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Carolina Marques
SP3: ‘’SUFOCO?’’
REFERÊNCIAS: ARTIGO USP (https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/40413105/Antibioticos.pdf?response-content-disposition=inline%3B%20filename%3DAntibioticos.pdf&X-Amz-Algorithm=AWS4-HMAC-SHA256&X-Amz-Credential=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A%2F20190919%2Fus-east-1%2Fs3%2Faws4_request&X-Amz-Date=20190919T170007Z&X-Amz-Expires=3600&X-Amz-SignedHeaders=host&X-Amz-Signature=93829b35d434f71302633e655a9a6c08bd550ab0db0dc56829f0dff3698b433c) - HARRISON - ABBAS - ANVISA (http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp?pNuTransacao=1002522013&pIdAnexo=1881834)
Perguntas:
1. Sobre a biologia da bactéria, descreva:
a) Morfologia (forma + estrutura)
b) Classificação (tipos GRAM)
Bactérias Gram positivas e bactérias Gram-negativas. Uma bactéria Gram positiva tem uma espessa camada de peptidoglicano. Uma bactéria Gram negativa tem uma fina camada de peptidoglicano e uma membrana externa. 
c) Reprodução
REPRODUÇÃO ASSEXUADA: Bipartição - Cissiparidade - Divisão Binária 
· Ocorre primeiramente uma duplicação do DNA bacteriano
· As novas cadeias de dna se ligam a membrana plasmática da bactéria e acontece uma invaginação 
· Há uma posterior divisão em duas bactérias filhas com o mesmo genoma da mãe.
REPRODUÇÃO SEXUADA: Transformação - Transdução - Conjugação
· Há uma transferência de fragmentos do DNA de uma célula bacteriana para outra
· Quando o DNA entra na outra bactéria, ele se recombina com o DNA já existente e produz novos cromossomos recombinantes
· A bactéria ao se dividir passará para as bactérias filhas o DNA recombinado
· Transformação: Absorve material genético disperso no meio de bactérias que já estão mortas 
· Transdução: Quando um vírus é adsorvido em uma célula bacteriana e “injeta” seu material genético nela, o genoma viral mistura-se ao DNA bacteriano e ao se replicar levará para as futuras células hospedeiras o material genético da atual bactéria que ele está utilizando quando ocorrer a lise.
· Conjugação: As bactérias doadoras através dos pilis (tubos protéicos) que possuem, mandam para as bactérias receptoras uma fita do plasmídeo conjugativo (fragmentos de seu DNA) que vão se recombinar e passarão para as células filhas.
d) Tipos de microbiota (relação com o hospedeiro)
A microbiota normal refere-se a uma população de microrganismos que habitam diversas regiões do nosso organismo. Após o nascimento, o simples contato com a mãe propicia que a microbiota materna seja repassada para a criança. As mucosas da boca e da faringe inicialmente são estéreis e, a partir do momento em que ocorre a primeira amamentação, haverá a introdução de bactérias nessas regiões. 
Micro-organismos não são encontrados no sangue pelo fato de ser um fluido totalmente estéril. A presença de bactérias nesse fluido biológico pode promover infecções graves. Infecções de corrente sanguínea normalmente possuem consequências sistêmicas graves, são chamadas normalmente de bacteremias (infecções por bactérias) ou sepse. Todos os demais líquidos cavitários são estéreis, ou seja, livres da presença de microorganismos. 
Microbiotas da pele: A pele - um dos maiores órgãos do nosso organismo - apresenta uma variedade de bactérias, principalmente Gram-positivas, em razão de sua grande exposição ao ambiente e às superfícies.
As regiões quentes e úmidas, como as axilas e a virilha, contêm uma quantidade maior de bactérias por conta da presença de nutrientes provenientes da descamação de células cutâneas e das secreções produzidas pelas glândulas sudoríparas. A proliferação exacerbada de bactérias Gram-positivas, principalmente de Staphylococcus spp., pode originar uma infecção do folículo piloso denominada foliculite.
Microbiota região oral, trato respiratório: A mucosa oral é uma região propícia à colonização de bactérias em virtude da umidade e dos resíduos provenientes da alimentação. A saliva é secretada pelas glândulas salivares, apresentando um pH que varia de 6,0 a 7,0. 
Na saliva encontramos uma enzima denominada lisozima, que atua como bactericida, promovendo a destruição de bactérias nessa região. A saliva contém cerca de 108 bactérias/ml e a placa dentária contém 1011 bactérias/mg.
O trato respiratório superior S. epidermidis, S. aureus S. pneumoniae e outros - hemolíticos Corynebacterium spp. Neisseria spp. Haemophilus spp. Micrococcus spp. Nas fossas nasais há predomínio de Staphylococcus spp. e Corynebacterium spp. 
O Trato Respiratório Inferior possui uma eficiente remoção mecânica dos microorganismos pelo fluxo muco-ciliar e normalmente possuí quantidade praticamente nula de micro-organismos. 
Microbiotas do trato intestinal: Ao nascimento, o intestino é estéril e a microbiota intestinal é influenciado por múltiplos fatores e é definido por volta dos 2 anos de idade. 
A mãe é a primeira fonte de micro-organismos das crianças. Bebês de parto normal entram em contato com bactérias mais rápido do que aqueles que nasceram via cesárea. Isso porque o parto vaginal proporciona um contato direto com a microbiota fecal materna. Em contrapartida, na cesárea a fonte inicial de contaminação é o meio ambiente, retardando, assim, o estabelecimento da microbiota
Alimentos e o contato direto com a mãe durante a amamentação também influenciam a microbiota intestinal. Nos lactentes alimentados com mamadeiras, a microbiota intestinal tende a ser mais mista e com menor quantidade de lactobacilos.
O intestino grosso é uma região altamente colonizada, com ≈ 1011 microrganismos/g de peso úmido, cerca de 200 gêneros e 500 espécies diferentes. Nessa região, existem aproximadamente 300 vezes mais anaeróbios que aeróbios.
Calcula-se que a microbiota intestinal seja responsável por 70% do peso seco das fezes, além de ser a principal microbiota do corpo humano. Um adulto excreta 3x1013 (30 trilhões) de células bacterianas diariamente pela defecação.
Microbiotas do trato urinário: O trato urinário é constituído pelos rins, ureteres, bexiga e uretra; o terço final da uretra masculina e feminina contém uma pequena quantidade de microrganismos que são controlados pelo fluxo urinário e pH da região. Rins, Ureteres e Bexiga são regiões normalmente livres de micro-organismos. 
Ou seja, os micro-organismos comumente encontradas no trato urinário (terço final da uretra) são da microbiota da pele e da microbiota intestinal, sendo provenientes de contaminação local. 
A urina é um fluido excretório, ácido e estéril que desenvolve um papel importante no equilíbrio da microbiota dessa região. A proliferação exacerbada de bactérias na uretra pode ascender para a região da bexiga e dos rins, ocasionando infecções do trato urinário. 
Microbiota vaginal: A microbiota vaginal normal é constituída de estreptococos hemolíticos do grupo B - Streptococcus agalactiae e Lactobacillus spp. - que controlam o pH, mantendo-o ácido e impedindo a colonização de bactérias patogênicas e fungos, os quais se desenvolvem com maior facilidade em pH neutro e alcalino.
Além disso, o muco cervical contém lisozima, que possui atividade antibacteriana, conferindo proteção a essa região e impedindo a proliferação de patógenos. 
Microbiotas do olho: A microbiota da conjuntiva é controlada pelo fluxo de lágrimas, que também contém lisozima, impedindo a colonização de bactérias. 
Ouvido Externo e médio: Ouvido externo é normalmente colonizado pela flora da pele. O ouvido médio e interno normalmente são livres de bactérias.
e) Patogênese
Bactérias de maior importância clínica: 
· + Bacilos Gram-negativos 
Bacilos Gram-negativos são responsáveis por numerosas doenças. Alguns são microrganismos comensais encontrados na microbiota intestinal normal. Esses microrganismos comensais e outros, provenientes de reservatórios animais ou ambientais, podem causar doenças. Infecções do trato urinário, diarreia, peritonite e infecções da circulação sanguínea geralmente são causadas por bacilos Gram-negativos. 
1.Enterobactérias – Bacilos Gram-negativos 
As bactérias que fazem parte desse grupo são membros pertencentes à família das Enterobacteriaceae, que, nos últimos tempos, têm merecido uma atenção especial por serem as mais isoladas em diversas espécimes. Nos laboratórios clínicos, são comumente isoladas em amostras biológicas e envolvidas com algumas patologias, principalmente com as infeções urinárias. Em laboratórios de controle de alimentos, são encontradas como agentes contaminantes envolvidos com as DTA (doenças transmitidas por alimentos). 
As enterobactérias são compostas por vários gêneros como Escherichia spp., Salmonella spp., Shigella spp., Klebsiella spp., Citrobacter spp., Serratia spp. e Proteus spp.
 A Escherichia coli é um dos bacilos Gram-negativos encontrados em maior concentração na microbiota intestinal humana e animal, colonizando já nas primeiras horas de vida essa região e estabelecendo uma relação de simbiose com o hospedeiro, além de permanecer como principal residente do intestino grosso. Em indivíduos debilitados, imunodeprimidos ou naqueles em que as barreiras gastrintestinais são vencidas, mesmo as cepas de E. coli consideradas não patogênicas são responsáveis por um espectro amplo de infecções tanto em humanos quanto em animais. 
A Salmonella é uma bactéria patogênica em humanos e animais associada a uma patologia denominada salmonelose, que afeta milhares de pessoas no mundo todo. É uma doença que toma a forma de uma intoxicação alimentar e que pode, então, ocasionar manifestações severas, como uma infecção sistêmica. As espécies Salmonella typhi, Salmonella enteritidis e Salmonella choleraesuis são as mais frequentes nos processos infecciosos intestinais. 
A Shigella é um bacilo Gram-negativo imóvel, responsável por um quadro clínico denominado shigelose. Trata-se de uma doença infecciosa que se manifesta com quadros de dor abdominal, cólicas, diarreia com sangue e presença de muco, febre e vômitos, o que comumente se inicia em um ou dois dias após a exposição às bactérias. As espécies de Shigella de maior importância nesses quadros incluem a Shigella sonnei, a S. boydii, a S. flexneri e a S. dysenteriae. A Klebsiella spp. é um bacilo Gram-negativo encontrado em locais como água, solo, plantas e esgoto. 
A espécie Klebsiella pneumoniae é a mais importante clinicamente e a sua patogenicidade é atribuída à grande produção de enterotoxina. A colonização da Klebsiella pneumoniae em humanos provavelmente ocorre por contato com diversas fontes ambientais. 
São comuns em hospitais, onde podem causar pneumonia caracterizada pela emissão de escarro sanguinolento. A Klebsiella pneumoniae pode ser encontrada colonizando a orofaringe e as fezes de pessoas sadias; já no organismo de pessoas imunocomprometidas, levam aos quadros de infecção. 
Nesta espécie foi primeiramente descrita a produção da enzima Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), chamada de “super bactéria”, por possuir resistência praticamente todos os antibióticos existentes no mercado, sendo uma das principais causas de falha terapêutica. A resistência ao tratamento favorece a presença de germes multirresistentes. Citrobacter spp., Serratia spp. E Proteus spp. (Proteus mirabilis e Proteus vulgaris) também são espécias de enterobactérias de grande importância clínica. 
2. Bacilos Gram-negativos não fermentadores 
Os bacilos Gram-negativos não fermentadores (BGNNF) são um grupo heterogêneo de microrganismos que não possuem a capacidade de fermentar carboidratos como forma de obtenção de energia. Possuem mais de 120 espécies classificadas como patogênicas, destacando-se entre elas Pseudomonas aeruginosa, Acinetobacter baumannii, Stenotrophomonas maltophilia e Burkholderia cepacia. 
As infecções causadas por esses micro-organismos são, em sua maioria, adquiridas nos ambientes hospitalares, já que se tratam de patógenos oportunistas, estando entre as bactérias de maior relevância clínica e epidemiológica. 
· + Bacilos Gram-positivos
 Os bacilos Gram-positivos são bactérias isoladas em menor frequência. Esses bacilos estão divididos em formadores de esporos e não formadores de esporos. 
Gênero Clostridium: esse gênero compreende um grande número de bacilos anaeróbios Gram positivos esporulados. Estão distribuídos amplamente na natureza e no homem habitam o intestino. A produção de potentes toxinas é a principal característica da patogenicidade do gênero. As principais espécies de importância médica são: Clostridium perfringens, Clostridium tetani, Clostridium botulinum, Clostridium difficile. 
A contaminação ocorre após o contato com esporos via endógena ou exógena, já que estes micro-organismos estão presentes na microbiota normal e solo, respectivamente. 
A ação das toxinas é capaz de causar necrose com consequente insuficiência de irrigação sanguínea. Esta ação cria uma condição anaeróbica permitindo assim o crescimento deste bacilo na ferida, que leva a uma gangrena do tipo gasosa. Estas bactérias ainda podem causar intoxicação alimentar que resulta após a ingestão de formas vegetativas do bacilo produtoras de enterotoxinas. 
Clostridium difficile: esse bacilo é delgado e imóvel. O diagnóstico pela detecção da toxina nas fezes é praticável. Habita normalmente a microbiota intestinal e seu crescimento ocorre por pressão seletiva de antibióticos. Causa a colite pseudomembranosa (diarreia associada a antibióticos) e pode ser letal em pacientes imunocomprometidos. 
Gênero Nocardia: as nocardias estão amplamente distribuídas no ambiente. São bacilos Gram positivos aeróbios que formam ramificações filamentosas delgadas. Nocardia asteroides é o principal agente causador de infecções no homem. A infecção ocorre por oportunismo e são acometidos pacientes imunocomprometidos. A infecção primária se limita ao pulmão, mas em infecções secundárias a propagação leva a abscessos renais e cerebrais. 
· + Cocos Gram-positivos 
As bactérias pertencentes a esse grupo fazem parte principalmente dos gêneros Staphylococcus spp. e Streptococcus spp. Esses gêneros são encontrados na própria microbiota e com maior frequência na cavidade respiratória, pele e intestino. 
Fazendo parte do grupo dos Staphylococcus coagulase-positiva, temos o Staphylococcus aureus, que está presente na microbiota da pele, sendo responsável pela maioria das infecções que acometem a pele escoriada, tais como infecções cirúrgicas, escarlatina, furúnculos, impetigo e síndrome da pele escaldada. 
Os Staphylococccus spp. expressam muitas toxinas, proteínas de superfície e extracelulares que são consideradas fatores de virulência, que é uma forma de defesa da bactéria. Entre as toxinas e proteínas envolvidas incluídas nesse processo, podemos citar αtoxinas, β-toxinas, δ-toxinas, γ-toxinas, leucocidinas, enterotoxinas, toxinas esfoliativas, as coagulases, as estafilo- quinases e as catalases. 
Os gêneros Streptococcussp. são bactérias esféricas Gram-positivas, que crescem usualmente na forma de cocos em cadeia. Constituem uma população de bactérias que colonizam a mucosa oral, pele (menor número), mucosa vaginal e intestino, estando também envolvidos em diversas doenças infecciosas. 
As bactérias Gram-positivas estão se tornando cada vez mais resistentes a antibióticos. Por exemplo, a bactéria Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) é resistente à maioria dos antibióticos que estão relacionados à penicilina. As cepas de MRSA estão habitualmente envolvidas em infecções adquiridas em estabelecimentos de saúde e podem causar infecções adquiridas fora desses estabelecimentos (infecções adquiridas na comunidade).
 Enterococcus são um gênero de cocos gram positivos comensais do aparelho digestivo (intestino) e urinário. São frequentes causadores de Endocardites, infecção pélvica e intraabdominal, Infecção urinária, Meningite, Septicemias e infecções nosocomiais (hospitalares). 
+ Cocos gram negativos 
O gênero Neisseria spp. éo mais frequente nas infecções humanas. Dentre elas, podemos citar como espécies de maior relevância a Neisseria gonorrhoeae, agente etiológico das uretrites gonocócicas, e a Neisseria meningitidis, relacionada com as meningites meningocócicas.
 2. Explique a resposta imunológica (bactérias intra e extracelulares).
 3. Descreva como ocorre a infecção bacteriana e seus sinais clínicos.
 4. Sobre os antibióticos:
a) O que é ?
Antibióticos são compostos naturais ou sintéticos capazes de inibir o crescimento ou causar a morte de fungos ou bactérias. Podem ser classificados como bactericidas, quando causam a morte da bactéria, ou bacteriostáticos, quando promovem a inibição do crescimento microbiano
Os antibióticos de origem natural e seus derivados semi-sintéticos compreendem a maioria dos antibióticos em uso clínico e podem ser classificados em β-lactâmicos (penicilinas, cefalosporinas, carbapeninas, oxapeninas e monobactamas), tetraciclinas, aminoglicosídeos, macrolídeos, peptídicos cíclicos (glicopeptídeos, lipodepsipeptídeos), estreptograminas, entre outros (lincosamidas, cloranfenicol, rifamicinas etc). Os antibióticos de origem sintética são classificados em sulfonamidas, fluoroquinolonas e oxazolidinonas
b) Mecanismo de ação
· ANTIBIÓTICOS NATURAIS
· Antibióticos β-lactâmicos
São agentes antibacterianos que inibem irreversivelmente a enzima transpetidase, que catalisa a reação de transpeptidação entre as cadeias de peptideoglicana da parede celular bacteriana. A atividade desta enzima leva à formação de ligações cruzadas entre as cadeias peptídicas da estrutura peptideoglicana, que conferem à parede celular uma estrutura rígida importante para a proteção da célula bacteriana contra as variações osmóticas do meio. Constituem a primeira classe de derivados de produtos naturais utilizados no tratamento terapêutico de infecções bacterianas.
Possuem amplo espectro de atividade antibacteriana, eficácia clínica e excelente perfil de segurança, uma vez que atuam na enzima transpeptidase, única em bactérias. Todos os antibióticos β-lactâmicos têm um elemento estrutural farmacofórico em comum, o anel β-lactâmico.
As modificações estruturais possíveis ficam restritas às cadeias laterais, que podem modular: a estabilidade em meio ácido, fundamental para a atividade por via oral destes fármacos; a estabilidade frente às b-lactamases, enzimas bacterianas relacionadas à resistência, que hidrolisam o grupo farmacofórico destes antibióticos e, o espectro de ação frente a bactérias Gram negativo.
O maior número de antibióticos b-lactâmicos em uso clínico pertence à classe das cefalosporinas.
· Antibióticos aminoglicosídicos
Os aminoglicosídeos apresentam atividade melhorada em pH levemente alcalino, em torno de 7,4, onde estão positivamente carregados, facilitando a penetração em bactérias Gram negativo.
Os antibióticos aminoglicosídicos apresentam efeito bactericida por ligarem-se especificamente à subunidade 30S dos ribossomos bacterianos, impedindo o movimento do ribossomo ao longo do mRNA e, consequentemente, interrompendo a síntese de proteínas.
 O uso contínuo de antibióticos aminoglicosídeos deve ser cuidadosamente controlado, devido aos efeitos ototóxicos e nefrotóxicos. Esses agentes são efetivos contra bactérias Gram negativo aeróbicas, como P. aeruginosa, e apresentam efeito sinérgico com b-lactâmicos.
 Devido à polaridade, os aminoglicosídeos devem ser administrados por via injetável. Eles também são incapazes de atravessar a barreira hemato-encefálica eficientemente e, portanto, não podem ser usados para o tratamento de meningites, a menos que sejam injetados diretamente no sistema nervoso central.
· Antibióticos Macrolídeos
Os macrolídeos são agentes bacteriostáticos, que atuam pela ligação com o RNA ribossomal 23S da subunidade 50S, interferindo na elongação da cadeia peptídica durante a translação e bloqueando a biossíntese de proteínas bacterianas.
 São usados em infecções respiratórias como pneumonia, exacerbação bacteriana aguda de bronquite crônica, sinusite aguda, otites médias, tonsilites e faringites. 
Age frente à maioria dos patógenos respiratórios, é considerada segura e amplamente prescrita a crianças. Entretanto, seu limitado espectro de ação e sua limitada estabilidade em meio ácido resultam em uma fraca biodisponibilidade e uma variedade de outros efeitos colaterais.
· Antibióticos Cloranfenicol
O cloranfenicol liga-se à subunidade 30S do ribossomo e parece inibir o movimento dos ribossomos ao longo do mRNA, provavelmente pela inibição da peptidil transferase, responsável pela extensão da cadeia peptídica
· Antibióticos Tetraciclinas
As tetraciclinas são antibióticos policetídicos bacteriostáticos de amplo espectro e bastante eficazes frente a diversas bactérias aeróbicas e anaeróbicas Gram positivo e Gram negativo. As tetraciclinas inibem a síntese de proteínas através da ligação com a subunidade 30S dos ribossomos, impedindo a ligação do aminoaciltRNA. Como resultado, a adição de novos aminoácidos para o aumento da cadeia proteica é bloqueada. A liberação de proteínas também é inibida. Seu uso não é recomendado em crianças e mulheres grávidas, uma vez que estes antibióticos podem se acumular em dentes e ossos em formação 
· Antibióticos Lincosamidas
As lincosamidas têm propriedades antibacterianas similares aos macrolídeos e agem pelo mesmo mecanismo de ação. A clindamicina é um antibiótico amplamente utilizado, que possui melhor atividade e maior absorção por via oral. A clindamicina é o fármaco de escolha para o tratamento de infecções periféricas causadas por Bacillus fragilis ou outras bactérias anaeróbicas penicilina resistentes. Este fármaco é também topicamente utilizado para o tratamento de acne.
· Antibióticos Glicopeptídeos
Os antibióticos glicopeptídicos, vancomicina (15) e teicoplanina têm se tornado os fármacos de primeira linha no tratamento de infecções por bactérias Gram positivo com resistência a diversos antibióticos. 
Os glicopeptídeos inibem a biossíntese da parede celular bacteriana pela complexação com o resíduo dipeptídico terminal D-Ala-D-Ala das cadeias peptídicas que constituem a parede celular. Esta complexação impede que o substrato esteja disponível para a ação da transpeptidase inibindo, portanto, a reação de transpeptidação
Eles são restritos para o tratamento de infecções causadas por bactérias Gram positivo por serem incapazes de penetrar nas membranas de bactérias Gram negativo.
· Antibióticos Lipodepsipeptídeos
Para tratamento de infecções causadas por bactérias Gram positivo. Seu mecanismo de ação envolve desorganização de múltiplas funções da membrana celular bacteriana. É provável que todos os antibióticos lipopeptídicos apresentem alguma penetração na membrana devido às cadeias alquílicas, o que promove sua desorganização.
· Antibióticos Rifamicinas
A rifampicina é um inibidor da RNA polimerase, utilizada clinicamente como parte da combinação de fármacos para o tratamento da tuberculose. É o único fármaco em uso clínico que bloqueia a transcrição bacteriana.
· Antibióticos Estreptograminas
Podem ser utilizadas oralmente no tratamento de infecções por bactérias Gram positivo. Esses agentes atuam de maneira sinergística para bloquear a translação do polipeptídeo, pela ligação na subunidade 50S dos ribossomos bacterianos, na região 23S do rRNA
· ANTIBIÓTICOS SINTÉTICOS
· Sulfonamidas e trimetoprim
Um exemplo de sulfa ainda utilizada na terapêutica é o sulfametoxazol (22), em associação com o trimetoprim (23), para o tratamento de pacientes com infecções no trato urinário e também para pacientes portadores do vírus HIV que apresentam infecções por Pneumocystis carinii. Cada um desses fármacos bloqueia uma etapa no metabolismo do ácido fólico.12 O sulfametoxazol bloqueia a enzima di-hidropteroato sintetase, presente apenas nas bactérias, enquanto o trimetoprim inibe a di-hidrofolato redutase.
. A atuação destes fármacos é sinérgica no bloqueio de dois diferentes passos na via bioquímica de formação destecofator essencial.1 As sulfonamidas são, portanto, agentes bacteriostáticos que atuam como antimetabólitos do ácido paminobenzoico, substrato para a di-hidropteroato sintetase bacteriana, impedindo a formação do di-hidropteroato e, consequentemente, do N5 ,N10-metileno-tetra-hidrofolato
· Quinolonas e fluoroquinolonas
As quinolonas e fluoroquinolonas são fármacos bactericidas muito utilizados no tratamento de infecções do trato urinário e também no tratamento de infecções causadas por micro-organismos resistentes aos agentes antibacterianos mais usuais
 As quinolonas são ativos frente a bactérias Gram negativo e utilizado no tratamento de infecções do trato urinário, porém, os micro-organismos podem adquirir rápida resistência a esse antibiótico
As fluoroquinolonas agem inibindo a topoisomerase IV de bactérias Gram positivo e apresentam seletividade 1000 vezes maior para enzimas bacterianas em relação às enzimas correspondentes em células humanas. Em bactérias Gram negativo, o alvo das fluoroquinolonas é a topoisomerase II, também conhecida por DNA-girase, que apresenta as mesmas funções da topoisomerase IV.
· Oxazolidinonas
A linezolida é um agente bacteriostático da classe das oxazolidinonas que apresenta um amplo espectro de ação e atividade frente a bactérias resistentes a outros antibióticos que inibem a síntese de proteínas. Esse fármaco pode ser administrado por via oral, porém, apresenta um alto nível de efeitos colaterais.
c) Resistência bacteriana
A resistência pode ser considerada um fenômeno ecológico que ocorre como resposta da bactéria frente ao amplo uso de antibióticos e sua presença no meio ambiente. As bactérias multiplicam-se rapidamente, sofrem mutação e são promíscuas, podendo trocar material genético entre linhagens de mesma espécie ou de espécies diferentes. São consideradas micro-organismos de alta capacidade de adaptação a diversos fatores, como a exposição a agentes químicos potentes.
Atualmente, a resistência bacteriana está associada a diversos ambientes e pode atingir indivíduos saudáveis. Uma alternativa que pode ser adotada na tentativa de contornar o problema da resistência bacteriana é o uso de terapias associadas. Porém, o uso extensivo e muitas vezes inapropriado dos antibióticos, más condições de higiene, fluxo contínuo de viajantes, o aumento de pacientes imunocomprometidos e a demora no diagnóstico das infecções bacterianas têm favorecido o aumento da resistência
O conhecimento dos mecanismos bioquímicos e genéticos envolvidos na resistência bacteriana é de grande importância para se entender como a bactéria pode desenvolver a resistência. Apesar destes mecanismos variarem de patógeno para patógeno, a resistência é causada por alguns fatores básicos: inativação do antibiótico diretamente na molécula bioativa por alterações químicas, geralmente promovidas por enzimas bacterianas; modificação do alvo que leva à perda de sensibilidade ao antibiótico; mudanças na bomba de efluxo e permeabilidade externa da membrana que promovem a redução da concentração do antibiótico sem sua modificação química; transmissão do alvo – algumas bactérias se tornam insensíveis a alguns antibióticos porque são capazes de transmitir a inativação de uma determinada enzima, ou seja, os antibióticos com mecanismos de ação que envolvem inibição enzimática tornam-se inativos por não terem o alvo para atuar.
Devido à natureza mais complexa da parede celular, as bactérias Gram negativo são mais resistentes à ação de antibióticos, que não são capazes de cruzar efetivamente esta barreira lipídica. Para ter acesso à célula bacteriana, os antibióticos devem cruzar a parede 
 5. Mecanismo de ação do antitérmico.
Febre:
Região controladora de temperatura = HIPOTÁLAMO (termostato hipotalâmico) 
FATORES CRIOGÊNICOS: ↓ de temperatura
FATORES PIROGÊNICOS: ↑ de temperatura
	Exógenos: agente causador
Endógenos: citocinas (interleucina 1 = IL 1 = pirogênio leucocitário)
 
IL 1 induz a produção de prostaglandinas ( PG E2 = atravessa a barreira hemato encefálica) → atuação direta nos receptores EP3 localizados nos neurônios termossensíveis na região do hipotálamo 
	
A infecção provoca um aumento na temperatura corporal atribuído ao pirogênio endógeno (IL-1) liberado pelos macrófagos. A febre pode ser uma resposta protetora, uma vez que uma variedade de bactérias e vírus cresce mais lentamente em temperaturas elevadas
Na cascata do ácido araquidônico na resposta inflamatória, os AINEs (ou antiinflamatórios não esteróides tem açoes antitermicas, antiinflamatorias analgésica) são inibidores seletivos das cicloxigenases (COX 1 e COX 2) e por consequência da formação das prostaglandinas (causam febre), no intuito de diminuir os efeitos da resposta inflamatória (febre, dor intensa, problemas gastrintestinais devidos à inibição da COX 1, que é positiva na proteção da mucosa gástrica, intestinal, na função renal e plaquetas)
 6. Diferencie bactericidas e bacteriostáticos. 
· Bactericida: Antibiótico que mata a bactéria
· Bacteriostático: Antibiótico que impede o crescimento microbiano
 7. Qual a importância da bacterioscopia (antibiograma).
A bacterioscopia é uma técnica de diagnóstico que permite identificar rapidamente e de forma simples a ocorrência de infecções, pois por meio de técnicas de coloração específicas, é possível visualizar as estruturas bacterianas no microscópio. Esse exame pode ser feito com qualquer material biológico, devendo ser indicado pelo médico qual o material a ser coletado e analisado, e o resultado indica se foi verificada a presença ou não de bactérias, bem como sua quantidade e características visualizadas.
Assim, a bacterioscopia é uma técnica laboratorial que pode ser utilizada na prática clínica para diagnosticar doenças causadas por bactérias, indicando quais as características do agente causador da doença e, assim, permitindo que o médico possa iniciar o tratamento antes mesmo da identificação em laboratório, que pode demorar cerca de 1 semana. 
A bacterioscopia é um exame de diagnóstico que pode ser realizado com qualquer material biológico e pode ser utilizado para identificar rapidamente infecções bacterianas:
- Doenças sexualmente transmissíveis: como gonorreia e clamídia, por exemplo, sendo utilizado para esse objetivo a secreção peniana ou vaginal. 
- Amigdalite: pois por meio da coleta da secreção de garganta é possível identificar bactérias gram-positivas responsáveis pela inflamação na amígdala, sendo normalmente identificada bactérias do tipo estreptococo; 
- Infecções no sistema urinário: análise da urina; 
- Tuberculose: análise do escarro; - Infecções em feridas de cirurgia: pois é comum que ocorram infecções após operações devido à diminuição do sistema imune da pessoa. Assim, pode ser indicada a coleta de secreção da ferida com um swab estéril para verificar a possível presença de bactérias no local; 
Além disso, a bacterioscopia pode ser utilizada para auxiliar no diagnóstico da meningite bacteriana, doenças do trato respiratório e gastrointestinais, podendo ser feita por meio da biópsia ou de material da região anal.
 8. Sobre a imunossupressão: 
a) O que é?
Supressão (acabar/ eliminar/ extinguir) de respostas imunitárias do organismo, obtida por recursos artificiais (medicamentos) ou agentes imunoterápicos, geralmente utilizada em doenças autoimunes e alergias.
b) Fatores de predisposição 
 9. Sobre a pneumonia:
a) Fisiopatologia (o que é, sintomas e tratamento)
· O QUE É?
Pneumonia é uma infecção do parênquima pulmonar. Embora cause morbidade e mortalidade significativas, as pneumonias comumente não são diagnosticadas e tratadas adequadamente e sua ocorrência é subestimada.
· FISOPATOLOGIA?
A pneumonia resulta da proliferação dos patógenos microbianos nos espaços alveolares e da resposta do hospedeiro a estes agentes patogênicos. Os microrganismos chegam às vias respiratórias inferiores por vários mecanismos. O mais comum é a aspiração das secreções orofaríngeas. Em casos raros, a pneumonia ocorre por disseminaçãohematogênica (p. ex., endocardite da valva tricúspide) ou por extensão direta dos espaços pleural ou mediastinal infectados
SINTOMAS FREQUENTES: O paciente tem febre e taquicardia, ou pode apresentar calafrios e/ou sudorese. A tosse pode ser seca ou produtiva com escarro mucoide, purulento ou sanguinolento. Dependendo da gravidade, o paciente pode ser capaz de pronunciar frases inteiras ou apresentar dispneia grave. Se houver acometimento da pleura, o paciente pode referir dor torácica pleurítica. Até 20% dos pacientes podem apresentar queixas gastrintestinais como náuseas, vômitos e/ou diarreia. Outros sintomas podem ser fadiga, cefaleia, mialgias e artralgias.
· Quando os microrganismos são suficientemente pequenos para serem inalados até os alvéolos,os macrófagos alveolares residentes são extremamente eficientes na eliminação e destruição dos patógenos. 
Os macrófagos são auxiliados por proteínas locais (p. ex., proteínas A e D do surfactante) com propriedades intrínsecas de opsonização ou atividade antibacteriana ou antiviral. Depois de serem fagocitados, os patógenos – mesmo que não sejam destruídos – são eliminados pelo sistema elevatório mucociliar ou pelos vasos linfáticos e não causam mais risco de infecção. 
A pneumonia evidencia-se apenas quando a capacidade de os macrófagos alveolares ingerirem ou destruírem os microrganismos é suplantada. 
Nessa condição, os macrófagos alveolares ativam a resposta inflamatória para reforçar as defesas das vias respiratórias inferiores. A resposta inflamatória do hospedeiro, mais do que a proliferação dos microrganismos, desencadeia a síndrome clínica da pneumonia. 
A liberação dos mediadores inflamatórios como a interleucina (IL) 1 e o fator de necrose tumoral (TNF) provoca febre. As quimiocinas como a IL-8 e o fator de estimulação das colônias de granulócitos estimulam a liberação dos neutrófilos e sua atração ao pulmão e isto causa leucocitose periférica e secreções purulentas aumentadas. Os mediadores inflamatórios liberados pelos macrófagos e pelos neutrófilos recém-recrutados acarretam extravasamento alveolocapilar semelhante ao que é observado na síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA), embora na pneumonia este processo fique localizado (ao menos inicialmente). 
Até mesmo os eritrócitos conseguem atravessar a membrana alvéolo capilar e isto causa hemoptise(SANGUE AO TOSSIR). O extravasamento capilar é responsável pelos infiltrados radiográficos e pelos estertores detectáveis à ausculta, enquanto a hipoxemia é atribuída ao preenchimento dos espaços alveolares. Além disso, alguns patógenos bacterianos parecem interferir com a vasoconstrição hipoxêmica que normalmente ocorreria se os alvéolos fossem preenchidos por líquidos; esta interferência pode causar hipoxemia grave. 
A estimulação exagerada do centro respiratório pela síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS; Cap. 28) é responsável pela alcalose respiratória. A dispneia tem como causas a redução da complacência pulmonar secundária ao extravasamento capilar, a hipoxemia, a hiperestimulação do centro respiratório, as secreções profusas e, ocasionalmente, o broncospasmo (ESPASMOS DO PULMÃO QUE PREJUDICAM A PASSAGEM DO AR) desencadeado pela infecção. Se a doença for grave, as alterações da mecânica pulmonar secundárias às reduções do volume e da complacência pulmonares, bem como o shunt intrapulmonar do sangue, podem levar o paciente à morte
b) Exames
O exame do esputo (saliva) mediante a coloração de Gram é um importante passo no diagnóstico da pneumonia aguda. 
A presença de numerosos neutrófilos contendo diplococos tipicamente gram-positivos em forma de lança é uma boa evidência de pneumonia pneumocócica; entretanto, resultados falso-positivos podem ocorrer com tal método, uma vez que o S. pneumoniae faz parte da microbiota endógena. 
O isolamento de pneumococos de cultura microbiológica do sangue é mais específico. Durante as fases iniciais da doença, as culturas microbiológicas do sangue podem ser positivas em 20-30% dos pacientes com pneumonia
c) Vacina anti-pneumocóccica
· O QUE É?
A vacina pneumocócica 13-valente (conjugada) é indicada para proteção de crianças entre 6 semanas e 6 anos de idade, contra os sorotipos (1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F) da bactéria chamada Streptococcus pneumoniae, causadora de doenças pneumocócicas, como meningite (infecção da membrana que recobre o sistema nervoso central), sepse (infecção e falência de múltiplos órgãos), bacteremia (infecção na corrente sanguínea), pneumonia (infecção dos pulmões) e otite média (infecção dos ouvidos). A vacina atua ajudando o organismo a criar seus próprios anticorpos, que protegem as crianças contra essas doenças.
 Para adultos com 50 anos ou mais, a vacina pneumocócica 13-valente (conjugada) é indicada para a prevenção de doença pneumocócica (incluindo pneumonia e doença invasiva) causada pelo Streptococcus pneumoniae dos sorotipos 1, 3, 4, 5, 6A, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19A, 19F e 23F. 
· COMO FUNCIONA?
A vacina pneumocócica 13-valente (conjugada) funciona estimulando o sistema imunológico da criança a produzir resposta imune (defesa) de longa duração e com memória imunológica, ou seja, diminui o risco de crianças vacinadas contraírem doenças causadas pela bactéria pneumocócica, cujos tipos estão presentes nesta vacina. 
Os estudos demonstram que a resposta adequada à vacina é obtida após terem sido utilizados os esquemas de doses adequados para cada faixa etária, conforme recomendado nesta bula.
 10. Diferencie infecção de inflamação.
· A inflamação é uma reação tecidual que rapidamente envia mediadores da defesa do hospedeiro – células e proteínas circulantes – às localizações onde eles são necessários, os locais de infecção e dano ao tecido. 
O processo de inflamação consiste em múltiplas etapas, incluindo o recrutamento de células e o vazamento de proteínas plasmáticas através dos vasos sanguíneos, ingestão de microrganismos e material morto por fagócitos, e destruição dessas substâncias potencialmente prejudiciais.
· Infecção: multiplicação de um agente infeccioso no corpo. A multiplicação das bactérias que fazem parte da microbiota normal do trato gastrintestinal, da pele e assim por diante, geralmente não é considerada uma infecção. Já a multiplicação de bactérias patogênicas (p. ex., espécies de Salmo- nella) — mesmo quando o indivíduo se mostra assintomático — é tida como uma infecção.
 11. Compreender o sistema complemento (fagocitose).
· São 30 proteínas inativadas circulantes na corrente sanguínea. (ativadas quando preciso)
· Ao atacar o patógeno não diferencia se já tem memória contra ele, ou se é a primeira vez que ele ataca.
· Consegue destruir patógenos
· Produz quimiocinas (citocinas)
· “ MAC: Tipos de furos na membrana que facilitam a lise osmótica celular”
· VIA CLÁSSICA: Começa com o fragmento C1 (c1R c1S c1Q)
· O c1q necessariamente liga-se com IgM e com a IgG
· Com a ligação c1q+imunoglobulina → ocorre a ativação dos fragmentos c1R e c1S
· Com essa ativação c1R e c1S começam a clivar (dividir) em C2 e C4 que estavam circulantes no sangue
· C2 = C2a + C2b (C2a→ fica na membrana	 C2b→volta pra corrente)
· C4 = C4a + C4b (C4a →volta pra corrente C4b →fica na membrana)
· C2a + C4b = C3 CONVERTASE (CORTA A C3 CIRCULANTE)
· C3 CONVERTASE = C3a + C3b → C3a= vai pra corrente
· C3b = OPSONIZA
· C2a + C4b = C3 CONVERTASE + C3b = C5 CONVERTASE (CORTA A C5 CIRCULANTE)
· C5 CONVERTASE = C5a (plasma) + C5b (membrana sozinha)
· C5b vai chamar a C6+C7+C8+C9 (fragmentos) = formam o MAC
· C3a= atrai basófilos e mastócitos → histamina
· C5a= atrai basófilos, mastócitos e quimiotático (+ POTENTE)
· VIA ALTERNATIVA: Sem relação com IgM e IgG
· Inicia com o C3
· C3 pode ser clivada naturalmente na corrente sanguínea = C3a + C3b, sem ter processo inflamatório ocorre hidrólise
· FATOR D cliva o FATOR B = Ba e Bb
· Caso tenha processo inflamatório, o C3b liga-se com o fator Bb na membrana bacteriana
· C3b+Bb= C3 CONVERTASE
· C3b+Bb+C3b=C5 CONVERTASE
· VIA DAS LECTINAS: Sem relação com IgM e IgG
· Começa com a proteína ligadora de manose + manose (açúcar presente na membrana de fungos e bactérias)
· manose começa a clivar (dividir) em C2 e C4 que estavam circulantes no sangue
· C2 = C2a + C2b (C2a→ fica na membrana	 C2b→volta pra corrente)
· C4 = C4a + C4b (C4a →volta pra corrente C4b →fica na membrana)
· C2a + C4b = C3 CONVERTASE (CORTA A C3 CIRCULANTE)
· C3 CONVERTASE = C3a + C3b → C3a= vai pra corrente
· C3b = OPSONIZA
· C2a + C4b = C3 CONVERTASE + C3b = C5 CONVERTASE (CORTA A C5 CIRCULANTE)
· C5 CONVERTASE = C5a (plasma) + C5b (membrana sozinha)
· C5b vai chamar a C6+C7+C8+C9 (fragmentos) = formam o MAC
· C3a= atrai basófilos e mastócitos → histamina
· C5a= atrai basófilos, mastócitos e quimiotático (+ POTENTE)
Apenas IgM e IgG podem fixar o complemento. Uma única molécula de IgM pode ativar o complemento; entretanto, a ativação por IgG requer duas moléculas de IgG ligadas cruzadamente
O sistema complemento é uma coleção de proteínas presentes na circulação e ligadas à membrana que são importantes na defesa contra os microrganismos. Muitas proteínas do complemento são enzimas proteolíticas, e sua ativação envolve a ativação sequencial dessas enzimas, algumas vezes chamada de cascata enzimática. 
A cascata do complemento pode ser ativada por três vias (Fig. 2-13). 
A via alternativa é desencadeada quando algumas proteínas do complemento são ativadas na superfície dos microrganismos e não podem ser controladas, porque as proteínas reguladoras do complemento não estão presentes nos patógenos (mas estão presentes nas células do hospedeiro). A via alternativa é um componente da imunidade inata. 
A via clássica é desencadeada com mais frequência depois que anticorpos se ligam a microrganismos ou a outros antígenos, sendo um componente do braço humoral da imunidade adquirida. 
A via da lectina é ativada quando uma proteína plasmática ligante de carboidrato, a lectina ligante de manose (MBL, do inglês, mannose-binding lectin), liga-se à manose terminal nas glicoproteínas da superfície dos microrganismos. A lectina ativa proteínas da via clássica, mas como é iniciada por um produto bacteriano na ausência de anticorpos, é um componente da imunidade inata. 
As proteínas ativadas do complemento são enzimas proteolíticas que lisam outras proteínas do complemento, em uma cascata enzimática que pode ser rapidamente ampliada. O componente central do complemento é uma proteína plasmática chamada C3, que é clivada pelas enzimas geradas nas etapas iniciais. O principal fragmento proteolítico de C3, chamado C3b, se liga de maneira covalente a microrganismos, sendo capaz de ativar proteínas do complemento presentes na superfície bacteriana. 
As três vias de ativação do complemento diferem em como são iniciadas, mas compartilham as etapas finais, desempenhando as mesmas funções efetoras. O sistema do complemento tem três funções na defesa do hospedeiro. 
Em primeiro lugar, o C3b reveste os microrganismos, ligando-os às células fagocitárias por meio de receptores para o C3b expresso nos fagócitos. Assim, os microrganismos que são revestidos com as proteínas do complemento são ingeridos rapidamente e destruídos pelos fagócitos. Esse processo de revestir um microrganismo com moléculas que são reconhecidas por receptores em fagócitos é chamado de opsonização. 
Em segundo lugar, alguns fragmentos proteolíticos das proteínas do complemento, em especial C5a e C3a, são quimioatrativos para leucócitos (sobretudo neutrófilos e monócitos), promovendo o recrutamento dos leucócitos (inflamação) no local da ativação do complemento. 
Em terceiro lugar, a ativação do complemento culmina na formação de um complexo proteico polimérico que se insere na membrana celular microbiana, perturbando a permeabilidade da barreira que leva à lise osmótica ou à apoptose do microrganismo. 
· O QUE É MHC?
O complexo de histocompatibilidade principal é uma família de proteínas complexas de membrana, codificadas por um conjunto específico de genes. (Essas proteínas foram assim denominadas quando foi descoberto que elas têm um papel na rejeição de tecidos estranhos após transplantes de órgãos ou tecidos.) Sabe-se, agora, que toda célu- la nucleada do corpo possui MHC na sua membrana.
As proteínas do MHC combinam-se com fragmentos de antígenos que foram digeridos dentro da célula. O complexo antígeno-MHC é, então, inserido na membrana celular para que o antígeno fique visível na superfície extracelular (ver Fig. 24.6c como um exemplo). Os antígenos livres no líquido extracelular não podem se ligar a receptores MHC desocupados na superfície celular.
Existem dois tipos de moléculas de MHC. As moléculas de MHC de classe I são encontradas em todas as células humanas nucleadas. Quando vírus ou bactérias invadem a célula, eles são digeridos até fragmentos proteicos e alocados em “plataformas” MHC-I. Se uma célula T citotóxica (célula TC) encontra uma célula humana hospedeira com um fragmento de antígeno estranho no seu MHC-I, a célula TC reconhece a célula hospedeira como uma célula infectada por patógeno e a mata para prevenir a sua reprodução (Fig. 24.11a).
As moléculas do MHC de classe II são encontradas primariamente nas células apresentadoras de antígenos (APCs): macrófagos, linfócitos B e células dendríticas. Quando uma célula imune engloba e digere um antígeno, os fragmentos retornam para a membrana da célula imune combinados com proteínas MHC de classe II. Se uma célula T auxiliar (célula TH) encontra uma APC com um fragmento de antígeno estranho em seu MHC-II, a célula TH responde, secretando citocinas que ampli- ficam a resposta imune.
Todas as proteínas MHC são relacionadas, porém elas variam de pessoa a pessoa devido ao grande número de alelos (variantes de um gene) que as pessoas herdam de seus pais. Existem tantos alelos que é improvável que duas pessoas que não sejam gêmeos idênticos herdem exatamente o mesmo conjunto de alelos. Os MHCs são uma das razões de por que os tecidos não podem ser transplantados de uma pessoa para outra sem que primeiro se estabeleça a compatibilidade.

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