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Hemoparasitoses Parte II - Micoplasmose

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MYCOPLASMOSE ou HEMOPLASMOSE FELINA 
 
Parasita muito parecido com a Babesiose mas que irá acometer os felinos. Antigamente por 
volta da década de 90 comentava de um hemoparasita do gato denominado Hemobartonella 
felis essa foi estudada e reavaliada depois das técnicas moleculares (que avaliam o material 
genético) ela foi reclassificada, sendo agrupada em um grupo de bactérias do gênero 
Mycoplasma. Então, de Hemobartonella felis passou a ser conhecida como do gênero da 
Mycoplasma, porque pelos estudos observaram que o crescimento da mesma no meio de 
cultura, a sensibilidade por determinados antibióticos (e entre outras características) fossem 
semelhantes com a Mycoplasma. Sendo o Mycoplasma virulento que entra em contato com 
os felinos causando uma infecção semelhante à da babesiose chama Mycoplasma 
haemofelis. Porém, nos sabe-se que esse M. haemofelis não é tão importante assim como 
causador de anemia nos gatos, porque de todos os gatos que vão apresentar anemia apenas 
14% desses pacientes apresentam anemia por conta desse agente. Então isso é importante 
a gente lembrar pois ele acaba sendo super estimado. Esse agente é um pouco diferente da 
babesia pois ele fica do lado de fora da célula e não dentro da célula eritróide como na outra 
afecção - parasita epieritrocitário, fica na superfície da hemácia invaginando a sua membrana 
sobre a membrana plasmática da hemácia do gato. 
Além desse Mycoplasma, foram descobertos outros que infectam o gato com uma frequência 
maior do que esse M. haemofelis, e que talvez eles não sejam tão danosos assim. Existem 
vários que são citados na literatura atualmente e eles acabaram tendo nas últimas décadas 
o nome de Mycoplasma mas esse nome associado ao nome Candidatus porque os mesmos 
são candidatos ao M. 
Logo, vamos ter Candidatus mycoplasma hemominutum e Candidatus mycoplasma 
turicensis. O mais importante é o primeiro citado dos dois porquês de todos ele é o mais 
prevalente nos felinos. Porque se fizermos hemogramas aleatórios em gatos que acharmos 
na rua, de criadores ou qualquer que seja, vamos perceber que mais de 70% da população 
irá ter Mycoplasma na circulação, vão ser positivos. Pois, eles apresentam esse tal de 
Candidatus mycoplasma hemominutum e vamos notar que esses não serão considerados 
como animais doentes, o mesmo fica na circulação ser fazer absolutamente nada a não ser 
que esse gato fique doente, mas em condições normais não há com o que se atentar. 
Quem irá causar a doença, do mesmo modo que a Babesia, é o Mycoplasma haemofelis, 
mas quando ele no gato, a simples entrada já irá causar tribulação. Esse, possui o famoso 
“efeito vampiro”, sendo considerado como virulento, patogênico, causando anemia por 
hemólise, mesmo em animais imunocometentes e saudáveis, mas é pouco prevalente na 
população. 
Já o Candidatus mycoplasma hemominutum, é altamente prevalente, presente em mais de 
70% dos gatos só que em gatos sãos ele é comensal, ou seja, não traz benefícios e nem 
prejuízos, mas ele se beneficia. Só que para isso o mesmo depende de duas condições para 
que deixe de ser comensal e passa para parasita, que é quando o gato sofre uma 
imunossupressão muito grave (ex.: leucemia felina) fazendo com que essas bactérias se 
multipliquem além do comum ou se é um gato que foi submetido a uma carga infectante muito 
alta (indivíduo que nunca teve acesso a esse agente infeccioso, aqueles que moram em 
apartamentos – ex – que num dia sai para fora de casa e tem acesso a ruim entrando em 
contato com tal agente). 
Basicamente, se formos pensar em uma média numérica dos animais que realizamos o 
hemograma na pior das condições, teremos que 50% dos Candidatus mycoplasma 
hemominutum são meros achados e 50% em animais clinicamente doentes. Na prática, 
outros trabalhos apresentam 70% os achados e 30% clinicamente doentes. 
Sabemos que em torno de 47% dos gatos que tem Mycoplasmose eles testam positivos para 
FeLV, já que estão imunossuprimidos. Então todos os gatos que atendemos com 
Mycoplasmose, temos que realizar o teste para FeLV para averiguar se há infecção 
concomitante por esse vírus que é o que mais causa imunocomprometimento nos gatos. 
Quem atua como vetor desse agente citado anteriormente é a pulga cujo nome científico é 
Ctenocephalides felis. Lembrar que até que se prove o contrário, todo mundo tem uma ou 
outra pulga mesmo que o tutor diga que não. Principalmente se o gato tem acesso a rua, 
tendo contato com vários outros gatos em condições insalubres, ou se o mesmo mora em um 
agregado de gatos em um mesmo recinto. 
Lembrar que a transfusão de sangue aqui também será considerada como importante, onde 
se tivermos um indivíduo bacteriêmico e eu colho o sangue desse para transfundir para outro 
vamos atuar como uma via de transmissão. 
Já foi documentada a transmissão lactogênica, em que fizeram um experimento onde filhotes 
de mães positivas nascem negativos, mas que 3h após esse evento observou se pela colheita 
de material que após a ingestão do leite materno os mesmos testaram positivos. 
 
FATORES DE RISCO 
Temos como fatores de risco a existência de portadores sintomáticos e assintomáticos na 
população, indivíduos que tenham acesso ao meio externo (“outdoor”) e o indivíduo que mora 
dentro de um ambiente fechado, mas com aglomerações sem tais condições sanitárias 
adequadas (indoor). Em relação ao sexo, quem mais sair por aí a fora é o macho, sendo mais 
predisposto para tal. Presença de ectoparasitas, lembrando da questão da sazonalidade - 
VERÃO é mais importante para a multiplicação desses ectoparasitas comparados ao inverno. 
E por fim, a infecção pelo FeLV. 
Vale comentar que apesar de não ser considerada uma zoonose propriamente dita, há a 
documentação na literatura de indivíduos aidéticos com doença causada por Mycoplasma 
haemofelis. 
 
MECANISMOS DA DOENÇA 
Semelhantes ao da babesiose, com hemólise extravascular, intravascular imunomediada por 
anticorpos e pela ativação do sistema complemento o que a diferencia dessa é que na 
micoplasmose, não vai ocorrer a multiplicação do agente dentro da célula porque o agente 
fica na superfície da célula. Logo, o que irá acontecer é que o agente irá alterar a membrana 
plasmática da hemácia e essa, se tornará mais frágil perdendo sua maleabilidade em que 
quando passa por locais mais estreitos pode vim a arrebentar. 
Quando falamos de micoplasmose a grande diferença é que não teremos a microangiopatia 
periférica, em relação a babesiose. Logo, não haverá acúmulo de sangue na periferia. A 
babesiose possui uma vasculite muito importante, associada a ela, com uma alta produção 
de anticorpos, os vasos ficam muito inflamados. Na micoplasmose não é como aquelas 
tromboses, gangrenas e trombocitopenia. Então concluímos que normalmente só o que 
vamos encontrar é anemia hemolítica. 
A hemólise pode ser extravascular fora da circulação ou intravascular, dentro dos leitos 
vasculares. Hemólise extravascular, ela é mediada por macrófagos, principalmente dentro do 
baço, mas também pode acontecer em outros órgãos dentro do sistema retículo endotelial 
(fígado, pulmões, medula, baço, o próprio endotélio). Normalmente a extravascular irá 
acontecer porque essa hemácia expressa antígenos de superfície que no caso são os 
próprios micoplasma/bactérias nas superfícies das hemácias já são os antígenos de 
superfícies expressos. Então as hemácias infectadas, elas acabam sendo fagocitadas e 
retiradas da circulação com posterior destruição na sua maior parte. Na intravascular, a partir 
do momento que ocorrer a extravascular começa ocorrer um processamento de antígenos, 
começa a produção de anticorpos contra antígenos específicos e agora teremos uma reação 
imunológica ocorrendo na circulação mediada por anticorpos envolvendo imunidade humoral, 
e a fixação do complemento. Porém, podemos ter outro componente atuando aqui, 
caracterizado por lise osmótica.Hemólise extravascular, quem realiza é o baço havendo a fagocitose das hemácias, 
processamento de antígenos, apresentação de antígenos para linfócitos. Sendo assim, nesse 
caso não teremos hemoglobina livre na circulação nem eliminação de hemoglobina pela urina, 
mas teremos a hemoglobina que foi dissociada dentro do macrófago formando bilirrubina 
indireta e, portanto, esses pacientes apresentaram: bilirrubinemia indireta, bilirrubinúria. E 
além de anêmicos eles ficarão ictéricos. Então a extravascular ela é caracterizada por anemia 
associada a icterícia mais a esplenomegalia. 
Na hemólise intravascular, destruição das hemácias dentro dos vasos normalmente mediada 
por anticorpos e pela fixação do complemente. Havendo a destruição da célula e o “recheio” 
dessa fica livre na circulação. Então os indivíduos irão apresentar hemoglobinemia, e essa 
será filtrada pelos rins sendo eliminada posteriormente pela urina, apresentando 
hemoglobinúria. Teremos um indivíduo que tem hemoglobina incompatível com o grau de 
anemia (se lembrarmos da patologia clínica, o CHCM aumentado, anemia hipercrômicas - 
lembrando que essa não existe), pacientes que apresentarão sangue oculto na urina, 
podendo ser hemoglobina. E aquela urina em que o tutor relata que nos primeiros dias é uma 
urina mais avermelhada (cor de coca-cola). 
Um detalhe importante que foi apenas citado ali em cima: lise osmótica, a eletromiografia ela 
mostra uma hemácia com micoplasma em sua superfície da hemácia que apresentam 
projeções a partir da membrana plasmática do micoplasma para interior da membrana 
plasmática da hemácia. A ligação que acontece entre micoplasma e hemácia, ocorre por 
ligações aniônicas, ou seja, ligações eletrônica/químicas e por pili (projeções da membrana). 
Se tentarmos desfazer essas ligações tão íntimas é impossível não haver lise da célula, tendo 
em mente que elas estão bem conectadas. Logo, no momento em que retiramos o 
micoplasma da hemácia essa, perderá a sua capacidade de permeabilidade seletiva, ficando 
com danos. Quando as hemácias passam pelo baço, o baço retira da circulação, aquelas que 
estão muito infectadas. Já as que apresentam uma infecção parcial/irrisória, na verdade 
ocorre uma tentativa de preserva-las, então o baço tenta remover apenas o agente infeccioso, 
porém no momento em que isso ocorre, haverá danificação das mesmas, que retornarão à 
circulação. Quando essas retornam à circulação, como elas perderam a sua capacidade de 
seleção pela membrana plasmática, entrará água para o interior dessas células ocorrendo o 
rompimento das hemácias, por isso o nome lise osmótica. 
 
 
SINAIS CLÍNICOS 
Manifestações clínicas iguais a da babesiose, logo vão apresentar manifestações que são 
inespecíficas como febre, anorexia, depressão, apatia, letargia, linfonodomegalia (em 
decorrência da ativação do sistema imune). Muitos deles até podem vim com dispneia por 
causa de uma anemia muito pronunciada estabelecida muito rapidamente. 
Já pensando em sinais mais específicos que façam que a gente relacione com tal afecção, 
são sinais compatíveis com anemias então a palidez das mucosas sempre nos faz pensar 
que temos de pesquisar as causas de anemias, indivíduos que estão pálidos e 
simultaneamente apresentam icterícia, precisamos relacionar se isso é ou não é uma anemia 
hemolítica. Para ser hemolítica temos que ter a tríade: anemia, icterícia e esplenomegalia. 
Alguns pacientes irão apresentar 20:10 
 
	MYCOPLASMOSE ou HEMOPLASMOSE FELINA

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