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Transtornos da personalidade
Psiquiatria 9
* Personalidade: refere-se a todas as características de adaptação de formas únicas a ambientes internos e externos em constante modificação.
* Transtornos da personalidade são comuns e crônicos. Eles ocorrem em 10 a 20% da população em geral, e sua duração é expressa em décadas. Aproximadamente 50% de todos os pacientes psiquiátricos apresentam um transtorno da personalidade, com frequência comórbido com outras síndromes clínicas. 
* Transtorno da personalidade também é um fator predisponente para outros transtornos psiquiátricos (p. ex., uso de substância, suicídio, transtornos afetivos, do controle de impulsos, alimentares e de ansiedade), interferindo nos resultados de tratamento de várias síndromes clínicas e aumentando a incapacitação pessoal, a morbidade e a mortalidade desses pacientes.
* Pessoas com transtorno da personalidade têm uma propensão muito maior a recusar auxílio psiquiátrico e a negar seus problemas do que indivíduos com transtornos de ansiedade, depressivos ou obsessivo-compulsivo. 
* Sintomas de Transtosno de Personalidade: de modo geral, são egossintônicos (i.e., aceitáveis ao ego, em contraste com egodistônicos) e aloplásticos (i.e., adaptam-se ao tentar alterar o ambiente externo em vez de a si mesmos). 
* Comportamento mal-adaptativo de pessoas com transtornos da personalidade não lhes causa ansiedade. Uma vez que normalmente não identificam dor a partir do que os outros percebem como seus sintomas, eles costumam não estar interessados em tratamento e são resistentes a recuperação.
classificação
* Transtorno da Personalidade Geral: padrão persistente de experiência interna e comportamento que se desvia acentuadamente das expectativas da cultura do indivíduo; o padrão é inflexível; começa na adolescência ou no início da idade adulta; é estável ao longo do tempo; leva a sofrimento ou prejuízo; e se manifesta em pelos menos duas das quatro áreas seguintes: cognição, afetividade, funcionamento interpessoal ou controle de impulsos. Quando os traços de personalidade são rígidos e mal-adaptativos e produzem prejuízo funcional, ou sofrimento subjetivo, é possível diagnosticar um transtorno da personalidade.
* Subtipos de Transtorno da Personalidade:
· Grupo A: transtornos da personalidade com características estranhas ou de afastamento (paranoide, esquizoide e esquizotípica).
· Grupo B: transtornos com características dramáticas, impulsivas ou erráticas (borderline, antissocial, narcisista e histriônica).
· Grupo C: transtornos que compartilham características de ansiedade e medo (evitativa, dependente e obsessivo-compulsiva).
* Indivíduos frequentemente exibem traços que não se limitam a um único transtorno da personalidade. Quando um paciente satisfaz os critérios para mais de um, o clínico deve diagnosticar cada um deles.
tipos de transtorno da personalidade
* Transtorno da Personalidade Paranoide: padrão de desconfiança e de suspeita tamanhas que as motivações dos outros são interpretadas como malévolas.
* Transtorno da Personalidade Esquizoide: padrão de distanciamento das relações sociais e uma faixa restrita de expressão emocional.
* Transtorno da Personalidade Esquizotípica: padrão de desconforto agudo nas relações íntimas, distorções cognitivas ou perceptivas e excentricidades do comportamento.
* Transtorno da Personalidade Antissocial: padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros.
* Transtorno da Personalidade Borderline: padrão de instabilidade nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos, com impulsividade acentuada.
* Transtorno da Personalidade Histriônica: padrão de emocionalidade e busca de atenção em excesso.
* Transtorno da Personalidade Narcisista: padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia.
* Transtorno da Personalidade Evitativa: padrão de inibição social, sentimentos de inadequação e hipersensibilidade a avaliação negativa.
* Transtorno da Personalidade Dependente: padrão de comportamento submisso e apegado relacionado a uma necessidade excessiva de ser cuidado.
* Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva: padrão de preocupação com ordem, perfeccionismo e controle.
* Mudança de Personalidade Devido a Outra Condição Médica: perturbação persistente da personalidade entendida como decorrente dos efeitos fisiológicos diretos de uma condição médica (p. ex., lesão no lobo frontal).
* Outro Transtorno da Personalidade Especificado e Transtorno da Personalidade Não Especificado: são categorias utilizadas para duas situações: 
· Padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um transtorno da personalidade, estando presentes traços de vários transtornos da personalidade distintos, mas os critérios para qualquer um desses transtornos específicos não são preenchidos; 
· Padrão da personalidade do indivíduo atende aos critérios gerais para um transtorno da personalidade, mas considera-se que ele tenha um transtorno da personalidade que não faz parte da classificação do DSM-5 (p. ex., transtorno da personalidade passivo-agressiva).
etiologia
fatores genéticos
* Transtornos da Personalidade do Grupo A: mais comuns em parentes biológicos de pacientes com esquizofrenia do que em grupos-controle. Há mais parentes com transtorno da personalidade esquizotípica em histórias familiares de pessoas com esquizofrenia do que em grupos-controle. Há uma correlação menor entre esquizofrenia e transtorno de personalidade paranoide ou esquizoide.
* Transtornos da Personalidade do Grupo B: aparentemente têm uma base genética. O da personalidade antissocial está relacionado a transtornos por uso de álcool. Depressão é comum nos antecedentes familiares de indivíduos com transtorno da personalidade borderline. Esses indivíduos têm mais parentes com transtorno do humor do que os grupos-controle, e pessoas com transtorno da personalidade borderline também costumam apresentar um transtorno do humor. Encontra-se uma forte associação entre o transtorno da personalidade histriônica e o de sintomas somáticos (síndrome de Briquet); pacientes com cada um desses transtornos demonstram uma sobreposição de sintomas.
* Transtornos da Personalidade do Grupo C: também podem ter uma base genética. Pacientes com transtorno da personalidade evitativa costumam apresentar níveis elevados de ansiedade. Traços obsessivo-compulsivos são mais comuns em gêmeos monozigóticos do que em dizigóticos, e pacientes com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva mostram alguns sinais associados à depressão – por exemplo, período de latência reduzido do movimento rápido dos olhos (REM) e resultados anormais nos testes de supressão com dexametasona (TSD).
fatores biológicos
* Hormônios: indivíduos que exibem traços impulsivos frequentemente também apresentam níveis elevados de testosterona, 17-estradiol e estrona. Resultados do TSD são anormais em alguns pacientes com transtorno da personalidade borderline que também apresentam sintomas depressivos.
* Monoaminoxidase Plaquetária: baixos níveis plaquetários de monoaminoxidase (MAO) foram associados com atividade e sociabilidade.
* Movimentos Oculares de Seguimento Suave: são sacádicos (i.e., irregulares) em pessoas introvertidas, que têm baixa autoestima e tendência ao retraimento e que apresentam transtorno da personalidade esquizotípica. Esses achados não têm aplicação clínica, mas indicam o papel da hereditariedade.
* Neurotransmissores: Níveis elevados de endorfinas endógenas podem estar associados a indivíduos apáticos. Níveis de ácido 5-hidróxi-indolacético (5-HIAA), um metabólito de serotonina, são baixos em indivíduos que tentam suicídio e naqueles que são impulsivos e agressivos. Níveis crescentes de serotonina com agentes serotonérgicos como fluoxetina podem produzir alterações drásticas em alguns traços de personalidade referentes ao caráter. Em muitas pessoas,a serotonina diminui depressão, impulsividade e ruminação e pode produzir uma sensação geral de bem-estar. Aumento das concentrações de dopamina no sistema nervoso central produzido por determinados psicoestimulantes (p. ex., anfetaminas) pode induzir euforia.
* Eletrofisiologia: mudanças na condução elétrica no eletroencefalograma (EEG) ocorrem em alguns pacientes com transtornos da personalidade, com maior frequência dos tipos antissocial e borderline; essas mudanças aparecem como atividade de ondas lentas em EEGs.
fatores psicanalíticos
* Sigmund Freud sugeriu que os traços de personalidade estão relacionados a uma fixação em um dos estágios psicossexuais de desenvolvimento.
· Indivíduos com um caráter oral são passivos e dependentes porque estão fixados no estágio oral, quando a dependência de outros para alimentação é proeminente. 
· Indivíduos com um caráter anal são teimosos, parcimoniosos e altamente escrupulosos devido a dificuldades no treinamento para o uso do banheiro durante a fase anal.
* Teoria de Reich: considera-se que a marca singular da personalidade de cada ser humano é, em grande parte, determinada por seus mecanismos de defesa característicos. Cada transtorno da personalidade apresenta um agrupamento de defesas que ajudam clínicos que usam psicodinâmica a identificar o tipo de patologia de caráter presente. Pessoas com transtorno da personalidade paranoide, por exemplo, usam projeção, enquanto o transtorno da personalidade esquizoide está associado a retraimento.
* Mecanismos de Defesa: mecanismos de defesa. Para ajudar indivíduos com transtornos da personalidade, o psiquiatra deve compreender as defesas subjacentes do paciente, os processos mentais inconscientes que o ego usa para resolver conflitos entre os quatro princípios-guia da vida interior: instinto (desejo ou necessidade), realidade, pessoas importantes e consciência. Em sua eficácia máxima, especialmente entre indivíduos com transtornos da personalidade, as defesas podem abolir a ansiedade e a depressão no nível consciente. Assim, abandonar uma defesa aumenta a consciência de ansiedade e depressão – um dos maiores motivos pelos quais indivíduos com transtornos da personalidade relutam em alterar seu comportamento.
· Fantasia: muitas pessoas classificadas como esquizoides – pessoas excêntricas, solitárias ou assustadas – buscam conforto e satisfação dentro de si mesmas criando vidas imaginárias, especialmente amigos imaginários. Em sua vasta dependência de fantasia, essas pessoas costumam aparentar indiferença excessiva. O terapeuta precisa entender que a insociabilidade desses pacientes é fruto de um medo de intimidade.
· Dissociação: dissociação, ou negação, é uma substituição de afetos desagradáveis por agradáveis. Pessoas que fazem uso de dissociação com frequência são vistas como dramáticas e emocionalmente superficiais; elas podem ser caracterizadas como tendo uma personalidade histriônica. Esses indivíduos se comportam como adolescentes ansiosos que, para aplacar essa ansiedade, se expõem sem preocupações a perigos excitantes. Aceitá-los como exuberantes e sedutores é deixar de ver sua ansiedade, mas confrontá-los com suas vulnerabilidades e imperfeições os coloca ainda mais na defensiva. Visto que esses pacientes buscam reconhecimento de sua coragem e atração, o terapeuta não deve se comportar com circunspecção exagerada. Enquanto se mantém calmo e firme, o clínico deve estar ciente de que esses indivíduos costumam mentir sem perceber, mas que se beneficiam da exposição de suas próprias ansiedades e podem, durante o processo, “se lembrar” do que “esqueceram”.
· Isolamento: característico de pessoas controladas e metódicas que costumam ser caracterizadas como tendo personalidade obsessivo-compulsiva. As pessoas obsessivo-compulsivas lembram-se da verdade em detalhes, mas sem afeto. Em uma crise, o paciente pode demonstrar maior autocontrole, comportamento social excessivamente formal e teimosia. Suas tentativas de assumir o controle podem irritar o clínico ou deixá-lo ansioso. Com frequência, esses pacientes reagem bem a explicações precisas, sistemáticas e racionais e valorizam eficiência, limpeza e pontualidade tanto quanto valorizam a agilidade de resposta do clínico.
· Projeção: paciente atribui seus próprios sentimentos inconfessos a outros. A excessiva censura e a sensibilidade a críticas do paciente podem soar, para o terapeuta, como uma preconceituosa e hiperviligante cobrança de injustiças, mas essa atitude não deve ser enfrentada de modo defensivo, nem ser discutida. Em vez disso, o clínico deve reconhecer com honestidade mesmo enganos de pouca importância que cometeu e falar sobre a possibilidade de dificuldades que ainda podem acontecer. A técnica de contraprojeção é particularmente útil. O clínico reconhece e dá razão total aos sentimentos e às percepções dos pacientes paranoides; ele não argumenta contra as queixas dos pacientes nem as reforça, mas concorda que o mundo descrito por eles é concebível. O entrevistador pode falar sobre os reais motivos e sentimentos, atribuídos por engano a outra pessoa, e começar a sedimentar uma aliança com o paciente.
· Cisão: as pessoas que são alvo de sentimentos ambivalentes do paciente são divididas em boas e más. Esse comportamento de defesa pode ser altamente perturbador em uma ala hospitalar e, por fim, pode fazer a equipe se voltar contra o paciente. Quando membros da equipe já antecipam o processo, discutem-no em reuniões e confrontam o paciente de modo gentil com o fato de que ninguém é totalmente bom nem totalmente mau, é possível lidar de forma eficaz com o fenômeno de cisão.
· Agressividade Passiva: pessoas com defesa passivo-agressiva voltam sua raiva contra si mesmas. Em termos psicanalíticos, esse fenômeno é denominado masoquismo e inclui fracasso, procrastinação, comportamento tolo ou provocativo, ridicularização autodegradante e atos de autodestruição manifestos. A hostilidade nesse comportamento nunca está totalmente encoberta. De fato, em um mecanismo como o corte dos punhos, outras pessoas sentem a mesma intensidade de raiva como se elas próprias tivessem sido agredidas e veem o paciente como um sádico, não como um masoquista. A melhor maneira de o terapeuta lidar com a agressividade passiva é ajudar os pacientes a desafogar sua raiva.
· Atuação: durante a atuação, os pacientes expressam diretamente desejos inconscientes ou conflitos por meio de ações para evitar tanto a consciência da ideia quanto do afeto que os acompanham. Ataques de raiva, agressões aparentemente sem motivo, abuso infantil e promiscuidade sem prazer são exemplos comuns. Uma vez que o comportamento ocorre fora da consciência refletiva, a atuação com frequência parece ao observador estar desacompanhada de culpa, mas quando a atuação é impossível, o conflito por trás da defesa pode ficar acessível. Ao deparar- se com a atuação, seja ela de natureza agressiva ou sexual, o clínico, durante a entrevista, deve reconhecer que o paciente perdeu o controle, que tudo o que o entrevistador disser provavelmente será mal interpretado e que atrair a atenção do paciente é fundamental. Dependendo das circunstâncias, a resposta do clínico pode ser “Como posso ajudá-lo se você continuar gritando?”, ou, caso a perda de controle pareça aumentar, pode afirmar “Se você continuar gritando eu vou embora”. Um entrevistador que se sinta ameaçado pelo paciente pode simplesmente sair e, se necessário, pedir auxílio aos seguranças ou à polícia.
· Identificação Projetiva: surge principalmente no transtorno da personalidade borderline e consiste em três passos. Primeiro, um aspecto do self é projetado sobre outra pessoa. O indivíduo que o projetou tenta, então, coagir a outra pessoa a se identificar com o que foi projetado. Por fim, é criado um sentimento de unidade ou união entre a pessoa que foi o alvo da projeção e a pessoa que a realizou.
transtorno da personalidade
características diagnósticas
* Traços de Personalidade: padrões persistentes de percepção, de relacionamento com e de pensamentosobre o ambiente e si mesmo que são exibidos em uma ampla gama de contextos sociais e pessoais. Os traços de personalidade constituem transtornos da personalidade somente quando são inflexíveis e mal-adaptativos e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos.
* Diagnóstico de transtornos da personalidade exige avaliação dos padrões de funcionamento de longo prazo do indivíduo, e as características particulares da personalidade devem estar evidentes no começo da fase adulta. Os traços de personalidade que definem esses transtornos devem também ser diferenciados das características que surgem em resposta a estressores situacionais específicos ou estados mentais mais transitórios (p. ex., transtornos bipolar, depressivo ou de ansiedade; intoxicação por substância). O clínico deve avaliar a estabilidade dos traços de personalidade ao longo do tempo e em diversas situações. Embora uma única entrevista com o indivíduo seja algumas vezes suficiente para fazer o diagnóstico, é frequentemente necessário realizar mais de uma entrevista e espaçá-las ao longo do tempo.
* Para que um transtorno da personalidade seja diagnosticado em um indivíduo com menos de 18 anos de idade, as características precisam ter estado presentes por pelo menos um ano. A única exceção é o transtorno da personalidade antissocial, que não pode ser diagnosticado em indivíduos com menos de 18 anos.
diagnóstico diferencial
* Outros Transtornos Mentais: muitos dos critérios específicos para transtornos da personalidade descrevem aspectos (p. ex., desconfiança, dependência, insensibilidade) que também caracterizam episódios de outros transtornos mentais. Um transtorno da personalidade deve ser diagnosticado apenas quando as características definidoras tenham surgido antes do começo da vida adulta, sejam típicas do funcionamento de longo prazo do indivíduo e não ocorram exclusivamente durante um episódio de outro transtorno mental. Pode ser particularmente difícil (e não particularmente útil) distinguir transtornos da personalidade de transtornos mentais persistentes, como um transtorno depressivo persistente com início precoce e curso duradouro e relativamente estável. Alguns transtornos da personalidade podem ter uma relação de “espectro” com outros transtornos mentais (p. ex., transtorno da personalidade esquizotípica com esquizofrenia; transtorno da personalidade evitativa com transtorno de ansiedade social [fobia social]) com base em semelhanças fenomenológicas ou biológicas ou agregação familiar.
* Traços de Personalidade: transtornos da personalidade devem ser distinguidos de traços de personalidade que não atingem o limiar para um transtorno da personalidade. Traços de personalidade são diagnosticados como um transtorno da personalidade apenas quando são inflexíveis, mal-adaptativos e persistentes e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos. 
* Transtornos Psicóticos: Para os três transtornos da personalidade que podem ter relação com os transtornos psicóticos (i.e., paranoide, esquizoide e esquizotípica), existe um critério de exclusão que diz que o padrão comportamental não deve ter ocorrido exclusivamente durante o curso de esquizofrenia, transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos ou outro transtorno psicótico. Quando um indivíduo tem um transtorno mental persistente (p. ex., esquizofrenia) que foi precedido por um transtorno da personalidade preexistente, o transtorno da personalidade deve ser também registrado, seguido de “pré-mórbido” entre parênteses.
* Transtornos de Ansiedade e Depressivo: clínico deve ter cautela ao diagnosticar transtornos da personalidade durante um episódio de transtorno depressivo ou de ansiedade, visto que essas condições podem apresentar sintomas cruzados que imitam traços de personalidade e podem dificultar a avaliação retrospectiva dos padrões de funcionamento de longo prazo do indivíduo.
* Transtorno de Estresse Pós-Traumático: quando mudanças de personalidade emergem e persistem após um indivíduo ser exposto a estresse extremo, um diagnóstico de transtorno de estresse pós-traumático deve ser considerado.
* Transtornos por Uso de Substância: quando um indivíduo tem um transtorno por uso de substância, é importante não fazer um diagnóstico de transtorno da personalidade unicamente com base em comportamentos que sejam consequências de intoxicação ou abstinência da substância ou que estejam associados a atividades a serviço do uso continuado da substância (p. ex., comportamento antissocial).
* Mudança de Personalidade Devido a Outra Condição Médica: quando surgem mudanças persistentes de personalidade em consequência dos efeitos fisiológicos de outra condição médica (p. ex., tumor cerebral), um diagnóstico de mudança de personalidade em razão de outra condição médica deve ser considerado.
transtorno da personalidade paranoide
* Indivíduo com transtorno da personalidade paranoide caracteriza-se por suspeita e desconfiança arraigadas em relação a pessoas em geral. Ele recusa a responsabilidade por seus próprios sentimentos e a atribui a outros. Costuma ser hostil, irritável e irascível. Intolerantes, colecionadores de injustiças, cônjuges patologicamente ciumentos e mal-humorados, litigiosos com frequência têm transtorno da personalidade paranoide.
* Indivíduos com o transtorno raramente buscam terapia por si mesmos; ao serem encaminhados para tratamento por um cônjuge ou empregador, conseguem se recompor e demonstrar falta de sofrimento.
* O transtorno é diagnosticado com maior frequência em homens do que em mulheres.
diagnóstico
* Durante o exame psiquiátrico, pacientes com transtorno da personalidade paranoide podem apresentar modos formais e agir perplexos por terem que buscar ajuda psiquiátrica. Tensão muscular, incapacidade de relaxar e necessidade de vasculhar o ambiente por pistas podem ser sinais evidentes, e seus modos são com frequência sérios e sem humor. Embora algumas bases de seus argumentos possam ser falsas, sua fala é dirigida a objetivos e lógica. Seu conteúdo de pensamento demonstra evidências de projeção, preconceito e, eventualmente, ideias de referência.
características clínicas
* Os atributos inconfundíveis do transtorno da personalidade paranoide são suspeita e desconfiança excessivas em relação a outras pessoas expressas como uma tendência global de interpretar os atos dos outros como deliberadamente aviltantes, malévolos, ameaçadores, exploradores ou enganadores. Essa tendência começa no início da vida adulta e surge em diversos contextos. 
* Quase de modo invariável, indivíduos com o transtorno esperam ser explorados ou lesados pelos outros de alguma forma. Eles com frequência questionam, sem qualquer justificativa, a lealdade ou integridade de caráter de amigos ou sócios. Essas pessoas costumam ser patologicamente ciumentas e, sem algum motivo, questionam a fidelidade de seus cônjuges ou parceiros sexuais. 
* Indivíduos com esse transtorno exteriorizam suas próprias emoções e usam o mecanismo de defesa de projeção; atribuem a outros os impulsos e pensamentos que não podem aceitar em si mesmos. Ideias de referência e ilusões defendidas com argumentos lógicos são comuns. 
* Pessoas com transtorno da personalidade paranoide têm afeto restrito e parecem frias, sem emoção. Orgulham-se de sua racionalidade e objetividade, mas isso não corresponde à realidade. Demonstram ausência de afeição e impressionam-se e prestam bastante atenção a poder e nível hierárquico. Expressam desdém em relação a indivíduos que percebam como fracos, doentios, debilitados ou deficientes de alguma forma. Em situações sociais, essas pessoas podem transmitir uma ideia de profissionalismo e eficiência, mas costumam gerar medo e conflito em outras pessoas.
diagnóstico diferencial
* Outros Transtornos Mentais com Sintomas Psicóticos: transtorno da personalidade paranoide pode ser distinguido de transtorno delirante do tipo persecutório, da esquizofrenia e do transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos pelo fato de esses transtornosserem todos caracterizados por um período de sintomas psicóticos persistentes (p. ex., delírios e alucinações). Para que um diagnóstico adicional de transtorno da personalidade paranoide seja dado, o transtorno da personalidade deve ter estado presente antes do aparecimento dos sintomas psicóticos e deve também persistir após a remissão dos sintomas psicóticos. Quando um indivíduo tem outro transtorno mental persistente (p. ex., esquizofrenia) que foi precedido por um transtorno da personalidade paranoide, o transtorno da personalidade deve ser também registrado, seguido de “pré-mórbido” entre parênteses.
* Mudança de Personalidade Devido a Outra Condição Médica: transtorno da personalidade paranoide deve ser distinguido de mudança de personalidade devido a outra condição médica, na qual os traços que emergem são atribuíveis aos efeitos diretos de outra condição médica no sistema nervoso central.
* Transtornos por Uso de Substância: transtorno da personalidade paranoide deve ser distinguido de sintomas que podem se desenvolver em associação com o uso persistente de substância. 
* Traços Paranoides Associados a Deficiências Físicas: transtorno deve também ser distinguido de traços paranoides associados ao desenvolvimento de deficiências físicas (p. ex., deficiência auditiva).
* Outros Transtornos da Personalidade e Traços de Personalidade: é importante distinguir esses transtornos tendo como base suas diferenças quanto aos aspectos característicos. Entretanto, se um indivíduo tem aspectos de personalidade que atendem aos critérios para um ou mais de um transtorno da personalidade além do transtorno da personalidade paranoide, todos os demais transtornos podem ser diagnosticados. 
· Transtorno da Personalidade Esquizotípica: compartilha os traços de desconfiança, distanciamento interpessoal e ideação paranoide com o transtorno da personalidade paranoide, mas o transtorno da personalidade esquizotípica também inclui sintomas como pensamento mágico, experiências perceptivas incomuns e pensamento e discurso estranhos. 
· Transtorno da Personalidade Esquizoide: indivíduos com comportamentos que atendem aos critérios para transtorno da personalidade esquizoide costumam ser vistos como estranhos, excêntricos, frios e distantes, mas em geral não apresentam ideação paranoide acentuada. 
· Transtorno da Personalidade Borderline e Histriônica: a tendência de indivíduos com transtorno da personalidade paranoide de reagir aos menores estímulos com raiva é também encontrada nos transtornos da personalidade borderline e histriônica. Esses transtornos, todavia, não estão necessariamente associados com desconfiança difusa. 
· Transtorno da Personalidade Evitativa: indivíduos podem também relutar em confiar nos outros, mas isso ocorre mais por medo de sentir vergonha ou inadequação do que por medo de intenções maldosas. 
· Transtorno da Personalidade Antissocial: embora o comportamento antissocial possa estar presente em alguns indivíduos com transtorno da personalidade paranoide, isso não costuma ser motivado por um desejo de ganho pessoal ou de explorar os outros como no transtorno da personalidade antissocial, sendo a motivação mais frequente um desejo de vingança. 
· Transtorno da Personalidade Narcisista: indivíduos com transtorno da personalidade narcisista podem ocasionalmente apresentar desconfiança, retraimento social ou alienação que se originam primariamente de medos de ter suas imperfeições ou falhas reveladas.
· Traços Paranoides: podem ser adaptativos, particularmente em ambientes ameaçadores. O transtorno da personalidade paranoide deve ser diagnosticado apenas quando tais traços são inflexíveis, mal-adaptativos e persistentes, além de causarem prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos.
curso e prognóstico
* Não foram conduzidos estudos adequados, sistemáticos e de longo prazo sobre o transtorno da personalidade paranoide. Em alguns, o transtorno é vitalício; em outros, um prenúncio de esquizofrenia. E, ainda em outros, traços paranoides cedem espaço para formação reativa, preocupação adequada com moralidade e preocupações altruísticas quando amadurecem ou quando há redução do estresse.
tratamento
Psicoterapia
* Tratamento recomendado para indivíduos com transtorno da personalidade paranoide. 
* Terapeutas devem tratar esses pacientes sempre de forma direta. Caso um terapeuta seja acusado de incoerência ou de alguma falha, como estar atrasado para uma consulta, sinceridade e desculpas são preferíveis a uma explicação defensiva. O terapeuta deve se lembrar de que confiança e tolerância a intimidade são áreas problemáticas para pessoas com esse transtorno. Portanto, psicoterapia individual exige um estilo profissional e não muito afetuoso do terapeuta. 
* O uso zeloso demais de interpretação por parte do clínico – especialmente interpretação sobre sentimentos profundos de dependência, preocupações sexuais e desejos de intimidade – aumenta de forma significativa a desconfiança do paciente. 
* Indivíduos paranoides não se saem bem em psicoterapia de grupo, embora ela possa ser útil para melhorar habilidades sociais e reduzir suspeitas por meio de psicodrama. 
* Muitos não conseguem tolerar a intromissão da terapia comportamental, também usada para treinamento de habilidades sociais.
* Pacientes com transtorno da personalidade paranoide se comportam de forma tão ameaçadora que o terapeuta precisa controlar seus atos ou impor limites. 
* Acusações delirantes devem ser abordadas de forma realista, mas delicada, e sem humilhar os pacientes. 
* Indivíduo paranoide fica profundamente assustado quando sente que as pessoas que tentam ajudá-lo são fracas e desamparadas; portanto, o terapeuta nunca deve se oferecer para assumir o controle a menos que esteja disposto e seja capaz de fazê-lo.
Farmacoterapia
* Farmacoterapia é útil para lidar com agitação e ansiedade. 
* Na maioria dos casos, um agente ansiolítico como diazepam é o suficiente. Pode ser necessário, no entanto, usar um antipsicótico como haloperidol em pequenas doses e durante períodos curtos de tempo para o manejo de agitação grave ou pensamento quase delirante. O fármaco antipsicótico pimozida reduziu a ideação paranoide com sucesso em alguns pacientes.
transtorno de personalidade esquizoide
* Caracterizado por um padrão vitalício de retraimento social. Indivíduos com esse transtorno costumam ser vistos pelos outros como excêntricos, isolados ou solitários. Seu desconforto com a interação humana, sua introversão e seu afeto frio e constrito são destaques.
* Proporção de gênero do transtorno é desconhecida; alguns estudos apontam uma proporção de homens para mulheres de 2:1. 
* Indivíduos afetados tendem a se direcionar para trabalhos solitários que envolvam pouco ou nenhum contato com os outros. Muitos preferem trabalhar à noite, ao invés de turnos diurnos, para que não precisem lidar com muitas pessoas.
diagnóstico
* Em um exame psiquiátrico inicial, o paciente com transtorno da personalidade esquizoide pode parecer pouco à vontade. Ele raramente tolera contato visual, e o entrevistador pode supor que esse tipo de paciente esteja ansioso para que a entrevista termine. Seu afeto pode ser constrito, distante ou inadequadamente sério, mas, por trás da indiferença, o clínico sensível pode identificar medo. Esses indivíduos acham difícil não levar as coisas a sério: seus esforços para serem engraçados podem parecer adolescentes e fora de contexto. Sua fala é dirigida a objetivos, mas são propensos a fornecer respostas curtas às perguntas e evitar conversas espontâneas. Algumas vezes, podem usar figuras de linguagem incomuns, como uma metáfora estranha, e podem ficar fascinados por objetos inanimados ou construtos metafísicos. Seu conteúdo mental pode revelar um senso injustificado de intimidade com pessoas que não conhecem bem ou que passaram um longo tempo sem encontrar. Seu sensório é intacto, a memória funciona bem, e suas interpretações de provérbios são abstratas.
características clínicas
* Pessoas com transtorno da personalidadeesquizoide parecem frias e indiferentes; exibem um retraimento distante e demonstram falta de envolvimento com eventos diários e com as preocupações de terceiros. Parecem caladas, distantes, isoladas e insociáveis. Podem viver suas vidas com extraordinariamente pouca necessidade ou vontade de formar laços afetivos e são as últimas a perceber mudanças na moda popular.
* Histórias de vida dessas pessoas refletem interesses solitários e sucesso em empregos solitários e não competitivos que outras pessoas acham difíceis de tolerar. Sua vida sexual pode existir apenas na fantasia, e podem adiar indefinidamente o amadurecimento da sexualidade. Homens podem não se casar porque são incapazes de atingir intimidade; mulheres podem concordar de forma passiva a se casar com um homem agressivo que deseje o casamento.
* Indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide costumam revelar uma incapacidade vitalícia de expressar diretamente a raiva. Eles podem investir quantidades enormes de energia afetiva a interesses não humanos, como matemática e astronomia, e podem ser muito ligados a animais.
* Modismos de saúde e alimentação, correntes filosóficas e esquemas de melhora social, em especial os que não exigem envolvimento pessoal, costumam absorver sua atenção.
* Embora pareçam pensar apenas em si mesmas e estar perdidas em devaneios, pessoas com transtorno da personalidade esquizoide apresentam capacidade normal de reconhecer a realidade. Uma vez que atos agressivos raras vezes são incluídos em seu repertório de reações habituais, elas lidam com a maioria das ameaças, reais ou imaginadas, por meio de fantasias de onipotência ou resignação.
* Costumam ser vistas como indiferentes, mas às vezes conseguem conceber, desenvolver e proporcionar ao mundo ideias genuinamente originais e criativas.
diagnóstico diferencial
* Outros Transtornos Mentais com Sintomas Psicóticos: transtorno da personalidade esquizoide pode ser distinguido de transtorno delirante, esquizofrenia e transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos pelo fato de esses transtornos serem todos caracterizados por um período de sintomas psicóticos persistentes (p. ex., delírios e alucinações). Para que seja dado um diagnóstico adicional de transtorno da personalidade esquizoide, o transtorno da personalidade deve ter estado presente antes do aparecimento dos sintomas psicóticos e deve persistir quando tais sintomas estão em remissão. Quando um indivíduo tem um transtorno psicótico persistente (p. ex., esquizofrenia) que foi precedido por um transtorno da personalidade esquizoide, o transtorno da personalidade deve ser também registrado, seguido de “pré-mórbido” entre parênteses.
* Transtorno do Espectro Autista: pode haver grande dificuldade em distinguir indivíduos com transtorno da personalidade esquizoide daqueles com formas mais leves de transtorno do espectro autista, os quais podem ser diferenciados por apresentarem interação social comprometida de forma mais grave e comportamentos e interesses estereotipados.
* Mudança de Personalidade Devido a Outra Condição Médica: transtorno da personalidade esquizoide deve ser distinguido de mudança de personalidade devido a outra condição médica, na qual os traços que emergem são atribuíveis aos efeitos de outra condição médica no sistema nervoso central.
* Transtornos por Uso de Substância: transtorno da personalidade esquizoide deve também ser distinguido de sintomas que podem se desenvolver em associação com o uso persistente de substância.
* Outros Transtornos da Personalidade e Traços de Personalidade: é importante distinguir tais transtornos com base em diferenças em seus aspectos característicos. Entretanto, se um indivíduo apresenta aspectos de personalidade que atendem a critérios para um ou mais de um transtorno da personalidade além de transtorno da personalidade esquizoide, todos podem ser diagnosticados.
· Transtorno da Personalidade Esquizotípica e Paranoide: ainda que características de isolamento social e afetividade restrita sejam comuns a transtornos da personalidade esquizoide, esquizotípica e paranoide, o transtorno da personalidade esquizoide pode ser distinguido do da esquizotípica pela ausência de distorções cognitivas e perceptivas e do transtorno da personalidade paranoide pela ausência de desconfiança e ideação paranoide.
· Transtorno da Personalidade Evitativa: isolamento social do transtorno da personalidade esquizoide pode ser distinguido daquele da personalidade evitativa, o qual é atribuível ao medo de sentir-se envergonhado ou inadequado e à excessiva antecipação de rejeição. 
· Transtorno da Personalidade Obsessivo-Compulsiva: pessoas com transtorno da personalidade esquizoide, por sua vez, apresentam distanciamento mais difuso e desejo limitado de intimidade social. Indivíduos com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva também podem demonstrar um aparente distanciamento social que se origina da devoção ao trabalho e um desconforto com as emoções, mas eles de fato têm uma capacidade subjacente de intimidade.
· Traço da Personalidade Esquizoide: indivíduos que são “solitários” podem apresentar traços de personalidade capazes de serem considerados esquizoides. Esses traços somente constituem o transtorno da personalidade esquizoide quando são inflexíveis e mal-adaptativos e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos.
curso e prognóstico
* Início do transtorno da personalidade esquizoide em geral ocorre no começo da infância ou na adolescência. 
* Longa duração, mas não é necessariamente vitalício.
tratamento
Psicoterapia
* Tratamento de pacientes com transtorno da personalidade esquizoide é semelhante àquele para indivíduos com transtorno da personalidade paranoide. Pessoas esquizoides têm tendência a introspecção; contudo, essas tendências são consistentes com as expectativas do psicoterapeuta, e esses pacientes podem se tornar devotados, ainda que distantes. Com o desenvolvimento de confiança, o paciente esquizoide pode, com bastante apreensão, revelar uma abundância de fantasias, amigos imaginários e temores de dependência insuportáveis – até mesmo de se fundir ao terapeuta.
* No contexto de terapia grupal, pacientes com transtorno da personalidade esquizoide podem ficar calados durante longos períodos; ainda assim, ficam envolvidos. Esses pacientes devem ser protegidos contra ataques agressivos de outros membros do grupo devido a sua inclinação a permanecerem quietos. Com o tempo, os membros do grupo assumem importância para o indivíduo com o transtorno e podem proporcionar o único contato social em sua existência, que, de outra forma, é isolada.
Farmacoterapia
* Farmacoterapia com pequenas doses de antipsicóticos, antidepressivos e psicoestimulantes beneficia alguns pacientes. 
* Agentes serotonérgicos podem deixar o paciente menos sensível a rejeição. 
* Benzodiazepínicos podem ajudar a diminuir a ansiedade interpessoal.
transtorno da personalidade esquizotípica
* Pessoas com transtorno da personalidade esquizotípica exibem características estranhas ou excêntricas impressionantes, mesmo para leigos. Pensamento mágico, noções peculiares, ideias de referência, ilusões e desrealização são parte do mundo cotidiano de uma pessoa com o transtorno.
* Estudos de adoção, de família e de gêmeos demonstram um aumento de prevalência de características esquizotípicas nas famílias de indivíduos com esquizofrenia, especialmente quando as características esquizotípicas não foram associadas a sintomas afetivos comórbidos.
diagnóstico
* Diagnostica-se transtorno da personalidade esquizotípica com base nas peculiaridades de pensamento, comportamento e aparência do paciente. Obter a história pode ser uma tarefa difícil devido a sua forma incomum de comunicação.
características clínicas
* Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica exibem perturbação de pensamento e comunicação. Embora não haja transtorno do pensamento totalmente manifesto, sua fala pode ser distinta ou peculiar, pode fazer sentido apenas para eles mesmose com frequência necessita de interpretação.
* Indivíduo com transtorno da personalidade esquizotípica pode desconhecer seus próprios sentimentos e ainda assim ter extrema sensibilidade e consciência a respeito dos sentimentos dos outros, sobretudo os negativos, como de raiva. Esses indivíduos podem ser supersticiosos ou alegar poderes de clarividência e acreditar ser dotados de poderes especiais de pensamento e insight. Seu mundo interior pode estar cheio de relacionamentos imaginários vívidos e temores e fantasias infantis. Eles podem admitir ilusões da percepção ou macropsia e confessar que outras pessoas parecem ser feitas de madeira e todas iguais.
* Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica são isolados e têm poucos ou nenhum amigo. O paciente pode exibir características de transtorno da personalidade borderline, e, de fato, ambos os diagnósticos podem ser estabelecidos. Sob estresse, pacientes com transtorno da personalidade esquizotípica podem sofrer descompensação e apresentar sintomas psicóticos, mas que costumam ser breves. Aqueles com casos graves do transtorno podem apresentar anedonia e depressão grave.
diagnóstico diferencial
* Outros Transtornos Mentais com Sintomas Psicóticos: transtorno da personalidade esquizotípica pode ser distinguido de transtorno delirante, esquizofrenia e transtorno bipolar ou depressivo com sintomas psicóticos pelo fato de todos esses transtornos serem caracterizados por um período de sintomas psicóticos persistentes (p. ex., delírios e alucinações). Para que seja dado um diagnóstico adicional de transtorno da personalidade esquizotípica, o transtorno deve ter estado presente antes do aparecimento dos sintomas psicóticos e deve persistir quando tais sintomas estão em remissão. Quando um indivíduo tem um transtorno psicótico persistente (p. ex., esquizofrenia), antecedido de transtorno da personalidade esquizotípica, o transtorno da personalidade deve ser também registrado, seguido de “pré-mórbido” entre parênteses.
* Transtornos do Neurodesenvolvimento: pode ser bastante difícil diferenciar crianças com transtorno da personalidade esquizotípica do grupo heterogêneo de crianças solitárias e estranhas cujo comportamento é caracterizado por isolamento social pronunciado, excentricidade ou peculiaridades linguísticas e cujos diagnósticos provavelmente incluam formas mais leves de transtorno do espectro autista ou transtornos da comunicação e linguagem. Os transtornos da comunicação podem ser diferenciados pela primazia e gravidade do transtorno na linguagem e pelos aspectos característicos de linguagem prejudicada encontrados em uma avaliação especializada desta. Formas mais leves do transtorno do espectro autista são diferenciadas por sua falta de percepção social ainda maior e de reciprocidade emocional e por seus comportamentos e interesses estereotipados.
* Mudança de Personalidade Devido a Outra Condição Médica: transtorno da personalidade esquizotípica deve ser distinguido de mudança de personalidade devido a outra condição médica, na qual os traços que emergem são atribuíveis aos efeitos de outra condição médica no sistema nervoso central.
* Transtornos por Uso de Substância: transtorno da personalidade esquizotípica deve ser também distinguido de sintomas que podem se desenvolver em associação com o uso persistente de substância.
* Outros Transtornos da Personalidade e Traços de Personalidade: é importante distinguir entre esses transtornos com base em diferenças nos seus aspectos característicos. Entretanto, quando um indivíduo apresenta características de personalidade que atendem a critérios para um ou mais de um transtorno da personalidade além do transtorno da personalidade esquizotípica, todos podem ser diagnosticados. 
· Transtornos da Personalidade Paranoide e Esquizoide: ainda que os transtornos da personalidade paranoide e esquizoide possam também ser caracterizados por distanciamento social e afeto restrito, o transtorno da personalidade esquizotípica pode ser distinguido desses dois diagnósticos pela presença de distorções cognitivas ou perceptivas e excentricidade ou esquisitice acentuada. 
· Transtorno da Personalidade Evitativa: relacionamentos próximos são limitados tanto no transtorno da personalidade esquizotípica como no transtorno da personalidade evitativa; neste último, porém, um desejo ativo de relacionamentos é inibido por medo de rejeição, ao passo que no transtorno da personalidade esquizotípica há falta de desejo de relacionamentos e distanciamento persistente. 
· Transtorno da Personalidade Narcisista: indivíduos com transtorno da personalidade narcisista podem também demonstrar desconfiança, retraimento social ou alienação; no transtorno da personalidade narcisista, porém, essas características derivam basicamente de medos de ter reveladas imperfeições ou falhas. 
· Transtorno da Personalidade Borderline: indivíduos com transtorno da personalidade borderline podem também apresentar sintomas transitórios que parecem psicóticos, mas eles costumam estar mais intimamente ligados a mudanças afetivas em resposta a estresse (p. ex., raiva intensa, ansiedade, desapontamento) e são geralmente mais dissociativos (p. ex., desrealização, despersonalização). Indivíduos com transtorno da personalidade esquizotípica, por sua vez, têm maior tendência a apresentar sintomas duradouros que parecem psicóticos, os quais podem piorar sob estresse, e têm menor probabilidade de apresentarem durante todo o tempo sintomas afetivos intensos. Embora possa ocorrer isolamento social no transtorno da personalidade borderline, ele costuma ser mais comumente secundário a fracassos interpessoais repetidos devido a ataques de raiva e mudanças frequentes de humor do que resultado de falta persistente de contatos sociais e de desejo de intimidade. Além disso, pessoas com transtorno da personalidade esquizotípica geralmente não demonstram os comportamentos impulsivos ou manipuladores do indivíduo com transtorno da personalidade borderline. Há, todavia, alta taxa de ocorrência concomitante dos dois transtornos, de modo que fazer tais distinções nem sempre é possível. Características esquizotípicas durante a adolescência costumam ser mais reflexo de turbulência emocional passageira do que um transtorno persistente da personalidade.
curso e prognóstico
* De acordo com o pensamento clínico atual, a personalidade pré-mórbida do paciente com esquizofrenia é a esquizotípica. Alguns, no entanto, mantêm uma personalidade esquizotípica durante toda a vida e se casam e trabalham, apesar de suas excentricidades.
tratamento
Psicoterapia
* Os princípios de tratamento do transtorno da personalidade esquizotípica não diferem dos usados no tratamento do
transtorno da personalidade esquizoide, mas o clínico deve lidar com o primeiro com maior sensibilidade. Esses pacientes apresentam padrões de pensamento peculiares, e alguns estão envolvidos em cultos, estranhas práticas religiosas e o ocultismo. O terapeuta não deve ridicularizar essas peculiaridades nem criticar essas crenças ou atividades.
Farmacoterapia
* Medicamentos antipsicóticos podem ser úteis para lidar com ideias de referência, ilusões e outros sintomas do transtorno e ser usados em conjunto com psicoterapia. 
* Antidepressivos são válidos quando houver um componente depressivo da personalidade.
transtorno da personalidade antissocial
* Transtorno da personalidade antissocial é uma incapacidade de se adequar às regras sociais que normalmente governam diversos aspectos do comportamento adolescente e adulto de um indivíduo. Embora se caracterize por atos contínuos de natureza antissocial ou criminosa, o transtorno não é sinônimo de criminalidade.
* Mais comum em áreas urbanas pobres e entre residentes eventuais dessas áreas.
* Muito mais comum em homens do que em mulheres.
* Início do transtorno ocorre antes dos 15 anos de idade. Meninas normalmente apresentam sintomas antes da puberdade, e meninos, ainda mais cedo.
diagnóstico
* Durante a entrevista, podem parecer calmos e confiáveis, mas, sobo verniz, escondem-se tensão, hostilidade, irritabilidade e fúria. Uma entrevista de estresse, na qual o paciente seja confrontado vigorosamente com incoerências em sua história, pode ser necessária para revelar a patologia.
* Uma bateria de exames diagnósticos deve incluir testes neurológicos. Uma vez que os pacientes costumam demonstrar resultados de EEG anormais e leves sinais neurológicos que sugerem dano cerebral mínimo na infância, esses achados podem ser usados para confirmar a impressão clínica.
características clínicas
* Indivíduos com transtorno da personalidade antissocial frequentemente podem parecer normais e até mesmo simpáticos e lisonjeiro. Suas histórias, no entanto, revelam perturbação do funcionamento ou várias áreas da vida. Mentiras, vadiagem, fuga de casa, roubos, brigas, abuso de substância e atividades ilegais são experiências típicas que os pacientes relatam ter início já na infância. Eles costumam impressionar clínicos do sexo oposto com os aspectos sedutores e pitorescos de sua personalidade, mas clínicos do mesmo sexo podem vê-los como manipuladores e exigentes.
* Indivíduos com transtorno da personalidade antissocial não exibem ansiedade nem depressão, uma ausência que pode parecer amplamente incongruente com suas situações, embora ameaças de suicídio e preocupações somáticas possam ser comuns. Suas próprias explicações para seu comportamento antissocial fazem-no parecer gratuito, mas seu conteúdo mental revela a completa ausência de delírios e de outros sinais de pensamento irracional. Na realidade, eles com frequência têm um senso de realidade aguçado e costumam impressionar observadores com sua boa inteligência verbal.
* Pessoas com esse transtorno são autênticas representantes dos vigaristas. Elas são extremamente manipuladoras e com frequência podem convencer os outros a participar de esquemas para obter dinheiro fácil ou para alcançar fama ou notoriedade. Esses esquemas podem, no fim, levar o incauto a ruína financeira ou constrangimento social, ou a ambos. Indivíduos com esse transtorno não falam a verdade, e não se pode confiar neles para executar qualquer tipo de tarefa ou aderir a qualquer padrão convencional de moralidade. Promiscuidade, abuso conjugal, abuso infantil e condução de veículos em estado de embriaguez são eventos comuns em suas vidas. Um achado de destaque é a ausência de remorso por tais atos; ou seja, eles parecem não ter uma consciência.
diagnóstico diferencial
* Transtornos por Uso de Substância: quando o comportamento antissocial em um adulto está associado a um transtorno por uso de substância, o diagnóstico de transtorno da personalidade antissocial não é feito a não ser que os sinais desse transtorno também tenham estado presentes na infância e continuado até a vida adulta. Quando tanto o uso de substância quanto o comportamento antissocial começaram na infância e se mantiveram na vida adulta, ambos devem ser diagnosticados caso sejam satisfeitos os critérios para os dois, mesmo que alguns atos antissociais possam ser consequência do transtorno por uso de substância (p. ex., venda ilegal de drogas, roubos para obter dinheiro para drogas).
* Esquizofrenia e Transtorno Bipolar: comportamento antissocial que ocorre exclusivamente durante o curso de esquizofrenia ou transtorno bipolar não deve ser diagnosticado como transtorno da personalidade antissocial.
* Outros Transtornos da Personalidade: é importante, então, distinguir entre esses transtornos com base nas diferenças em seus aspectos característicos. Entretanto, se um indivíduo apresenta características de personalidade que atendem a critérios para um ou mais transtornos da personalidade além do transtorno da personalidade antissocial, todos podem ser diagnosticados. 
· Transtorno da Personalidade Narcisista: indivíduos com transtorno da personalidade antissocial e transtorno da personalidade narcisista compartilham uma tendência a determinação exagerada, desembaraço, superficialidade, exploração e falta de empatia. O transtorno da personalidade narcisista, porém, não inclui características de impulsividade, agressão e falsidade. Além disso, indivíduos com transtorno da personalidade antissocial podem não ser tão necessitados de admiração e inveja dos outros, e pessoas com o transtorno da personalidade narcisista costumam carecer de uma história de transtorno da conduta na infância ou comportamento criminoso na vida adulta. 
· Transtorno da Personalidade Histriônica e Transtorno da Personalidade Borderline: indivíduos com transtorno da personalidade antissocial e transtorno da personalidade histriônica compartilham uma tendência a serem impulsivos, superficiais, incansáveis, sedutores, manipuladores e a buscarem emoções, mas aqueles com transtorno da personalidade histriônica tendem a ser mais exagerados nas emoções e não costumam se envolver em comportamentos antissociais. Indivíduos com transtorno da personalidade histriônica e borderline manipulam para obter atenção, ao passo que aqueles com transtorno da personalidade antissocial manipulam para obter lucro, poder ou outra gratificação material. Indivíduos com transtorno da personalidade antissocial tendem a ser menos instáveis emocionalmente e mais agressivos do que aqueles com transtorno da personalidade borderline. 
· Comportamento Antissocial: pode estar presente em alguns indivíduos com transtorno da personalidade paranoide, ele não costuma ser motivado por desejo de ganho pessoal ou exploração dos outros como no transtorno da personalidade antissocial; o que os move é mais frequentemente um desejo de vingança.
* Comportamento Criminoso Não Associado a um Transtorno da Personalidade: transtorno da personalidade antissocial deve ser distinguido do comportamento criminoso realizado para obter algum ganho e que não é acompanhado pelas características de personalidade que são parte desse transtorno. Apenas quando os traços da personalidade antissocial forem inflexíveis, mal-adaptativos e persistentes e causarem prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos é que constituirão transtorno da personalidade antissocial.
curso e prognóstico
* Quando um transtorno da personalidade antissocial se desenvolve, segue um curso ininterrupto, sendo que o auge do comportamento antissocial normalmente ocorre no fim da adolescência. 
* Prognóstico varia. Há relatos que indicam a redução dos sintomas com a idade. Muitos pacientes apresentam transtorno de sintomas somáticos e diversas queixas físicas. Transtornos depressivos, transtornos por uso de álcool e abuso de outra substância são comuns.
tratamento
Psicoterapia
* Caso sejam confinados (p. ex., internados em um hospital), pacientes com transtorno da personalidade antissocial frequentemente se tornam receptivos a psicoterapia. Quando o indivíduo sente que está entre pares, sua falta de motivação para mudança desaparece. Talvez, por esse motivo, grupos de mútua ajuda são mais úteis do que o cárcere para atenuar o transtorno. 
Farmacoterapia
* Usada para lidar com sintomas incapacitantes como ansiedade, raiva e depressão, mas, como os pacientes com frequência abusam de substâncias, os fármacos devem ser usados de forma criteriosa. 
* Caso um paciente mostre evidências de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade, psicoestimulantes como metilfenidato podem ser úteis.
* Foram realizadas tentativas de alterar o metabolismo de catecolamina com fármacos e de controlar o comportamento impulsivo com antiepilépticos, como carbamazepina ou valproato, por exemplo, especialmente quando foram identificadas formas de onda anormais no EEG. 
* Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos foram usados para reduzir agressividade.
transtorno da personalidade borderline
* Indivíduos com transtorno da personalidade borderline encontram-se no limiar entre neurose e psicose e têm por característica afeto, humor, comportamento, relações objetais e autoimagem extraordinariamente instáveis.
* A 10ª revisão da Classificação internacional de doenças e problemas relacionados à saúde (CID-10) usa adenominação de transtorno de personalidade emocionalmente instável.
diagnóstico
* Diagnóstico de transtorno da personalidade borderline pode ser estabelecido no início da idade adulta.
* Estudos biológicos podem auxiliar o diagnóstico; alguns pacientes com transtorno da personalidade borderline mostram redução da latência REM e perturbações na continuidade do sono, resultados anormais no TSD e no teste de hormônio liberador de tireotrofina. Essas alterações, no entanto, também são observadas em algumas pessoas com transtornos depressivos.
características clínicas
* Indivíduos com transtorno da personalidade borderline quase sempre parecem estar em crise. Mudanças de humor são comuns. A pessoa pode estar inclinada a discussões em um momento, deprimida no momento seguinte e, mais tarde, se queixar de não ter sentimentos. Pode apresentar episódios psicóticos de curta duração (denominados episódios micropsicóticos) em vez de crises psicóticas totalmente manifestas, e seus sintomas psicóticos quase sempre são limitados, fugazes ou questionáveis. 
* O comportamento do paciente com transtorno da personalidade borderline é de extrema imprevisibilidade, e é raro suas realizações estarem no mesmo nível de suas capacidades. A natureza dolorosa de sua vida reflete-se em atos autodestrutivos repetidos. Esse tipo de paciente pode cortar os pulsos e executar outras formas de automutilação para obter ajuda dos outros, para exprimir raiva ou para se anestesiar do afeto que o consome.
* Uma vez que se sentem tanto dependentes quanto hostis, as pessoas com esse transtorno têm relacionamentos interpessoais tumultuosos. Elas podem ser dependentes das pessoas com quem têm intimidade e, quando se frustram, expressar uma grande raiva dirigida aos amigos mais íntimos. Essas pessoas não conseguem tolerar a ideia de ficar sozinhas e preferem uma busca frenética por companhia, sem importar o quanto ela lhe seja insatisfatória. Para mitigar a solidão, mesmo que por breves períodos, aceitam um estranho como amigo ou se comportam de forma promíscua. Costumam se queixar de sentimentos crônicos de vazio e tédio e da falta de um senso de identidade coerente (difusão de identidade); quando pressionadas, frequentemente reclamam de como se sentem sempre deprimidas, apesar do turbilhão de outros afetos.
* Do ponto de vista funcional, pacientes com transtorno da personalidade borderline distorcem seus relacionamentos caracterizando cada pessoa como totalmente boa ou totalmente má. Eles enxergam as pessoas ou como figuras de ligação afetuosas, ou como figuras sádicas odiosas que os privam de suas necessidades de segurança e ameaçam abandoná-los sempre que se sentem dependentes. Como resultado dessa cisão, a pessoa boa é idealizada, e a pessoa má, desvalorizada. Deslocamentos de fidelidade de uma pessoa ou um grupo para outros são frequentes. Alguns clínicos usam os conceitos de panfobia, pan-ansiedade, pan-ambivalência e sexualidade caótica para delinear as características desses pacientes.
diagnóstico diferencial
* Transtornos Depressivo e Bipolar: transtorno da personalidade borderline frequentemente ocorre de forma concomitante com transtornos depressivos ou bipolares, e, quando atendidos critérios para ambos, os dois podem ser diagnosticados. Visto que a apresentação momentânea do transtorno da personalidade borderline pode ser mimetizada por um episódio de transtorno depressivo ou bipolar, o clínico deve evitar firmar um diagnóstico adicional de transtorno da personalidade borderline com base apenas na apresentação momentânea, sem ter documentado que o padrão teve começo precoce e curso prolongado.
* Outros Transtornos da Personalidade: é importante fazer a distinção entre esses transtornos com base nas diferenças em seus aspectos característicos. Entretanto, se um indivíduo apresenta características de personalidade que atendem aos critérios para um ou mais de um transtorno da personalidade além do transtorno da personalidade borderline, todos podem ser diagnosticados. 
· Transtorna da Personalidade Histriônica: ainda que o transtorno da personalidade histriônica possa ser também caracterizado por busca de atenção, comportamento manipulativo e por mudanças rápidas nas emoções, o transtorno da personalidade borderline distingue-se por autodestrutividade, ataques de raiva nos relacionamentos íntimos e sentimentos crônicos de vazio profundo e solidão. 
· Transtorno da Personalidade Esquizotípoca: ideias ou ilusões paranoides podem estar presentes nos transtornos da personalidade borderline e esquizotípica, mas esses sintomas, no transtorno da personalidade borderline, são mais transitórios, reativos a problemas interpessoais e responsivos à estruturação externa. 
· Transtornos da Personalidade Paranoide e Narcisista: embora os transtornos da personalidade paranoide e narcisista possam ser também caracterizados por reação de raiva a estímulos mínimos, a relativa estabilidade da autoimagem, assim como a relativa falta de autodestrutividade, impulsividade e preocupações acerca de abandono, distinguem esses transtornos do transtorno da personalidade borderline. 
· Transtorno da Personalidade Antissocial: mesmo que os transtornos da personalidade antissocial e borderline sejam caracterizados por comportamento manipulativo, indivíduos com o primeiro manipulam para obter lucro, poder ou alguma outra gratificação material, ao passo que o alvo, no transtorno da personalidade borderline, é a obtenção de atenção dos cuidadores. 
· Transtorno da Personalidade Dependente: tanto o transtorno da personalidade dependente quanto o transtorno da personalidade borderline são caracterizados por medo de abandono; entretanto, o indivíduo com este último reage ao abandono com sentimentos de vazio emocional, fúria e exigências, ao passo que aquele com transtorno da personalidade dependente reage com calma e submissão e busca urgentemente uma relação substituta que dê atenção e apoio. 
· Transtorno da Personalidade Dependente: transtorno da personalidade borderline pode ser também distinguido do transtorno da personalidade dependente por seu padrão típico de relações instáveis e intensas.
* Mudança de Personalidade devido a Outra Condição Médica: transtorno da personalidade borderline deve ser distinguido de mudança de personalidade devido a outra condição médica, na qual os traços que emergem são atribuíveis aos efeitos de outra condição médica no sistema nervoso central.
* Transtornos por Uso de Substância: transtorno da personalidade borderline deve ainda ser distinguido de sintomas que podem se desenvolver em associação com o uso persistente de substância.
* Problemas de Identidade: transtorno da personalidade borderline deve ser distinguido de um problema de identidade, o qual é reservado para preocupações quanto à identidade relativas a uma fase de desenvolvimento (p. ex., adolescência) e não se qualifica como um transtorno mental.
curso e prognóstico
* Transtorno da personalidade borderline é razoavelmente estável; o paciente sofre pouca mudança ao longo do tempo.
* Diagnóstico costuma ser estabelecido antes dos 40 anos, quando as pessoas tentam fazer escolhas profissionais, conjugais, entre outras, e são incapazes de lidar com os estágios normais do ciclo da vida.
* Não há progressão para esquizofrenia, mas os pacientes têm uma incidência elevada de episódios de transtorno depressivo maior.
tratamento
Psicoterapia
* Psicoterapia para pacientes com transtorno da personalidade borderline é uma área intensamente pesquisada e se tornou o tratamento recomendado.
* Psicoterapia é difícil tanto para o paciente quanto para o terapeuta. O paciente regride com facilidade, age por impulso e demonstra transferências positivas ou negativas lábeis ou fixas, as quais são difíceis de analisar. Identificação projetiva também pode causar problemas de contratransferência quando o terapeuta não tem a percepção de que o paciente está inconscientemente tentando coagi-lo a desempenhar um comportamento específico. O mecanismo de defesa de cisão faz o paciente amarou odiar o terapeuta de forma alternada, assim como as outras pessoas em seu ambiente. Uma abordagem voltada para a realidade é mais eficaz do que interpretações profundas do inconsciente.
* Terapeutas usaram terapia comportamental para controlar os impulsos e as explosões de raiva dos pacientes e para reduzir sua sensibilidade a críticas e rejeição. O treinamento de habilidades sociais, sobretudo com reprodução de gravações em vídeo, permite ao paciente ver como suas ações afetam outras pessoas e, assim, melhorar seu comportamento interpessoal.
* Indivíduos com transtorno da personalidade borderline costumam se sair bem em instalações hospitalares, onde recebem psicoterapia intensiva tanto individual quanto em grupo.
* Terapia Comportamental Dialética: usada em pacientes com transtorno da personalidade borderline, especialmente nos casos de comportamento parassuicida, como cortes frequentes.
* Tratamento Baseado na Mentalização: mentalização é um construto social que permite a uma pessoa estar atenta a seus estados mentais e aos dos outros; ela se origina da consciência do indivíduo dos processos mentais e dos estados subjetivos que surgem nas interações interpessoais. O TBM se baseia em uma teoria de que os sintomas da personalidade borderline, como dificuldade de regular emoções e de lidar com impulsividade, são resultado das capacidades reduzidas de mentalização do paciente. Portanto, acredita-se que a recuperação da mentalização o ajude a construir habilidades de relacionamento ao aprender a regular melhor seus pensamentos e sentimentos.
* Psicoterapia Focada na Transferência: terapeuta vale-se de dois processos principais ao trabalhar com o paciente: o primeiro é clarificação, na qual a transferência é analisada de forma mais direta do que na psicoterapia tradicional, de modo que o paciente se torne rapidamente consciente de suas distorções com relação ao terapeuta. O segundo é a confrontação, na qual o terapeuta indica como essas distorções de transferência interferem nas relações interpessoais com outros (objetos). O mecanismo de cisão usado pelo paciente borderline caracteriza-se pela existência de um objeto bom e um objeto mau e é utilizado como defesa contra a ansiedade. Caso a terapia tenha sucesso, a necessidade de cisão se reduz, as relações objetais melhoram, e um nível de funcionamento mais normal é alcançado.
Farmacoterapia
* Útil para lidar com características específicas da personalidade que interferem no funcionamento geral do paciente. 
* Usaram-se antipsicóticos para controlar raiva, hostilidade e episódios psicóticos breves. 
* Antidepressivos melhoram o humor deprimido comum em indivíduos com transtorno da personalidade borderline. Inibidores da MAO (IMAOs) modularam com sucesso o comportamento impulsivo em alguns pacientes. 
* Benzodiazepínicos, especialmente alprazolam, ajudam com ansiedade e depressão, mas alguns pacientes exibem desinibição com essa classe de fármacos. 
* Anticonvulsivantes, como carbamazepina, podem melhorar o funcionamento global de algumas pessoas. 
* Agentes serotonérgicos, como inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs), foram úteis em alguns casos.
transtorno da personalidade histriônica
* Pessoas com transtorno da personalidade histriônica são excitáveis e emotivas e comportam-se de forma dramática, florida e extrovertida. Contudo, junto com esses aspectos mais vistosos, costuma existir uma incapacidade de manter ligações profundas e duradouras.
* Transtorno é diagnosticado com maior frequência em mulheres do que em homens. 
* Alguns estudos revelaram uma associação com transtorno de sintomas somáticos e transtornos por uso de álcool.
diagnóstico
* Em entrevistas, pacientes com transtorno da personalidade histriônica costumam ser cooperativos e ávidos por fornecer uma história detalhada. Gesticulações e exclamações dramáticas em seu discurso são comuns; eles cometem deslizes frequentes, e sua linguagem é pitoresca. Exibição afetiva é comum, mas, quando pressionados a reconhecer determinados sentimentos (p. ex., raiva, tristeza e desejos sexuais), podem reagir com surpresa, indignação ou negação. Os resultados do exame cognitivo costumam ser normais, embora uma falta de perseverança possa ser evidenciada em tarefas aritméticas ou de concentração, e o esquecimento do paciente de material com carga afetiva pode ser impressionante.
características clínicas
* Pessoas com transtorno da personalidade histriônica exibem um grau elevado de comportamento de busca por atenção. Elas tendem a exagerar seus pensamentos e sentimentos e fazem tudo soar mais importante do que realmente é. Exibem ataques de raiva, choro e acusações quando não são o centro das atenções ou não estão recebendo elogios ou aprovação.
* Comportamento sedutor é comum nos dois sexos. Fantasias sexuais envolvendo pessoas com as quais o paciente esteja envolvido são comuns, mas ele demonstra incoerência ao verbalizar essas fantasias e pode se comportar de forma tímida ou flertar em vez de ser sexualmente agressivo. Na realidade, pacientes histriônicos podem apresentar uma disfunção psicossexual; mulheres podem ser anorgásmicas, e homens podem ser impotentes. Sua necessidade de tranquilização é infinita. O paciente pode ceder a seus impulsos sexuais para se sentir seguro de ser atraente ao sexo oposto. Contudo, seus relacionamentos têm propensão a ser superficiais, e ele pode ser vaidoso, egocêntrico e volúvel. Sua forte necessidade de dependência torna-o crédulo e ingênuo.
* As principais defesas de pacientes com transtorno da personalidade histriônica são repressão e dissociação. Em conformidade com essa característica, esses indivíduos não estão cientes de seus verdadeiros sentimentos e não conseguem explicar suas motivações. Sob estresse, o teste de realidade fica facilmente prejudicado.
diagnóstico diferencial
* Outros Transtornos da Personalidade e Traços de Personalidade: é importante distinguir entre esses transtornos com base nas diferenças em seus aspectos característicos. Entretanto, se um indivíduo apresenta características de personalidade que atendem aos critérios para um ou mais de um transtorno da personalidade além do transtorno da personalidade histriônica, todos podem ser diagnosticados.
· Transtorno da Personalidade Borderline: embora o transtorno da personalidade borderline possa também ser caracterizado por busca de atenção, comportamento manipulativo e mudanças rápidas de emoções, ele é distinguido pela autodestrutividade, pelos rompantes de raiva nos relacionamentos íntimos e pelos sentimentos crônicos de vazio profundo e perturbação da identidade. 
· Transtorno da Personalidade Antissocial: indivíduos com os transtornos da personalidade antissocial e histriônica compartilham uma tendência a impulsividade, superficialidade, busca de excitação, descuido, sedução e manipulação, mas pessoas com o transtorno da personalidade histriônica tendem a ser mais exageradas nas suas emoções e não costumam envolver-se em comportamentos antissociais. Indivíduos com transtorno da personalidade histriônica manipulam para obter cuidados, ao passo que aqueles com transtorno da personalidade antissocial manipulam para obter lucro, poder ou alguma outra gratificação material. 
· Transtorno da Personalidade Narcisista: embora indivíduos com transtorno da personalidade narcisista também busquem obstinadamente a atenção dos outros, eles geralmente querem elogios por sua “superioridade”, enquanto pessoas com transtorno da personalidade histriônica desejam ser vistas como frágeis ou dependentes caso isso sirva para a obtenção de atenção. Indivíduos com transtorno da personalidade narcisista podem exagerar a intimidade dos seus relacionamentos com outras pessoas, mas estão mais aptos a reforçar a condição “VIP” ou a riqueza dos amigos. 
· Transtorno da Personalidade Dependente: indivíduo é excessivamente dependente dos outros quanto a elogios e orientação, mas não apresenta as características exibicionistas, exageradas e emocionais daqueles com o transtorno da personalidadehistriônica.
· Traços da Personalidade Histriônica: esses traços somente constituem o transtorno quando são inflexíveis, mal-adaptativos e persistentes e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos.
* Mudança de Personalidade Devido a Outra Condição Médica: transtorno da personalidade histriônica deve ser distinguido da mudança de personalidade devido a outra condição médica, na qual os traços que emergem são atribuíveis aos efeitos de outra condição médica no sistema nervoso central.
* Transtornos por Uso de Substância: transtorno deve também ser diferenciado de sintomas que podem se desenvolver em associação com o uso persistente de substância.
curso e prognóstico
* Com a idade, pessoas com transtorno da personalidade histriônica mostram menos sintomas, mas, como não têm a energia de anos anteriores, a diferença na quantidade de sintomas pode ser mais aparente do que real. 
* Indivíduos com esse transtorno buscam sensações e podem ter problemas legais, fazer abuso de substâncias e agir de forma promíscua.
tratamento
Psicoterapia
* Pacientes com transtorno da personalidade histriônica costumam não estar cientes de seus próprios sentimentos reais; a clarificação de seus sentimentos interiores é um processo terapêutico importante. 
* Psicoterapia e orientação psicanalítica, em grupo ou individual, provavelmente seja o tratamento mais indicado para essas pessoas.
Farmacoterapia
* Farmacoterapia pode funcionar como tratamento adjunto quando direcionada aos sintomas (p. ex., uso de antidepressivos para depressão e queixas somáticas, agentes ansiolíticos para ansiedade, e antipsicóticos para desrealização e ilusões).
transtorno da personalidade narcisista
* Pessoas com transtorno da personalidade narcisista são caracterizadas por um senso aguçado de autoimportância, ausência de empatia e sentimentos grandiosos de serem únicas. Contudo, por trás dessas características, existe uma autoestima frágil e vulnerável às menores críticas.
* Pessoas afetadas podem transmitir uma ideia irrealista de onipotência, grandiosidade, beleza e talento a seus filhos e, assim, os filhos, de pais com essas características podem apresentar um risco acima do normal de desenvolver, eles próprios, o transtorno.
diagnóstico
características clínicas
* Pessoas com transtorno da personalidade narcisista têm um sentimento de autoimportância grandioso; consideram-se especiais e esperam tratamento especial. Seu sentimento de merecimento é impressionante. Elas lidam mal com críticas e podem ficar com raiva quando alguém ousa criticá-las, ou podem parecer completamente indiferentes a críticas. Querem que as coisas sejam do seu jeito e com frequência têm ambição de obter fama e fortuna. Seus relacionamentos são pouco importantes, e podem deixar os outros furiosos por sua recusa em obedecer às regras convencionais de comportamento. A exploração interpessoal é frequente. Não conseguem demonstrar empatia e fingem simpatia apenas para atingir seus próprios objetivos egoístas. Devido a sua frágil autoestima, são suscetíveis a depressão. Dificuldades interpessoais, problemas profissionais, rejeição e perda estão entre os estresses que os narcisistas normalmente produzem com seu comportamento – estresses com os quais são as pessoas menos capazes de lidar.
diagnóstico diferencial
* Outros Transtornos da Personalidade e Traços de Personalidade: é importante distinguir entre esses transtornos com base nas diferenças em seus aspectos característicos. Entretanto, se um indivíduo apresenta características de personalidade que atendem aos critérios para um ou mais de um transtorno da personalidade além do transtorno da personalidade narcisista, todos podem ser diagnosticados. 
· Transtornos da personalidade Histriônica, Antissocial e Borderline: característica mais útil à discriminação do transtorno da personalidade narcisista dos transtornos da personalidade histriônica, antissocial e borderline, nos quais os estilos de interação são respectivamente a sedução, a insensibilidade e a carência, é a grandiosidade. A relativa estabilidade da autoimagem, assim como a ausência relativa de autodestrutividade, impulsividade e preocupações com abandono, também ajuda a distinguir o transtorno da personalidade narcisista do transtorno da personalidade borderline. Orgulho excessivo com as conquistas, falta relativa de demonstração das emoções e desdém pelas sensibilidades dos outros ajudam a distinguir o transtorno da personalidade narcisista do transtorno da personalidade histriônica. Ainda que indivíduos com transtornos da personalidade borderline, histriônica e narcisista possam exigir muita atenção, aqueles com transtorno da personalidade narcisista precisam especificamente dessa atenção para serem admirados. Indivíduos com transtorno da personalidade antissocial e personalidade narcisista compartilham uma tendência a ser determinados, desembaraçados, superficiais, exploradores e carentes de empatia. O transtorno da personalidade narcisista, entretanto, não necessariamente inclui características de impulsividade, agressão e dissimulação. Além disso, indivíduos com o transtorno da personalidade antissocial podem não ser tão carentes da admiração e da inveja dos outros, e pessoas com o transtorno da personalidade narcisista costumam não ter a história de transtorno da conduta na infância ou comportamento criminoso na vida adulta. 
· Transtornos da Personalidade Obsessivo-Compulsiva: tanto no transtorno da personalidade narcisista quanto no transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva, o indivíduo pode professar um compromisso com o perfeccionismo e acreditar que os outros não são capazes de fazer as coisas tão bem. Em contraste com a autocrítica que acompanha aqueles com transtorno da personalidade obsessivo-compulsiva, indivíduos com transtorno da personalidade narcisista são mais propensos a achar que atingiram a perfeição. 
· Transtorno da Personalidade Esquizotípica ou Paranoide: desconfiança e retraimento social normalmente diferenciam aqueles com transtorno da personalidade esquizotípica ou paranoide daqueles com transtorno da personalidade narcisista. Quando essas características estão presentes em indivíduos com transtorno da personalidade narcisista, elas se originam primariamente de medos de ter imperfeições ou falhas reveladas. 
· Traços de Personalidade Narcisistas: esses traços somente constituem o transtorno da personalidade narcisista quando são inflexíveis, mal-adaptativos e persistentes e causam prejuízo funcional ou sofrimento subjetivo significativos.
* Mania ou Hipomania: grandiosidade pode emergir como parte de episódios maníacos ou hipomaníacos, mas a associação com mudanças de humor ou prejuízos funcionais ajuda a distinguir esses episódios do transtorno da personalidade narcisista.
* Transtornos por Uso de Substância: transtorno da personalidade narcisista deve também ser distinguido de sintomas que podem se desenvolver em associação com o uso persistente de substância.
curso e prognótico
* Transtorno da personalidade narcisista é crônico e difícil de tratar.
* Indivíduos com o transtorno devem lidar constantemente com golpes em seu narcisismo resultantes de seu próprio comportamento ou de sua experiência de vida. Eles lidam mal com o processo de envelhecimento, já que valorizam beleza, força e atributos da juventude, à qual se apegam de forma inadequada. Podem ser mais vulneráveis, portanto, a crises de meia-idade do que outros grupos.
tratamento
Psicoterapia
* Visto que os pacientes precisam renunciar a seu narcisismo para progredir, o tratamento do transtorno da personalidade narcisista é difícil.
Farmacoterapia
* Usou-se lítio em pacientes cujo quadro clínico incluía mudanças de humor. Uma vez que os pacientes com transtorno da personalidade narcisista têm baixa tolerância a rejeição e são suscetíveis a depressão, antidepressivos, especialmente fármacos serotonérgicos, também podem ser úteis.
transtorno da personalidade evitativa
* Indivíduos com transtorno da personalidade evitativa exibem

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