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Exames Complementares No dia a dia da prática clínica odontológica, é comum observar a solicitação de exames complementares de forma indiscriminada, inadequada e sem critérios adequados para sua solicitação. Os exames não devem ser solicitados como rotina, mas com o intuito de otimizar o cuidado pré-operatório, se baseando nas informações obtidas no histórico clínico, exame físico e porte do procedimento cirúrgico, daí a importância de uma anamnese bem detalhada. Segue abaixo algumas situações em que se torna necessário a solicitação de exames específicos. HEMOGRAMA: Uso de anticoagulantes Intervenções de médio e grande porte. Suspeita clínica de anemia/policitemia Esplenomegalia Nefropatias / Hepatopatias Lúpus / Neoplasias Presença de infecção Radioterapia ou quimioterapia recentes Paciente com mais de 60 anos Alcoolismo Má alimentação Crianças pálidas, hipoativas, desnutridas. COAGULOGRAMA: Histórico de sangramentos anormais Possibilidade de perda volêmica maior que 30% Hepatopatias Neoplasias Esplenomegalia Manifestações clínicas sugestivas de distúrbios de coagulação: petéquias (<3mm), equimoses (>1cm), hematomas, sangramentos espontâneos. TEMPO DE SANGRAMENTO (TS): Hemostasia primária (plaquetas, fator de von willebrand); valor de referência 3 a 7 minutos. TEMPO DE PROTROMBRINA (TP): Hemostasia secundária. Avalia as vias extrínseca da coagulação (I, II, V, VII, X) e via comum: principalmente o fator VII (vitamina k dependente). Valor de referência: 11 a 15 segundos. Doenças hepáticas e anticoagulantes alteram o TP. TEMPO DE TROMBROPLASTINA PARCIALMENTE ATIVADA (TTPA) Hemostasia secundária. Avalia a via intrínseca da coagulação (VIII, IX, XI, XII) e via comum. Valor de referência: 25 a 35 segundos. Deficiência de fatores intrínsecos e uso de heparina alteram o TTPA. ÍNDICE DE NORMALIZAÇÃO INTERNACIONAL (INR): Quando elevado, a coagulação apresenta- se deficiente. Valor de referência: 0,9 a 1,2. Ou seja, mais próxima de 1. Acima de 2 risco de hemorragia. Apresenta relação com TP, assim, juntamente também avalia a via extrínseca da coagulação. GLICEMIA Pacientes com mais de 40 anos Histórico pessoal ou familiar de diabetes Uso de hiperglicemiantes Pancreatopatias Terapia com esteroides, doenças adrenais. CREATININA Pacientes com mais de 40 anos Histórico pessoal ou familiar de nefropatia Histórico de hipertensão arterial sistêmica ou diabetes Em concentrações altas indica doença renal. Geralmente o nível sérico de creatinina é proporcional à severidade da enfermidade e é mais específica e sensível que a concentração de ureia sérica no estudo da função renal. Valor de referência: 0,60 a 1,30mg/Dl UREIA Produzida no fígado e excretada principalmente nos rins. Sua concentração irá aumentar se os rins não estão exercendo sua função corretamente. Uremia: concentração alta de ureia no sangue significa insuficiência renal, os rins não filtram mais adequadamente. É provável que ocorra no estágio final da doença renal crônica. Pacientes com mais de 40 anos Histórico pessoal ou familiar de nefropatia Histórico de hipertensão arterial sistêmica Valor de referência: 10 a 40 mg/Dl. TGO (TRANSAMINASE GLUTÂMICO- OXALACÉTICA) Avaliam doenças músculo esqueléticas e infarto. Presentes no coração, fígado e músculo esquelético. TGP (TRANSAMINASE GLUTÂMICO- PIRÚVICA) Mais presentes no fígado e rins do que no coração e músculo esquelético. Valores elevados indicam lesões das células hepáticas. Os dois são recomendados para pacientes com possível alteração ou lesão no fígado. HEMOGRAMA Exame de baixo custo indicado quando se suspeita ou há o diagnostico de doenças sistêmicas. É possível verificar níveis de células vermelhas (Eritrograma), brancas (Leucograma) e plaquetas (Plaquetograma). Termos: Policitemia- aumento do número de eritrócitos Oligocitemia- diminuição do número de eritrócitos Hemoglobina (Hb)- proteína presente nos eritrócitos Hematócrito- proporção (em porcentagem) adquirido da relação entre o volume das hemácias em relação ao volume da amostra, representa o percentual de sangue ocupado pelos eritrócitos. HCT- Volume de todas as Hemácias da amostra/volume total da amostra Volume Globular (Corpuscular) Médio (VGM ou VCM)- índice que auxilia na observação do tamanho das hemácias. Pode haver tamanho: Microcítico- células pequenas (quando associado à anemia pode ser a ferropriva) Normocítico- células de tamanho normal Macrocítico- células grandes (a anemia associada pode ser megaloblástica ou perniciosa). Hemoglobina Globular (Corpuscular) Média (HCM)- Média de peso de hemoglobina encontrada nas hemácias. Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média (CHCM)- Média de hemoglobina encontrada em cada hemácia. RDW- índice que irá indicar anisocitose que são hemácias de tamanhos variados. Importante no diagnóstico de policitemia severa. É muito comum RDW elevado por carência de ferro, levando à formação da hemácia de tamanho reduzido, pois a falta desse elemento impede a formação da hemoglobina normal. Leucograma- verifica a série branca presente no plasma sanguíneo. É capaz de verificar e realizar uma contagem diferencial de leucócitos evidenciando qual célula se encontra de forma mais abundante. Vale ressaltar que no sangue, deve haver presença de células maduras. Reação escalonada verifica: Desvio para direita: Células maduras Desvio para esquerda: Aumento de células jovens (pode indicar leucemia, ou infecção em curso: neutrófilos jovens, bastões ou segmentados) O paciente pode ter aumento dessas células o que pode indicar leucocitose causada por infecção ou Leucemia, ou diminuição que é chamada de Leucopenia que pode ser ocasionada por medicamentos, quando paciente faz tratamento de quimioterapia, ou como sinal de vários tipos diferentes de doença. Entre elas, infecções, inflamações, doenças da medula óssea, da tireoide e do baço, doenças autoimunes e algumas doenças genéticas. Os neutrófilos e linfócitos são os tipos mais comuns de leucócitos, estes geralmente são os responsáveis pelo aumento ou diminuição da concentração total dos leucócitos. Células brancas: Neutrófilos: Células mais abundantes no sangue, responsáveis pelo combate de microrganismos nocivos, sendo o seu alto valor um indicativo de infecção. Linfócitos: Confere defesa imunológica tardia ao organismo. Células responsáveis no combates dos vírus como também alguns tumores, são eles que produzem anticorpos. Seu alto valor é um indicativo de infecção viral, rejeição de órgão ou leucemia. Monócitos: são os macrófagos e seu papel é fagocitar microrganismos Eosinófilos: são associados a alergias ou presença de parasitas Basófilos: associados à inflamação crônica ou alergia programada
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