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artigo de shirley e marli atualizado-2020

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AS PRINCIPAIS CAUSAS DE ADOECIMENTO PSIQUICO DO TRABALHADOR E POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO DO PSICOLOGO DO TRABALHO.
Autores: Marli José Feliciano[footnoteRef:1] [1: Docente do curso de Bacharel em psicologia no Núcleo Universitário Mauricio de Nassau. E-mail: shirley.gestaodepessoas@gmail.com] 
Shirley Alcântara da Silva[footnoteRef:2] [2: Docente do curso de Bacharel em psicologia no Núcleo Universitário Mauricio de Nassau. E-mail: marlihanna2015@gmail.com] 
Orientadora: Danielly[footnoteRef:3] [3: Doutora em psicologia na UFPE, Docente do curso de Psicologia do Centro Universitário Mauricio de Nassau. E-mail: danyelle.aandrade@gmail.com] 
RESUMO:O objetivo deste artigo é analisar as principais causas de adoecimento psíquico no âmbito do trabalho e conhecer os métodos de intervenção realizadas pelo psicólogo organizacional para a saúde mental do trabalhador. A construção deste artigo foi bibliográfica, pois permite refletir numa perspectiva de compreender a relação entre o adoecimento psíquico do profissional e a atividade laboral exercida. No Brasil, os transtornos mentais são a terceira causa de longos afastamentos do trabalho por doença, tornando-se preocupantes, pelas características atuais, o estresse relacionado ao trabalho e suas consequências para a saúde dos trabalhadores, gerando um efeito negativo sobre o trabalhador e a empresa, Cabe ao psicólogo organizacional trabalhar com estratégias que viabilizem a construção das interações humanas, qualidade de vida no trabalho, motivação e compreensão dos fatores individuais, estruturais referente ao contexto histórico vivido, visto que as transformações do mundo do trabalho acarretam diversas formas de subjetivação e de constituição dos grupos e da sociedade como um todo.
Palavras-chave: Adoecimento Psíquico. Trabalhador. Intervenção. Saúde Mental. Psicólogo Organizacional. 
 ABSTRACT:The aim of this article is to analyze the main causes of psychic illness in the context of work and to know the methods of intervention carried out by the organizational psychologist for the mental health of the worker. The construction of this article was bibliographic, as it allows reflecting in a perspective of understanding the relationship between the professional's mental illness and the work activity performed. In Brazil, mental disorders are the third cause of long sick leave. Due to current characteristics, work-related stress and its consequences for workers' health become worrying, generating a negative effect on the worker and the company. It is up to the organizational psychologist to work with strategies that enable the construction of human interactions, quality of life at work, motivation and understanding of individual, structural factors related to the historical context experienced, since the transformations in the world of work entail various forms of subjectivation and the constitution of groups and society as a whole.
Keywords: Psychic Illness. Worker. Intervention. Mental Health. Organizational Psychologist.
1. INTRODUÇÃO
	O trabalho ocupa um papel importante na vida das pessoas e é fator relevante na inserção social das mesmas, no contexto histórico do trabalho há grandes transformações em seu papel na sociedade.
	A psicologia industrial foi um marco no desenvolvimento tecnológico e econômico que estava atrelada a grandes mudanças, dentre essas mudanças uma vasta concorrência e a inevitável pressão por maior produtividade, excesso de jornadas de trabalho, a mão de obra humana se tornando cada vez mais uma mecanização do trabalho, deixando a desejar a qualidade de vida no trabalho ( QVT) e a saúde mental dos trabalhadores, sendo esse o nexo causal entre o adoecimento psíquico do trabalhador e o trabalho. (Spector, 2010)
	Outro fator relevante que podemos citar com as transformações ocorridas no mundo do trabalho é o desemprego e subemprego, processos organizacionais internos de reestruturação produtiva e de introdução de novas formas de gestão, enxugamento do quadro de funcionários, são reconhecidas como fatores que vêm contribuindo para o crescimento do sofrimento mental e dos transtornos psicológicos de modo geral.
	O interesse em apresentar este tema surgiu devido a observação de dados estatísticas dos serviços de saúde registrarem o aumento de transtornos mentais e de comportamento na população trabalhadora, e no Brasil, ocupando o 3º lugar entre as causas de concessão de benefícios previdenciários, sem contar com casos que não foram registrados oficialmente.
	Além disso, é importante trazer em pauta este assunto, devido esses portadores de transtornos muitas vezes não terem o seu sofrimento psíquico legitimados por não se tratar de lesões visíveis, físicos mensuráveis.
A Portaria nº.1339/99 (BRASIL, 1999) inclui a síndrome de burnout na lista de transtornos mentais e do comportamento relacionados ao trabalho, essa portaria estão as síndromes pós-traumáticas, que se referem a vivências de situações traumáticas no ambiente de trabalho. 				Em pesquisa realizada em livros e artigos científicos, vários autores descrevem alguns fatores internos e externos como nexo causal do transtorno psicológico do trabalhador, podendo ser relacionado a problemas familiares, uso de álcool e outras drogas, cobrança excessiva no trabalho, chefia despreparada para liderar equipes, falta de EPIS (Equipamentos de Proteção Individuais), luz, ambientes corrosíveis, metas inatingíveis, assedio e estresse pós - traumático quando está associado a uma situação aberrante no ambiente de trabalho.
A inserção do psicólogo no ambiente organizacional é de suma importância para as empresas, pois além de ampliar a eficácia do funcionamento das organizações, podendo melhorar a execução do trabalho, podem oferecer um ambiente mais agradável e humanizado com possibilidades de implementar campanhas que promovam a saúde mental no trabalho, reduzindo o alto índice de absenteísmo. (Spector, 2010)
 	
2. METODOLOGIA
	O presente artigo apresentado é uma pesquisa de cunho bibliográfico, de caráter qualitativo, com recortes referentes ao tema trabalhado.
	Para a realização da pesquisa foram utilizados livros, artigos e revistas publicados na Scielo, Pepsic e sites acadêmicos.
Sobre a pesquisa bibliográfica podemos afirmar que:
“A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados, analisando e discutindo as várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e sob que enfoque e/ou perspectivas foi tratado o assunto apresentado na literatura científica. Para tanto, é de suma importância que o pesquisador realize um planejamento sistemático do processo de pesquisa, compreendendo desde a definição temática, passando pela construção lógica do trabalho até a decisão da sua forma de comunicação e divulgação” (BOCCATO,2006,P.266).
	Segundo Marconi e Lakatos (2001) Conceitua a pesquisa bibliográfica como levantamento de dados de variadas fontes, coletados por outras pessoas obtidas por intermédio de pesquisa documental (fontes primárias) e pesquisa bibliográfica (fontes secundárias). Tratando-se do levantamento para bibliografia já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas ou eletrônicas, sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de permitir o esforço na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas informações.
3. RESULTADOS E DISCURSÕES
	A apresentação dos resultados de pesquisa divide-se em dois tópicos: relação do trabalho com o adoecimento psíquico do trabalhador e a atuação do psicólogo no ambiente organizacional e as possibilidades de intervenção.
As principais fontes de pesquisa para elaboração desse artigo foram: livros sobre o tema, artigos em periódico científicos, teses, revistas, resumos e congressos.
Com essa busca foram encontrados 89 artigos sobre saúde mentaldo trabalhador, 227 artigos sobre psicologia organizacional, 56 artigos sobre psicodinâmica do trabalho, 8 revistas sobre adoecimento psíquico do trabalhador, dentre esses resultados utilizamos 8 artigos e 2 revistas 3 livros.
3.1 RELAÇÃO DO TRABALHO COM O ADOECIMENTO PSIQUICO DO TRABALHADO.
O trabalho é visto antes de mais nada, como uma relação socialmente construída, cuidar da saúde mental do trabalhador torna-se urgente no sentido de que é necessário estabelecer um equilíbrio entre as práticas organizacionais e a qualidade de vida, este fator pode também está relacionado na subjetividade do sujeito, afetando nas relações de prazer, causando baixa produtividade, desmotivação, adoecimento psíquico e físico. 
A relação do trabalho com a saúde mental do trabalhador nunca é neutra, podendo favorecer o bem estar emocional, sendo uma fonte de desenvolvimento psicossocial, quanto desencadear transtornos psíquicos anulando a subjetividade do sujeito. 
Os desgastes gerados no trabalho pode prejudicar a atenção, memória, raciocínio e a capacidade na tomada de decisões rápidas, podendo ocasionar também em acidentes de trabalho. (Dejours, 2003).
Aspectos encontrados com elementos que servem de base para estabelecer todo sofrimento de transtorno mental no trabalhador, muitas vezes são causados de forma orgânica, por outro lado temos que verificar toda questão relacionado ao cotidiano do trabalhador. 
Outro fator importante que pode ser destacado é o trabalho temporário dentro das organizações, pois essa alternância, pode gerar ansiedade no trabalhador devido o alto índice de desemprego e a responsabilidade no seu próprio sustento ou da família.
Neste sentido, o desejo do trabalhador em continuar membro, e expressar a vontade de efetivação na empresa, se mistura com a sensação de medo de ser demitido, tendo um efeito contraproducente de acomodação e a perda da empregabilidade. (Spector, 2010)
Para a maioria das pessoas o trabalho é um componente muito importante da vida, não só devido aos ganhos financeiros, para o sustento ou para realização de um projeto pessoal, mas um sentido de proposito e também de contato social. (Spector, 2010)
Alguns estudos correlacionais como a psicodinâmica do trabalho demostram que a satisfação no trabalho tem relação com variáveis da saúde, essa correlação entre insatisfação e emoções negativas podem ser considerados indicadores da condição do bem estar no trabalho, as emoções estão associadas tanto ao comportamento dos funcionários como com os resultados, que possuem importantes implicações para o trabalho, nesse contexto as forças visíveis e invisíveis, objetivas e subjetivas, operam atuam como operadores de saúde ou patologias. (Dejours, 2003)
Segundo a autora Seligmann-Silva (2007) em sua fala, “no sofrimento mental relacionado ao trabalho e em suas expressões mórbidas, é a subjetividade do indivíduo que é atingida”.
 Conforme dados estatísticos apresentado pela Organização Mundial da saúde, é alastrante os casos de afastamento por transtornos mental, tendo uma correlação negativa no âmbito organizacional, reforçando o quanto é necessário observar e potencializar ações de promoção da saúde mental no trabalho, contribuindo para a assistência integral da pessoa em sofrimento, tendo suporte psicológico.
 “[...]Os transtornos mentais menores acometem cerca de 30% dos trabalhadores ocupados, e os transtornos mentais graves cerca de 5 a 10%. No Brasil, dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sobre a concessão de benefícios previdenciários de auxílio-doença por incapacidade para o trabalho superior a 15 dias e de aposentadoria por invalidez, por incapacidade definitiva para o trabalho, mostram que os transtornos mentais, com destaque para o alcoolismo crônico, ocupam o terceiro lugar entre as causas dessas ocorrências”.(Medina,1986,p.33 in Brasil,2001)
A Secretaria da previdência e o ministério da fazenda, em 2017 realizou um levantamento, sobre a concessão do auxilio doença e aposentaria por invalidez, de acordo com dados do 1º Boletim Quadrimestral  os transtornos mentais são a terceira causa de afastamento do trabalho no Brasil, o levantamento mostra que a depressão é a principal causa de auxilio doença não relacionados a acidentes de trabalho.
Contudo é necessário dar mais visibilidade ao processo de transformação do sofrimento psíquico em adoecimento, e isso implica em criar novas rupturas, pois muitas vezes o adoecimento é intolerável dentro das empresas, havendo um silenciamento por ser interpretado como preguiça, loucura ou malandragem, dependendo do discurso daquele que o diagnostica e do seu capital social. Sobre o trabalho , seus afetos e sintomas Codo afirma que:
O trabalho é o modo de ser do homem, e como tal permeia todos os níveis de sua atividade, seus afetos, sua consciência, o que permite que os sintomas se escondam em todos os lugares: quem garante que o chute no cachorro ao retornar para casa não se deve a razões de ordem profissional? Codo (2006, p. 186)
O ambiente de trabalho contribui para a saúde e o bem estar do trabalhador ,e o impacto do ambiente de trabalho é geralmente direto e imediato, como também pode afetar a saúde por um longo tempo, podendo ser considerado ás vezes indiretos deixando-as expostas a substancias tóxicas que podem levar ao câncer após muitos anos de trabalho. 
Os fatores externos podem contribuir para uma carga de estresse e ansiedade gradual no trabalhador, como exemplo o conflito familiar, quando as exigências do trabalho interferem deixando tempo insuficiente para o lar.
A falta de flexibilidade nas organizações, a necessidade de trabalhar muitas horas, pode causar um estado de desgaste físico e psicológico. (Spector, 2010)
Para Dejours (1994), o objeto de estudo é, preferencialmente o sofrimento, mas isto não significa que tudo fique reduzido à sua constatação. No entanto, doenças podem acometer o trabalhador, a partir das exigências impostas pelas organizações.
3.2 A ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL E AS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO.
	Os psicólogos organizacionais executam diversos tipos de trabalhos, nessas atividades práticas, envolvem o uso de princípios psicológicos para a intervenção de um stress excessivo ou fraco desempenho no trabalho, ampliando a eficácia e o funcionamento das organizações, buscando que elas ofereçam um ambiente mais agradável para o trabalhador. O comportamento produtivo, desempenho e a redução do absenteísmo é uma área de vital interesse do psicólogo nas organizações. 
	No exercício do papel, cabe ao psicólogo respeitar o principio ético e o bem-estar das pessoas.
O posicionamento da (o) Psicóloga (o) diante da demanda do processo de avaliação requer, desse profissional, o desenvolvimento de competências e habilidades que pressupõem o estabelecimento de um vínculo profissional baseado na verdade e que marque a crença no potencial humano de crescimento e transformação.
	A pesquisa de campo é uma das atividades do psicólogo, pois permite diagnosticar problemas relativos a recursos humanos e o comportamento humano no contexto organizacional. (Spector, 2010)
	Uma das principais tarefas do psicólogo organizacional é avaliar a satisfação dos funcionários no trabalho para que assim, as empresas possam tomar medidas para melhora-la.
	A insatisfação no trabalho influencia mutuamente para a baixa produtividade, desmotivação, e o aumento de absenteísmo no trabalho, suas reações psicológicas envolvem respostas emocionais, tais como ansiedade, depressão, e outros transtornos psicológicos. 
	No âmbito do trabalho é cada vez mais comum observar pessoas emocionalmente abaladas, que necessitam de assistência psicológica, para lidar com essas situações, o psicólogo em sua atuação nas organizações possibilita uma maior compreensão do ser humano em várias extensões.
	Conforme Lima (2006) o psicólogo organizacional pode contribuir através de suas habilidades com uma investigação diagnóstica no campo da saúde do trabalhador, seguindo as seguintesetapas:
1) Buscar evidências epidemiológicas a fim de identificar possíveis focos de problemas;
2) Dirigir-se aos locais onde esses profissionais se encontram e realizar estudos ergonômicos e das atividades reais do trabalho;
3) Resgatar a história de vida desses profissionais da forma mais detalhada possível e verificando a percepção que eles próprios sustentam sobre as causas do seu adoecimento;
4) Complementar tais informações com médicos e psicológicos, além de dados coletados junto ás entidades de classe e outros que possam auxiliar na compreensão do problema;
5) Identificar os mediadores que permitam compreender concretamente como se dá a passagem entre a experiência vivida pelos sujeitos e o seu adoecimento, principalmente durante a segunda e a terceira etapa previamente descrita.
Através das etapas apresentadas é definido um diagnóstico organizacional das causas de afastamento por adoecimento do trabalhador, possibilitando a intervenção do psicólogo e amparar as tomadas de decisões.
Segundo o CFP (2010) Deve-se buscar aprofundar a compreensão sobre a medida de fenômenos psicológicos de forma individual, em grupos ou do ambiente de trabalho, com embasamento de uma perspectiva teórica válida.
 Considerando as especificidades da atuação profissional na realização de avaliações nesse contexto, a(o) profissional deverá se fundamentar primordialmente na Psicologia como ciência e profissão, articulando com os conhecimentos multidisciplinares presentes em uma organização como, por exemplo, da área da administração, o que proporcionará uma atividade profissional ética e técnica. 
De acordo com Marcelo Tavares:
 
“(...) Em todos os lugares onde a avaliação psicológica se faz presente, ela pode ser utilizada para ajudar pessoas ou ser um instrumento de exclusão. O resultado de avaliações pode trazer notícias que abrem oportunidades para as pessoas, mas também pode trazer informações que não são nem bem-vindas nem desejadas. O uso dos testes de avaliação pode promover o desejo de autoconhecimento e favorecer a autoimagem; pode também ter efeitos deletérios ou iatrogênicos. Esse uso pode estigmatizar uma pessoa e marcá-la por toda uma vida. Os riscos de danos não são pequenos e a sociedade está atenta a essa questão, mobilizando os Conselhos Regionais de Psicologia com denúncias relativas à ética, questionando direitos ou recorrendo aos setores jurídicos e legislativos neste país, como em outros” (TAVARES, 2010). 
Para (Spector, 2010) A psicologia organizacional se desenvolve cada vez, pois o campo dispõe de uma enorme variedade de métodos e técnicas que podem ser úteis no tratamento das questões do trabalho nas organizações, podendo contribuir para:
1) A produção teórica sobre o comportamento humano; 
Analisar as atividades desenvolvidas na organização para subsidiar elaboração de instrumentos necessários á administração de recursos humanos;
2) Promover treinamentos e desenvolvimento do pessoal;
3) Realizar avaliação de desempenho;
4) Implementar a politica de estágio da organização;
5) Desenvolver em equipe multiprofissional a politica de saúde ocupacional da organização;
6) Desenvolver, em equipe, ações de assistência psicossocial que facilitem a integração do trabalhador;
7) Efetuar movimentação interna do pessoal;
8) Preencher com o pessoal externo as vagas existentes na organização;
9) Implantar planos de cargos e salários;
10) Coordenar e gerenciar a área de Recursos Humanos.
É importante ressaltar que o psicólogo além de trabalhar com as técnicas, lida com a vida humana, é preciso se pautar pelo respeito e alteridade do sujeito.
Segundo o código de ética da psicologia:
1) O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
2) O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
3) O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.
4) O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática.
5) O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. 
6) O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada. VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código. 
O psicólogo organizacional tem como objetivo, atividades práticas que refere-se ao desenvolvimento, à aplicação de princípios científicos no ambiente de trabalho, ela não lida diretamente com problemas emocionais ou pessoais do funcionário, está atividade pertence ao domínio da clinica, porém ele se preocupa em compreender o comportamento individual e aumentar o bem-estar dos trabalhadores, mesmo que isto não resulte necessariamente em eficácia organizacional. (Spector, 2010)
Diante do exposto percebe-se a importância de um diagnostico para compreender as relações do trabalho com o adoecimento psíquico do trabalhador, e a passagem entre a experiência vivida e o adoecimento. 
Jardim e Glina (2000) sugerem investigar na anamnese ocupacional: 
1. O trabalho: os relacionamentos (incluindo os externos ao trabalho), o conhecimento e o controle que o trabalhador dispõe sobre o processo de trabalho, a natureza e o conteúdo das tarefas, o reconhecimento social que o trabalho lhe concede e a descrição detalhada das atividades realizadas.
 2. As condições de trabalho: temperatura, vibração, umidade, exposição a substâncias químicas e biológicas, ruído, ventilação, equipamentos, etc. (investigação de importância para detectar possíveis exposições a agentes tóxicos). 
3. A organização do trabalho: horário, turno, escalas, pausas, horas-extras, ritmo, políticas de pessoal, tipo de vínculo, intensidade e quantidade de trabalho (a organização de trabalho é responsável principalmente pelas repercussões na saúde psíquica dos trabalhadores). As autoras propõem, ainda:
 4. Identificar as exigências físicas (esforços, movimentos repetitivos, postura), mentais (atenção, memória, quantidade de informações a processar) e psicoafetivas (relacionamentos, vínculos).
 5. Levantar as percepções dos trabalhadores sobre os riscos.
 6. Localizar os momentos em que o trabalhador começa a perceber as mudanças e os problemas associados a essas mudanças.
 7. Informar-se sobre condições de vida (família, moradia), uso de drogas, doenças pré-existentes.
 8. Considerar a história clínica e a história do trabalho em relação à história de vida. 
9. Levantar a avaliação do trabalhador sobre sua trajetória profissional e as repercussões sobre a sua saúde
As reações psicológicas envolvem respostas emocionais, tais como estresse, ansiedade ou frustação, presumem que os fatores estressantes levam ao desgaste. No entanto é necessário a interversão do psicólogo para melhoria e redução do adoecimento psíquico do trabalhador.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Através deste artigo podemos refletir até onde as relações de trabalho são prazerosas e de bem estar, e em que ponto passa a afetar de maneira constante a vida do profissional, acarretando consequentemente no adoecimento psíquico. 
Diante da busca desenfreada de lucro, sucesso, competitividade agressiva no mercado de trabalho, estabilidade de emprego, crescimento na carreira, falta de oportunidade e desemprego, são vivenciadas nos dias de hoje situações de medo, opressão e incertezaspreocupantes no cotidiano do trabalhador no processo de trabalho tornando inevitável elevados níveis de estresse.
As exigências que o trabalho impõe sobre o funcionário podem trazer desgastes, influenciando na ausência de desempenho, sensação de tristeza e frustação do trabalhador e essas relações insatisfatórias podem resultar em tensão psicológica.
Esse artigo destina-se ao estudo sobre as principais causas que acomete o trabalhador ao adoecimento psíquico, tendo em vista um crescimento demasiado de pessoas com idade produtiva afastadas de suas atividades laborais, fazendo com que haja uma grande procura por beneficio, ocasionando que as pessoas fiquem cada vez mais sem nenhuma perspectiva de melhoria quando se trata de saúde mental. 
Conclui-se que a prática da psicologia no âmbito organizacional, tem a possibilidade de contribuir para a assistência e promoção de ações eficazes que ajudam a melhorar o bem estar do trabalhador, construindo métodos para a redução de absenteísmo de forma que não haja impacto para este novo panorama organizacional.
 
REFERÊNCIA
BOCCATO, V. R. C. Metodologia da pesquisa bibliográfica na área odontológica e o artigo científico como forma de comunicação. Rev. Odontol. Univ. Cidade São Paulo, São Paulo, v. 18, n. 3, p. 265-274, 2006.
BRASIL. Lei n. 8.080, Lei Orgânica da Saúde, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 20 set. 1990
BRIDGES, William. Mudanças nas relações de trabalho: como ser bem sucedido em um mundo sem empregos. São Paulo: Makron Books, 1995.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Código de Ética Profissional do Psicólogo. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2005.
CODO, W. (2006). Por uma psicologia do trabalho: Ensaios recolhidos. São Paulo, SP: Casa do Psicólogo.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Avaliação Psicológica: Diretrizes na Regulamentação da Profissão. Brasília: Conselho Federal de Psicologia, 2010.
Conselho Regional de Psicologia - 8ª Região Av. São José, 699 - Cristo Rei – 
Curitiba - PR - CEP 80050-350 (41) 3013-5766 / www.crppr.org.br / crp08@crppr.org.br
DEJOURS, Christophe & MOLINIER, Pascale. O trabalho como enigma. In: LANCMAN, Selma & SZNELWAR, Laerte (orgs.). Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro/Brasília, Fiocruz/Paralelo 15. 2004.		 
DEJOURS, Christophe. Avant-propos para a edição brasileira. Addendum: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. In: S. Lancman & L. I. Sznelwar (Orgs.), Christophe Dejours: da psicopatologia à psicodinâmica do trabalho. Rio de Janeiro: Fiocruz. 2004.		
 DEJOURS, Christophe. Conferências brasileiras: identidade, reconhecimento e transgressão no trabalho. São Paulo: FGV. 1999.
JARDIM, S., & GLINA, D. (2000). Os diagnósticos dos transtornos mentais relacionados ao trabalho. In D. Glina & L. Rocha (Eds.), Saúde mental no trabalho: Desafios e soluções (pp. 17-52). São Paulo, SP: VK.
SELIGMANN-SILVA, Edith. Trabalho e desgaste mental: o direito de ser dono de si mesmo. São Paulo: Cortez, 2011.						
SPECTOR. Paul E. Psicologia nas Organizações, 4ª edição, editora saraiva. São Paulo-SP, 2010.

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