é fundamental realizar o exame de razão proteína-creatinina 
urinária (UPC). Verifica-se se a urina não apresenta indícios de sedimentação ativa, 
ou seja, sem sinais de inflamação. Sendo assim, se não houver pega a proteína e 
creatinina da urina (não do sangue) divide uma pela outra e obteremos um número. 
Esse número é ideal que ele seja menor que 0,2 entre 0,2 e 0,4 é considerado 
proteinúria limítrofe e proteinúria no cão 0,5 e no gato 0,4. Além disso, realiza-se três 
aferições para dizer que esse indivíduo apresenta uma proteinúria permanente. 
Porque assim como dito lá em cima, podemos apresentar episódios como febre, 
processo infeccioso (...). Normalmente quinzenais, três vezes. Se de cara, esse 
resultado for maior do que 1 quanto para o gato e maior do que 2 para o cão, 
teoricamente podemos começar a tratar. Por que dificilmente uma proteinúria 
transitória irá ser causada por quadros extra renais com esse valor. 
Outro exame importante é a Hemogasometria, esse avalia a acidez ou alcalinização 
do sangue. Consegue dizer para o clínico como está a eliminação de hidrogênio (H+), 
bicarbonato (HCO3) e íons amônio (NH4+). Se o sangue está fincando muito ácido 
porque os rins estão com dificuldades em eliminar H+ - acidose metabólica - tem que 
tratar para manter a homeostase caso contrário podemos ter o óbito do paciente. 
Normalmente o pH sanguíneo se apresenta maior que 7,2 o ideal seria de 7,3. Muitos 
hemogasometrômetros já fazem a avaliação dos eletrólitos dos pacientes, que são 
aquelas substâncias que o rim controla (Na, K, ...). 
 
IMAGEM RADIOGRÁFICA 
Para diagnóstico, indubitavelmente para o sistema urinário será o US, o Raio X pode 
sim dar alguns indícios, porém faltaram detalhes para confirmação que só o Ultrassom 
consegue nos fornecer. A imagem radiográfica consegue mostrar, anatomia, 
topografia, tamanho das estruturas (organomegalia), pode mostrar a presença de 
concreções, ou seja, urólitos radiopacos (radioluscentes não vai aparecer) e 
alterações ósseas. O tamanho dos rins pode ser delimitado utilizando como base a 
L2, sendo assim o tamanho do rim vai ser comparado com o tamanho da vertebra 
lombar L2 na projeção ventrodorsal. O rim do cão pode ter 2,5 a 3,5 vezes o tamanho 
de L2 já o rim do gato 2,4 a 3,0. 
 
UROGRAFIA EXCRETORA 
Já o exame de urografia contrastada denominado como Urografia excretora usufrua- 
se para poucos os casos atualmente, serve mais para avaliar anatomia e verificar se 
o paciente não apresenta más formações, como o caso de alterações congênitas 
(ureter ectópico, presença ou não de divertículo na bexiga, agenesia renal) ou como 
o quadros patológicos adquiridas (hidronefrose [rim obstruído e dilatado, faz esse 
exame para analisar se o rim que está obstruído ainda filtra], processos obstrutivos 
principalmente em ureter, pielonefrites e rupturas em especial no TUI). Importante 
ressaltar que o contraste pode ser tóxico para o rim. Logo, não utilizar em casos de 
pacientes desidratados ou azotêmicos. Após a realização do exame deixar o paciente 
com fluidoterapia para que haja a máxima eliminação possível dessa substância 
radiopaca. 
 
URETROCISTOGRAFIA/CISTOGRAFIA (o nome irá depender de até onde a sonda 
irá se alojar) 
Serve para avaliar processos que acontecem na bexiga, principalmente se há ou não 
a presença de neoplasias e avaliação e identificação de rupturas. Processos 
obstrutivos, a gente até tenta fazer o exame contrastado para acompanhar onde que 
esse contraste sofre tal bloqueio para saber onde é o ponto de obstrução (em casos 
cirúrgicos é necessária essa informação. Casos de suspeitos de hérnia perineal tem 
esse exame como exame ouro. Cães machos quando não castrados, a partir dos 5 
anos de idade tem um aumento da próstata (alteração dos hormônios sexuais) e junto 
a esse aumento há também vai haver uma certa fragilidade da musculatura do 
períneo (irá atrofiar). Esse indivíduo irá apresentar dificuldades para defecar e as 
fezes com a tamanha força que o animal realiza para defecar temos como 
consequência o deslocamento caudal da próstata e como essa estrutura está 
localizada ao redor da uretra “abraçando” essa quando houver esse deslocamento da 
próstata consequentemente a uretra e a bexiga deslocam junto. RETROFLEXÃO DA 
BEXIGA – caso emergencial. 
 
 
CISTOGRAFIA DE DUPLO CONTRASTE 
Outro exame para o sistema urinário, porém, pouco utilizado aqui no Brasil. 
Administra-se ar e contraste iônico para o interior da bexiga. Utiliza para verificar 
presença de cálculos radioluscentes e presença de neoplasias. 
 
ULTRASSONOGRAFIA 
Exame padrão ouro para esse sistema, ele descreve a arquitetura do órgão aonde 
por meio da imagem conseguimos saber se o rim está fibrosado, se há alterações no 
córtex e/ou na medula, se há inflamação, aumento do órgão, dilatação do ureter, se 
há cálculos, espessamento da parede dos órgãos, ou seja, muito mais detalhista. 
Importante ressaltar que esse exame não é o diagnóstico em si, pois há a 
necessidade da realização da parte clínica completa para chegar a uma conclusão 
específica. US descreve as lesões, localiza as mesmas não específica qual afecção 
em si, sugere ou estimula uma dúvida! 
Outro ponto é que podemos utilizar desse exame para guiar procedimentos para 
colheita de material como citologia e biópsia. 
 
TOMOGRAFIA 
-------------------------- MALLE vai comentar em outra aula 
Utilizada principalmente na avaliação de tumores e na avaliação de doenças 
congênitas. 
 
CISTOSCOPIA 
Endoscopia do trato urinário, exame recente aqui no Brasil, também favorece 
procedimentos como o caso de biópsias sem que tenha que fazer a abertura da 
cavidade e de outros órgãos. Em alguns casos pode ter efeito curativo como por 
exemplo, se o animal apresentar pólipos pequenos ou congressões por pequenos 
urólitos e que com esse procedimento pode ser que dê para fazer a retirada dos 
mesmos. 
 
CITOLOGIA OU BIÓPSIA 
A grande indicação é quando o paciente apresenta rins grandes ou quando a US 
Tomografia e Radiografia observam aumento de volume sobre a forma de neoplasias. 
As cegas praticamente não são realizadas, normalmente realiza a biópsia/citologia 
guiada por um US ou por tomografia computadorizada evitando assim que haja 
comprometimento da medular por meio desses procedimentos. Logo, sempre mexer 
apenas na cortical. 
O grande problema é que no Brasil dificilmente encontramos patologistas que saibam 
avaliar biópsia renal de cães e gatos e aí tem que enviar para os EUA. Esse forem 
doenças glomerulares, pouco conhecemos dentro da medicina veterinária. Por ser 
tão pontual, esses exames são mais recorridos para verificação de neoplasias. 
 
DEFEITOS ANATÔMICOS E CONGÊNITOS 
Vamos desconfiar que o paciente apresente tais afecções quando desde novinhos já 
apresentem sinais como incontinência urinária, urolitíases, cistite precoce ou juvenil, 
obstrução uretral juvenil, DRC/IRC juvenil (por mal formações renais). Essas afecções 
tendem a surgir após dois anos de vida. Alterações anatômica mais comuns são: 
ureter ectópico (ureter mal inserido) e como consequência podemos ter ureterocele, 
persistência do úraco ou a persistência de um resquício dele que seria o divertículo 
uracal, hiperurecemia (excesso de ácido úraco circulante), hipoplasia/displasia renal 
(rim que nasce subdesenvolvido ou que nasce desorganizado) e para os gatos a 
doença renal policística. 
 
PERSISTÊNCIA DO URACO OU PERSISTÊNCIA DE DIVERTÍCULO 
Pensando na vida fetal do indivíduo que apresentar essa alteração congênita, ele não 
filtra nada por conta dos rins dele estarem em formação, o subproduto produzido irãoser jogados para a bexiga e essa irá eliminar essa urina que não é a uretra vai ser 
eliminada por meio de um conduíte do polo cranial da bexiga até o umbigo desse 
paciente - úraco. Esse úraco, irá escoar essa urina pelo líquido amniótico e a mãe 
quem excreta. O que acontece, é que alguns indivíduos não tem essa estrutura 
regredida depois de sua maturação o que permite a persistência do mesmo. Na hora 
que o cordão umbilical e tenho ação de prostaglandinas acaba tendo a eliminação 
dessa estrutura em casos normais. Primeiro caso, úraco preso ao umbigo presente 
no polo cranial da bexiga, ocorre o gotejamento de urina - ascensão de bactérias por 
essa via gerando uma cistite, além de apresentar assaduras. Separar o filhote dos 
outros e só deixar perto da mãe quando for mamar e logo quando possível 2/3 meses 
(alguns vets. esperam acabar o protocolo de vacinação) e marcar cirurgia 
(cistoplastia). Segundo caso, parte dele regrediu e outra não, não sai urina pelo 
umbigo, mas acumula urina nesse compartimento que não regrediu, por se tratar de 
um tecido fibroso não elástico, a urina ali acumulada dificilmente por contração sairia 
logo, fica contida dentro deste uráco gerando uma inflamação e que por consequência 
acaba por passar para a bexiga gerando uma cistite (não bacteriana mas sim, por 
uma irritação que vai haver na parede já que essa urina guardada por um tempo além 
do normal sofre alterações químicas gerando tal resposta). E por fim o terceiro caso 
que é a persistência do divertículo, que nada mais é que um úraco que foi regredindo, 
porém sobrou uma pontinha na parte cranial da vesícula, também parte essa que não 
é elástica o que irá repetir de modo semelhante ao caso 2. Nos casos 2 e 3 há a 
possibilidade de gerar uma cistite ou até mesmo urolitíases. 
Para que diagnosticamos esses casos, há a necessidade de um exame de imagem. 
O US em certos casos onde esses se apresentam bem maiores do que o comum, 
pode acontecer de no exame não ser reconhecido como tal e que está atrelado a 
bexiga. Uretrocistografia contrastada também é favorável nesses casos. 
Tratamento é cirúrgico em todas as situações, lembrar que a bexiga tem que ter um 
formato de pera. 
 
VULVAS OCULTAS 
Vulvas que ficam mais “escondidas” devido ao fato de conter pregas vulvares de 
tamanhos maiores que o comum. Onde nessas pregas tende a ser acumulado 
líquidos - vulvoplastia, incisão em ferradura. 
 
SHUNT PORTOSSISTÊMICO 
Outra alteração que podemos encontrar, se trata por uma comunicação anômala 
vascular entre a circulação portal e a circulação sistêmica. A veia porta não deveria 
fisiologicamente se comunicar com a circulação sistêmica, porque é ali que ocorre a 
“coleta de lixos’ de todo o intestino digestório e do pâncreas e jogam dentro do fígado 
(sistema porta), para o mesmo processar todo o conteúdo indesejável para o intestino 
e pegar todos aqueles resíduos pela circulação geral e mandando para os rins para 
que o mesmo elimine. Portanto, as substâncias tóxicas elas chegam do trato 
digestório, são metabolizadas, hidrosolubilizadas dentro do fígado e no momento que 
elas não se comportam mais como tóxicas, ou seja, solúveis em água, a circulação 
geral recolhe essas para que isso sejam eliminadas via urina. Se apresentar uma 
comunicação entre as mesmas, substâncias oriundas do trato entérico irão cair direto 
na circulação geral. Uma das coisas mais importante que temos nesse quesito é 
amônia, lembrar que essa é produzida no intestino por bactérias que processam as 
proteínas advindas pela dieta, essa amônia que não é hidrossolúvel e que se 
comportar estupidamente tóxica para o organismo ela é levada até o fígado pelo 
sistema porta onde vira ureia (marcador de filtração glomerular, não tóxica e solúvel) 
quando funcionando sem esse desvio, agora em casos de SHUNT essa amônia ao 
invés de passar por essa transformação de insolúvel para solúvel, ela cai na 
circulação geral em sua forma insolúvel. Sendo assim, podemos ter dois efeitos 
distintos, um efeito é gerar uma encefalopatia pós prandial (indivíduo que vai 
apresentar sinais neurológicos principalmente após as refeições, porque é nesse 
momento em que acontece maior absorção) e o outro é o indivíduo que irá filtrar essa 
amônia pelos rins, formando cristais (já que não é solúvel) e consequentemente 
cálculos - doenças do trato urinário (cistite e obstrução). 
Temos dois tipos de SHUNT, um é o Porto-ázigos que é mais comum nos felinos que 
é a comunicação da veia porta com a veia ázigos e o SHUNT Portocaval que é mais 
comum no cão. 
Shunt esses que podem ser congênitos ou adquiridos, e provavelmente um fator 
predisponente para que haja shunt adquiridos seja pelo excesso de pressão no 
sistema porta. Então, na tentativa de aliviar e diminuir essa pressão vascular no 
sistema porta, ocorre a formação de novos vasos como mecanismo compensatório 
(anastomoses). Indivíduos que apresentam doenças hepáticas crônicas, aquele que 
está em quadros de cirrose hepática (fibrose do tecido) tem maior probabilidade em 
apresentar shunt adquiridos. 
Em suma, chegou um paciente que apresenta sintomas do trato urinário, faz o exame, 
urinálise. Indivíduos que eliminam muita amônia pela urina, formam Biurato de amônio 
ou também chamado de cristal de urato e com a união desse há a possiblidade de 
formar urolitíases. Lembrando que 50% dos animais com shunt, não apresentam 
manifestações do trato urinário inferior, ou seja, sintomas de cistite). Quando 
encontrado esse tipo de cristal suspeitar de doença hepática grave, se for um paciente 
mais velho, vamos avaliar o fígado desse paciente para doença hepática que 
normalmente é primária, faz exame de sangue, de imagem e por vezes realiza biópsia 
de fígado. Quando tiver alterações do trato urinário vamos ter que fazer a retirada 
desses cálculos, porém será necessário indicar um tratamento para a doença de base 
e por fim verificar se ele apresenta shunt ou não. Para saber se ele apresenta o shunt, 
uma medida que temos de modo indireto é dosar ureia, pois indivíduos que tem essa 
alteração jogam amônia direto para a circulação e a conversão a ureia fica diminuída. 
Então, uma pequena parte dessa amônia passa pelo fígado e é convertida a ureia. 
Amônia a gente acaba não dosando porque é um exame muito inespecífico com muita 
margem de erro. Porém, podemos realizar a pesquisa de ácidos biliares nesses 
indivíduos. (VAI SER COMENTADO NAS PRÓXIMAS AULAS). 
Agora, para realizar o diagnóstico de shunt pelos exames suspeita-se, para ter a 
certeza de localização do mesmo há a necessidade de realizar uma tomografia 
computadorizada contrastado, para maior precisão. 
Pode haver tratamento cirúrgico (VAI SER COMENTADO NA OUTRA AULA), ou um 
tratamento medicamentoso conservativo. Mas enquanto não identificado e não 
tratado o paciente irá ficar tendo recidivas de urolitíases. 
 
DOENÇA RENAL crônica CONGÊNITA (insuficiência renal congênita) 
Indivíduo já nasce com poucos néfrons funcionantes, porque ou ele nasce com os 
rins hipoplásicos (vivem no máximo até 1/2 anos) ou ele nasce com displasia renal 
que é uma desorganização anatômica (ex.: glomérulo sem túbulos, túbulos sem 
glomérulos, capsula sem corpúsculos glomerular). Nesse último, os sintomas irão 
aparecer de acordo com a quantidade de néfrons funcionantes e completos, evolução 
para uma disfunção renal severa para quando os néfrons até então funcionantes e 
inteiros após longos períodos de compensação morrerem. Logo, esses pacientes já 
nascem com IRCC. 
 
URETER ECTÓPICO 
Ectopia significar estar fora do lugar, o ureter estará inserido no local incorreto. 
Quando falamos do ureter a sua anatomia é composta por dois ureteres 
desembocando na região do trígono vesical dentro da vesícula urinária (se inserindo 
na mucosa da mesma) cujo formato ideal é de uma pêra e uma uretra. o ureter será 
ectópico de duas maneiras basicamente, uma das maneirasé quando ele fará uma 
abertura interna dele na uretra e não na bexiga. Logo, se ele se abre caudalmente ao 
esfíncter uretral na uretra (sendo que ele faz sua abertura na uretra) esse indivíduo 
ele apresenta uma manifestação clínica clássica que é a incontinência urinária porque 
a urina estará sendo depositada atrás da “válvula” e consequentemente ela escorre. 
Nas fêmeas esse sintoma é muito mais pronunciado do que nos machos porque a 
uretra da fêmea é mais curta e já dá “de cara” ali no vestíbulo da vagina. Como a 
uretra do macho é mais longa e essa consegue realizar mais contrações e o mesmo 
tem que ter a chegada até a borda da glande, passando pelo prepúcio, nos machos 
essa incontinência ela por vezes passa despercebida. 
Um dos exames recomendado é a urografia excretora, em que será aplicado 
contraste pela veia, o rim irá filtrar, a bexiga irá encher e vamos ver o ureter se 
inserindo na bexiga. Existem casos que são mais graves onde os dois ureteres podem 
estar inseridos atrás da bexiga, então a bexiga fica menor pois não enche e nem 
esvazia completamente. E é muito comum que esse ponto que temos de drenagem 
do tal ureter seja um ponto um pouco menor do que aquele que dá vazão para a 
bexiga. Então as vezes, ele não irá apresentar a vazão correta e torna se comum 
nesses pacientes, casos de mega ureter (dilatação do mesmo). A TC também é uma 
opção para essa afecção. 
 
URETEROCELE (outro tipo de ectopia) 
Acontece também de o ureter estar se inserindo no local correto e tudo mais, o 
problema é que o ureter não consegue perfurar a mucosa, consequentemente ele não 
consegue jogar o conteúdo dele no interior da bexiga ou lúmen da uretra. Então ele 
se insere entre a mucosa e a submucosa. Tem como consequência a formação de 
uma bolsa de urina que na verdade é uma cavidade (CELE). Primeiro problema que 
teremos é, que por não conseguir realizar a vazão corretamente, ele começa a dilatar 
(mega ureter) podendo comprometer os rins posteriormente. Mas essa “bolinha” que 
é formada, se ela está no interior da bexiga ela pode causar cistite em decorrência da 
retenção de urina. e muitas vezes se ela está perto da uretra ou dentro da mesma 
ela pode acabar causando uma obstrução. O diagnóstico é o mesmo do que a do 
ureter ectopico.

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