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Alex Lima 2 Sífilis Congênita - Notícias: todas retratando aumento da sífilis ultimamente; - Tipos de sífilis e seus números: · Introdução - Séc. XV -> Doença conhecida; - 1905 -> Descoberta do treponema pallidum; - 1943 -> Descoberta da penicilina que diminuiu a incidência; - Atual -> Diversos programas desenvolvidos ocasionaram um aumento da prevalência por aumentar o número de diagnóstico; - Notificação compulsória dos três tipos, a notificação da mãe é em uma ficha diferente do RN; · Agente etiológico - Treponema pallidum; - Bactéria gram-negativa, do grupo das espiroquetas; - Tem cerca de 10 micrômetros de comprimento, com apenas 0,2 micrômetros de largura; - A dose infectante é muito baixa, em média, 57 microorganismos; - A bactéria é extremamente frágil (sensível à temperatura, umidade e desinfetantes). Sobrevive até 10 horas em superfícies úmidas; - É protegido por um envelope externo com três camadas ricas em moléculas de ácido N-acetil murâmico e N-acetil glucosamina. - Não é possível o seu cultivo in vitro. · Transmissão - A taxa de transmissão vertical da sífilis durante a gravidez pode ser de aproximadamente 100% - T. sexual: - T. por transfusão de sangue ou derivados, raro nos dias atuais; - T. vertical: · Evolução natural da sífilis (essa recaída é para a fase secundária) - Apresentação da S. primária: Cancro duro (pode aparecer na língua, região genital, região anal, mama...) e adenomegalia inguinal; - Apresentação da S. secundária: · Sintomas inespecíficos: febre, mal-estar, cefaleia, adinamia, linfoadenopatia; · Lesões dermatológicas: Erupções cutâneas (máculas e pápulas), lesões eritêmato-escamosas e palmo-plantares, placas eritematosas branco-acinzentadas nas mucosas, lesões papulo-hipertróficas nas mucosas ou pregas cutâneas (condiloma plano ou condiloma lata), alopecia em clareira, madarose (perda da sobrancelha – 1/3 distal); · Outras: alterações hepáticas, quadros meníngeos, quadros oculares (uveíte). - 2-40 anos após o início da doença: inflamação e destruição tecidual; acomete sistema nervoso e cardiovascular; gomas sifilíticas – tumorações na pele, mucosas, ossos; e incapacidades. · Sífilis Congênita - Com todo esse processo o feto vai ter uma diminuição no aporte de O2 e nutrientes, afetando vários órgãos e pode resultar em: aborto, natimorto, prematuro, RCIU, RN assintomático, comprometimento de múltiplos órgãos; - Para fins clínicos e assistenciais, alguns fatores são considerados para o tratamento adequado da GESTANTE com sífilis: · Administração de penicilina benzatina; · Início do tratamento até 30 dias antes do parto (para que tenha tempo de completar o tratamento), mesmo se for identificado num período de tempo que o tto não consiga ser finalizado até o parto o tto deve acontecer e devemos considerar como tto inadequado, isso é importante para sabermos como conduzir o RN; · Esquema terapêutico de acordo com o estágio clínico; · Respeito ao intervalo recomendado de doses (7 dias), se a gestante passar mais que 14 dias sem tomar a próxima dose o tto deve ser reiniciado; · Avaliação quanto ao risco de reinfecção; · Documentação de queda do título do teste não treponêmico em pelo menos 2 diluições em 3 meses, ou de 4 diluições em 6 meses, após a conclusão do tratamento – resposta imunológica adequada. (ex para 2 diluições: gestante com 1//64 após 3 meses tem que estar 1/16) · Epidemiologia - A transmissão possui correlação com o estágio da doença materna - É mais frequente: · 20 ou 30 trimestres gestacional; · Fase primária e secundária - 70 a 100 %; · Fase de latência e terciária - 10 a 30%. - Se a infecção é recente provavelmente está nas fases primária ou secundária, maior infectividade. - Gravidez avançada tem possibilidade de não conseguir tratar e a doença não tempo de latência (menor infectividade) · Definição de caso de Sífilis Congênita · Critério 1 – criança cuja mãe: · Critério 2 – criança menor de 13 anos de idade: · Critério 3 – se aborto ou natimorto: · Critério 4 – evidência de infecção pelo T. pallidum: · Quadro Clínico · RN exposto e sem doença: quando o tto foi adequado, seguimento com 1, 3 e 6 meses; · S. C. Precoce: · Lesões cutâneo-mucosas: 30-50% dos casos: - Pênfigo palmoplantar; - Sifpilides maculosas (roséola sifilítica); - Condilomas-lata ou plano (DD: HPV, em criança é abuso sexual); · Rinite; · Rágades periorais; · Funisite necrotizante; · Lesões viscerais: 60-90% dos casos: - Hepatomegalia, por uma hepatite causada pela espiroqueta; - Esplenomegalia, tentativa do baço em defender e pela eritropoiese aumentada; · Icterícia; · Manifestações hematológicas: - Anemia hemolítica; - Equimoses e petéquias (Trombocitopenia); - Leucocitose ou leucopenia, monocitose, linfocitose, reação leucemóide; - Coagulação Intravascular Disseminada - CIVD (casos graves). · Lesões ósseas: - Acometimento maior dos ossos longos; - Osteocondrite metaepifisária, periostite e osteomielite; - Pseudoparalisia de Parrot: dor e impotência funcional. - Todos os reflexos estão normais pois é lesão óssea e não nervosa, como acontece nas lesões de plexos. · Sistema nervoso central: - RN assintomáticos; - RN sintomáticos: fontanela abaulada, irritabilidade e convulsões. · Linfadenopatia generalizada em 40-50% dos casos; · Sinais clínicos menos frequentes: - Respiratórios: Pneumonia alba – rara; - Renais: glomerulonefrite e síndrome nefrótica; - Oculares: coriorretinite em sal e pimenta (imagem esbranquiçada toda salpicada), uveíte (comprometimento da íris, corpo ciliar e coroide); - Miocardite; - Pancreatite. · S. C. Tardia: · Tríade de Hutchinson: - Dentes de Hutchinson; - Ceratite intersticial (mancha esbranquiçada na íris); - Surdez neurossensorial – lesão do VIII par. · Manifestações ostearticulares: - Bossa frontal de Parrot (fronte olímpica); - Nariz em sela; - Mandíbula curva; - Palato em ogiva; - Articulações de Clutton, inflamação das articulações principalmente do joelho; - Tíbia em sabre. · Manifestações neurológicas: - Se quelas da meningoencefalite pelo treponema; - Tabis dorsalis – desmielinização cerebral progressiva (várias sequelas, andar característicos). · Outras: - Dentes de Mozer ou Mulberry (molares em amora): - Cirrose hepática; - Rágades. · Diagnóstico - História clínico-epidemiológica da mãe; - Alterações clínicas da criança; - Sorologia materna e do RN; - Alterações radiológicas; - Pesquisa do Treponema. · Exames diretos (pouco realizado) - Microscopia de campo escuro; - Imunoflorescência direta; - Exame do material corado; - Biópsia; - Pesquisa do T. pallidum em campo escuro em material coletado de lesão cutaneomucosa e de mucosa nasal e no LCR; - Em amostras de biopsia ou necropsia, embora o treponema esteja morto, podem ser usadas colorações especiais ou técnicas de imuno-histoquímica, que permitem a visualização do T. pallidum. · Testes Imunológicos · Testes Treponêmicos: - São testes que detectam anticorpos específicos produzidos contra os antígenos do T. pallidum. - São os primeiros a se tornarem reagentes, sendo importantes para a confirmação do diagnóstico. - Permanecem positivos mesmo após o tratamento pelo resto da vida do paciente - não são indicados para o monitoramento da resposta ao tratamento; - Uso limitado em RN – anticorpos IgG maternos ultrapassam a barreira placentária; - Em crianças > 18 meses, um resultado reagente de teste treponêmico confirma a infecção, não vão ter mais anticorpos maternos. · Tipos: - Testes de hemaglutinação e aglutinação passiva (TPHA- T. Pallidum Haemaglutination Test); - Teste de imunofluorescência indireta (FTA-abs - Fluorescent Treponemal Antibody-Absorption); - Quimioluminescência (EQL - Electrochemiluminescence); - Ensaio imunoenzimático indireto (ELISA - Enzyme-Linked Immunosorbent Assay); - Testes imunocromatográficos (Testes rápidos); - Mais utilizados são FTA-abs e os testes rápidos – E e S semelhantes; - FTA leitura mais complexa (laboratorial); - Testes rápidos: realizar quando chega na maternidade para parir e deveria ser realizado tambémno pré-natal (TESTE RÁPIDO) · Testes não Teponêmicos (TnT) - Detectam anticorpos não específicos anticardiolipina para os antígenos do T. Pallidum; - Podem ser qualitativos (positivo ou não) ou quantitativos (monitoramento do tto); - Tornam-se reagentes cerca de 1-3 semanas após o aparecimento do cancro duro. - O teste qualitativo indica anticorpo + / - na amostra; - O teste quantitativo permite a titulação de anticorpos. O resultado deve ser expresso em títulos (1:2, 1:4, 1:64, entre outros), sendo importante para o diagnóstico e monitoramento do tratamento. · Tipos: - VDRL (Venereal Disease Research Laboratory) – VDRL é com sangue periférico, não utilizar sangue do cordão; - RPR (Rapid Test Reagin) e; - TRUST (Toluidine Red Unheated Serum Test) O RPR e o TRUST são modificações do VDRL que visam a aumentar a estabilidade da suspensão antigênica e permitir a leitura do resultado a olho nu. · VDRL - Sangue do recém-nascido - RN de mães com sífilis, mesmo os não infectados, podem apresentar anticorpos maternos; - Resultado reagente em crianças < de 18 meses de idade só tem significado clínico se for 2 vezes > do que o da mãe, e deve ser confirmado com uma segunda amostra coletada na criança; - RN não reagente nos testes, se persistir a suspeita epidemiológica, o TnT deve ser repetido com 1, 3, 6, 12 e 18 meses de idade; Interromper o seguimento após 2 TnT consecutivos negativos; Na dúvida ou impossibilidade de seguimento, o RN deve ser adequadamente tratado. - Efeito prozona (tanto anticorpo que não foi possível visualizar a floculação), mãe com toda a epidemiologia e o VDRL deu negativo realizar diluições adicionais até confirmar; - Medicamentos – principalmente os imunossupressores - Para enfrentar esse falso positivo devemos analisar toda a epidemiologia da mãe; (Desempenho dos testes laboratoriais associados a cada fase da sífilis não tratada) · Diagnóstico da mãe - Na gestante durante o pré-natal se pede mais o VDRL, importante para saber a titulação e eficácia do tratamento; - Se a gestante tem o teste rápido positivo e relata que teve sífilis, mas foi tratada corretamente, deve ser solicitado o VDRL e ter uma prova de que fez o tratamento de forma correta, se não tiver prova do tratamento refazer o tratamento. · Exames complementares no RN Amostra de sangue: - Hemograma, função hepática e eletrólitos; - Avaliação neurológica, incluindo punção do líquor: células, proteínas, testes treponêmicos e não treponêmicos; - Raio-X de ossos longos; - Avaliação oftalmológica e audiológica. · Tratamento · Período neonatal (até 28 dias de vida) - A benzilpenicilina benzatina é a única opção segura e eficaz para tratamento adequado das gestantes; - Qualquer outro tratamento realizado durante a gestação, para fins de definição de caso e abordagem terapêutica de sífilis congênita, é considerado tratamento não adequado da mãe; - A regra é que o intervalo entre as doses seja de 7 dias para completar o tratamento. No entanto, caso esse intervalo ultrapasse 14 dias, o esquema deve ser reiniciado (WHO,2016). · Período pós-neonatal (após 28dias de vida) - Crianças com quadro clínico e imunológico sugestivo devem ser cuidadosamente investigadas, obedecendo-se o protocolo, com a notificação conforme a definição de casos; · Ceftriaxona (é uma opção, mas não é muito indicado) · Seguimento
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