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Língua Portuguesa Professor Pardal ABAIXO-ASSINADO ................................................................................................. 5 ARTIGO .................................................................................................................. 6 CARTA .................................................................................................................... 7 CARTA ABERTA ...................................................................................................... 8 CRÔNICA .............................................................................................................. 10 EDITORIAL ............................................................................................................ 11 FÁBULA ................................................................................................................ 12 MANIFESTO .......................................................................................................... 13 MENSAGEM .......................................................................................................... 15 NOTÍCIA ............................................................................................................... 17 RECEITA ............................................................................................................... 19 REPORTAGEM ....................................................................................................... 20 RESENHA .............................................................................................................. 21 TEXTO PUBLICITÁRIO ........................................................................................... 22 Sumário P ré -V e s ti b u la r – U E C E GÊNEROS TEXTUAIS 5 OSG.: 076466/13 1. ABAIXO-ASSINADO É um requerimento coletivo; um texto de intenção persuasiva, que encaminha uma reivindicação. É, por isso, um texto essencialmente argumentativo. Do ponto de vista retórico, tanto pode ter um simples caráter de solicitação, como uma postura mais rígida, se o assunto exigir. • Estrutura 1. Título: Abaixo-assinado 2. Destinatário 3. Texto: apresenta o problema e reivindica algo, através de uma exposição de motivos. 4. Os verbos devem estar no presente. 5. Local, data. • Exemplo Abaixo-assinado Excelentíssimo Senhor Prefeito de Fortaleza, Os abaixo assinados, moradores da Rua Duque de Caxias, vêm solicitar a construção de uma biblioteca pública, nesta rua, para que possamos dar continuidade aos nossos trabalhos de ajuda aos alunos carentes que estão com dificuldades de aprendizagem. Esse trabalho voluntário vem sendo realizado na garagem da casa de uma de nossas moradoras, que, gentilmente, cedeu tal espaço para este fim. No entanto, ela precisou mudar-se, e estamos sem condições de prosseguir com nossos objetivos. Já atuamos nesse projeto, há cinco anos, dando apoio aos alunos mais necessitados. Sabendo que V. Exa. é sensível a este tipo de problema e que há projetos na Prefeitura que contemplam atividades desta natureza, esperamos contar com sua essencial colaboração. Fortaleza, 31 de outubro de 2013. Prof. Pardal OBS: Em situação real, logo abaixo da data, seguem as assinaturas dos reivindicantes. Em concursos vestibulares, no entanto, como não deve haver identificação do candidato, não se deve colocar nada após a data. Proposta I Redija um abaixo-assinado, dirigido ao Governador do Estado do Ceará, exigindo mais investimentos na área de segurança, para minimizar os problemas de insegurança vividos pela população. GÊNEROS TEXTUAIS 6 OSG.: 076466/13 2. ARTIGO Há vários tipos de artigo: jornalístico, científico, constitucional, etc. O que nos interessa é o do tipo jornalístico. Feito para publicação em jornal, o artigo de opinião é um texto que tem por objetivo tomar uma posição em relação a algo; analisar e opinar sobre um fato; argumentar sobre determinado assunto. É um texto em que a opinião do autor, portanto, fica muito bem expressa. • Estrutura 1. Introdução: anuncia o tema a ser discutido. 2. Desenvolvimento: são os argumentos que defendem uma posição. Para isto, é bom que haja mais de um parágrafo, de maneira que se desenvolva uma ideia em cada um. 3. Conclusão: retoma a ideia inicial, desta feita, conclusivamente. OBS: Em situação real, os artigos de opinião têm um título, que sintetiza a ideia geral do texto. Em alguns concursos vestibulares, no entanto, esse item não tem sido exigido. • Exemplo Se eu fosse o Tiririca Nunca, em toda a sua história, um país acompanhou tão atentamente uma redação, como ocorreu agora com o Tiririca, obrigado a provar que sabe ler e escrever. Só o fato de ter de fazer esse teste já demonstra que ele esteve muito longe do ensino. Ele teria uma chance agora de fazer um lance de marketing maravilhoso e, ao mesmo tempo, ajudar o país - e sem o menor esforço. Se eu fosse o Tiririca, eu daria uma lição a todos os que debocham (e com razão são muitos) e faria da cobrança por uma educação melhor uma plataforma permanente. Começaria reconhecendo que a vida não lhe deu as condições necessárias para estudar, mas sabe de sua importância. Teve até sorte de se virar bem como palhaço, mas é uma ínfima minoria. Montaria uma assessoria capaz de acompanhar números, analisar projetos em andamento e, quem sabe, até propor soluções. Pediria ajuda a entidades como Unicef, Unesco, Todos pela Educação, para embasar suas propostas. Todos, posso garantir, teriam prazer em ajudar, se tivessem a segurança de que não se trata, digamos, de uma palhaçada. Com sua capacidade de comunicação com as camadas mais pobres, seria um belo e produtivo exemplo. O leitor, a essa altura, deve estar achando que, com essas ideias, eu devo ser uma espécie de Tiririca sem graça. Talvez. Mas, provavelmente, a educação só será realmente vital em nossa nação quando não elegermos Tiriricas. Ou, se elegermos, pudermos vê-los fazendo coisas sérias. Nada pode ser mais sério para alguém acusado de analfabeto do que defender a educação. Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/colunas/gilbertodimenstein GÊNEROS TEXTUAIS 7 OSG.: 076466/13 3. CARTA É uma correspondência escrita de um emissor para um destinatário, versando sobre um ou vários assuntos. Há vários tipos de carta: comercial, particular, avocatória, de crédito, circular, aberta (aquela que se dirige publicamente a alguém, através dos órgãos de imprensa), etc. • Estrutura 1. Local e data. 2. Vocativo (o nível de formalidade e o tratamento vão depender do destinatário). 3. Texto: abra um parágrafo para cada argumento/fato (isto facilita a construção do texto). 4. Saudação final (o nível de formalidade vai depender do destinatário). • Exemplo São Paulo, 14 de agosto de 2000. Prezados Senhores Diretores da Nike, Os senhores estão para destruir 45 mil pares de tênis falsificados com a marca Nike e que, para esse fim, uma máquina especial já teria até sido adquirida. A razão desta cartinha é um pedido. Um pedido muito urgente. Primeiramente, devo dizer aos senhores que nada tenho contra a destruição de tênis, ou de bonecas Barbie, ou de qualquer coisa que tenha sido pirateada. Afinal, a marca é dos senhores, e quem usa essa marca indevidamente sabe que está correndo um risco. Destruam, portanto. Com a máquina, sem a máquina, destruam. Destruir é um direito dos senhores. Antes disso, por favor, reservem um par, um único par desses tênis que serão destruídos,para mim. Este pedido é motivado por duas razões: em primeiro lugar, sou um grande admirador da marca Nike, mesmo falsificada. Aliás, estive olhando os tênis pirateados e devo confessar que não vi grande diferença deles para os verdadeiros. Em segundo lugar, e isto é o mais importante, sou pobre, pobre e ignorante. Quem está escrevendo esta carta para mim é um vizinho, homem bondoso. Ele vai inclusive colocá-la no correio, porque eu não tenho dinheiro para o selo. Nem dinheiro para selo, nem para qualquer outra coisa: sou pobre como um rato, mas a pobreza não impede de sonhar, e eu sempre sonhei com um tênis Nike. Os senhores não têm ideia de como isso será importante para mim. Meus amigos, por exemplo, vão me olhar de outra maneira se eu aparecer de Nike. Eu direi, naturalmente, que foi presente (não quero que pensem que andei roubando), mas sei que a admiração deles não diminuirá: afinal, quem pode receber um Nike de presente pode receber muitas outras coisas. Verão que não sou o coitado que pareço. Proposta II Escreva um artigo de opinião, para ser publicado no jornal do seu colégio, em que você analisa a vida familiar, social e intelectual de um estudante pré-universitário. GÊNEROS TEXTUAIS 8 OSG.: 076466/13 Uma última ponderação: a mim não importa que o tênis seja falsificado, que ele leve a marca Nike sem ser Nike, porque, vejam, tudo em minha vida é assim: moro num barraco que não pode ser chamado de casa, mas, para todos os efeitos, chamo-o de casa. Uso a camiseta de uma universidade americana, com dizeres em inglês, que não entendo, mas nunca estive nem sequer perto da universidade – é uma camiseta que encontrei no lixo. Mandem-me, por favor, um tênis. Pode ser tamanho grande, embora eu tenha pé pequeno. Não me desagradaria nada fingir que tenho pé grande: dá à pessoa certa importância. E, depois, quanto maior o tênis, mais visível ele é. E, como diz o meu vizinho, visibilidade é tudo na vida. Atenciosamente, (Moacyr Scliar, cronista da Folha de S. Paulo, 14/8/2000-texto adaptado) 4. CARTA ABERTA É um texto de intenção persuasiva, que denuncia um problema, ou reivindica algo; que pretende conscientizar pessoas e entidades a respeito dele; que objetiva também mobilizar os interessados, para que sejam encontradas soluções. Os verbos devem estar, predominantemente, no presente. Deve haver rigor na utilização dos pronomes de tratamento, se for o caso. O(s) autor(es) pode(m) se colocar pessoalmente, em 1ª pessoa, ou de forma impessoal. • Estrutura 1. Título - que identifica o destinatário. 2. Texto - de natureza persuasiva/reivindicatória, que anuncia o problema e exige solução. 3. Local e data (facultativos) • Exemplo CARTA ABERTA DE ARTISTAS BRASILEIROS SOBRE A DEVASTAÇÃO DA AMAZÔNIA Acabamos de comemorar o menor desmatamento da Floresta Amazônica dos últimos três anos: 17 mil quilômetros quadrados. É quase a metade da Holanda. Da área total, já desmatamos 16%, o equivalente a duas vezes a Alemanha e três Estados de Proposta III Escreva uma carta, para os seus pais, indicando o curso superior que você quer fazer e as razões pelas quais você fez a escolha. GÊNEROS TEXTUAIS 9 OSG.: 076466/13 São Paulo. Não há motivo para comemorações. A Amazônia não é o pulmão do mundo, mas presta serviços ambientais importantíssimos ao Brasil e ao planeta. Essa vastidão verde, que se estende por mais de cinco milhões de quilômetros quadrados, é um lençol térmico engendrado pela natureza, para que os raios solares não atinjam o solo, propiciando a vida da mais exuberante floresta da Terra e auxiliando na regulação da temperatura do planeta. (...) Apesar do extraordinário esforço de implantarmos unidades de conservação, como alternativas de desenvolvimento sustentável, a devastação continua. Mesmo depois do sangue de Chico Mendes ter selado o pacto de harmonia homem/natureza, entre seringueiros e indígenas; mesmo depois da aliança dos povos da floresta “pelo direito de manter nossas florestas em pé, porque delas dependemos para viver” (...) a devastação continua. Continuamos um povo irresponsável. O desmatamento e o incêndio são o símbolo da nossa incapacidade de compreender a delicadeza e a instabilidade do ecossistema amazônico. Um país que tem 165.000 km2 de área desflorestada, abandonada ou semiabandonada, pode dobrar a sua produção de grãos sem a necessidade de derrubar uma única árvore. É urgente que nos tornemos responsáveis pelo gerenciamento do que resta dos nossos valiosos recursos naturais. Portanto, como único procedimento cabível, para desacelerar os efeitos quase irreversíveis da devastação, é seguir o que determina o § 4º, do Artigo 225 da Constituição Federal: “A Floresta Amazônica é patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.” Assim, deve-se implementar em âmbito federal, estadual e municipal a interrupção imediata do desmatamento da floresta amazônica. É hora de enxergarmos nossas árvores como monumentos de nossa cultura e história. SOMOS UM POVO DA FLORESTA! (texto adaptado, disponível em www.recid.org.br) OBS: I. Nesta carta, propositadamente, há, no título, uma referência aos assinantes: esse recurso foi utilizado para dar mais credibilidade ao texto. II. O título desta carta poderia ser “Carta aberta ao povo brasileiro”. III. Se, na proposta de redação, a carta for endereçada a uma autoridade, o uso dos devidos pronomes de tratamento é obrigatório. Exemplo do título de uma carta aberta à presidente da República: Carta aberta à Excelentíssima Senhora Presidente da República. Proposta IV Escreva uma carta-aberta, para as famílias cearenses, convencendo-as da necessidade de elas contribuírem, de alguma forma, para as instituições que cuidam dos idosos desamparados. GÊNEROS TEXTUAIS 10 OSG.: 076466/13 5. CRÔNICA A crônica é um texto que exprime uma observação particular da realidade; um olhar diferenciado e criativo sobre o cotidiano. Normalmente, a crônica tem como características o humor, o sarcasmo, a ironia, mas, também, pode ser um comentário mais formal sobre um fato do cotidiano. É por esse aspecto subjetivo, pessoal, que a crônica pode estar próxima do conto, do poema, enfim, de uma narrativa literária. É um gênero híbrido, por isso, não segue um padrão fixo, mas há alguns aspectos que são seguidos pela maioria dos autores. • Estrutura 1. Introdução - identifica o tema. 2. Desenvolvimento - tanto descreve, como relata, disserta, ou argumenta em torno do tema. 3. Conclusão - é um fechamento do texto, que, dependendo do tema e do caso, pode conter uma brincadeira, uma ironia, ou qualquer outra característica de conclusão. OBS: I. Em situação real, as crônicas têm um título. Em alguns concursos vestibulares, no entanto, esse item não tem sido exigido. II. Uma das características da linguagem da crônica é a utilização do padrão coloquial da língua, mas, no vestibular, deve-se utilizar o padrão culto. • Exemplo I O MEU NARIZ Sempre senti uma vontade imensa de ser livre, apesar de não saber em que a verdadeira liberdade consistia. Tudo começou quando, numa noite, fiquei acordado até a madrugada chegar. Fiz de tudo para chamar o sono, mas ele não vinha. Li três contos de Moreira Campos e dois poemas de Florbela Espanca; bebi uns três copos de suco de maracujá, e nada. Os olhos vidrados que nem estátua, dessas de bronze envelhecido, que pesam mais do que chumbo e que têm uma cor sépia, cor de coisa velha. Era assim que me sentia. Foi a partir dessa insônia que resolvi mudar tudo, e passeia viver como se minha vida fosse durar apenas um dia. Por isso, resolvi que não teria mais cotidiano e não faria mais nada do mesmo jeito. Minha companheira pensou que eu tivesse ficado doido, porque, agora, podia acordar às 4 da manhã, para terminar de ler um bom livro, ou podia ficar na varanda, a noite inteira, deitado na rede, olhando as estrelas. Uma vez, ela perguntou: – O que você está fazendo aí? E eu, de propósito, disse: – Estou medindo a distância da Terra para a estrela mais longe da nossa galáxia. E ela falou o que eu já esperava: – Meu filho, você não quer ir para um psiquiatra, não!? GÊNEROS TEXTUAIS 11 OSG.: 076466/13 Eu dei uma gargalhada, dessas que a gente dá para fora, com vontade. Assim, sem me preocupar mais com coisa nenhuma, é isto o que eu chamo de liberdade: mandar no meu próprio nariz. Prof. Pardal 6. EDITORIAL Expressa a opinião de um jornal, ou de algum órgão da imprensa, sobre um fato relevante da atualidade. Tem a intenção de informar, esclarecer, alertar ou persuadir os leitores. É um texto essencialmente argumentativo (embora existam editoriais em que a exposição de motivo predomine), em que há um ponto de vista a ser defendido. É por esse motivo que o tema é colocado logo no primeiro parágrafo. Nos parágrafos seguintes, são apresentados os argumentos que defendam a ideia principal. Os editoriais, assim, são textos que expressam a opinião da empresa e não têm a obrigação de ter alguma imparcialidade. • Estrutura 1. Introdução, na qual se situa a tese. 2. Os parágrafos seguintes fundamentam o ponto de vista do jornal. 3. Na conclusão, há sugestões para a solução do problema. • Exemplo Com o célere desenvolvimento das comunicações através da Internet, sobretudo no setor conhecido como Web 2.0, no qual se registra uma intensa proliferação de serviços oriundos dos consumidores da própria tecnologia, surge acirrada polêmica sobre sua atuação. No foco principal estão os blogs, acusados de ser diretamente responsáveis pela piora na qualidade da informação, de iludir tendenciosamente seus usuários e, até mesmo, de ameaçar a evolução cultural. Vem causando repercussão em todo o mundo o livro do historiador inglês Andrew Keen denominado The cult of the amateur (O culto ao amador), no qual o autor tenta provar que o crescente número de informações geradas, até mesmo por anônimos, por meio da informática, está comprometendo bastante a sua credibilidade no campo das comunicações. Ocorre, em paralelo, a concentração de um extraordinário poder de divulgar informações por pessoas absolutamente incompetentes para exercê-lo. O historiador também alerta, para o perigo que a receptividade de certos blogs representa, para a qualidade da informação, muitas vezes, em detrimento da própria mídia Proposta V Escreva uma crônica, para ser publicada em um site de relacionamento, em que você se posiciona sobre a necessidade, ou não, de controlar horários de acesso à Internet, para os mais jovens e as crianças. GÊNEROS TEXTUAIS 12 OSG.: 076466/13 séria e tradicional, feita por órgãos do jornalismo impresso, rádio e televisão, os quais apresentam respaldo profissional indiscutível e maior nível de especialização. Os veículos de comunicação de massa que se responsabilizam pelo conteúdo de suas divulgações são, na verdade, fontes bem mais confiáveis, mesmo quando radicais em seus posicionamentos, princípios básicos da democracia e da liberdade de expressão. A pretensa democratização da mídia, alegada pelos titulares de blogs, estaria, pelo contrário, ocasionando o surgimento de nova oligarquia, pela qual inúmeras pessoas, em alguns casos agindo de má-fé, podem usar seu talento de persuadir a favor de causas desonestas. Sobretudo os mais jovens, pela natural falta de experiência característica da idade, tendem a acreditar em tudo aquilo que leem, principalmente se as mensagens chegam numa linguagem que lhes pareça simpática e envolvente. Essas são as principais vítimas de blogs com intenções indisfarçáveis de fomentar preconceitos e disseminar tendências extremamente perniciosas à sociedade. Com a proliferação e popularização desse tipo de informação distorcida, os próprios adultos poderão ir perdendo, progressivamente, sua capacidade crítica, passando a ter pontos de vista moldados por escusos e ocultos interesses particulares. O pior, no caso, é que também se constata a existência de blogs que, aparentando ser de indivíduos, são, na verdade, manipulados por grandes grupos ligados a objetivos inconfessáveis. A capacidade de discernir se faz cada vez mais necessária no mundo cibernético, pois a reação às presentes ameaças deve advir do imprescindível conhecimento dos veículos que processam as informações, com avaliação do seu nível de responsabilidade, correção profissional e plena consciência sobre tudo aquilo que está sendo repassado ao consumo do público. Texto adaptado, disponível em http://diariodonordeste.globo.com/materia 7. FÁBULA Fábula é uma narrativa, em que as personagens são animais com características humanas; sempre contém uma moral, constatada no final da história. Esopo inventava histórias em que os animais eram os personagens. Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de caráter moral ao homem. Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para o ser humano. • Estrutura 1. Título, que contém o nome dos animais. 2. Na introdução, os personagens são apresentados: pode haver descrições de suas características (físicas e psicológicas). A ação também pode iniciar-se aqui. Proposta VI Escreva um editorial, em que haja a análise e a posição do jornal, em relação ao projeto “Mais médicos”. GÊNEROS TEXTUAIS 13 OSG.: 076466/13 3. Nos parágrafos seguintes, há a sequência das ações, que serão desenvolvidas pelas personagens. 4. A conclusão é o fim da ação, cuja moral pode estar implícita ou explícita. 5. Na linha seguinte, deve haver os seguintes dizeres: “Moral da história: ............” • Exemplo O Leão e o Inseto Um Inseto se aproximou de um Leão e disse sussurrando em seu ouvido: “Não tenho nenhum medo de você, nem acho você mais forte que eu. Se você duvida disso, eu o desafio para uma luta, e assim, veremos quem será o vencedor.” E voando rapidamente sobre o Leão, deu-lhe uma ferroada no nariz. O Leão, tentando pegá-lo com as garras, apenas atingia a si mesmo, ficando bastante ferido. Desse modo, o Inseto venceu o Leão e, entoando, o mais alto que podia, uma canção que simbolizava sua vitória sobre o rei dos animais, foi embora relatar seu feito para o mundo. Mas, na ânsia de voar para longe e rapidamente espalhar a notícia, acabou preso numa teia de aranha. Então se lamentou, dizendo: “Ai de mim, eu que sou capaz de vencer a maior das feras, fui vencido por uma simples Aranha.” Moral da história: o menor dos nossos inimigos é frequentemente o mais perigoso. Disponível em http://sitededicas.uol.com.br/o_leao_e_o_inseto.htm 8. MANIFESTO Texto de intenção persuasiva, que objetiva alertar sobre um problema, ou fazer uma denúncia. No campo das artes, o manifesto representa as tendências que identificam e caracterizam uma determinada estética. •••• Estrutura 1. Título 2. Identificação e análise do problema: argumentos que fundamentem o ponto de vista do (s) autor (es). 3. Local e data, 4. Verbos predominantemente no presente. Proposta VII Crie uma fábula, cuja narrativa se desenvolva com os seguintes elementos: Animais: a Cobra e o Lagarto. Moral: a vaidade, em excesso, pode prejudicar.GÊNEROS TEXTUAIS 14 OSG.: 076466/13 • Exemplo 1 Manifesto da Poesia Pau-Brasil A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela, sob o azul cabralino, são fatos estéticos. O Carnaval no Rio é o acontecimento religioso da raça. (...) Contra o gabinetismo, a prática culta da vida. Engenheiros em vez de jurisconsultos, perdidos como chineses na genealogia das idéias. A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos. (...) Dividamos: Poesia de importação. E a Poesia Pau-Brasil, de exportação. Houve um fenômeno de democratização estética nas cinco partes sábias do mundo. Instituíra-se o naturalismo. Copiar. Quadros de carneiros que não fosse lã mesmo, não prestava. A interpretação no dicionário oral das Escolas de Belas Artes queria dizer reproduzir igualzinho... Veio a pirogravura. As meninas de todos os lares ficaram artistas. Apareceu a máquina fotográfica. E com todas as prerrogativas do cabelo grande, da caspa e da misteriosa genialidade de olho virado – o artista fotógrafo. (...) Só não se inventou uma máquina de fazer versos – já havia o poeta parnasiano. (...) A Poesia Pau-Brasil é uma sala de jantar domingueira, com passarinhos cantando na mata resumida das gaiolas, um sujeito magro compondo uma valsa para flauta e a Maricota lendo o jornal. No jornal anda todo o presente. (...) Temos a base dupla e presente – a floresta e a escola. A raça crédula e dualista e a geometria, a álgebra e a química logo depois da mamadeira e do chá de erva-doce. Um misto de “dorme nenê que o bicho vem pegá” e de equações. Uma visão que bata nos cilindros dos moinhos, nas turbinas elétricas; nas usinas produtoras, nas questões cambiais, sem perder de vista o Museu Nacional. Pau-Brasil. (...) Apenas brasileiros de nossa época. O necessário de química, de mecânica, de economia e de balística. Tudo digerido. Sem meeting cultural. Práticos. Experimentais. Poetas. Sem reminiscências livrescas. Sem comparações de apoio. Sem pesquisa etimológica. Sem ontologia. Bárbaros, crédulos, pitorescos e meigos. Leitores de jornais. Pau-Brasil. A floresta e a escola. O Museu Nacional. A cozinha, o minério e a dança. A vegetação. Pau- Brasil. OSWALD DE ANDRADE (Correio da Manhã, 18 de março de 1924.) Disponível em www.lumiarte.com/luardeoutono/oswald/manifpaubr.html • Exemplo 2 MANIFESTO CONTRA O TERRORISMO CULTURAL Nós, cidadãos brasileiros, sentimo-nos no indeclinável dever de vir a público, para afirmar nossa posição contrária ao terrorismo cultural que, através de numerosas e insofismáveis manifestações concretas, vem se implantando no país. Os primeiros dias de abril foram marcados com a invasão da Universidade de Brasília, com a prisão e a posterior demissão de numerosos professores; nos meses que se seguiram, o sistema isolado de ensino superior do Estado de São Paulo também foi GÊNEROS TEXTUAIS 15 OSG.: 076466/13 atingido pela onda de violências: em São José do Rio Preto, prisões e demissões de professores e prisão de alunos; (...) em outros Estados, igualmente, fez-se sentir o terrorismo intelectual. Além disso, em todo o país, jornalistas, padres, escritores, editores, artistas, livreiros, professores, educadores, foram perseguidos, presos e demitidos; lares foram violados, livros apreendidos, quadros depredados; arquivos, fichários e material de estudo desbaratados. Intelectuais de renome internacional e técnicos especializados tiveram seus direitos políticos cassados e foram obrigados a abandonar o país. Todos esses fatos aí expostos constituem manifestações de uma das formas de terrorismo que caracterizam a ação do grupo que assumiu o poder a 1º de abril Os cidadãos brasileiros, abaixo assinados, fundamentados nesses dispositivos constitucionais - dos quais não há notícia de que tenham sido expressamente revogados ainda, e nem suspensos por um estado de sítio declarado, já que a Constituição de 1946, no artigo 141, garante a inviolabilidade do lar e da correspondência, a liberdade de ir e vir, a liberdade de concepção filosófica e religiosa, a liberdade de expressão do pensamento, vêm, pois, a público, manifestar-se plenamente de acordo com os princípios contidos na carta do Professor Florestan Fernandes (Ultima Hora, 16.9.) e, consequentemente, contra a prisão desse professor, motivada pela redação da carta. (...) Texto adaptado, disponível em http://www.fpabramo.org.br/ manifesto-contra-o-terrorismo-cultural-1965 9. MENSAGEM Do ponto de vista formal, o gênero textual mensagem pode ter várias estruturas. É um texto que pode assumir várias características. Pode ser um texto que veicula apenas informações sobre algo; que responde a uma indagação ou a uma cobrança; que transmite um recado pessoal, etc. Além disso, as mensagens são veiculadas em ocasiões e datas especiais (ao final de ano; por ocasião do rendimento anual de uma empresa; como estímulo aos funcionários de uma indústria; como resposta a uma acusação; para apresentar um novo projeto, etc.). • Estrutura 1. Título, que pode identificar tanto o redator do texto, quanto o destinatário; ou, ainda, o assunto. 2. Na introdução, o assunto é apresentado: aqui está o tema e, se for o caso, a tese. 3. Nos parágrafos seguintes, há as informações a serem divulgadas, ou os argumentos, para defenderem a tese inicial. 4. Na conclusão, normalmente, há uma reafirmação do tema, desta feita, de forma contundente, conclusiva. Proposta VIII Redija um manifesto, em favor da distribuição gratuita, para todos os brasileiros, dos livros clássicos da Literatura Brasileira. GÊNEROS TEXTUAIS 16 OSG.: 076466/13 • Exemplo 1 Mensagem do Reitor A Unochapecó trabalha para estar à frente do seu tempo. Assume, com muita responsabilidade, a condição e o compromisso de liderar o desenvolvimento cultural e profissional da grande região em que está inserida. Nas condições atuais, isso significa muito mais do que apenas formar profissionais competentes. Significa também criar condições, para que a região se integre, de modo ativo, aos circuitos de produção e de difusão do que há de mais avançado em termos de conhecimentos científicos e de desenvolvimento tecnológico em todo o mundo. (...) Essa é a razão para, além de buscarmos obstinadamente a oferta do melhor ensino superior aos nossos estudantes, nos envolvermos em grandes projetos de desenvolvimento regional, que objetivam criar condições para gerar uma economia inclusiva, calcada na inovação e na agregação de valor. (...) Novos cursos de graduação foram criados com muito sucesso (Design, Engenharia Mecânica, Odontologia e Produção Audiovisual), abrindo novas oportunidades de formação profissional; um novo mestrado próprio em Políticas Sociais e Dinâmicas Regionais foi autorizado pela CAPES, o qual será uma ferramenta essencial para a formação de lideranças voltadas à gestão do desenvolvimento regional. (...) Consolidar a Unochapecó como uma das melhores universidades do Estado de Santa Catarina e do país é a motivação que nos impele a empreender todo esse esforço. O compromisso com o desenvolvimento regional é o que garante o sentido dessa busca e a transformação da trajetória de vida de cada um que por aqui passa; é o meio pelo qual buscamos transformar o espaço em que vivemos. Prof. Odilon Luiz Poli Reitor da Unochapecó Texto adaptado, disponível em http://www.unochapeco.edu.br/info/mensagem-do-reitor Obs.: No caso desse exemplo, o nome do remetente aparece, mas, em concursos vestibulares, não deve haver identificação. • Exemplo 2 MENSAGEM DO PRESIDENTE A CORTICEIRA AMORIM é a maior empresa mundial de produtos de cortiça euma das mais internacionais de todas as empresas portuguesas, com operações em dezenas de países, de todos os continentes. Há mais de um século que está presente neste setor de atividade, tendo contribuído decisivamente para a divulgação mundial da cortiça. Enfrentamos com êxito as apostas que fomos fazendo e que nos permitiram alcançar a destacada posição que atualmente detemos no mercado mundial. De uma GÊNEROS TEXTUAIS 17 OSG.: 076466/13 simples unidade familiar de produção de rolhas para vinhos, passamos à liderança de todo o sector da cortiça (sem detenção de floresta), desenvolvendo novos produtos e aplicações de cortiça, integrando o processo produtivo, garantindo a valorização econômica da cortiça sem produção de resíduos, investigando e inovando, rumo ao reforço da qualidade e da diversidade da oferta. A emergência de um novo paradigma – a viabilidade das atividades desenvolvidas numa perspectiva que integre simultaneamente as vertentes econômica, social e ambiental – tem determinado a importância crescente do contributo de cada agente, seja empresa seja consumidor, na construção de um mundo melhor. Neste sentido, surge, como fator distintivo no consumo responsável, a característica ecológica do produto, o que potencia o reconhecimento das vantagens comparativas dos produtos da CORTICEIRA AMORIM. Nesta área, a CORTICEIRA AMORIM, (...) num processo de transformação integrado, que praticamente não gera desperdício, tem pautado a sua atividade pela adoção e reforço de práticas de desenvolvimento sustentável. A confiança da CORTICEIRA AMORIM no futuro mantém-se. A crescente exigência dos mercados por produtos naturais de qualidade reforça essa confiança. E é com essa confiança que encaramos os novos desafios, na prossecução, simultânea, da prosperidade econômica, da justiça social e da qualidade do ambiente. António Rios de Amorim Presidente do Conselho de Administração CORTICEIRA AMORIM S.A. Disponível em http://www.amorim.com Obs.: No caso desse exemplo, o nome do remetente aparece, mas, em concursos vestibulares, não deve haver identificação. 10. NOTÍCIA É um texto narrativo que apresenta um fato. Normalmente, há pessoas envolvidas; o tempo e o lugar do fato; como e por que ocorreu tal fato. Tem, como propósito comunicativo, informar. A linguagem é objetiva e impessoal. • Estrutura 1. Título - que sintetiza o fato. 2. Introdução - que identifica o fato. 3. Parágrafos que narram todos os aspectos do fato. Há uma progressão temática: o que, quem, onde, quando, como, por que e para que. 4. Fechamento: encerra o texto com mais algumas informações sobre o fato. Proposta IX Imagine que você é o aniversariante do mês. Redija uma mensagem de acolhimento, aos seus colegas de classe que forem à festa. GÊNEROS TEXTUAIS 18 OSG.: 076466/13 • Exemplo Vereadores cobram ação nos terminais de Fortaleza O vereador Casimiro Neto apresentou, ontem, no plenário da Câmara Municipal de Fortaleza, um levantamento sobre os terminais de ônibus da Capital cearense. Ele não foi o único a levar para a tribuna a questão dos terminais. O vereador Carlos Dutra (PROS) questionou a segurança nos terminais. De acordo com Casimiro Neto, cerca de 850 mil passageiros utilizam diariamente os sete terminais fechados, através de 218 linhas de ônibus regulares. Segundo ele, são 25 empresas operantes com uma frota de 1.776 ônibus. O vereador deixa claro ser responsabilidade da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor) o controle, a regulação e a fiscalização dos sistemas de transportes coletivos da cidade que compreendem ônibus, táxi e moto-táxi. Segundo o vereador, o primeiro ponto na análise desses equipamentos que ele observou, foi sobre as condições de trabalho das pessoas que atuam nos terminais, afirmando ser “lastimável”. Conforme o parlamentar, motoristas, cobradores, porteiros, guardas municipais, zeladores, fiscais, além dos funcionários da praça de alimentação estão submetidos a riscos à saúde, causados pela exposição ao barulho. Além disso, há a poluição do ar e o sério problema da insegurança. “Hoje percebemos que existem grandes transtornos, especialmente nos horários de pico. Pessoas treinadas, educadas, uniformizadas, aptas a ajudar poderiam facilitar o acesso dos usuários, organizar as filas, orientar as pessoas e melhorar as condições de acesso”, argumentou. De acordo com o vereador, seria interessante também que representantes da Etufor fossem até a Câmara de Fortaleza, para apresentar as ações que estão sendo implementadas nos terminais, bem como aquelas que ainda vão ser postas em prática. “Ao mesmo tempo, solicitamos ao senhor prefeito que invista mais na estrutura física desses terminais, melhorando a acessibilidade, disponibilizando mais fiscais, oferecendo segurança e orientando os direitos e deveres de cada um”, pontuou. Disponível em http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1333277 OBS: Em situação real, as notícias têm título, que sintetiza a ideia geral do texto. Em alguns concursos vestibulares, no entanto, esse item não tem sido exigido. Proposta X Redija uma notícia, cuja manchete é Caos no trânsito de Fortaleza GÊNEROS TEXTUAIS 19 OSG.: 076466/13 11. RECEITA É um tipo de texto instrucional, injuntivo, que se caracteriza pela apresentação de uma série de procedimentos a serem seguidos. As receitas, em situação real, apresentam certo padrão: • Estrutura 1. Título – identifica o assunto 2. Ingredientes – informa quais os ingredientes devem ser utilizados. 3. Modo de preparo – informa a sequência de ações, para construir a receita. 4. Os verbos devem estar no imperativo. Obs.: I. Em situação de vestibular, todas essas etapas devem formar um texto, ou seja, tudo deve ser organizado de maneira coerente, com os respectivos elementos coesivos. Não deve haver listas ou frases soltas. II. Por ser apenas uma simulação, a receita também pode ser construída, sem que haja uma separação entre as partes que a compõem. • Exemplo Receita para passar no vestibular A receita para passar no vestibular é uma só: planejar a vida e cumprir, fielmente, o planejamento. Primeiramente, tenha consciência de que você não é de ferro; de que precisa estudar muito, mas de que também deve reservar um tempo para sua vida pessoal. Comece construindo uma tabela, dentro de cujas colunas você vai colocar exatamente o que vai fazer, hora a hora, em cada dia da semana. Cuidado: não exagere. Lembre-se de que você precisa fazer muitas outras atividades, além de estudar, como, por exemplo, conversar; ler; assistir a uma novela ou a um filme; ir ao Atlântico; rezar; ficar sozinho; pensar naquela pessoa, etc. Organizada a tabela, reserve um tempo para ler, principalmente jornais e revistas, pois essa atitude, quase sempre, salva você, na hora da prova de Redação. E, por falar em Redação, escreva uma por semana, pelo menos, e mostre-a ao seu professor de laboratório, para os devidos acertos. Reserve, também, um tempo para as disciplinas nas quais você tem mais dificuldades. Nos dias em que elas serão ministradas, redobre sua atenção e pergunte: pergunte tudo, ao professor. Se possível, peça a ajuda dele, fora do tempo de aula, mesmo sabendo que a vida de um professor é muito corrida. Apesar disso, ele também gosta de ser procurado, porque se sente eleito, por você. Por fim, siga a sua rotina com afinco, mas, se notar que está cansado, atenda ao pedido do seu corpo e ao da sua mente: descanse; tire uma manhã de domingo para ir à praia, ou ao cinema, ou ao encontro daquela pessoa. Tudo isso fará muito bem ao seu corpo e ao seu coração. Não se esqueça deresolver o diabo da vírgula: ela é o cão, comendo mariola. Última observação: não utilize as expressões da oralidade, como as que existem nesta receita: utilize, sempre, o padrão culto da língua. Prof. Pardal GÊNEROS TEXTUAIS 20 OSG.: 076466/13 12. REPORTAGEM Tem por objetivo oferecer informações mais aprofundadas sobre um determinado fato - neste aspecto, é um texto com mais informações do que a notícia, porque há também um trabalho de pesquisa. Na reportagem investigativa, por exemplo, o repórter pesquisa, como um detetive, fontes que revelem novas facetas sobre um fato. Qual a diferença entre notícia e reportagem? A primeira informa fatos de maneira mais objetiva e aponta as razões e os efeitos. A segunda faz investigações, tece comentários, levanta questões, discute, argumenta. Disponível em http://www.brasilescola.com/redacao/a-reportagem.htm • Estrutura 1. Manchete - o título da reportagem, que tem como objetivo resumir o que será dito. 2. Corpo - desenvolvimento, em vários parágrafos, do assunto abordado. OBS: Em situação real, as reportagens têm título, que sintetiza a ideia central do texto; têm um lead, que resume o conteúdo, e tem por objetivo chamar a atenção do leitor. Em alguns concursos vestibulares, no entanto, esses itens não são exigidos. • Exemplo A ESPIÃ QUE BUSH ENTREGOU Os EUA passam por uma precoce onda de revival do governo George W. Bush, propalada por pesquisas que hoje equiparam sua popularidade à de um minguante Barack Obama e, sobretudo, pelo lançamento de suas memórias. Depois de trabalhar 15 anos para a CIA sob identidade secreta, Plame teve seu nome revelado como espiã na coluna do jornalista conservador Robert Novak, publicada pelo “Washington Post”. Wilson andava acusando o governo dos EUA, em jornais e na TV, de usar uma mentira para ir à guerra contra o Iraque. Com a revelação de que sua mulher era uma espiã, o foco da mídia mudaria. O diplomata, que por anos serviu na África, havia trabalhado para a CIA como consultor. Encarregado de checar se a suspeita de que Saddam Hussein tinha comprado urânio do Níger, para fazer uma bomba, descobriu que a história não batia. Mesmo assim, Bush citou a compra fictícia, no importante discurso do Estado da União. Após meses de investigação, concluiu-se que a fonte do vazamento do nome da espiã para Novak foi “Scooter” Libby, chefe de gabinete do então vice-presidente Proposta XI Qual deve ser a postura dos jovens, diante dos problemas natureza? Elabore uma receita, respondendo a esta pergunta. GÊNEROS TEXTUAIS 21 OSG.: 076466/13 Dick Cheney. Libby chegou a ser detido e condenado a 30 meses prisão, mas depois teve sua pena comutada por Bush, para uma multa. (...) Bush jura que a história - aquela que se ensina nas escolas e se leva para os livros – lhe será generosa, como foi com outro presidente que saiu sob vaias e hoje é frequentemente citado como um dos melhores que o pais teve: o democrata Harry Truman. Texto adaptado, disponível em http://pelomundo.folha 13. RESENHA Texto informativo, crítico e analítico, sobre livros, peças teatrais, filmes, etc. Há dois tipos de resenha: 1) a descritiva, em que o autor somente informa o nome de um filme, por exemplo, o seu diretor, o nome dos atores, a procedência, o gênero e uma sinopse do enredo; 2) a crítica, em que o autor, além desses procedimentos, ainda tece comentários a respeito do assunto abordado, analisando os detalhes, ou fazendo um julgamento de valor. http://www.ucb.br • Estrutura 1. Título 2. Introdução: apresenta o autor, ou o próprio livro, ou peça teatral, dando informações sobre a editora, o ano, o gênero (do filme ou do livro), a temática mais geral, etc. 3. Parágrafos seguintes: análise da estrutura, dos personagens, do enredo, dos temas, dos problemas abordados, etc. Aqui, há a informação e a análise. 4. Conclusão: avalia as ideias do autor, as temáticas; indica e recomenda a leitura, por exemplo. OBS: Em situação real, as resenhas têm um título. Em alguns concursos vestibulares, no entanto, esse item não tem sido exigido. • Exemplo O berro dos búfalos Desde 1978, Audifax Rios presenteia-nos com narrativas que variam entre crônicas, contos e memórias. Sua narrativa mais longa, o romance Bar Peixe Frito (1978), já continhas elementos com os quais este conhecido nome da cultura cearense iria desenvolver seus textos publicados posteriormente a essa data. Proposta XII Elabore uma reportagem, sobre o problema das catástrofes que estão ocorrendo no mundo, em geral, e no Brasil, em particular, por conta, supostamente, da devastação da natureza. GÊNEROS TEXTUAIS 22 OSG.: 076466/13 Com Os búfalos de Campanário, editado pela Edições Livro Técnico, Audifax mostra que tem fôlego para o romance. É uma narrativa que conta a história de uma cidade, Campanário, cujas ações giram em torno de um personagem chamado “Major Zegito”, um homem empreendedor, que tem visão de futuro, que se vê obrigado, por uns tempos, a ser um paroara e que volta do Norte com dinheiro suficiente, para modificar os hábitos do povo, e que, devido ao poder do dinheiro conseguido, realiza sonhos jamais imaginados pelos outros moradores de Campanário, como, por exemplo, a construção de um palácio semelhante ao Teatro Amazonas; ou como as pinturas que manda construir, nas paredes de seu armazém, com réplicas das mulatas exuberantes do pintor modernista Di Cavalcante; ou, ainda, como a reprodução de “Abaporu”, de Tarcila do Amaral. Os personagens muito têm a ver com o imaginário dos personagens dos grandes autores da literatura hispano-americana, como Gabriel García Márquez e Julio Cortázar. Há certas semelhanças com os romances que compõem a Trilogia da Maldição, de José Alcides Pinto, no tratamento do tema, na construção do fantástico, no alopramento do protagonista, na visão dramática da seca. O jogo do tempo romanesco é um dos fatores que mais instigam o leitor. A história do “Major Zegito” é contada através de uma sequência de ações, cujo jogo temporal segue ao sabor do imaginário de um narrador compulsivo. Há verdadeiras colagens nessas ações. Há o jogo da metalinguagem, há o diálogo com o leitor. É como se esse narrador tivesse, há anos, com a história do major e que precisasse contá-la de um fôlego só. Os personagens só se pronunciam ocasionalmente, devido a este recurso. Nesse romance, Audifax Rios muda a melodia da sua frase, agora mais inteira, demorada: enxerga os detalhes, é ainda mais picante na ironia, que descansa o leitor das longas descrições e que dá ao texto o humor de que ele necessita para isso. No tocante à escolha do vocabulário, a decidida postura de misturar a frase com termos antigos e novos, com gírias, com fragmentos de letras de músicas, com expressões em latim, que poderiam tisnar o estilo, dão a graça ao discurso. Audifax é seguro neste tratamento, assim como na construção dos neologismos, verdadeiros achados linguísticos. Esta diversidade de linguagens é também uma marca, na maioria dos seus textos. Por tudo isso, vale a pena ler mais um trabalho desse artista múltiplo, que muito tem produzido para a cultura do nosso Estado. Prof. Pardal 14. TEXTO PUBLICITÁRIO O texto publicitário tem por objetivo modificar o comportamento do leitor, do espectador, do consumidor; tenta convencer o público a comprar determinado produto, ou Proposta XIII Elabore uma resenha, sobre o livro que você mais gostou de ler. GÊNEROS TEXTUAIS 23 OSG.: 076466/13 a aderir a uma causa. Os textos procuram “vender” uma ideia, estimulando os leitores a mudarem o comportamento. Por exemplo, há textospublicitários que visam convencer o leitor a parar de fumar; a conservar o patrimônio cultural de uma cidade; a usar adequadamente o transporte público; a comprar um objeto, um carro, etc. Para conquistar o consumidor, o texto publicitário apela para o desejo e para a fantasia das pessoas. (Um famoso cosmeticista francês disse que, nos laboratórios de sua indústria, faziam-se cosméticos; nas suas lojas, vendiam-se ilusões). É, pois, um tipo de texto argumentativo, construído para persuadir e seduzir o interlocutor. Para tanto, utiliza- se, na maioria das vezes, tanto da linguagem verbal, quanto da linguagem visual, que apontam para as eventuais vantagens no consumo de determinado produto. A linguagem utilizada pode variar de acordo com o público alvo, mas é quase sempre direta, clara e acessível, mas de forte apelo sensorial. Pode ser marcada pelos trocadilhos, pelos jogos de palavras, pelas metáforas, pela ambiguidade. Em vestibular, no entanto, o uso padrão da língua é obrigatório. Texto adaptado, disponível em http://educacao.uol.com.br/ingles/ult1703u33.jhtm em http://br.answers.yahoo.com/question • Estrutura 1. Título (normalmente é um slogan) 2. Introdução: faz-se logo um apelo ao consumidor. 3. Parágrafos seguintes: destacam-se as qualidades do produto. 4. Conclusão: reafirma-se a necessidade de o leitor/consumidor mudar de atitude. Leia alguns dos slogans que se tornaram conhecidos: I. Se é Bayer é bom. (Bayer) II. Não esqueça da minha Caloi! (Bicicletas Caloi) III. Tem 1001 utilidades. (Bombril) IV. Legítimas, só Havaianas. (Sandálias Havaianas) • Exemplo Vende-se coração Se você está sozinha, sem namorado; andando de bar em bar, tentando esquecer o canalha que tanto fez você sofrer, então, está na hora de mudar: adquira um coração novo, zerado, sem nenhuma marca de sofrimento ou de angústia. A nosso bazar tem aquilo de que você precisa: encontrar o par perfeito, a sua cara-metade, com quem você possa passar o resto dos seus dias, tranquila. Somos especialistas em descobrir pares e, principalmente, em tranquilizar coraçõezinhos agoniados que nem o seu. Nosso Bazar de Sentimentos sabe disso muito bem, porque nossos profissionais estudaram e pesquisaram, profunda e sentimentalmente, as leis da Física Quântica: o “princípio da incerteza”, de Heisenberg, para nós, não existe, porque não existem forças aleatórias, nem universos tão caóticos que possam separar duas pessoas que querem ficar juntas. É lógico que essa lei não existe em canto nenhum do mundo, mas nós a criamos e nela acreditamos, piamente, para resolver todos os seus problemas sentimentais. GÊNEROS TEXTUAIS 24 OSG.: 076466/13 A incógnita dessa equação está exatamente aqui: nem sempre as duas pessoas querem isso, ou seja, normalmente, uma delas pula a cerca, cai fora, ou por ter encontrado outra, ou por chifre, mesmo. A ordem dos fatores não altera o produto. Com o nosso bazar, porém, tudo isso muda, porque o nosso princípio é o da certeza absoluta de que há um filho da mãe, na Terra, nem que seja nos Cafundós do Judas, esperando por você, e somente nós sabemos onde ele está. Portanto, não perca mais tempo, consultando a Mãe Joana, ou lendo o horóscopo do dia. Venha nos dar o prazer da sua visita. Aqui, mostraremos tudo o que sabemos sobre pares ordenados e abriremos várias cortinas, cujas paisagens colorirão seu angustiado e injustiçado coração. Prof. Pardal Obs.: não use, em sua redação, as expressões da oralidade, como as que foram utilizadas nesse texto. Proposta XIV Elabore um texto publicitário cujo título é o seguinte: O melhor sapato do mundo. GÊNEROS TEXTUAIS 25 OSG.: 076466/13 ALGUMA REVISÃO PRONOMES DE TRATAMENTO - PROF. PARDAL DESTINATÁRIO VOCATIVO TRATAMENTO ABREVIATU RA Presidente da República Excelentíssimo Senhor Presidente da República do Brasil, Vossa Excelência Não se usa. Senador, Deputado, Ministro, Procurador Geral, Embaixador, Governador, Secretário de Estado, General, Prefeito, Vereador, Desembargador, Promotor Excelentíssimo Senhor (título), Excelentíssimo Senhor Governador do Estado do Ceará, Vossa Excelência V. Ex.a Juiz Meritíssimo Senhor Juiz, Vossa Excelência V. Ex.a Oficiais até Coronel, Cônsul, funcionários graduados (diretores, chefes) Prezado Senhor (título), Prezado Senhor Diretor, Vossa Senhoria V. S.a Reitor Magnífico Reitor, Vossa Magnificência V. Mag.a Professor Senhor Professor, Professor Prof. Doutor Senhor Doutor, Doutor Dr. Comendador Senhor Comendador, Comendador Com. Papa Santíssimo Padre, Vossa Santidade V. S. Cardeal Eminentíssimo Senhor Cardeal, Vossa Eminência V. Em.a Bispo, Arcebispo Reverendíssimo Senhor Bispo, Vossa Excelência Reverendíssima V. Ex.a Rev.a Monsenhor, Cônego, Padre Reverendíssimo Senhor Padre, Vossa Reverendíssima V. Rev.ma Rei Sua Majestade Real, Vossa Majestade Real V. M. GÊNEROS TEXTUAIS 26 OSG.: 076466/13 OBS.: 1) Plural das expressões de tratamento: • Se a expressão contém o “a”, acrescenta-se um “s” ao “a”: V. Ex.a ⇒ V. Ex.as • Se a expressão não contém o “a”, dobram- se as letras maiúsculas e coloca-se ponto após a segunda letra dobrada: V.M. ⇒ VV. MM. 2) Quando falamos diretamente à autoridade ⇒ Vossa: Vossa Excelência tem um projeto que valoriza a fala brasileira. 3) Quando falamos indiretamente da autoridade ⇒ Sua: Sua Excelência, o Presidente, viajou ontem para Brasília. 4) Nas expressões de tratamento em que aparece a forma possessiva em 2ª. pessoa do plural (vossa), a referência se faz com os termos “seu”, “sua”: Vossa Excelência conseguiu realizar todos os seus propósitos. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1. Abaurre, Maria Luiza M.; Maria Bernadete M. Produção de Texto: interlocução e gêneros. São Paulo: Editora Moderna, 2007. 2. Bazerman, Charles. Gêneros textuais, tipificação e interação. São Paulo: Cortez, 2005. 3. Bellotto, Heloísa Liberalli. Arquivos permanentes: Tratamento Documental. São Paulo: T.A. Queiroz Editor Ltda, 1991. 4. Câmara Júnior, Joaquim Matoso. Manual de expressão oral e escrita. 9ª. Ed. Petrópolis: Vozes, 1986. 5. Chalhub, Samira. Funções da linguagem. São Paulo: Ática, 1987. 6. Costa Val, Mariz da Graça. Redação e Textualidade. 2ª. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 7. Dicionário de Terminologia Arquivística. Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro. Organismo de Normalização Sectorial para a Informação e Documentação. Lisboa 1993. 8. Garcia, Othon Moacyr. Comunicação em prosa moderna. 3ª. ed. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1976. Imperador Sua Majestade Imperial, Vossa Majestade Imperial V. M. I. Príncipe, Duque Sua Alteza Real, Príncipe Shrek, Vossa Alteza V. A. GÊNEROS TEXTUAIS 27 OSG.: 076466/13 9. Glossário de espécies/formatos e tipos documentais da Universidade de São Paulo. (Portaria GR nº 3083/97 – anexo III) São Paulo: USP/SAUSP, 1997. 10. Henriques, Cecília; Barbedo, Francisco; Montalvão, Luís. Manual para a gestão de documentos. Lisboa: Instituto dos Arquivos Nacionais. Torre do Tombo, 1998. 11. Koch, Ingedore G. Villaça. Argumentação e Linguagem. 2ª. ed. São Paulo: Cortez Editora, 1987. 12. ___. Argumentação e Linguagem. 9ª. ed. Paulo: Cortez, 2004. 13. Marcuschi, Luiz Antônio. Gêneros textuais: o que são e como se constituem. Recife: UFPE, 2000. 14. Martins, Dileta Silveira; Zilberknop, Lúbia Scliar. Português Instrumental. 19ª. ed. Porto Alegre: Sagra, 1997. 15. Serafini, MaríaTereza. Como escrever textos. São Paulo: Globo, 2001. 16. Soares, Magda. Linguagem e escola.São Paulo: Ática, 1992. ROBERT – 07/11/13 – REV.: RR
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