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LIVRO capitulo 1b

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GESTÃO DE 
RECURSOS 
AMBIENTAIS 
Agnes Reis 
Histórico de educação 
ambiental
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 „ Diferenciar os conceitos de educação ambiental formal e não formal;
 „ Caracterizar o histórico e as diferentes abordagens da educação 
ambiental;
 „ Identificar políticas públicas em educação ambiental.
Introdução
A educação ambiental (EA) é um processo de ensino, de transmissão 
de informação e de sensibilização das pessoas a respeito das questões 
ambientais. Apesar de menções anteriores, apenas a partir do século XX 
a EA de fato tomou a forma que hoje conhecemos. Nesse contexto, o 
histórico da EA é paralelo ao avanço da preocupação ambiental, e essa 
apenas ficou em foco a partir da publicação, em 1962, do livro Primavera 
silenciosa de Rachel Carson, que foi precursor da preocupação com os 
efeitos danosos de inúmeras ações humanas sobre o ambiente, como, 
por exemplo, o uso de agrotóxicos. Juntamente com as definições sobre 
EA, foram estabelecidas agendas e políticas públicas para nortear sua 
aplicação. No Brasil, destaca-se a Política Nacional de Educação Ambiental, 
Lei nº 9.795/99.
Neste texto, estudaremos especificamente os fatos históricos rela-
cionados à educação ambiental, temática fundamental para o futuro 
sustentável da nossa sociedade.
Diferenciação dos conceitos de educação 
ambiental formal e não formal
Conforme a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, este é o conceito de educação 
ambiental:
Art. 1o Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais 
o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, ha-
bilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio am-
biente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua 
sustentabilidade (BRASIL, 1999).
Educação ambiental pode ser definida como um processo de transmissão 
de informação e sensibilização das pessoas de diferentes níveis sociais e faixas 
etárias para a questão, com o objetivo de gerar ou resgatar (dependendo do 
público alvo) um comprometimento quanto à necessidade de preservação e 
conservação do meio ambiente.
Nossa sociedade, infelizmente, é muito negligente quando se trata de 
interesses comuns a todos, como é o caso do meio ambiente. Por isso, se faz 
necessário intensificar as ações de educação ambiental em caráter formal e 
não formal.
Para entendermos bem os conceitos e a aplicabilidade da educação formal e 
não formal, vamos explicar cada um deles de forma objetiva, exemplificando-os.
Educação ambiental formal: são as atividades desenvolvidas nas grades 
curriculares das instituições públicas e privadas vinculadas aos sistemas 
federais, estaduais e municipais de ensino. Não há diferenças em relação a 
instituições privadas. Este conteúdo deve ser abordado em todas as instituições 
de ensino (Figura 1).
Histórico de educação ambiental26
Figura 1. Exemplo de educação ambiental formal.
Fonte: Una Shimpraga/Shutterstock.com.
São atividades educativas integradas, permanentes, inter e transdiscipli-
nares, em todos os níveis e modalidades educacionais, abrangendo desde a 
educação básica (ensinos infantil, fundamental e médio), o ensino especial, 
a educação profissional, a educação de jovens e adultos (EJA), até o ensino 
superior.
Nesse sentido, a educação ambiental formal deve abordar conteúdos re-
lacionados ao meio ambiente e à formação de novos hábitos individuais e 
coletivos voltados à qualidade de vida do nosso planeta.
A abordagem deve buscar atender diferentes públicos, de diferentes faixas 
etárias, assim como aplicar conteúdos de fácil compreensão, tendo como 
referência o entorno da escola, trazendo a realidade do público para as ati-
vidades. Um exemplo desse tipo de abordagem seria trabalhar o controle de 
processos erosivos em margens de rios em locais onde esse recurso esteja 
próximo da escola.
Educação ambiental não formal: são aquelas ações mais voltadas à cole-
tividade, visando divulgar conteúdos que capacitem a sociedade para questões 
ambientais (Figura 2).
27Histórico de educação ambiental
Figura 2. A reciclagem é um exemplo de assunto a ser abordado na educação 
não formal.
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com.
Nesse caso, podemos dar como exemplo o trabalho com agricultores, 
trazendo a importância da preservação de unidades de conservação (Lei nº 
9.985/2000).
Outro bom exemplo seria o de trabalhadores envolvidos em atividade de 
mineração de rocha. É de importância orientá-los sobre os impactos negativos 
gerados, a preservação de fauna e a área de preservação permanente (APP).
Todas as atividades são importantes, tanto as contínuas como as pontuais. 
Os objetivos são diferentes, mas o principal objetivo é atingir um maior número 
de pessoas tendo as informações necessárias para que possamos garantir 
qualidade de vida para todos.
A Lei nº 9.985/2000 traz os princípios da educação ambiental:
Art. 4o São princípios básicos da educação ambiental:
I — o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;
II — a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a in-
terdependência entre o meio natural, o sócio-econômico e o cultural, sob o 
enfoque da sustentabilidade;
III — o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da 
inter, multi e transdisciplinaridade;
Histórico de educação ambiental28
IV — a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;
V — a garantia de continuidade e permanência do processo educativo;
VI — a permanente avaliação crítica do processo educativo;
VII — a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, 
nacionais e globais;
VIII — o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual 
e cultural (BRASIL, 2000).
Buscando a origem da palavra “princípio”, encontramos os significados 
“de onde partimos”, ou “de onde se inicia”. Pensando as ações de educação 
ambiental sob essa ótica, tanto formal quanto não formal, devem levar em 
consideração esses oito incisos da Lei.
Quanto aos objetivos da educação ambiental, salientamos o estímulo e o 
fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e 
social. Mesmo não caracterizando o objetivo principal, quando atingimos o 
fortalecimento de uma consciência crítica, alcançamos um passo para todos 
os demais objetivos propostos em lei.
É importante ressaltar o papel do educador no processo de educação am-
biental formal. A afetividade é fundamental para que o aluno (independen-
temente do nível) tenha um interesse mínimo pelo processo e sinta-se parte 
dele. É necessário, ainda, superar a visão fragmentada da realidade, ter e gerar 
uma visão espacial integrada. Por fim, o papel do educador é essencial para 
a transformação de valores, criação de novos hábitos e novas culturas que 
devem ser transmitidos através das gerações.
O processo de educação ambiental passou por diferentes entendimentos ao 
longo de sua história e evolução, tomando espaço cada vez mais importante. 
Ações de educação ambiental têm sido facilmente acolhidas como processo 
importante para a formação de consciência nas pessoas, pela necessidade de 
preservação e conservação do meio ambiente.
Muito mais do que pequenas atividades de pintura com crianças, através 
de ações pontuais, como, por exemplo, trabalhar o dia da árvore, o processo 
acaba tomando proporções de projeto com ações contínuas e estrategicamente 
indicadas a cada local a ser trabalhado. Deve ser conduzido de forma integrada, 
e não isoladamente, como se sozinho resolvesse os problemas. A inter-relação 
entre áreas do conhecimento e a inclusão da responsabilidade social, assim 
como a necessidade de metas e avaliação continuada dos resultados alcançados, 
trarão grandes resultados para o processo.
O medoda população em razão dos riscos globais tem gerado a necessidade 
de maior compreensão da realidade ambiental atual e de uma projeção futura, 
29Histórico de educação ambiental
revisando teorias, conceitos e métodos até hoje trabalhados. Temas ambientais 
ocupam cada vez mais espaços de discussão.
A evolução e a modernidade geraram mais espaço e necessidade para o 
desenvolvimento da educação ambiental, tanto formal quanto não formal, pois 
configuram os riscos ambientais identificados nos dias de hoje.
Histórico da educação ambiental
A educação ambiental teve origem em função da necessidade de um trabalho 
educativo para garantir a qualidade do meio ambiente e a conservação da 
natureza, no sentido de defesa de grupos ambientalistas.
Muito embora os primeiros registros do termo educação ambiental datem 
de 1800 e se relacionem a preservação de algumas questões específicas, foi 
somente no século XX que ocorreu, a nível mundial, a criação da União 
Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), na Suíça. Com o 
acidente de poluição no ano de 1952, em Londres, provocando a morte de 
1.600 pessoas, o assunto passou a tomar proporções maiores.
A nível mundial, em 1965 foi utilizada a expressão “educação ambiental” 
(Enviromental Education) na conferência de educação da universidade de Keele, 
Grã-Bretanha, e na década de 1970 ocorreu a conferência de Estocolmo — 
discussão do desenvolvimento e ambiente, conceito de ecodesenvolvimento.
Ainda, na década de 1970, ocorreram muitos eventos e foram dados passos 
importantes para o avanço e o reconhecimento da educação ambiental, tais 
como:
 „ 1974 — Seminário de educação ambiental em Jammi, Finlândia —
reconhece a educação ambiental como educação integral e permanente;
 „ 1975 — Congresso de Belgrado — a Carta de Belgrado estabelece as
metas e princípios da educação ambiental;
 „ 1975 — Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA);
 „ 1977 — Conferência de Tbilisi, Geórgia — estabelece os princípios
orientadores da EA e remarca seu caráter interdisciplinar, critico, ético 
e transformador.
Além destes mencionados, houve ainda muitos congressos e encontros 
regionais reconhecendo a problemática do meio ambiente, trazendo como 
parte integrante da solução a educação ambiental.
Histórico de educação ambiental30
Os primeiros cursos de especialização na área de educação ambiental 
surgiram nos anos 1970, com um movimento conservacionista, manifestado 
por meio da ação isolada de professores, estudantes e escolas com atividades 
educacionais voltando suas ações para a recuperação, a conservação e a me-
lhoria do meio ambiente.
Na década de 1980, destacou-se a Constituição Federal de 1988 como 
um dos maiores marcos da educação ambiental, pois trouxe um artigo de 
relevância para a questão:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se 
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações (BRASIL, 1988).
Esse artigo esclareceu nosso direito; no entanto, fica mais claro ainda nosso 
dever — defender e preservar para a geração presente e as futuras.
Em 1989, ocorreu a Declaração de Haia, um dos tratados internacionais 
sobre leis e crimes de guerra, preparatório da Rio 92, que apontou a importância 
da cooperação internacional nas questões ambientais.
Foi a partir desses encontros que surgiram as atuais definições, os objetivos 
e os princípios da educação ambiental.
Na década de 1990, aconteceu, em 1991, mais uma reunião preparatória para 
a Rio 92, que se concretizou em 1992 — a conferência sobre o Meio Ambiente 
e o Desenvolvimento (UNCED) Rio/92, onde ocorre a criação da Agenda 21, 
tratado de educação ambiental para sociedades sustentáveis.
A Agenda 21, documento aprovado durante a Rio 92, é um plano de ação 
para ser adotado a nível nacional e local, em todas as áreas em que a ação 
humana cause impacto ao meio ambiente. Além disso, é também um processo 
de planejamento participativo que resulta na análise da situação atual e projeta 
o futuro de forma sustentável.
Em 2000, a educação ambiental integra, pela segunda vez, o plano pluria-
nual (2000-2003), agora como programa, identificado como 0052 — educação 
ambiental, e institucionalmente vinculado ao Ministério do Meio Ambiente.
Em 2002, a Lei n° 9.795/99 foi regulamentada através do decreto n° 4.281 
que define a composição e as competências do órgão gestor da PNEA, lançando, 
assim, as bases para a sua execução.
Já está claro que o desafio para o século XXI é controlar a desarmonia que 
ocorre entre o crescimento social e o meio ambiente. Concentração popula-
cional, saneamento, resíduos, contaminação da água e do solo são alguns dos 
31Histórico de educação ambiental
problemas a serem trabalhados, e a educação ambiental promove resultados 
por atuar na conscientização e na formação de novos hábitos e valores. O 
problema não está na quantidade de pessoas utilizando recursos naturais, mas 
sim no desperdício e na falta de conhecimento de políticas públicas.
A educação ambiental, em nosso século, precisa ser central e estar aliada 
a uma boa avaliação de impactos gerados no meio ambiente. Nesse sentido, 
a capacitação dos recursos humanos é fundamental para termos resultados e 
uma educação com mais valores e ética.
Algumas mudanças são necessárias, como a participação da comunidade, 
desenvolvendo potencialidades, trazendo benefícios para a qualidade de vida 
de todos, incluindo do nosso meio ambiente. Muito além de plantios isolados 
de árvores (não que este não seja de relevância), precisamos de formação de 
pessoas, troca de experiências e de percepções. Despertar um novo ser capaz 
de compreender seu papel e integrar, de forma consciente e sustentável, o 
meio em que vivemos.
Devido a nossa atual realidade, a preocupação com o meio ambiente tem aumentado 
cada vez mais. Com isso, atualmente os dados nacionais revelam o seguinte dado 
da educação ambiental formal: 65% das escolas do ensino fundamental inserem a 
temática ambiental em suas disciplinas de 1ª a 4ª série, sendo que 27% desenvolvem 
projetos específicos sobre o assunto.
Abordagens da educação ambiental
Iniciando pela educação formal, podemos ver as estratégias pedagógicas utili-
zadas pelos professores no trabalho com a educação ambiental. A abordagem 
não se relaciona apenas ao meio ambiente, pois é preciso visualizar todo o 
contexto econômico, social, político e cultural.
Para que a educação seja realmente transformadora, no sentido de trazer 
novos valores e novos hábitos, é necessário ultrapassar a barreira do universo 
conservacionista.
Histórico de educação ambiental32
No mundo capitalista em que vivemos, as pessoas pensam em consumir 
sem se preocupar com a sustentabilidade, ou seja, só pensam no dia de hoje. 
Sendo assim, os trabalhos precisam envolver a formação do indivíduo, incor-
porando conceitos básicos à sua formação básica. O indivíduo precisa assimilar 
o conteúdo e compreendê-lo de tal forma que venha a gerar conhecimento.
Para garantir esse processo, é preciso abordar a educação ambiental de forma
mais ampla, e não somente voltada à preservação da natureza.
As estratégias e metodologias utilizadas são as mais variadas, de acordo 
com o público-alvo a que se destina a atividade; podemos citar, como exemplos, 
projetos práticos de ações a serem desenvolvidas na comunidade de forma 
continuada e grupos de trabalho para resolver um determinado problema 
social do entorno.
Partindo de algo mais genérico, pode haver grupos específicos que estudam 
um determinado problema detectado em uma espécie de fauna, uma árvore 
isolada ou até mesmo algumas alterações identificadas ao longo do tempo.
Outro ponto importante a ser trabalhado é estimular a projeçãodo futuro, 
considerando a situação atual e simultaneamente idealizando como seria a 
situação em 20 anos, com as seguintes ações projetadas. Esse exercício pode 
ser feito a curto, médio e longo prazos, tendo como objetivo a avaliação da 
projeção em curto prazo, para identificar necessidades de ajustes para médio 
e longo prazo.
Dentro da educação não formal existem muitos pontos, além dos já men-
cionados (que podem ser adaptados da educação formal), a serem abordados. 
Um bom exemplo é trabalhar com agricultores as diferenças entre zona rural 
e zona urbana.
Independente do público a ser alcançado com a atividade, é necessário 
ligar a relação de dependência entre homem e meio ambiente, promovendo 
simultaneamente o desenvolvimento de conhecimento e de habilidades para 
a melhoria da qualidade ambiental, gerando melhor qualidade de vida para a 
presente e as futuras gerações.
É importante não esquecer a formação dos profissionais que trabalham 
com educação ambiental. Esta não é responsabilidade de profissionais da 
área de ciências, como se costumava pensar. Esse trabalho é multidisciplinar 
e interativo.
33Histórico de educação ambiental
A educação formal é a escolar, aquela que possui a melhor estratégia para assegurar 
o direito social das pessoas. É quando ocorre o compartilhamento das experiências
pessoais, o que enriquece muito a educação, pois traz vivências da vida de cada um 
e, ao mesmo tempo, de grupos sociais diferentes.
Políticas públicas em educação ambiental
Políticas públicas são um conjunto de planos, metas e ações governamentais, 
a nível nacional, estadual ou municipal, voltados para resolver problemas de 
interesse comum do povo. Esses interesses podem ser de caráter específico 
ou geral, sendo que, neste último, podemos inserir melhores condições de 
saúde pública. 
Você pode pensar: o que educação ambiental tem a ver com saúde pública? 
Existem doenças diretamente relacionadas a nossas ações e cuidados com o 
meio ambiente. Esgoto e resíduos, sem os devidos tratamentos e cuidados, são 
responsáveis por causar, além de contaminação do solo e da água, problemas 
à saúde pública.
Sendo assim, o planejamento público precisa ser capaz de envolver áreas 
e interesses públicos para trabalharem assuntos relacionados e informar a 
população.
Muitas vezes a política pública, por caracterizar um processo de decisão, 
acaba gerando conflitos de interesse. Desta forma, conta é preciso considerar 
a forma mais abrangente possível, que atenda aos interesses do maior grupo.
Sendo assim, quais seriam os principais desafios das políticas públicas 
de educação ambiental no Brasil? No caso, promover uma educação crítica, 
reflexiva e participativa. Mas como fazer isso?
A visão sistêmica é parte importante nesse processo, porém existem outros 
fatores tão necessários quanto.
No Programa Nacional de Educação Ambiental, estão previstas ações vol-
tadas a assegurar, no âmbito educativo, a integração equilibrada das múltiplas 
dimensões da sustentabilidade — ambiental, social, ética, cultural, econômica, 
espacial e política — para o desenvolvimento do país.
Uma das diretrizes previstas no mesmo plano diz respeito ao aperfeiçoa-
mento e fortalecimento dos sistemas de ensino, de meio ambiente e de outros 
Histórico de educação ambiental34
que tenham interface com a educação ambiental. As outras valorizam a trans-
versalidade e a interdisciplinaridade, a descentralização espacial e institucional, 
a sustentabilidade socioambiental, a democracia e a participação social.
Por meio da regulamentação da Política Nacional de Educação Ambiental 
(PNEA), o ProNea integra a missão de fortalecimento do Sistema Nacional 
de Meio Ambiente (SISNAMA), por intermédio do qual a PNEA deve ser 
executada, comunicando às demais políticas federais, estaduais e municipais 
de governo.
A educação ambiental é um dos elementos principais da gestão ambiental, 
sendo assim o ProNea apresenta uma função importante na orientação de 
agentes públicos e privados para a reflexão e definição de metas e objetivos 
relacionados a sustentabilidade.
A participação da sociedade é uma das principais estratégias do ProNea, 
através da geração e disponibilização de informações para a participação social 
nas discussões, elaborações, implementações, fiscalização e monitoramento 
de políticas ambientais voltadas à construção de novos valores, conforme já 
mencionamos anteriormente, com qualidade ambiental.
Conforme disponibilizado no site do ministério do meio ambiente, apre-
sentamos abaixo as linhas de ação para cruzar a perspectiva de estímulo e 
apoio à construção de sociedades sustentáveis (BRASIL, 2017?).
As linhas de ação, conforme apresentadas a seguir, seguem as seguintes 
macroáreas: gestão, formação de profissionais e comunicação.
Gestão e planejamento da educação ambiental no país
Essa linha de ação se propõe a apoiar o planejamento, a avaliação, a gestão, 
a administração e a internalização da educação ambiental no governo e na 
sociedade, por meio da construção e da apropriação do programa nacional 
de educação ambiental.
Além disso, atua na perspectiva do fortalecimento de coletivos e colegiados, 
que são espaços de interlocução e tomada de decisão, e de canais de articulação 
internacional, que viabilizam ações conjuntas de educação ambiental.
Formação de educadores ambientais
Essa linha de ação consiste na potencialização de processos de formação de 
educadoras e educadores ambientais, por intermédio do estabelecimento de 
35Histórico de educação ambiental
articulações das instituições que atuam com atividades ambientais de caráter 
pedagógico.
Para isso, incentiva processos educativos que contemplem a compreensão 
cognitiva e afetiva da complexidade ambiental, contextualizada na dinâmica 
socioeconômica, cultural e política do Brasil e do mundo, possibilitando uma 
transformação ética da ação individual e coletiva, fortalecendo instituições 
para atuar de forma autônoma, crítica e inovadora e estimulando a potência 
de ação nos diversificados atores e grupos sociais.
Comunicação para educação ambiental
Com a comunicação, o departamento busca dar visibilidade pública à temática 
da sustentabilidade, contribuindo para a educação ambiental do público em 
geral e subsidiando a sociedade, o poder público e os educadores ambientais 
para o desenvolvimento de programas e projetos.
A comunicação atua por meio de produção, gestão, disponibilização e vei-
culação de informações no campo da educação ambiental, de forma interativa 
e dinâmica, estimulando a participação e o controle social.
Dessa forma, apresentamos, por último, outra ferramenta, relacionada à 
informação sobre educação ambiental, o sistema brasileiro de informação 
sobre educação ambiental (SIBEA), criado em parceria com o governo e a 
sociedade.
Quando a eficiência de todas as propostas precisa ser criada, é preciso criar 
também novas parcerias para estimular a ampliação das ações de educação 
ambiental, gerando novos hábitos e contribuindo para a construção de terras 
sustentáveis com pessoas comprometidas, conscientes e capacitadas.
Um exemplo de cultura que engloba métodos holísticos para manter sistemas de 
escala humana ambientalmente sustentáveis, socialmente justos e financeiramente 
viáveis e a permacultura. Este sistema cria ambientes sustentáveis de forma produtiva, 
respeitando o meio ambiente (INSTITUTO PERMACULTURA, 2017?).
Histórico de educação ambiental36
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília: Presidência da 
República, 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicao.htm>. Acesso em: 19 dez. 2017. 
BRASIL. Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a 
Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília: Presidênciada República, 1999. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9795.
htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e 
VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da 
Natureza e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 2000. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9985.htm>. Acesso em: 19 dez. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Educação Ambiental. 
Brasília: MMA, [2017?]. Disponível em: <http://mma.gov.br/educacao-ambiental/
politica-de-educacao-ambiental/programa-nacional-de-educacao-ambiental>. 
Acesso em: 18 dez. 2017.
INSTITUTO DE PERMACULTURA. Quem é o IPOEMA? Brasília: IPOEMA, [2017?]. Disponível 
em: <http://ipoema.org.br/#ht-about-us-section>. Acesso em: 18 dez. 2017.
 de educação ambiental37 Histórico
Leituras recomendadas
BARBOSA, L. C. Políticas públicas de educação ambiental numa sociedade de risco: 
tendências e desafios no Brasil. In: ENCONTRO NACIONAL DA ANPPAS, 4., 2008, Brasília. 
Anais... Brasília: [s.n.], 2008. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/
publicacao11.pdf>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. 
Brasília: Presidência da República, 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/L6938.htm>. Acesso em: 18 dez. 2017.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Histórico mundial. Brasília: MMA, [2017?]. Dis-
ponível em: <http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-
-ambiental/historico-mundial>. Acesso em: 18 dez. 2017.
LOPES, C. V. G.; SALLES, J. de O. Políticas públicas e iniciativas da sociedade civil em 
educação ambiental. Curitiba: FAEL, 2010.
MACHADO, G. B. História da educação ambiental no Brasil e no mundo. Portal Resíduos 
Sólidos, 12 dez. 2013. Disponível em: <http://www.portalresiduossolidos.com/historia-
-da-educacao-ambiental-brasil-e-mundo/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
SILVEIRA, A. C. M.; HILLIG, C.; ALMEIDA NETTO, T. (Org.). Educação ambiental: cidadania 
e agroecologia. Santa Maria: FACOS-UFSM, 2013.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado 
para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca 
Virtual da Instituição, você encontra a obra na 
íntegra.
	Página em branco

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