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Projeto Estagiando Direito @felipe.asiilva @Projetoendireitando AULA 06- PROCESSO CIVIL Da Audiência de Conciliação e Mediação Os chamados “Meios alternativos de Solução de Conflitos”, que são: Arbitragem, Mediação e Conciliação, ganharam uma atenção maior do legislador do CPC/15, percebe-se isso ao analisarmos o capítulo que diz respeito à Audiência de Conciliação e Mediação, art. 334 CPC. Depois de proposta a petição inicial, e esta não for considerada inepta ou não for indeferida, nem sendo o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz irá designar audiência de conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 dias, devendo o réu ser citado com pelo menos 20 dias de antecedência. A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. Podendo ser a audiência realizada por meio eletrônico. Não havendo êxito em se realizar um acordo na primeira audiência, nada impede que haja outra audiência de conciliação ou de mediação, porém, não podem exceder 2 meses da data da realização da primeira sessão. Nem sempre haverá audiência de conciliação, sendo que essa será realizada quando: • Ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; • Quando não se admitir autocomposição. Caso o autor não estiver interessado na autocomposição (mediação ou conciliação), deverá manifestar seu desinteresse na própria petição inicial, já o réu, caso não esteja interessado, deverá manifestar seu desinteresse por petição, apresentada com 10 dias de antecedência, contados da data da audiência. Quando houver litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por TODOS os litisconsortes. Caso alguma das partes não compareçam à audiência e não justifiquem o porque fizeram, será essa conduta considerada ato atentatória à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida, revertida a dívida em favor da União ou do Estado. Para que a audiência corra sem nenhuma nulidade, as partes deverão estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. Podendo a parte, constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. A Audiência será reduzida a termo e homologada por sentença. A pauta das audiências serão organizadas de modo a respeitar o intervalo de 20 minutos entre o início de uma e o início da seguinte. DA CONTESTAÇÃO A peça processual chamada Contestação, é a peça pela qual o réu tem sua primeira oportunidade de se manifestar no processo, devendo fazê-lo no prazo de 15 dias, contados da: Projeto Estagiando Direito @felipe.asiilva @Projetoendireitando • Audiência de conciliação ou de mediação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposição. • Protocolo do pedido de cancelamento da audiência de conciliação ou de mediação apresentado pelo réu. Os demais casos merecem destaque, porém, sem grandes incidências em provas. Sendo assim, remeto-lhes para o CPC, art. 335, III, §1° e 2° (Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334) Dentro da contestação, incumbe ao réu, alegar toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir. O art. 337 traz 13 incisos que enumeram as matérias que incumbem ao réu alegar na contestação, antes de discutir o mérito, quais sejam: I - inexistência ou nulidade da citação; II - incompetência absoluta e relativa; III - incorreção do valor da causa; IV - inépcia da petição inicial; V - perempção; VI - litispendência; VII - coisa julgada; VIII - conexão; IX - incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização; X - convenção de arbitragem; XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; XII - falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar; XIII - indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça. Exceto a convenção de arbitragem e incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das matérias enumeradas neste artigo. Alguns conceitos trazidos nos parágrafos desse artigo são importantes, sendo assim, vamos à conceituação de cada um deles: • Litispendência: Ocorre quando se repete ação que já está em curso http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334 Projeto Estagiando Direito @felipe.asiilva @Projetoendireitando • Coisa Julgada: Ocorre quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado. Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. Caso não haja alegação de convenção de arbitragem, o resultado será a aceitação da jurisdição estatal e consequente renúncia o juízo arbitral. Caso o réu alegue ser parte ilegítima do processo, ou não ser o responsável pelo prejuízo alegado pelo autor, o juiz facultará ao autor, em 15 dias, a possibilidade de se aditar a petição inicial para substituir o réu. Quando o réu alegar essa ilegitimidade, terá também que indicar quem é o verdadeiro réu da relação jurídica sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos causados pela sua não indicação. Caso o autor aceitar tal indicação, irá alterar a petição no prazo de 15 dias, podendo optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. Caso o réu alegue em preliminar de contestação incompetência absoluta ou relativa, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, acontecimento que deverá informado de imediato ao juiz da causa. Caso essa alegação seja acolhida, será suspensa a realização da audiência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada. Deve o réu se manifestar, precisamente, sobre todas as alegações de fato feitas pelo autor na inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, exceto se: • Não for admissível, a seu respeito, a confissão; • A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da substância do ato; • Estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto. Quando tratamos da Defensoria Pública, o advogado dativo e o curador especial, o ônus de impugnar especificamente todas as alegações feitas pelo autor não se aplica. Depois que o réu faz sua contestação e nela alega todos os fatos que deveria, não é possível alegar mais matérias de direito no processo, salvo: • As matérias relativas a direito ou a fato superveniente; • Competir ao juiz conhecer delas de ofício; • Por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição. DA RECONVENÇÃO A Reconvenção, nada mais é do que o “contra-ataque” do réu, sendo possível, na própria contestação, o réu manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa. Projeto Estagiando Direito @felipe.asiilva @Projetoendireitando Depois de proposta a Reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 dias. Caso o autor desista da ação ou ocorra causa extintiva que impeça o exame do mérito da ação, a reconvenção continuará tramitando normalmente. Pode, inclusive, ser proposta contra o autor e terceiro, ou pelo réu em litisconsórcio com terceiro. O réu pode propor reconvenção INDEPENDENTEMENTE DE OFERECER CONTESTAÇÃO. DA REVELIA Ocorre quando o réu não contestar a ação, sendo o mesmo considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor. Porém, pode ocorrer do réu ser considerado revel, mas não se operar os efeitos da revelia, que são nos casos em que: • Havendo pluralidade de réus,algum deles contestar a ação; • O litígio versar sobre direitos indisponíveis; • A petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato; • As alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos. Segundo o CPC: Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.
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