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Semiologia Cardiovascular

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Semiologia – 4º Período Adriely Blandino – 82 A 
Semiologia Cardiovascular: 
Exame físico 
Profª Daniela Lessa – Medicina Ufal – 2021
 
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO 
Inspeção e palpação, na semiologia do aparelho 
cardiovascular, geralmente são feitas em conjunto. 
Geralmente, também são feitas em conjunto com o 
aparelho respiratório. 
→ Abaulamentos (aneurisma/cardiomegalia) – 
principalmente em pacientes que apresentam 
cardiomegalia desde a infância, pois a caixa torácica 
acompanha o crescimento do coração. 
Em adultos, é raro encontrar abaulamentos 
secundários à cardiomegalia. 
→Ictus Cordis (choque de ponta) 
→Batimentos ou movimentos visíveis e/ou palpáveis 
(hipertrofias, aorta, choque valvar) 
→Frêmito cardiovascular – sensação à palpação de um 
sopro cardíaco. Devido ao turbilhonamento, é possível 
perceber a sensação de frêmito. 
→Avaliar cicatrizes – se ela é mediana, external – 
pensando se é secundária a uma cirurgia 
cardiovascular. 
→Avaliar assimetrias do hemitórax. 
REGIÃO PRECORDIAL 
A região precordial é onde estão localizados os focos 
cardíacos. 
Limites laterais: 
2 - Linha paraesternal direita 
4 - Parábola – inicia no segundo espaço intercostal, na 
linha paraesternal esquerda e “desce” em forma de 
parábola até o 4º/5º espaço intercostal, na linha 
hemiclavicular. 
Linhas horizontais: 
1 - Superior: Ângulo de Louis – no abaulamento entre 
manúbrio e externo. Localizada no segundo espaço 
intercostal. 
3- Inferior: no 5º espaço intercostal – na altura do 
apêndice xifóide. 
 
INSPEÇÃO E PALPAÇÃO DO ICTUS CORDIS 
Localização: variável de acordo com o biótipo. 
Pacientes brevilíneos, tem o ictus mais superior. 
Pacientes longilíneos tem o ictus mais inferior. 
4º/5º espaço intercostal, linha hemiclavicular esquerda. 
Pode ser observado com o paciente em posição 
supina, em decúbito dorsal ou lateral esquerdo. 
Observar a região para enxergar uma pulsação. 
Extensão: uma ou duas polpas digitais. Com a mão 
espalmada. Observar se está na posição normal, numa 
área restrita. 
Se o ictus se estende a mais de uma ou duas polpas, 
considera-se o ictus difuso. Ele pode ser encontrado 
em mais de uma região intercostal. Situação anormal. 
Cardiomegalia: ictus difuso, desviado para o 6º espaço 
intercostal, chegando na linha axilar. 
Intensidade: impulso apical ou choque de ponta → 
traduz o contato da porção anterior do VE com a 
parede torácica, durante a fase de contração 
isovolumétrica, do ciclo cardíaco. Propulsivo. 
Mobilidade: o decúbito lateral esquerdo aproxima o 
coração da parede torácica, tornando as características 
do ictus cordis mais pronunciadas. 
Forma de impulsão: propulsivo ou difuso. 
Semiologia – 4º Período Adriely Blandino – 82 A 
 
Com o paciente em decúbito drosal, delimita-se a 
região pré-cordial e com a mão espalmada faz-se a 
palpação, a fim de “sentir” o ictus cordis. Caso não seja 
localizado facilmente, coloca-se o paciente em 
decúbito lateral esquerdo, pois nessa posição, a ponta 
do coração se aproxima mais da caixa torácica, 
facilitando a palpação. 
O ventrículo direito, fica, geralmente, localizado atrás 
do externo, um pouco lateralizado para esquerda. Com 
a mão espalmada, procura-se sentir pulsações, 
frêmitos... 
Realizar a manobra em todos os focos cardíacos. 
“A avaliação do ictus é de suma importância na 
semiotécnica cardiológica, pois é a única abordagem 
do exame físico que oferece informações sobre a 
presença de cardiomegalia. A identificação de um ictus 
cordis, deslocado para a esquerda, rebaixado, 
estendendo-se por três ou mais espaços intercostais e 
com duração prolongada é o indicativo de um 
processo fisiopatológico, determinante de 
cardiomegalia.” 
FRÊMITO CARDIOVASCULAR 
É a sensação tátil das vibrações produzidas no coração 
ou nos vasos. Correspondem aos sopros (frêmito 
cardíaco). 
É feita na mesma manobra de palpação 
Características: 
 Localização (focos) 
 Situação no ciclo cardíaco (S/D) – frêmito 
sistólico ou diastólico 
 Intensidade (+ a ++++) – subjetivo 
Para ter um frêmito, é necessário que tenha um sopro 
de moderada a grave intensidade. 
AUSCULTA CARDÍACA 
A ausculta deve ser feita em um ambiente silencioso – 
reduzir ao máximo ruídos externos. 
O paciente deve estar em decúbito dorsal, com o tórax 
descoberto e médico localizado a direita do paciente 
– salvo em algumas manobras. 
Variações: paciente sentado, inclinado para frente 
(focos superiores, base); decúbito dorsal esquerdo 
(mitral mais evidente); em pé debruçado 
(hipofonese/base). Varia de acordo com as condições 
que o paciente estiver apresentando no momento. 
Instruir o paciente em linguagem clara. 
Usar estetoscópio do tipo membrana-campânula 
(membrana: sons em geral/ campânula – B3, B4, 
ruflar/baixa freqüência- sorpo da estenose mitral). 
 
 
FOCOS DE AUSCULTA CARDÍACA 
Aórtico: 2º espaço intercostal, linha paraesternal 
direita. No ângulo de Louis. 
Pulmonar: 2º espaço intercostal, linha paresternal 
esquerda. 
Aórtico acessório: 3º espaço intercostal, linha 
paraesternal esquerda. 
Tricúspide: 4º ou 5º espaço intercostal, linha 
paraesternal esquerda. 
Mitral: 4º/5º espaço intercostal, linha hemiclavicular 
esquerda. É o ictus cordis. Se o ictus tiver desviado, o 
mitral também estará. 
 
Semiologia – 4º Período Adriely Blandino – 82 A 
CICLO CARDÍACO 
Para entender os sopros, é importante entender o ciclo 
cardíaco, pois cada sopro tem uma característica 
dentro do ciclo. 
 
Sístole 
 Enchimento ventricular lento 
 Válvulas fechadas 
 Contração isovolumétrica 
 Ejeção ventricular rápida 
 Ejeção ventricular lenta 
Diátole 
 Relaxamento isovolumétrico 
 Enchimento ventricular rápido 
 Enchimento ventricular reduzido 
A abertura das valvas não produz som. O som é 
decorrente do fechamento das valvas. 
B1 e B2 decorrem do fechamento das valvas – 
semilunares e atrioventriculares. 
B1: fechamento da mitral e tricúspide. Início da sístole. 
Fechamento e contração isovolumétrica. 
Quando a pressão da aorta se torna maior, devido ao 
esvaziamento do ventrículo, as valvas pulmonar e 
aórtica se fecham. Ocorre a segunda bulha – B2. E 
início novamente da diástole. 
Contração atrial: ocorre no final da diástole, para jogar 
todo o sangue residual do átrio para o ventrículo. 
Quarta bulha. 
B3 e B4 não são decorrentes de fechamento de valvas 
e sim de contração, a quantidade de sangue que tem 
dentro do ventrículo... 
O que analisar durante uma ausculta cardíaca? 
 Ritmo 
 Bulhas – hipofonética ou hiperfonética. 
 Ruídos – em cirurgua cardíaca, pós infarto... 
 Frequência cardíaca – se tiver irregular, contar 
em 1min. 
 Cliques estalidos – sons realizados por valvas. 
Em pacientes com estenose mitral, por 
exemplo. Em pacientes com prótese metálica. 
Acontecem na abertura da valva. 
 Sopros – estará em determinados focos ou 
irradiando. 
PRIMEIRA BULHA (B1) 
Mitral: 5ºEICE, LHC, decúbito lateral esquerdo. 
Tricúspide: 4º EICE, LPE, apneia pós inalatória. 
É formada por uma série de vibrações, de intensidade 
variada que se iniciam com o período de contração 
isovolumétrica e se estendem até o início da ejeção 
ventricular. 
Coincidente com o pulso carotídeo, seu timbre é mais 
grave e sua duração é maior do que a segunda bulha. 
É de maior intensidade no foco mitral. 
SEGUNDA BULHA (B2) 
Aórtico: 2º EICD LP. 
Pulmonar: 2º EICE LP. 
É produzida por vibrações nas estruturas 
cardiovasculares. É composta pelos componentes 
aórtico e pulmonar. Seu timbre é agudo e soa de 
maneira seca. 
Pode ocorrer desdobramento fisiológico.A respiração 
pode desbalancear. Pede ao paciente pra inspirar 
profundamente. 
TERCEIRA BULHA (B3) 
“É um ruído protodiastólico, de baixa freqüência, 
originado das vibrações da parede ventricular durante 
a fase de enchimento ventricular rápido.” 
EX.: Miocardiopatia, IM, defeito septal ventricular, 
pericardite contritiva, hipercinese... 
Os sons das bulhas podem ser represntados da 
seguinte forma: 
 Primeira – TUM 
 Segunda – TA 
 Terceira – TU 
Semiologia – 4º Período Adriely Blandino – 82 A 
No coração dilatado, o VE vai acomodar uma grande 
quantidade de sangue. Quando o coração for fazer a 
sístole, não vai ter tempo, nem força, para ejetar o 
sangue todo. Vai ficar uma quantidade maior de 
sangue no VE, que vai bater no sangue que já estava. 
Pode ser secundária ao aumento da freqüência. 
Acontece em crianças e gestantes. 
QUARTA BULHA (B4) 
No final da diástole, o átrio faz uma contração atrial p 
ejetar todo sangue pro ventrículo. Essa contração fica 
mais evidente quando há uma obstrução. Dessa forma, 
ele vai precisar fazer mais força, o que vai gerar um 
som. 
“Ruído que pode ocorrer no fim da diástole (pré-
sístole). É uma desaceleração do fluxo sanguíneo 
existente no interior do ventrículo. Pode ser normal em 
crianças e jovens.” 
A principal causa da B4 é a hipertensão. Porque o 
músculo fica hipertrofiado e cavidade do ventrículo 
fica pequena. 
O som é um pouco antes da B1. É um batimento pré-
sistólico. 
B4 em adulto sempre vai ser patológica. 
 
SOPROS 
São vibrações que ocorrem entre as bulhas. São 
secundárias ao turbilhonamento de sangue, ao passar 
de uma área maior para uma área menor. 
“Conjunto de vibrações de maior duração que as 
bulhas, se originam dentro do próprio coração e/ou 
em tom de seus grandes vasos.” 
Diversos processos patológicos podem levar ao sopro. 
EX.: Obstruções, estenoses, insuficência, cardiopatias 
congênitas (CIV, CIA), transposição de grandes vasos, 
PCA... 
Os mais freqüentes são decorrentes de valvopatias. Ex.: 
Estenose mitral decorrente da febre reumática e 
estenose aórtica, secundária à calcificação. 
Avaliar no sopro: 
 Situação no ciclo cardíaco – se é durante a 
sístole ou diástole 
 Localização – avaliar cada foco 
 Irradiação – estenose aórtica: para região 
cervical e fúrcula. Insuficiência mitral: sopro 
circular de Miguel Couto. Circula o tórax até 
chegar na coluna. Relação com a intensidade. 
 Manobras especiais – manobra de inspiração 
para diferenciar sopro do lado esquerdo e do 
lado direito. 
 Intensidade – varia com o frêmito. Se frêmito 
palpável, significa que o sopro >3+. Se não 
palpou frêmito, >2+. 
Diastólico e sistólico 
 Estenose ou insuficiência depende da valva 
pesquisada. 
 Sopros diastólicos: holo, proto, meso, 
telesistóliocs ou diastólicos. 
 B1 e B2 são as referências. 
 Sopro sistólico de regurgitação e de ejeção. 
PULSOS ARTERIAIS 
 Vai indicar obstrução – se for arterial. 
 Avaliação do ritmo, freqüência... 
 Impacto do sangue contra a parede arterial 
produzido pela contração ventricular. 
 Frequência: 60-100 bpm. Na presença de 
alterações de ritmo cardíaco, a freqüência será 
mais precisamente determinada, aumentando-
se o tempo de observação. 
 Ritmos: regular/irregular. 
 Amplitude: grau de enchimento na sístole; 
normal, aumentada ou reduzida. 
 Simetria: amplitude em comparação ao 
contralateral. 
 Massagem do seio carotídeo/palpação: pode 
ter liberação de placas/AVC. Não fazer tanta 
manipulação/manobra. 
PULSO VENOSO JUGULAR 
Pode ser visível, mas, na maioria das vezes, não é 
palpável. 
Semiologia – 4º Período Adriely Blandino – 82 A 
Também decorrente dessa característica é o fato de se 
perceber o pulso venoso apenas próximo ao coração, 
na região cervical. 
Turgência jugular: “É o enchimento persistente das 
veias jugulares quando se adota a posição semi-
sentada (45º) ou sentada”. Traduz uma hipertensão 
venosa. 
Quanto mais próximo da mandíbula o pulso chegar 
(cheio), indica hipertensão venosa mais grave. 
RADIOGRAFIA 
Avaliar se está batida corretamente: bulha gástrica, 
seios costofrênicos, traquéia e carina, clavículas na 
mesma altura, não cortar o rebordo costal e elevar o 
membros pra liberar a área da escápula. 
 
Ponta do ventrículo esqurdo: mergulhada no 
diafragma. 
Ventrículo direito: atrás do esterno. Visto 
principalmente na vista de perfil. Quanto mais próximo 
do esterno, maior o VD. 
Botão aórtico 
Artéria pulmonar 
Átrio direito – atrás do esterno. 
ÍNDICE CARDIOTORÁCICO 
Divide o coração “no meio”, a partir da carina. 
Soma o maior diâmetro do lado esquerdo + maior 
diâmetro do lado direito e divide pelo tamanho do 
tórax como todo. Esse resultado é multiplicado por 
cem. 
 
 
 
IMPORTANTE PARA AULA PRÁTICA 
 Conhecer os principais sinais e sintomais mais 
importantes do aparelho cardiovascular e 
caracterizá-los. 
 Fazer avaliação do tórax (tipo, presença de 
anormalidades). 
 Delimitar a região precordial. 
 Localizar e caracterizar o Ictus Cordis. 
 Localizar os focos de ausculta cardíaca. 
 Realizar ausculta destes focos avaliando ritmo, 
freqüência e bulhas. 
 Avaliar presença de sons anormais (sopros, 
cliques) na ausculta. 
 Caracterizar o sopro – sistólico? Diastólico? E 
Localização? 
 Palpar pulsos periféricos.

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