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ALTERAÇÕES DE PELE E ANEXOS CAUSADOS LESÕES MECANICAS INTERTRIGO Sinônimos: dermatites de úbere e seborreia flexural. Etiologia: Úbere grande e demasiado, mais comum em vacas de 1º cria. Mas pode ocorrer em outras áreas do corpo que sofrem constante fricção e em várias espécies de animais, sejam eles de grande ou pequeno porte. Intertrigo em vaca Patogenia: Fricção, aumento de temperatura local, retenção de umidade, irritação – acumulo de detritos celulares → dissolução do extrato córneo → exsudação → infecção bacteriana secundária. Espécies: bovinos e carpinos leiteiro e equinos. Sinais clínicos: eritema, exsudação, crosta, infecção bacteriana secundária, necrose, odor desagradável, dificuldade de realizar ordenha, dificuldade de locomoção. Tratamento: sabão antisépitco, furosemida 0,5mg/kg, IV 2x ao dia • Recuperação em 4 a 12 semanas CALO Hiperqueratose e hiperplasia dérmica – fricção e pressão intermitente. • Placa espessura, dura e sem pelos com prega de pele aumentada. Localização: joelho, boleto, cotovelo, jarrete e tuberosidade isquiática e esterno) Não requer tratamento HEMATOMA Área circunscrita de hemorragia tecidual Etiologia: lesão vascular associada a trauma (súbito ou prolongado). Coices, chifradas, trombos, arames, cercas e outros. Suínos: sarna sarcoptica. Otohematoma → hematoma formado por inúmeros traumas (geralmente por reação do animal ao prurido intenso) na região do pavilhão auricular. Ovinos: dermatite alérgica sazonal. Diagnóstico: Aumento flutuante → fazer punção antes de incisão. • Histórico + exame físico + punção Diagnóstico diferencial: Abscesso, eventração. Tratamento: deixar organizar naturalmente; cirúrgico (primeiro deixar se organizar naturalmente a conformação do vaso) ÚLCERA DE DECUBITO Perda da epiderme e da membrana basal com a exposição da derme (côncava) Etiologia: pressão prolongada em pequenas áreas, compressão da circulação capilar, infecção bacteriana secundária, isquemia e consequente necrose, animais muitos magros (tuberosidades), pisos duros (cimento). Localizações: proeminências ósseas, articulações e outras áreas sujeitas a pressão contínua principalmente em procedimento que requer derrubada do animal. Aspecto das lesões: coloração avermelhada, exsudação, necrose, ulceração, as úlceras tendem a ficar profundas e com bordos mal delimitados. (a recuperação é lenta) Diagnóstico: histórico + exame físico Tratamento: remover causa, cuidados de rotina com as feridas, limpeza, antissépticos locais, antibióticos sistêmicos se necessário (penicilina e anti-inflamatórios). Prevenção: sempre que algum procedimento em que seja preciso derrubar animal for realizado é necessário que haja camas, lonas ou estruturas que amortecem a pressão direta das superfícies em contato com o chão. CORPOS ESTRANHOS Etiologia: mais comumente material de origem vegetal. Ex.: lasca de madeira Aspecto da lesão: Pápulas, nódulos ou fistulas que drenam exsudato purulento. Localização da lesão: membros, aspecto ventrolateral do corpo. Diagnóstico: histórico + exame físico (biopsia se necessário) Tratamento: remoção do corpo estranho cirurgicamente ou remoção cirúrgica de toda a lesão. GANGRENA: Etiologia: oclusão do suprimento de sangue venoso ou arterial e da drenagem linfática, pressão externa ou interna, queimaduras (térmica, química, fricção, radiação e elétrica), frio, vasculite, ergotismo, infecções bacterianas (Salmonelose, streptococose, clostridiose) e fúngicas. • Úmida – obstrução da drenagem venosa e linfática – Tumefação, odor desagradável e tecido em decomposição. • Seca – obstrução de suprimento arterial (mumificação – aparência de couro seco) – infecções. Tratamento: sistêmico – antibióticos (Terramicina) ENFISEMA SUBCUTÂNEO Entrada de ar no tecido subcutâneo, comum em animais jovens com casos de carbúnculo sintomático. Etiologia: feridas cutâneas (acidentais ou cirurgicas) • Feridas penetrantes internas (reticuloperitonite traumática), migração de gases ruminais (rupturas ou trocaterização) • Gangrena gasosa, ruptura de esôfago, extensão de ruptura traqueal, extensão de enfisema pulmonar Sinais Clínicos: Tumefação creptante do tecido subcutâneo, geralmente sem dor, sem alteração sistêmica (exceto na gangrena gasosa) Diagnóstico: Histórico + sinais clínicos Tratamento: Estéril, não requer tratamento (exceto quando por infecções) DERMATITE POR LAMBEDURA Lesões traumáticas pela ordenha mecânica Lesões traumáticas produzidas pela ação mecânica da língua dos próprios animais – iniciadas por irritação por picada de insetos ou outros fatores. Aspecto da lesão: inicialmente há mudanças na conformação e direção dos pelos, insetos e bactérias usam como substrato, levando a lambedura formando úlceras na extremidade do teto com bordos bem delimitados e uma mancha preta no centro; a lesão pode envolver o esfíncter do teto e pode ocorrer mastite como sequela. Lesões profundas e externas provoca exsudação serosanguinolenta (aprox. 20cm). • Nos tetos há formação de úlceras na extremidade do teto com bordos bem delimitados e com mancha preta no centro. A lesão pode envolver o esfíncter do teto e podem ocorrer mastites crônicas como sequela. Tratamento: evitar a lambedura do animal (evitando o acesso a ferida), regular a ordenha mecânica. Tratamento tópico (pomadas). Histopatologia: necrose superficial com formação de úlceras no derma, infiltrados inflamatórios não purulentos com presença de eosinófilos. Diagnóstico diferencial: estefanofilariose, fotossensibilização, carcinoma epidermóide. QUEIMADURAS Térmica, elétricas, químicas, por fricção e elétricas. Classificação: 1º grau - envolve a parte superficial da epiderme, causa eritema, edema, dor, geralmente não ocorre complicações. 2º grau – afeta toda a epiderme, ocorre eritema, edema, dor e formação de vesículas, tomando os cuidados adequados não ocorre reepitelização da ferida. 3º grau – inclui toda a epiderme, a derme e apêndices, caracterizam-se por necrose, ulcerações, anestesia e formação de cicatriz. 4º grau – envolve toda pele, subcutâneo, fáscia subjacente, músculos e tendões. Tratamento: limpeza cuidadosa (iodopovidona ou clorexidine); debridamento cirúrgico; antibiótico terapia (tópico – sulfadiazina prata); evitar curativos oclusivos; curativos duas a três vezes ao dia, antibiótico sistêmico não são efetivos, recuperação lenta (muitas semanas). DERMATITE COM IRRITANTES PRIMÁRIOS Contato com a pele em concentrações suficientes por um longo período. A umidade é um fator pre-disponente (diminui as barreiras normais da pele e favorece o contato do irritante com a pele) Causas: Excreções: fezes e urina (ácidas/ureia respectivamente); secreções de feridas; substancias causticas; óleo diesel, querosene, aguarrás, parasiticidas tópicos usados inapropriadamente. Sinais clínicos: será afetada a área que teve contato, prurido (pode levar a alopercia), eritema, pápulas, necrose, edema, leucotriquia e/ou leucoderma (transitórios ou permanentes), vesículas e erosões → as lesões vão variar de acordo com a causa da lesão. Diagnóstico: histórico + exame físico; biopsia, recuperação após remoção do agente. Tratamento: remover o agente, retirada das crostas e sujidades com água e sabão; anti- séptico tópico; corticosteróides tópicos ou sistêmico (prurido). Melhora significativa em 3 a 8 dias.
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