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Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Patologia do Sistema Cardiovascular Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO endocárdio O Endocárdio é a camada mais interna do coração revestindo as câmaras além de se estender sobre as estruturas projetadas como músculos papilares, cordas tendíneas e válvulas. Na avaliação macroscópica, o endocárdio atrial aparenta ser mais espesso e mais esbranquiçado quando comparado ao ventricular. A constituição do endocárdio se dá por endotélio com tecido conjuntivo vascularizado. A camada subendocárdica é composta por vasos sanguíneos, nervos e tecido conjuntivo. Além disso, há também as Fibras de Purkinje, estruturas fundamentais no processo condução do estímulo elétrico do coração. Agora que já sabemos mais sobre o endocárdio, vamos observar as patologias que podem acometer essa estrutura. É um processo degenerativo valvar com deposição de tecido fibromixóide (como se fosse um tecido conjuntivo frouxo) e mucoide – degeneração mucoide ou mixoide. Ao palpar, podemos ver que o tecido é de consistência firme. É um processo degenerativo contínuo e que não se tem muita ideia da causa. É uma cardiopatia que acomete principalmente cães, em sua maioria machos com o avançar da idade. Podemos observar desde os 4, 5 anos de idade de forma mais discreta no animal. Com o tempo haverá progressão havendo espessamento das valvas (principalmente atrioventriculares) causando insuficiência cardíaca. É detectado via ecocardiograma. A valva mitral é a mais acometida sendo menos frequentes na tricúspide e raras nas semilunares pulmonares e aórticas. Esse processo se dá devido a maior força desempenhada no lado esquerdo do coração (hipótese). Macroscopicamente, observamos valvas encurtadas e espessas, lisas (difusas) com ou sem nodulações. Fisiologicamente, quando o ventrículo esquerdo contrai, as cordas tendíneas vão para baixo e há fechamento da valva mitral ejetando o sangue para a aorta e impedindo o refluxo de sangue para o átrio esquerdo e pulmões. Com o encurtamento das cordas tendíneas, não há fechamento adequado das valvas e quando o ventrículo contrai para ejetar sangue para a aorta, uma parte do sangue reflui para o átrio esquerdo e para os pulmões causando congestão pulmonar devido ao aumento do volume de sangue nas veias pulmonares e, consequentemente aumento da pressão hidrostática havendo extravasamento de líquido para fora dos vasos causando edema pulmonar e insuficiência respiratória podendo levar a óbito. Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Na necroscopia podemos descrever nos achados o pulmão armado e congesto, com consistência firme e elástica com presença de espuma nos brônquios e traqueia. Como diagnóstico no órgão colocamos congestão e edema pulmonar agudo. No coração há presença de retração acentuada de valva mitral com nódulos de coloração esbranquiçada/ brancacenta e consistência firme. Diagnóstico de endocardiose. A causa mortis seria a insuficiência respiratória por conta do edema pulmonar ou insuficiência cardiorrespiratória. Na doença principal colocaríamos edema pulmonar ocasionado pela endocardiose severa de válvula mitral. Na microscopia observamos proliferação fibrobástica (tecido mixomatoso) com presença de material frouxo e hialino. Como consequências podemos destacar a falência da valva mitral e com isso dilatação do átrio esquerdo. O ventrículo esquerdo estará hipertrofiado por conta do trabalho excessivo. Haverá então insuficiência cardíaca congestiva (esquerda). São processos inflamatórios do endocárdio, principalmente valvular devido a passagem do sangue pelas válvulas causando uma revolução sanguínea podendo estimular o endotélio ou endocárdio gerando processos inflamatórios e geração de trombos. A principal causa da trombose é o destacamento endotelial e estimulação das células desencadeando a cascata da coagulação principalmente nas valvas sendo associados a endocardites. As endocardites podem ser classificadas em Infecciosas e Não Infecciosas sendo mais comum as infecciosas. Animais domésticos, principalmente carnívoros que chegam a idades mais avançadas desenvolvem uremia que é o aumento da concentração da ureia e componentes nitrogenados no sangue denominado azotemia. A uremia é uma síndrome associada a hemorragia de órgãos como estomago e pulmões, quadros de trombose, áreas de calcificação de musculatura intercostal na parede do estomago entre outras Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO alterações. A toxina urêmica é muito lesiva para endotélio e estomago. No coração observamos lesões de natureza hemorrágica no átrio esquerdo podendo se estender a ventrículo esquerdo. Além disso, episódios repetidos de uremia podem causar endocardite ulcerativa do átrio esquerdo, sendo solucionada com fibrose com ou sem mineralização além da dilatação do átrio de forma crônica. Na endocardite urêmica observamos edema, necrose e possivelmente, formação de trombos no endocárdio principalmente na valva mitral. Há também infiltrado leucocitário e mineralização. São causadas principalmente por bactérias, normalmente piogênicas como Streptococcus equi que provoca Garrotilho em equinos. Acomete linfonodos da região e abcessos. As lesões começam na pele e orofaringe e linfonodos, ganhando circulação sanguínea e chegando ao coração. Há também a Actinobacillus equuli, Erysipelothrix rhusopathiae que provocam doenças sistêmicas em suínos, Corynebacterium spp, E.coli. Entretanto, pode também estar relacionadas com larvas de vermes como Strongylus vulgaris e fungos como vemos na criptococose como vemos em gatos e cães. Geralmente, as lesões são extensas e em alguns casos se originam no miocárdio subjacente ou se estende da válvula afetada para a parede adjacente, sendo denominada “Endocardite Mural”. Macroscopicamente observamos massas extensas, friáveis, sem brilho e de coloração amarela a acinzentada de fibrina denominadas vegetações e verrucosidades nas valvas (mitral > aórtica > tricúspide > pulmonar). Em lesões crônicas, os depósitos de fibrina são organizados por tecido fibroso formando massas irregulares em forma de nódulos que são denominados “verrugas”. Já na microscopia observamos deposição de fibrina, colônias bacterianas em casos infecciosos, infiltrado leucocitário e tecido de granulação. Como consequência temos o tromboembolismo que é o desprendimento de parte do trombo se tornando embolos que ganharão a circulação e podem parar nas artérias arqueadas dos rins causando infartos. Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO A patogenia está associada a doenças extracardíacas com bacteremia que causa alterações de turbulência cardíaca associada a alterações congênitas ou processos iatrogênicos como o cateterismo que causa uma lesão endotelial facilitando a ocorrência de um trombo. Na imagem acima observamos nefrite tromboembólica com áreas de infarto. miocárdio O miocárdio é a camada muscular do coração. É composto por miócitos cardíacos/ rabdomiócitos cardíacos organizados em padrões espirais sobrepostos. Sua espessura está intimamente relacionada com a pressão sanguínea de cada câmara (átrios possuem paredes mais delgadas enquanto ventrículos possuem paredes mais espessas. Em animais adultos, a espessura do ventrículoesquerdo é 3 vezes maior quando comparada ao direito já que a pressão é maior. São inflamações dos cardiomiócitos e estruturas celulares que fazem parte do miocárdio. No septo temos o sistema de condução de estímulos e caso haja uma miocardite nesse local pode haver uma parada cardíaca e óbito devido ao comprometimento do sistema de estímulos. Por via patógena pode haver disseminação do agente causal por todo o coração causando insuficiência cardíaca. Geralmente, há associação com agentes infecciosos como bactérias, vírus, protozoários tendo como porta de entrada a via hematógena por doenças sistêmicas ou extensão direta por traumas. Temos como exemplo a febre aftosa e parvovirose que alcançam a circulação. Podemos classificar as miocardites de acordo com o exsudato macro ou microscópico. Também há a classificação pela causa sendo infecciosa (mais comum), imunomediada ou idiopática. Em alguns casos o agente infeccioso já não está presente, mas o organismo continua em combate. O desfecho pode ser com uma resolução completa, cicatrizes esparsas ou lesão progressiva com insuficiência cardíaca aguda ou crônica por conta da fibrose. Os padrões de resposta inflamatória provocados pelos agentes causais levando a miocardite são supurativo, necrotizante, hemorrágico, linfocítico e eosinofílico. Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Há grande quantidade de pus entremeada ao músculo cardíaco havendo focos pálidos e possíveis abscessos delimitados por cápsula. A causa se dá por bactérias piogênicas (Actinobacilus equuli; Staphylococcus spp; Corynebacterium spp; Pseudomonas aeruginosa) e a extensão se por endocardites valvares. Por conta da destruição tecidual, em alguns casos podemos observar focos hemorrágicos. Além disso, também pode haver presença de infartos sépticos (neutrófilos e miócitos necróticos que formam abcessos) com lesões pálidas e disseminadas. Histologicamente, observamos desorganização das fibras do miocárdio e um grande concentrado de células inflamatórias predominando neutrófilos. Há perda de cardiomiócitos causando insuficiência cardíaca. Na imagem acima podemos ver, além de coração, rim também com abcessos por Staphylococcus ssp nos fazendo pensar que a doença teve caráter sistêmico podendo ter começado com uma bacteremia desenvolvendo uma endocardite verrucosa em que se desprende trombos se tornando êmbolos sépticos que chegam aos rins formando abcessos. Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO É característica de toxoplasma e outras protozooses. É necessário o exame histológico para fazermos o diagnóstico diferencial já que pode ser confundida com miocardite supurativa. Podemos encontrar formas endógenas do protozoário dentro da célula. Na imagem acima vemos um caso neosporose canina havendo presença de áreas mais pálidas tanto no coração quanto no fígado. Na imagem acima também observamos um caso de Neosporose canina onde macroscopicamente poderíamos confundir com uma miocardite supurativa, mas na microscopia observaríamos um processo granulomatoso com infiltrado de células mononucleares e células epitelióides (células derivadas de macrófagos que sofreram modificações sendo parecidas com células epiteliais e tendo como função formar uma barreira física) e no centro seria possível observar necrose caseosa. É uma das mais comuns observadas nas espécies animais e está associada a infecções virais como febre aftosa em animais com menos de 6 meses de idade em que o vírus chega ao miocárdio causando morte súbita e parvovirose canina em animais jovens em que o parvovírus chega ao miocárdio antes do intestino causando morte súbita também. Observamos um infiltrado de linfócitos entremeados às fibras cardíacas. Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Macroscopicamente damos o termo de “coração tigrado” por conter listras avermelhadas intercaladas com áreas pálidas indicando a concentração de linfócitos no processo inflamatório. Em casos crônicos o animal consegue se recuperar dependendo da quantidade de focos e do local acometido, mas há fibrose causando esforço das fibras e hipertrofia em casos crônicos. Na microscopia observamos predomínio de células mononucleares (Linfócitos) entre as fibras cardíacas. Está associada a infecções parasitárias como cisticercose e causas idiopáticas. Na imagem acima, vemos um coração cortado no septo e há diversos cistos que, se ingeridos, podem levar ao desenvolvimento de tênias no trato gastrointestinal de seres humanos. É importante destacar o fato de que a ingestão dos cistos não leva a neurocisticercose. Isso só é causado se o indivíduo ingerir os ovos da tênia presente nas fezes de animais com a tênia. Acima podemos ver um cisto entremeado na parede do miocárdio e à direita vemos a sua aparência microscópica em que há o espaço em que estaria o cisticerco e ao redor observamos um grande concentrado de eosinófilos. pericárdio O pericárdio é composto por um componente fibroso externamente contínuo Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO com a pleura mediastinal e seroso internamente formando um saco ao redor do coração. No pericárdio há uma pequena quantidade de fluido claro e seroso que auxilia no deslizamento adequado do coração sem que haja fricção no saco pericárdico. A classificação das pericardites se dá de acordo com o exsudato e pode acontecer devido a extensão de miocardites. O exsudato é fluido e transparente estando associado a processos mais brandos como início de uremia já que a toxina urêmica provoca discretas induzir a um derrame seroso. Pode também ser provocada por agentes infecciosos como Haemophilus somnus, bactéria que acomete suínos e causa poliserosite (processo inflamatório de diversas serosas do organismo). Há predomínio de fibrina (proteína de aspecto filamentoso e elástico que promove aderências) que estimula a produção de fibroblastos. Quando vemos isso na prática, vemos uma consistência elástica (fibrina) ou mais consistente (fibrose). Em pleurisia/pleurite em animais parasitados por Haemophilus, Pasteurella ou na Peritonite Infecciosa Felina (PIF) provocada por corona vírus felino. Na uremia também podemos ver pericardites fibrinosas em processos mais acentuados e concentração de toxina urêmica maior. Na imagem acima podemos observar tanto o coração quando o pericárdio esbranquiçados e repletos de fibrina. Por conta disso, haveria dificuldade para expansão e preenchimento das câmaras cardíacas havendo diminuição do débito cardíaco. Para solucionar isso, o coração aumentaria a força de contração e a quantidade de movimentos cardíacos. Os pulmões aparentemente estão com a pleura espessada e opacas podendo ser por uma possível pleurite. É semelhante a pão com manteiga. Vemos isso na reticulo pericardite traumática em bovinos. Os bovinos são Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO poucos seletivos com alimento e, por conta disso, podem ingerir pregos ou objetos perfurocortantes que irão parrar pelo esôfago e se alojar no retículo e, por conta dos movimentos peristálticos, podem alcançar o pericárdio ou inocular agentes patológicos como bactérias piogênicas. As vacas prenhes são mais suscetíveis a desenvolver essa pericardite já que por conta da presençado filhote o retículo se desloca para mais perto do coração. Uma das consequências desse processo é o aumento da força de contração devido à dificuldade na expansão podendo gerar um quadro de insuficiência cardíaca. São alterações hidrodinâmicas não havendo, necessariamente, um processo inflamatório ou agentes infecciosos. Neste caso há acúmulo de líquido seroso, límpido, ralo e amarelado, ou seja, um transudato. Na imagem acima vemos grande presença de líquido de aparência translúcida no saco pericárdico podendo ser por uma hipoproteinemia. Pode ser também por Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC) em que há alteração hidrodinâmica associada aos grandes vasos da base do coração; por casos obstrutivos de vasos que pode haver aumento da pressão hidrostática e levar ao hidropericárdio. Devemos nos atentar ao volume de líquido presente pois há normalmente líquido no local e alterações cadavéricas também podem gerar líquidos por congelamento e descongelamento. Pode estar relacionado a rupturas de vasos por traumas, ruptura de parede atrial direita devido a invasão por hemangiossarcomas ou causas idiopáticas como em raças São Bernardo e Golden. Com a ruptura de vasos no coração há liberação de sangue para o saco pericárdico. Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO Na imagem anterior observamos uma grande quantidade de sangue coagulado no pericárdio, talvez por conta de rupturas de vasos da base do coração. Como consequência do hemopericárdio temos o tamponamento cardíaco que é a coagulação do sangue do saco pericárdico impedindo a expansão do coração causando morte súbita do animal. Uma solução seria puncionar esse sangue permitindo que o coração se expanda adequadamente. Observamos o pericárdio preenchido por sangue coagulado. As causas, no geral, são associadas a agentes infecciosos e parasitários. Muitos parasitas migram provocando processos lesivos gerando inflamação podendo chegar até a túnica íntima da artéria havendo destacamento e formando um trombo. Em equinos, podemos ver isso com a migração da larva de Strongylus vulgaris na artéria mesentérica cranial causando cólica por conta do infarto gerado em alças intestinais devido a trombose ocasionada pela migração da larva. Isso pode gerar uma necrose e dependendo da extensão da necrose, o próprio conteúdo celular pode liberar toxinas necróticas que ganham a circulação sanguínea gerando um choque toxêmico. Outros parasitas também são importantes como a Dirofilaria immitis em que o verme adulto será encontrado nas câmaras cardíacas dos cães, mas pode haver acometimento de endocárdio e artérias da base do coração. Com o acometimento do ventrículo, haverá dificuldade na passagem de sangue para os pulmões via artéria pulmonar. As filárias também podem migrar para o glomérulo gerando uma glomerulonefrite membrano-proliferativa. Os vermes adultos podem gerar arterite eosinofílica, embolia verminótica e cor pulmonale (prejuízo tanto para coração quanto para o pulmão) Há também Spirocerca lupi que é um nematoide vermelho que acomete o cão e tende a ter sua forma larval migrando para a parede de artérias como a aorta gerando um processo granulomatoso Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO (havendo macrófagos, células epitelióides e área de necrose). A parede da artéria fica com aparência de nódulo com abertura para a luz por conta da tentativa de reparo por fibrose então há perda da elasticidade gerando fragilidade da parede da aorta devido à pressão exercida nesse local. Por conta dessa fragilidade há dilatação e gera uma saculação denominado aneurisma como vemos na imagem a seguir. Observamos uma área fragilizada podendo romper, além de aumentar a turbilhonamento sanguíneo induzindo a formação de trombos e por conta da lesão causada pelo verme há a exposição do colágeno subendotelial altamente trombogênico que, junto com o fator de Willebrand, contribui com a agregação plaquetária induzindo a formação do trombo. Também existem arterites virais como vemos no corona vírus felino (gerando piogranulomas na parede de vasos sanguíneos); vírus responsável pela anemia infecciosa equina. Muitas vezes inicia-se como vasculite exsudativa Arterites de origem bacteriana (Haemophilus suis, Erysipelothrix rhusiopathiae que gera Erisipela acometendo vasos da pele gerando quadros de trombose e embolia, a pele fica com áreas losangulares de infartos hemorrágicos e os animais podem chegar a óbito por septicemia) – em humanos há também trombose e embolia e a pele, principalmente de membros inferiores, com aspecto eritematoso. Os fungos também podem estar associados a arterites, como o Aspergylus e o Mucor estando associadas com animais que tem falhas na defesa imunitária. Podemos ter flebites iatrogênicas como vemos na utilização de Fenilbutazona em equinos e Vincristina em cães podendo gerar casos necróticos com desenvolvimento de trombose. Vemos isso na imagem a seguir: Também temos as Onfaloflebites, muito comuns em bovinos. É a inflamação dos vasos do umbigo e veias umbilicais caso a cura não seja feita adequadamente. Uma das consequências da onfaloflebites são os abcessos hepáticos por conta da ligação desse órgão com o umbigo. Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO São caracterizadas como doenças generalizadas do miocárdio podendo ser primárias ou secundárias. São idiopáticas e são semelhantes às encontradas em humanos podendo estar associadas a condições genéticas. Resultam em hipertrofia ou atrofia do miocárdio afetado. Há aumento da espessura do miocárdio. Acomete muito os felinos, principalmente machos de meia idade. Na imagem acima vemos uma hipertrofia concêntrica, diminuindo consideravelmente a luz da câmara cardíaca. Do lado direito vemos o ventrículo esquerdo e na esquerda vemos o ventrículo direito, ambos espessados. O espaço é muito pequeno para ser preenchido e ser encaminhado para todo o corpo, isso gera dificuldade em manter o débito cardíaco causando choque circulatório. Microscopicamente, as lesões aparentam ser desarranjos dos miócitos com uma organização de fibras entremeadas. Nesses casos, também pode haver hipertrofia dos miócitos e presença de fibrose intersticial. Comum em cães de grande porte e gatos de meia idade. Está associada a baixa quantidade de Taurina nos tecidos. Houve evidencias científicas que suplementação de Taurina na alimentação dos animais reduziu drasticamente as ocorrências de cardiomiopatia dilatada. Nessa afecção temos a luz aumentada e a parede adelgaçada, além do endocárdio apresentar-se espesso e pálido com presença de fibrose. O coração neste caso é globoso e os espaços cavitários são aumentados. Há perda de força de contração e o sangue tende a refluir para o átrio direito e a cava e veia pulmonar. Patologia Veterinária – Jennifer Reis da Silva (@jenniferreis_vet) PROIBIDA A COMERCIALIZAÇÃO DESTE CONTEÚDO A cardiomiopatia restritiva é rara e ocorre em felinos. Há dilatação e aumento da câmara cardíaca com fibrose do endocárdio que dificulta a expansão dos ventrículos, restringindo a saída e chegada de sangue. Comum em gatos. Na imagem acima, observamos o endocárdio espessado e sem transparência.
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