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INTRODUÇÃO Relação do trato reprodutivo com trato urinário Lembrar que no cão macho não castrado principalmente, pode apresentar hiperplasia prostática que traz como consequência alterações no esvaziamento da vesícula urinária, já que a próstata (fica caudal a bexiga) “abraça” a uretra e em casos de aumento dessa acaba por comprometer o fluxo da urina que ali passa. Nas fêmeas (cadela), os hormônios sexuais produzidos pelo útero (gonadotrofinas) que influenciam na funcionalidade do esfíncter da bexiga, logo em casos de fêmeas castradas podem apresentar incontinência urinária por falta dessas substâncias endócrinas que o órgão produz que acabam interferindo na maturidade do esfíncter para a uretra da fêmea. Logo, a castração por vezes pode gerar transtornos para algumas fêmeas. A piometra também é outra afecção comum nessa espécie bactérias que estão presentes no lúmen uterino podem acessar o trato urinário, ou porque a secreção escorre pela vagina e escorre pela uretra ou por um mecanismo denominado por translocação, tem certas bactérias que conseguem passar pela parede e ter acesso a estruturas vizinhas. Logo, é muito comum fêmeas que apresentam a piometra terem alterações renais por conta desse processo infeccioso. Em relação aos felinos, esses apresentam baixa incidência de alterações prostáticas, a hiperplasia prostática é considerada rara para a espécie. A piometra da gata é diferente da piometra da cadela, normalmente o processo séptico não é tão grave. Apesar dessa correlação anatômica que apresenta o gênito urinário nos gatos, esses não apresentam um sistema interferindo no outro. O único problema em questão é que o gato macho apresenta um órgão genital que é bem curto e consequentemente uma uretra pequena, onde muitas vezes podem apresentar obstruções urinárias recorrentes. A região do corpo do pênis é muito delgada apresentando menos de 0,7 mm de diâmetro, o que significa que coágulos, restos celulares, fragmentos tumorais, cálculos (...) podem acabar obstruindo esse órgão. Muitos gatos que apresentam doenças no trato urinário inferior, é comum procedimentos como a penectomia. FISIOLOGIA Lembrar que o esvaziamento da bexiga acontece mediante a estímulos de uma enervação da medula. Os nervos simpáticos fazem com que haja a contração da musculatura lisa da vesícula enquanto a enervação do parassimpáticos, atuam em processos de relaxamento dessa musculatura. Logo, para que tenha o enchimento da bexiga, teremos a atuação do nervo pélvico e para o esvaziamento dessa teremos a atuação do nervo hipogástrico. Essa enervação atua em um músculo que tem na parede da bexiga chamado m. detrusor, que contrai para que haja o esvaziamento dessa estrutura. Vale ressaltar que o sistema nervoso simpático também é responsável pelo tônus do esfíncter da uretra. Porém, nessa estrutura sua função é diferente da função exercida sobre a parede da musculatura da bexiga, enquanto ele contrai a bexiga o esfíncter da uretra relaxa e quando relaxa a bexiga, contrai o esfíncter. Iremos ter dois esfíncteres, um que chama esfíncter uretral interno que localiza-se posterior a saída da vesícula urinária e outro que fica mais a frente ao longo da uretra que apresenta um efeito de somação para evitar o escoamento de urina pelo órgão e quem enerva esse esfíncter externo é o nervo podendo (somático). Importante conhecer, pois em casos de lesões na medula espinal essa bexiga pode haver alterações nessa fisiologia comprometendo essas estruturas. Exemplo, se tivermos uma lesão em L1/L2 essa bexiga não vai conseguir realizar o processo de contração - atonia de vesícula, pacientes que geralmente é necessário realizar o esvaziamento por compressão manual. Em casos de lesões na região da coluna sacral/osso sacro (S1/S3) pode acontecer de apresentar dificuldade no relaxamento desse órgão e ocorre a manutenção do esfíncter aberto, consequentemente o paciente pode apresentar - incontinência urinária. ANATOMIA RENAL Com relação aos rins, esses são estruturas retroperitoneais onde são unipiramidais nos cães e gatos, possuem formato ovalóide (feijão) com superfície lisa. Vantagens dos gatos sobre o cão, é que no exame físico os rins dos gatos são palpáveis. Apresentam uma região denominada como hilo renal que é a entrada desses rins onde penetram a artéria renal, veia renal e ureter. A artéria renal é uma ramificação da artéria aorta e ela entra nos rins bifurcando ou trifurcando (vai varias de cada paciente). FUNÇÕES Dentro da fisiologia renal, o rim é o órgão homeostático mais importante, ou seja, é ele o responsável pelo o equilíbrio do organismo. Dentre suas funções, temos a filtração do sangue e excreção de produtos do metabolismo do corpo pela urina; responsáveis pelo equilíbrio hídrico/eletrolítico; mantem a acidez sanguínea compatível com a vida (ácidos e bicarbonato) controle ácido-básico; produção de eritropoietina – hematopoiese, síntese de produção de hemácias/reposição do sangue; sintetiza hormônios como o caso da vit. D3 e; controle da pressão arterial pelo SRAA. CIRCULAÇÃO RENAL Composta por artéria renal que pode trifurcar ou bifurcar e se ramifica em artérias interlobares passando ao redor das pirâmides renais e as artérias arqueadas que ficam na superfície das pirâmides que se ramifica dando origem aos glomérulos (unidade funcional dos rins). A partir daí o sangue é filtrado, ainda contendo artérias que vão descer ao longo dos néfrons e irá se afunilar até a veia renal (e posteriormente a veia caudal) que vai circundar as estruturas de modo a se assemelhar as voltas das ramificações da artéria renal. Por meio da terceira imagem, conseguimos notar que a parte mais importante nos rins está situada na região cortical. Importante saber disso pois quando realizado o exame de US essa região é bem evidente facilitando possíveis diagnósticos. Em relação ao glomérulo, há a necessidade de lembrarmos que se trata de uma estrutura super especializada. Estrutura essa que quando perdida impossível (até mesmo com terapia de células tronco) a reposição da mesma. Lembrar da intensa relação entre o túbulo contorcido proximal e a vascularização composta pelo endotélio que fica ao seu redor pois, é nessa que ocorre a oxigenação, nutrição dos tecidos e remoção de substâncias indesejáveis. Lembrar que é muito importante manter a perfusão renal para que esse processo ocorra. Células do TCP com injúrias, irão sofrer espaçamento permitindo com que haja o extravasamento de urina para o interstício, e posteriormente irão se destacar da membrana basal aparecendo no exame de urina. Sendo assim, se apresentar lesão, no exame de urina poderá apresentar maior quantidade de água, glicose, proteínas pois a partir do momento em que essas células estão sendo perdidas elas deixam de exercer a sua função e consequentemente se antes elas reabsorviam essas moléculas, quando lesadas essas saem pelo filtrado urinário. QUAIS EXAMES PEDIR PARA A AVALIAÇÃO DO TU Pacientes que chegam com sintomas característicos do trato urinário, usufrui da parte laboratorial para verificar a parte funcional e da imagem para avaliar a parte estrutural, sempre. No laboratório clínico irá ser utilizado o sangue ou a urina. A urina será para urinálise para verificar a presença de proteinúria, realizar a razão entre proteína/creatinina urinária - UPC ou RCP, pode realizar cultura e antibiograma dessa urina. Lembrando que na urinálise tem uma avaliação muito importante que é a avaliação de sedimento dessa urina aonde na Medicina Veterinária, sempre deverá ser avaliado por razões onde no TU dos nossos pacientes pode haver parasitas no trato urinário também. Ainda no aspecto da análise laboratorial clínica, através do sangue se dosa ureia e creatinina (marcadores de filtração dos rins), eletrólitos (Sódio, Potássio, Cálcio e Fósforo e eventualmentea dosagem do cloreto) e complementar com um hemograma, proteína total, albumina (porquê indivíduos que pender muita proteína pela urina também perdem albumina), colesterol (em alguns casos pode ficar elevado em alguns casos que causam doenças urinárias principalmente nas doenças endócrinas) e hemogasometria. Melhor método para colheita de urina é a cistocentese. Dos exames complementares, vale ressaltar que é muito importante uma urinálise completa, avaliação físico-químico, análise do sedimento. Com relação a bioquímica sérica, ureia (marcador ruim por que essa sofre interferência de inúmeros fatores tais como jejum prolongado onde há um aumento de produção de amônia, sangramentos no TGI pois o indivíduo irá absorver muita amônia que está contida na circulação, dietas ricas em proteínas, transfusão de sangue, sangue chega com um certo grau de amônia – ureia aumenta; além disso essa substância passa duas vezes pelos rins pois parte dela é reabsorvida na parte distal do néfron - recirculação; é obtida pela proteína da dieta, no intestino sobre a ação das bactérias que vai produzir amônia essa vai para o fígado onde é convertida em uréia [solúvel em água] e essa é eliminada pelos rins porque amônia não é solúvel em água) - lembrar que se o indivíduo apresentar uma hepatopatia ele pode não converter amônia em ureia, e apresentar diminuição sérica da mesma - e creatinina (mais fiel, pois toda a creatinina produzida a partir do metabolismo muscular ela é excretada pelos rins – marcadores de filtração glomerular em casos onde essa apresenta se aumentada ou há um metabolismo muscular muito elevado ou a taxa de filtração glomerular está comprometida; e que a grande interferência que podemos ter sobre um falso aumento da creatinina na circulação são com aqueles animais que ingerem grandes quantidades de carnes cozidas 12h antes do exame; lembrar que a creatinina é a derivação do produto da fosfocreatina que é uma proteína da musculatura Lembrar de patologia clínica - UREIA X BUN (N ureico da amostra – para ele ser convertido em ureia ele precisa ser multiplicado por 2,1428).
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