Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O coração normal possui 4 câmaras, 4 valvas (tricúspide, mitral, pulmonar e aórtica), com um correto trajeto do sangue venoso e arterial. O QP é o fluxo pulmonar e o QS é o fluxo sistêmico. O que passa pelo pulmão deve passar no coração. Assim, se isso for diferente, há alguma cardiopatia, gerando anormalidade de pressão, de saturação, entre outros. A saturação do átrio e ventrículo direito é 75% e do lado esquerdo é de 95%. A classificação didática das cardiopatias congênitas se divide basicamente em acianogênicas e cianogênicas. As principais cardiopatias congênitas são: • Hiperfluxo pulmonar: PDA, CIA, CIV, DSAV • Lesões obstrutivas: coarctação aorta (CoAo) • Hipofluxo Pulmonar: tetralogia de fallot (ToF) • Mistura artério-venosa: transposição de grandes artérias (TGA) Na anamnese desse paciente encontra-se cianose e taquipneia. O exame físico aponta um desenvolvimento pondo-estatura, cianose, fáceis, dispneia, pulsos e precórdio, e na escuta cardíaca deve-se dar atenção para sopro “inocente” (sangue passando pelo coração – fisiológico). Deve-se fazer um radiograma tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma (diagnóstico quase 100%) e um estudo hemodinâmico com pressões e detalhes anatômicos. No radiograma de tórax, o índice cardiotorácico é A+B/C e deve ser < 0.5. Poderemos notar na radiografia também um hiperfluxo (observar botão da artéria pulmonar) e um hipofluxo (‘depressão’ da artéria pulmonar podendo ser indicativo de transposição). Outras coisas que podem chamar atenção no raio X: taco de golfe ou tamanco holandês( ponta do ventrículo direito elevada - tetralogia de fallot), coração em formato de ovo (transposição de grandes artérias com o mediastino mais fino com artérias frente a frente ao invés de lado a lado) e boneco de neve/8 (drenagem anômala de veias pulmonares). O eletrocardiograma dá indicações de alterações atrial e sobrecarga. Hiperfluxo Hiperfluxo pulmonar: persistência do ducto arterial (PDA), comunicação interatrial (CIA), comunicação interventricular (CIV) e defeito do septo atrioventricular (DSAV). 1) Persistência do ducto arterial: o ducto arterial conecta a aorta com a artéria pulmonar. Depois de nascido, o certo é esse ducto fechar. Fluxo aorta-TP, sopor contínuo audível no foco pulmonar (borda esternal direita alta), pulsos amplos. ECG normalmente não dá alteração, mas pode ter sobrecarga de átrio esquerdo e sobrecarga de ventrículo esquerdo. No RX a aorta aparece dilatada. RN com cansaço das mamadas, dificuldade de ganho ponderal, infecções respiratórias podendo resultar em insuficiência cardíaca. Atentar principalmente a RN prematuro. Quando há hipertensão pulmonar, o padrão antes do nascimento não muda, tendo uma pressão pulmonar média alta sem conseguir mandar fluxo pulmonar, porque o sangue irá para o caminho com menor pressão, no caso o sistêmico. Alguns HP são severos, mas em geral, há estabilização em até 1 semana. O fisiológico é a pressão pulmonar diminuir assim que o bebê nasce, se estabilizando após uma semana de nascido. Assim, o teste do coraçãozinho não é para ser feito antes de 24 horas para a correta análise da queda da pressão pulmonar e identificação das cardiopatias dependentes do canal arterial. Atua-se em RN prematuros com restrição hídrica, diurético e indometacina (0,2mg/kg VO de 12/12h 3 doses – complicações: sangramento gastrointestinal, SNC, função renal, distúrbios de coagulação.). Há indicações para o fechamento não farmacológico encaminhando direto para a cirurgia por causa do risco de enterocolite nesses pacientes. 2) Comunicação interatrial (fossa oval): comunicação do átrio direito e esquerdo. O fluxo quando o bebê nasce é AE (pressão maior) - AD. Uma CIA acima de 5mm intraútero já é patológica. Sopro sistólico no foco pulmonar (borda esquerda esternal média) com segunda bulha com desdobramento fixo. O ECG pode ter bloqueio de ramo direito, sendo não obrigatório e RX normal. Não há cansaço nas mamadas e ganho ponderal é normal. Não faz ICC nem possui problemas com infecções. O maior problema é quando o diagnóstico passa batido e a pessoa só é detectada na segunda e terceira década de vida após anos de hiperfluxo, se tornando irreversível. No RN raramente a CIA terá repercussão, fazendo acompanhamento, sendo que antes de 2 anos o bebê não é operado e não necessita de medicações para o coração. 3) Comunicação interventricular: o nome da comunicação depende da posição, quantidade e extensão no coração. Fluxo VE-VD. Sopro holossitólico de regurgitação com ECG normal, a menos que tenha uma dilatação de câmaras apontando SVD, SVD+SVE. Rx possibilita ver a aorta pequena porque haverá dilatação da pulmonar. O RN possui cansaço e sudorese entre as mamadas, pulsos finos (estado avançado), ganho ponderal baixo, infecções respiratórias, ICC. Na segunda e terceira década de vida vira hipertensão pulmonar crônica. A doença pode ter repercussão no 3 mês. Tratamento ICC, acompanhamento, ECG Qp/Qs >1,5 indicativo de cirurgia, sendo o tratamento cirúrgico até os 6 anos. Risco de endocardite. QP/QS até 1,3 pode ser tratamento com diurético para tentar fazer o CIV fechar. 4) Defeito do septo atrioventricular: é um septo único que pode possuir as válvulas internamente, mas de forma ligada e alinhada sendo que normalmente elas são de níveis diferentes. Vai depender muito do CIA e CIV para a clínica. Fluxo VE-VD e AE-AD. Sopro CIV+ sistólica regurgitação. ECG: bloqueio divisional anteroposterior. RX com área cardíaca amentada globalmente. Cansaço e sudorese nas mamadas, dificuldade de ganho ponderal, infecções respiratórias e ICC. Uma patologia presente em 50% das crianças com down, sendo obrigatório o eco assim que nascem. Correção se dá cirurgicamente. DSAV parcial cursa clinicamente como CIA e DSAV total com CIA e CIV costumam cursas mais como CIV e lembrar dos pacientes com síndrome de down. Lesões obstrutivas 1) Coarctação da aorta: normalmente assintomáticos e podem evoluir com hipertensão arterial, cefaleia, escotomas, dor em MMII após esforços. ECG normal ou com sobrecarga do VE. RX normal ou com corrosão costal (pacientes mais velhos com 12 anos em diante). Sopro contínuo nas costas e borda esternal alta, pulsos finos ou ausentes MMII. Atentar para paciente com coarctação grave que não está conseguindo saturar. Tratar com operação. Atuação: rotina de palpação de pulso radial e femoral, aferição da pressão arterial em membros, tratamento ICC, tratamento cirúrgico no diagnóstico. Atenção RN na primeira consulta ambulatorial. Hipofluxo pulmonar 1) Tetralogia de Fallot: um defeito leva a 4 alterações. O desvio anteroposterior do septo ventricular leva ao desvio anteroposterior da aorta criando uma estenose na via de saída da artéria pulmonar, criando uma hipertrofia, e o desvio de septo cria um buraco. Sopro precede cianose, sopro sistólico, ejetivo e extenso. Desaparece o desdobramento da segunda bulha. Sopro < crises hipóxia. ECG: SVD. RX em taco de golfe, possui cianose (musculatura abaixo da válvula pulmonar, no infundíbulo, se contrai e diminui ainda mais o fluxo sanguíneo). Pode-se tratar com propranolol para aliviar o infundíbulo. Os pacientes possuem baqueteamento digital, ficam em cócaras, cianose variável, dispneia de esforço, crises de hipóxia. Atuação: n]ão confiar na visibilidade da cianose, não dar digital, cianose grave (manhã), irritabilidade, diminuição do sopro, perda da consciência, convulsão, AVC e óbito. Tratamento → posição genopeitoral, oxigênio, corração rápida da acidose, morfina (0,1-0,2 mg/ Kg) e propranolol (2-6mg/kg/3x/dia VO). Operação Blaloch-toussing: cirurgia nos pacientes cianóticos com a artéria pulmonar prejudicada. É inserido um tubo na artéria pulmonar. Adm AAS 6mg/kg/dia. Diarreia e vômitos podem ter risco de oclusão do tubo e internar se tiver febre pelo risco de endocardite. Mistura artério-venosa 1) Transposição das grandes artérias (TGA): A Transposição das GrandesArtérias (TGA) é definida pela saída da aorta do ventrículo direito e a artéria pulmonar do ventrículo esquerdo, estando cada átrio conectado ao seu respectivo ventrículo, criando uma circulação paralela. RN termo AIG. Cianose nas primeiras 24h, sopro ausente ou sistólico ejetivo fraco. Atuação: intubação FiO2 100%, berço aquecido, sedação, prostaglandina, correção de distúrbios metabólicos, dependentes PDA e ou CIA, transporte adequado, operação Jatene (troca as artérias de local). Sorpo inocente: ausência de alterações orgânicas coração. Sopro no ápice do coração, BEE, suave, musical. Atentar supraclaviculares e contínuos. Condura: patológico → Cardiologista ediatrico; funcional → não solicitar exames, explicar a família,anotar no prontuário. Endocardite: cateter central, tratamento dentário, amigdalites, portadores de CIV, PDA e ToF.
Compartilhar