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MECANISMOS DE VIRULÊNCIA BACTERIANA Sítios assépticos --> não há microrganismos fisiologicamente • Ex.: isolar uma bactéria a partir do líquido cefalorraquidiano é sinal de uma infecção patológica e que provavelmente aquela bactéria isolada é o agente etiológico, uma vez que as meninges são sítios assépticos - Sítios colonizados --> ex.: mucosa orofaríngea é colonizada, isolar uma bactéria dessa mucosa não é necessariamente o agente etiológico da infecção patológica • Bactérias patogênica e não patogênicas • Muitas vezes existem casos que dentro da mesma espécie existem linhagens/cepas patogênicas e outras não (comensais) - Ex.: Estafilococos aureus, Escherichia coli - Bactérias consideradas não patogênicas podem também gerar uma infecção --> ex.: solução de continuidade (lesões múltiplas onde a pele não está integra) assim muitos microrganismos entram em contato com as áreas internas do corpo humano e assim bactérias não patogênicas podem gerar infecções - Ex.: tumor muito vascularizado no cólon por exemplo pode ser lesado e lacerado --> a microbiota comensal pode se inserir na vascularização tumoral e gerar uma bacteremia --> evoluindo para choque séptico e até chegar a afetar outros órgãos - INFECÇÃO Desequilíbrio entre os três pontos: - estado de saúde do paciente --> paciente pode ser desnutrido, com problemas imunológicos, em terapia imunossupressora ○ dose infecciosa ○ virulência ○ DOSE INFECCIOSA Isso se dá pq as bactérias precisam competir com a microbiota normal para que se multipliquem e instalem um processo patológico - --> EX.: Shigella para causar um enterite é necessário de 200 bacilos, já a Salmonella precisará de um milhão ou miais de bacilos para se estabelecer a infecção ESTADO DE SAÚDE DO HOSPEDEIRO --> Pode favorecer que a infecção e também é determinante na potência da infeção. Bacilos G(-) não fermentadores- Micobactérias (micobactérias atípicas)- Fungos- Vírus - --> Infecções oportunistas: infeções que provavelmente não ocorreriam em um indivíduo com o sistema imunológico funcionando adequadamente. -->Ex.: candidíase (fungo) e leucoplasia (vírus) oral são exemplos de doenças oportunistas comum em pacientes aidéticos. Pacientes com fibrose cística também é um quadro que favorece infeções oportunistas no trato respiratório VIRULÊNCIA Uma cepa dita de alta virulência --> quer dizer que é uma bactéria patogênica com a capacidade de gerar uma infecção grave - --> Bactéria patogênica: ele é capaz de causar uma doença infecciosa. Uma vez causando a infecção, ela pode ser mais ou menos intensa Para distinguir as cepas patogênicas se usa por exemplo a sorotipagem --> Escherichia coli 0157;H7 (possui 2 marcadores) - --> ex.: Escherichia coli (presente na microbiota) possui uma cepa que pode gerar uma enterite hemorrágica FATORES DE VIRULÊNCIA --> São quaisquer mecanismo, proteína, canal, enzima, cápsula que o agente produza e ajude o a permanecer infectando o hospedeiro. --> Tipos de fatores de virulência: FIXAÇÃO Adesinas --> favorecem a fixação do agente presentes nas superfície da bactéria e faz com que ela se ligue ao receptor da célula hospedeira. • Evita que ações físicas removam a bactéria --> Ex.: respiro, jato miccional, movimento mucociliar - Página 1 de Mecanismos de virulência bacteriana Biofilme --> uma película que reveste uma população bacteriana que ajuda na fixação e também protege • Ex.: placa bacteriana é um exemplo de biofilme que ajuda a manter a bactéria aderida ao dente - Ex.: bactérias que se aderem nos cateteres e sondas, onde pode haver espécies diferentes habitando - MIMETISMO --> quando a bactéria se reverte se algo que faz parecer o hospedeiro Cápsula • Estrutura de carboidratos do próprio hospedeiro que reveste o bactéria e dificulta o sistema imune de reconhecê-la como patogênica --> ex.: estafilococos aureus - Ligação a porção Fc (Proteína A) • A bactéria produz a proteína A que subverte o processo de opsonização de antígenos --> a proteína A se liga a porção Fc da imunoglobulina, o que impede a ligação com a célula fagocítica com o antígeno - Assim não há reconhecimento do fagócito e a bactéria se reveste de anticorpos, como forma de camuflagem - Reações cruzadas • Ex.: febre reumática --> gerada por Streptococcus pyogenes e algumas cepas dessa bactéria possuem uma proteína M com conformação espacial análoga a componentes presentes no músculo cardíaco, em regiões cerebelares e a na sinóvia --> isso faz com que o corpo produza resposta imunológica contra a bactéria que pode reagir de forma cruzada com partes do nosso corpo --> gera problemas cardíacos, artrites e entre outros problemas posteriores - TOXINAS Endotoxina --> toxina que está ancorada na bactéria - Exotoxina --> toxina que é secretada pela bactéria - --> 2 tipos: Endotoxinas• Parte integrante das paredes externas das bactérias gram negativas - O principal é o LPS --> Presente na membrana externa de bactérias gram negativas - LPS está ancorada na bactéria, se tornado mais antigênica quando se desprende do agente e libera suas subunidades, as quais podem desencadear respostas imunes severas - Resistentes ao aquecimento- Normalmente causam febre no hospedeiro- Exotoxinas • Produzidas por bactérias gram + e -- Ex.: enterotoxinas--> age no trato digestivo causando intoxicação alimentar --> quadro que inicia rapidamente e não é necessário ingerir a bactéria viável, apenas sua toxina causa o quadro patológico - Não são muito resistentes ao aquecimento- Intoxicação --> não é causada pela presença física da bactéria e tem evolução rápida - Infecção alimentar --> É causada pela presença física da bactéria viável e tem evolução mais lenta - Não causam febre nas maioria das intoxicações - Subtipo de exotoxina:- Ativação em grande escala dos linfócito T de maneira inespecífica, logo sem antígeno --> gera uma liberação de grande quantidade de mediadores da inflamação --> vasodilação generalizada --> quadro de choque toxigênico - 1. Superantígenos --> toxina que promove uma ponte atípica entre a célula apresentadora de antígenos e a célula T --> essa interação pode ocorrer mesmo na ausência de antígeno --> ativando o linfócito T Toxina diftérica- Toxina tetânica - Toxina que gera a síndrome da pele escaldada --> toxinas esfoliativas - 2. Citolíticas --> vários tipos fazem lise nas células de forma específicas com mecanismos diferentes Catalase --> Fundamental para resistir aos radicais livres, já que degrada peróxido de hidrogênio - Estreptoquinase --> ativa a enzima proteolítica do plasma e é capaz de dissolver o coágulo - Coagulase --> as bactérias que se escondem em uma membrana de coágulos - Fosfolipases- Hialuronidase- DNAse- 3. Enzimas degradativas Obs.: pus é sinal da ação de toxinas degradativas que estão digerindo partes celulares e a bactéria vai utilizar esses componentes no seu metabolismo Página 2 de Mecanismos de virulência bacteriana INIBIÇÃO DA FUSÃO Não forma o fagolisossomo- A bactéria se replica dentro do vacúolo fagocítico e para isso impede a fusão do vacúolo com o lisossomo, não havendo digestão da bactéria pelas enzimas lisossômicas- Ex.: Mycobacteruim tuberculosis- RESISTÊNCIA A ENZIMAS LISOSSÔMICAS Não impede a formação do fagolisossomo, mas é resistente a ação das enzimas do lisossomos - --> EX.: Mycobacterium leprae --> gera a hanseníase (lepra) QUORUM SENSING --> regulação da expressão gênica em resposta a flutuações na densidade da população bacteriana --> as bactérias produzem moléculas de sinalização química chamadas de autoindutores que regulam processos entre as bactérias, que podem ser ou não da mesma espécie --> esse processos são: simbiose, conjugação, motilidade, esporulação, formação de biofilme... CONCEITOS IMPORTANTES Patogênese: mecanismo usado pelo patógeno para causar lesões no hospedeiro - Patogenicidade: capacidade que um agente infeccioso tem de provocar doença - Toxigenicidade: capacidade de produzir toxina que contribui para o desenvolvimento da doença - Cepas: grupos ou linhagens de um agente infeccioso - Página 3 de Mecanismos de virulência bacteriana
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