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pré-clínica 1 Sistemas adesivos Adesão Mecanismo que une dois materiais em íntimo contato através de uma interface. Em odontologia podemos definir adesão como um processo mediante o qual unimos materiais restauradores à substratos dentais. Essa união é conseguida pela aplicação de um agente intermediário denominado adesivo dental. Tipos de adesão União mecânica -> penetração de um material em outro material diferente União química -> forças covalentes e iônicas União física -> força de Wan der Waals e pontes de hidrogênio. União ao esmalte Descoberta em 1955 por Buonocore O esmalte é composto por 95% de conteúdo inorgânico e 5% de conteúdo orgânico e água. A composição do esmalte garante então que a adesão neste substrato seja segura e eficiente, tendo uma boa qualidade de selamento marginal à longo prazo. Confecção do bisel em esmalte Remoção do esmalte aprismático Expõem prismas de esmalte de forma transversal Aumenta área de superfície Aumenta retenção do material restaurador Melhora estética Mais indicado para dentes anteriores Limitações da união em esmalte Hipercalcificação Contaminação por sangue ou saliva Contaminação por eugenol ou outros óleos Ausência de bisel Após clareamento Adesivo subpolimerizado Condicionamento ácido em esmalte 1. Desmineralização seletiva dos primas de esmalte 2. Criação de retenções micromecânicas 3. Aumento da energia de superfície (maior porosidade) União à dentina Estudos de 1979 (Fusayama) e 1982 (Nakabayashi) A dentina é composta por70 a 75% de conteúdo inorgânico e 30 a 25% de conteúdo orgânico e água. A composição da dentina e sua considerável complexidade acarretam maiores cuidados na obtenção de uma adesão mais efetiva. A diferença entre os diâmetros dos túbulos dentinários nos diferentes pontos da dentina (limite amelodentinário, região média e próximo à polpa) o que aumenta a umidade. Limitações da união em dentina Dentina profunda Dentina esclerótica Dentina afetada por cárie Dentina em contato prévio com outros materiais Lesões cervicais não cariosas Condicionamento ácido em dentina 1. Desmineralização da dentina 2. Exposição das fibrilas de colágeno 3. Remoção da smear layer Smear layer Camada de esfregaço aderida à superfície da dentina cariada pela preparação de esmalte e dentina. Composição dos sistemas adesivos Os sistemas adesivos são combinações de monômeros resinosos de diferentes pesos moleculares e viscosidades. Monômeros hidrofóbicos -> normalmente de maior peso molecular e mais viscosos. Conferem maior resistência mecânica e estabilidade Monômeros hidrofílicos -> compatíveis com substrato dentinário, pois possui maior capacidade de sorção de água. Ácido -> desmineraliza as estruturas dentárias e cria retenções. Primer -> composto por monômeros hidrofílicos que permitem que o adesivo seja compatível com a umidade natural do substrato dentinário. Adesivo -> composto por monômeros hidrofóbicos, logo, possui maior peso molecular, sendo mais viscoso. São incorporados para conferir uma maior resistência mecânica e estabilidade Solventes orgânicos -> água, álcool e acetona Iniciadores e aceleradores -> canforoquinona, amina orgânica e catalisador (de dupla ativação) Partículas de carga -> 0,5-40% em peso de nanopartículas. Outros ingredientes -> flúor e agentes antimicrobianos Ácido Soluções ácidas empregadas para condicionar o substrato dental para receber o sistema adesivo. -Remove a porção mineral da dentina -Aumenta a rugosidade superficial do esmalte Primer Solução de monômeros resinosos dissolvidos em solventes orgânicos. -Parte hidrofílica do material -Permite a infiltração dos monômeros hidrofóbicos. Solventes orgânicos SOLVENTE VANTAGENS DESVANTAGENS Acetona (Primer & Bond NT, One Step) Seca rapidamente Aplicação e armazenamento critico; sensível á umidade da dentina;necessidade de várias camadas e odor forte. Etano+Água (Single Bond, Opti Bond Solo Plus, Excite) Evapora mais lentamente, menos sensível à umidade da dentina Maior tempo de secagem Água (SBMP, One Up Bond) Não sensível à umidade da dentina Tempo longo de secagem, água pode interferir com adesivo se não for removida. Camada híbrida Camada de infiltração do adesivo no esmalte e na dentina Camada híbrida satisfatória 1. Criação das vias de difusão 2. Difusão (penetração do primer e adesivo) 3. Polimerização do adesivo Classificações dos sistemas adesivos 1. Classificação por gerações 2. Tipo de tratamento para smear layer 3. Número de passos clínicos Tipo de tratamento para smear layer Convencionais São todos os sistemas que empregam o passo obrigatório de condicionamento ácido da superfície do esmalte e da dentina separadamente dos demais passos. Pode ser de dois ou três passos Autocondicionantes São sistemas que não requerem a aplicação isolada de um ácido para produzir porosidade nos substratos. Surgiram para eliminar o ponto crítico de secagem dos convencionais. Os monômeros ácidos presentes (diferentes de ácido fosfórico propriamente dito) que condicionam a smear layer. Paciente apresenta uma menor sensibilidade pós- operatória. Não provocam desmineralização ilimitada devido ao tamponamento do substrato. Pode ser de dois passos ou passo único. VANTAGENS -Redução dos passos operatórios -Sistema com menor sensibilidade de técnica quanto à umidade da dentina. LIMITAÇÕES -Menores valores de resistência de união ao esmalte e à dentina. -Degradação do material dentro do frasco Número de passos clínicos 3 passos Ácido + Primer + Adesivo 2 passos Condicionamento ácido + primer/adesivo Ou Primer ácido + Adesivo 1 passo ou passo único Primer Ácido e Adesivo (um só frasco, etapa única) Convencional de 2 passos Condicionamento ácido + primer/adesivo Mais hidrofílicos Compromentimento na durabilidade da união Convecional de 3 passos Ácido + Primer + Adesivo Padrão ouro dos sistemas adesivos, pois as três etapas separadas garantem que as propriedades dos três materiais sejam exploradas. No entanto, a grande quantidade de passos possibilita um aumento na chance de erros do operador, logo, se torna uma técnica bastante sensível, devido à umidade, evaporação do solvente e aplicação correta de cada componente. Autocondicionante de 1 passo Primer Ácido e Adesivo (um só frasco, etapa única) Adesivos autondicionantes Mais ácidos e mais agressivos e geralmente mais hidrofílicos que os de 2 passos Contém maior quantidade relativa de solventes diluentes que os de 2 passos. Autocondicionante de 2 passos Primer ácido + Adesivo Primers autocondicionantes Menos ácidos e mais sensíveis às características do substrato e ao modo de aplicação que os autocondicionantes de um passo. Uso clínico (Convencionais) 1. Condicionamento ácido Iniciado no esmalte -Tempo de 30 segundos (15 só em esmalte+ 15 em esmalte e dentina Depois de passados 15 segundos de esmalte, adicionar em dentina -Tempo de 15 segundos 2. Lavagem abundante 3. Secagem Em esmalte pode ser secagem vigorosa Em dentina utilizar papel absorvente, pois existe uma umidade que é necessária. Pois quando há secagem em excesso da dentina a matriz de dentina desmineralizada fica enrijecida, colapsada e seca e preenchida com ar, o que é prejudicial para as fibrilas de colágeno. 4. Aplicação do primer 5. Evaporação do solvente Importante para a qualidade final da união Não polimerizar o adesivo imediatamente após a aplicação Utilizar leves jatos dear 6. Aplicação do adesivo Camada ideal de adesivo -> aproximadamente 50- 150 nanômetros 7. Evaporação do solvente Importante para a qualidade final da união Não polimerizar o adesivo imediatamente após a aplicação Utilizar leves jatos de ar 8. Fotopolimerização 20 segundos de fotopolimerização Uso clínico (Autocondicionantes) 2 passos 1. Aplicação do primer/ácido- Com evaporação do solvente 2. Aplicação do adesivo- Com remoção dos excessos e evaporação do solvente 3. Fotopolimerização 1 passo 1. Aplicação do primer ácido adesivo- Com remoção dos excessos e evaporação do solvente. 2. Fotopolimerização Cuidados na aplicação dos sistemas adesivos Não ressecar excessivamente a dentina Utilizar bolinhas de papel absorvente para remover a água Não aplicar grande quantidade de adesivo na cavidade (remover excessos) Não polimerizar o adesivo imediatamente após a aplicação Proteger o dente vizinho durante o condicionamento ácido e aplicação do adesivo Nos casos em que a utilização de matriz for necessária para a confecção da restauração, esta deve ser adaptada após a aplicação do adesivo afim, de evitar o excesso de adesivo. Fazer condicionamento ácido além das margens cavitárias Manter os frascos de adesivo fechados após seu uso Ler sempre as instruções do fabricante antes de manusear Atualidades Sistemas adesivos simplificados são membranas permeáveis após polimerização. O condicionamento ácido pode levar à exposição das fibrilas de colágeno Aplicação da clorexidina tem ação antimicrobiana Formas de melhorar a impregnação do adesivo a dentina: aplicar com vigor e em múltiplas camadas o sistema adesivo e uma fotopolimerização tardia. Formas de melhorar a resistência do polímero formado pelos sistemas adesivos: aplicar uma camada adicional de adesivo hidrofóbico, prolongar o tempo de fotopolimerização. Adesivos universais Convencional Autocondicionantes Condicionamento seletivo Não há comprometimento em caso de condicionamento da dentina Adesão química (10-MDP e co-polímero do Vitrebond) Adesão mecânica Aplicação ativa melhora sua performance Qual adesivo utilizar? 1. Custo 2. Tipo de procedimento 3. Eficiência clínica Mais indicados -> Convencionais de 3 passos e autocondicionantes de 2 passos. “A técnica do operador é mais relevante para o sucesso do que a escolha do material” – Jacobsen, 2003.
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