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Bruna Altvater Saturnino XLII – 201.1 -1 08.07.21 Bases terapêuticas da artrite reumatóide • Poliartrite periférica, simétrica, com erosão da cartilagem e osso • Doença de grande importância social • Atinge uma em cada cem pessoas na comunidade • Clínica: dor, sofrimento, deformidade, incapacitação e alta taxa de mortalidade, sem falar nos custos diretos, individual e estatal, e indiretos pelo impedimento ao trabalho • Afeta articulações, rim, olhos, pele … • Doença auto-imune, imunomediada por linfócitos T ASPECTOS GERAIS • Etiologia desconhecida • Fatores genéticos: HLA-DR4, HLA-DRB1 (MCH) - mais propensas a ter AR • Afeta mais mulheres que homens 3:1 - influência hormonal • Fatores ambientais prévios: artrites virais. • Aumenta risco com a idade EPIDEMIOLOGIA A prevalência mundial da é estimada em 0,5 a 1% da população Parece ser menor nos países em desenvolvimento, o que pode estar relacionado ao menor número de estudos nesses países, às diferenças na distribuição etária entre as populações estudadas, ou à agência de diagnóstico pela dificuldade de acesso às unidades de saúde IMUNOPATOGENIA Degradação cartilaginosa e óssea A maioria dos fármacos são moléculas pequenas, porque precisam permear a articulação, deixando-a através dos capilares. Migração de leucócitos (incluindo principalmente os macrófagos). A continua ativação desses macrófagos em uma configuração pró- inflamatória colabora para a destruição da articulação. Na região articular os monócitos são ativados pelo TNF. Esses macrófagos produzem quimiocinas. Além dessas células (linfócitos e macrófagos), também temos outras células como células do tecido conjuntivo, sinuviócitos, que também liberam citocinas MMP (metaloproteinases) que colaboram para a destruição da cartilagem do osso. Podem ser ativadas pelas próprias citocinas TNF. Rigidez matinal é um sinal clássico, acontece por conta do ataque inflamatório da região articular que está destruindo a articulação. O endotélio expressa moléculas de adesão para o rolamento das células. Bruna Altvater Saturnino XLII – 201.1 -2 Pannus articular: exsudato inflamatório produzido pela membrana sinovial no interior de uma cápsula articular, que ocorre normalmente na segunda fase da artrite reumatoide. Ocorre participação de osteoclasto, fibroblasto, macrófago, célula dendrítica, linfócito T, célula B plasma, linfócito B, angiogênese (garantem com que chegam mais células), mastócito, hiperplasia sinovial (sinoviócitos entram em hiplerplasia, células que produzem metaloproteinases). IL-1beta liberando osteoclasto que degrada a matriz óssea. Macrófago libera IL-23 que é importante para a resposta Th17. Linfócito T e B participam do processo. TNF, IL-6, IL-1... SINTOMAS • Edema de articulações • Dor matinal das articulações (duração > 1 h) • Espessamento da pele • Rash cutâneo • Perda de peso CARACTERÍSITCAS ASSOCIADAS A MAIOR PROGRESSÃO RADIOGRÁFICA E PIOR PROGNOSTICO DE PACIENTES COM ARTRITE REUMATOIDE • Sexo feminino • Tabagismo • Baixo nível socioeconômico • Inicio da doença e/ou anti-AAPC em títulos elevados • Provas inflamatórias (velocidade de hemossedimentação e/ou proteína C-reativa) persistentemente elevadas • Grande número de articulações edemaciadas • Manifestações extra-articulares • Atividade de doença elevada aferida por índices objetivos, como DAS28 e suas variações, CDAI e SDAI • Presença de erosões precoces na evolução da doença • Epítopo compartilhado DAS28: índice de atividade da doença (28 articulações) SDAI: índice simplificado de atividade da doença CDAI: índice clínico de atividade da doença • Geralmente subcutâneos • Aparecem em 20% dos pacientes com AR; • Ocorrem em regiões de maior pressão (plantar, mãos, cotovelos) CRITÉRIOS CLASSIFICATÓRIOS >> 6: artrite reumatóide DIAGNÓSTICO AVALIAÇÃO LABORATORIAL INICIAL • Hemograma • Velocidade de hemossedimentação • Proteína C reativa • Função renal • Sedimento urinário • Enzimas hepáticas • Fator reumatóide • Anti-peptídio citrulinado • Líquido sinovial (excluir outras doenças) Bruna Altvater Saturnino XLII – 201.1 -3 ➔ Raio X e ressonância magnética TRATAMENTO Depende do estádio, da atividade e gravidade da doença, variando de acordo com as características individuais e com a resposta aos regimes prévios de tratamento Ômega 3 piora TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO • Perda de peso • Consumo de alguns alimentos • Prática de exercício (de baixo impacto → hidroginástica) TRATAMENTO FARMACOLÓGICO • Analgésico (inicial) • AINES (inicial) • Corticosteroides (inicial) • Drogas modificadoras da atividade reumatoide: demoram de semanas a meses para agir porque precisam primeiro impregnar na articulação. • Imunomoduladores (Agentes biológicos) Metotrexato (1ª linha de tratamento) não pode ser utilizado em gestantes 1ª linha de tratamento: ➔ AINES, corticoides, DMARD ➔ Metotrexato é o padrão-ouro 2ª linha de tratamento: ➔ Imunoterapia ➔ Alvo com agentes biológicos • Precocidade do diagnóstico • Início imediato de drogas modificadoras do curso da doença (DMARDs); • Controle rigoroso da atividade inflamatótia. Sem o tratamento adequado, após 2 anos do início dos sintomas, 75% dos pacientes culminam para erosões ósseas JANELA DE OPORTUNIDADE: uso imediato dos DMARDs, associado ou não aos glicorcoticoides, para controle precoce do processo inflamatório intra- articular; para prevenir a formação do pannus e para prevenir a destruição da articulação acometida. ANALGÉSICOS Toxicidade do paracetamol: Devido ao NAPQI → necrose dos hepatócitos AINES Podem ser utilizados em associação com os DMARDs para auxiliary na redução do processo inflamatório Deve-se sempre avaliar o risco/benefício. Princípio ativo • ASS • Ác. Mefenâmico • Piroxicam • Naproxeno • Etodolato • Diclofenaco • Ibuprofeno • Cetoprofeno Bruna Altvater Saturnino XLII – 201.1 -4 • Celecoxibe • Rofecoxibe • Dipirona • Paracetamol CORTICOIDES O efeito na inflamação articular costuma ser intenso e imediato, muito ao agrado do paciente; mas no médio prazo, os efeitos adversos podem ser devastadores; Os corticosteroides devem ser usados com muita cautela, sendo evitados sempre que possível ou empregados em doses mínimas, pelo menor tempo cabível, em forma decrescente e quando realmente necessários; Alguns pacientes com artrite reumatoide se beneficiam com uso contínuo de pequenas doses de prednisona (igual ou menor que 7.5 mg por dia), com tolerância satisfatório; Em doentes virgens de tratamento, um estudo demonstrou que doses medias de prednisona, associadas ao metotrexato e decrescidas rapidamente, trazem alívio sintomático e significativo e retardam a progressão da doença. ➔ Prednisona (uso em pctes com atividade hepática integra) ➔ Prednisonola ➔ Dexametasona DMARD - Drogas modificadoras do curso da doença (1ª linha de tratamento) Fármacos que atuam sobre células do sistema e substâncias por elas produzidas. Agem mais na causa que na consequência da doença inflamatória e têm a capacidade de induzir remissão de doença em médio e longo prazo. ➔ Matotrexato. Padrão-ouro. ➔ Azulfin (sulfasalazina - doenças inflamatórias intestinais). Mais para manter a remissão da doença. ➔ Arava (leflunomida) ➔ Reuquinol (hidroxicloroquina) • Presume-se que atuem em etapas precoces e causais da inflamação, imunomoduladores - e não em etapas tardias como AINES e esteroides. Hidroxicloroquina não causa imunodepressão. • São fármacos de depósito, impregnam tecidos corporais por longo tempo (meses), demoram para iniciar a ação farmacológica (até atingirníveis de impregnação) e na perda de ação (até atingir depuração completa) • Outras hipóteses é que modulem o microbiana, bactérias e vírus que provocam o corpo humano em mucosas e pele. Curiosamente, todos os DMARDS têm ação antibiótica ou antimetabólica • Padrão ouro • Foi usado inicialmente apenas como antineoplásico • Administrado por via oral ou subcutânea • Dose de manutenção pode ser semanal (de 7,5. 25 mg) ou quinzenal Exige monitorização de transminases e hemograma Pequena suplementação de ácido fólico (5mg por semana), minimiza efeitos, mas doses maiores antagonizam a ação do fármaco Inibe a síntese de ADN das células do sistema imunitário Síntese de substâncias anti-inflamatórias (adenosina) Outros efeitos diversos, ainda mal-compreendidos Efeito imunossupressor e anti-inflamatório Adenosina se liga nos receptores A2A, acoplados a proteína G, atribuindo atividade anti-inflamatória - diminuindo TNF, interferon-gama, IL-12, IL- 6, apoptose… Bruna Altvater Saturnino XLII – 201.1 -5 MTX inibe AICAR, a AICAR transformilase pega o substrato AICAR e transforma ele em formil-AICAR que vai dar purinas e depois DNA (proliferação). Se inibe AICAR transformilase, vai aumentar AICAR porque não vai ser transformado, ele aumentado inibe a degradação da adenosina, a adenosina aumentada vai ser liberada para o meio extracelular, podendo se ligar a receptores de adenosina (A2A). quando a adenosina se liga nesse receptor, diminui a inflamação. Cafeína e teofilina são antagonistas não seletivos dos receptores de adenosina - inibem a ligação da adenosina com os receptores. Inibidor do JAK/SAT. Quando as JAK estão ativadas (fosforiladas), ativam as SAT (fatores de transcrição que ativam genes). • Possui eficácia demonstrável • Age por mecanismo antimetabólico, interferindo com a síntese de pirimidinas • Fármaco de depósito com depuração lenta • Pode causar: Mielotoxicidade, hepatotoxidade e teratogenicidade; • A dose padrão para adultos é de 20 mg por dia Inibe a di-hidrooratoredutase. Para a proliferação de linfócitos → cessa a inflamação. Mecanismo de ação dos antimaláricos, embora não totalmente conhecido, envolve inibição da interação antígeno-anticorpo, a inibição da síntese de interleucina (IL-!) e da degradação da cartilagem induzida por esta citocina, além de inibir as funções lisossomais dos fagócitos Novo mecanismo de ação por meio da inibição de receptor toll-like. Baixar concentrações de cloroquina mostraram previnir de maneira acentuada a produção de interleucina-6 induzida por bactérias em células mononucleares humanas do sangue periférico, efeito resultante da inibição de receptor tolo-like (TLR-9) Contraindicado em pacientes com maculopatias pré-existentes (distúrbios visuais) Antes de iniciar.o tratamento prolongado, o médico deve realizar exame oftalmológico e este deverá ser repetido de 6 em 6 meses A toxicidade na retina é amplamente relacionado à dose Tem afinidade às vesículas lisossomais, e lá dentro por ser uma base fraca, altera o pH do lisossomo que é ácido. Assim, cloroquina se acumula no vacúolo digestivo e impede a digestão de proteínas necessárias para a malária e o parasito acaba morrendo. A hidroxicloroquina também se acumula em fagolisossomos de células de defesa. A APC ativa linfócito T, mas para isso processa o antígeno e depois apresenta via MHC. O paciente que utiliza o medicamento, não consegue fazer a apresentação de auto-antígenos melhorando artrite e o lúpus. Ela também quando no meio intracelular de macrófagos, neutrófilos, impede a produção de receptores de reconhecimento de alguns TOLL-like. Fundamento para covid: o toll-like 9 está presente em endossomas e eles reconhecem pumps virais. Assim, diminuiria o reconhecimento desses pumps virais diminuindo a resposta imune e todo processo inflamatório do COVID-19. Bruna Altvater Saturnino XLII – 201.1 -6 Não tolerar: náuseas, vômitos... 2ª LINHA DE TRATAMENTO IMUNOBIOLÓGICOS A nomenclatura dos biológicos se baseia na utilização de sufixos que identificam a sua natureza: anticorpo monoclonal; ou proteína de fusão • Ximabe: anticorpo monoclonal quimérico • Zumabe: anticorpo monoclonal humanizado • Umabe: anticorpo monoclonal humano • Cepte: proteína de fusão Aprovados para uso no brasil: • Anti-TNF • Remicade (infliximab) • Humira (adalimumab) • Simponi (golimumab) • Cimzic (certolizumabe) Bruna Altvater Saturnino XLII – 201.1 -7 • Depletor de linfócitos B - MabThera (rituximab) • Bloqueador de receptor de interleucina-6 - Acetemra • Bloqueador da coestimulação do linfócito T - Orencia (abatacept) Exceto o rituximabe, são indicados para o tratamento de adultos com AR moderada a grave, com resposta anterior inadequada à terapia com DMARD, e devem ser usados preferencialmente de forma concomitante aos DMARD Abatacepte e tocilizumabe, indicados em caso de resposta inadequada aos inibidores de TNF-alfa (adalimumabe, certolizumabe pegou, etanercepte, golimumabe, infliximabe) Rituximabe, indicado somente em combinação com MTX para o tratamento de pacientes adultos com artrite reumatoide ativa que tiveram resposta inadequada ou intolerância a um ou mais inibidores de TNF-alfa A decisão de usar um agente biológico para o tratamento de um paciente com AR envolve fatores como: • Eficácia • Posologia • Tempo de resposta • Intolerancia a outros tratamento sistêmicos • Monitorização • Segurança • Efeitos adversos • Custo • Aderência • Gravidade do quadro • Comorbidades relacionadas Considera-se como fatores relevantes: a rapidez da resposta terapêutica e a melhoria na qualidade de vida Drogas imunossupressores Uso de imunossupressores está restrito para as formas mais severas da AR • Ciclosfosfamina • Imuran Bruna Altvater Saturnino XLII – 201.1 -8 Bruna Altvater Saturnino XLII – 201.1 -9
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