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Sistema Cardiovascular: Circuito Pulmonar e Sistêmico

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SISTEMA CARDIOVASCULAR
1. SISTEMA
CARDIOVASCULAR
O sistema cardiovascular é um
tanto quanto complexo, cabe
dividi-lo em dois componentes
para ter uma me lhor
compreensão. O sistema cardio
vascular é composto por dois
circui tos, o primeiro é o circuito
pulmonar, já o segundo é o
circuito sistêmico.
Figura 1. Imagem ilustrativa..
O circuito pulmonar segue a sua
própria lógica, sendo ela: o
sangue é conduzido do coração
até o pul mão e, logo após, volta
ao coração. É pertinente
ressaltar o caráter quí mico
desse sangue nessa etapa da
circulação, sendo caracterizado
como venoso, ou seja, um
sangue pobre em oxigênio. Essa
circulação tem iní cio quando o
sangue sai do ventrículo direito
pela artéria pulmonar em dire ção
aos pulmões. A artéria pulmonar
ramifica-se e segue cada uma
para um pulmão. Ao ocorrer essa
ramificação, há uma diminuição
no calibre dessas artérias,
formando-se assim em artérias
de pequeno calibre até os
capilares que irão envolver os
alvéolos pulmonares. Nos
alvéolos, ocorre um fenômeno
importante que irá manter o
sangue em uma condição
propícia para o bom
funcionamento dos sistemas,
assim ocorrerá trocas gasosas
(hematose), que se caracterizam
pela passagem do gás carbônico
do sangue para o interior dos
alvéolos e do oxigênio presente
nos alvéolos para o interior do
capilar. Outra informação de
grande relevância para a
compreensão desse circuito, é
entender o local onde começa
essa circulação. O tronco da
artéria pulmonar é a origem da
pequena circulação ou então
chamada, circulação pulmonar.
Ela tem a sua origem no
ventrículo direito do coração, de
quem recebe o sangue venoso,
pobre em oxigênio, que deve ser
dirigido até os (pulmões), onde
ocorrerá a oxigenação. A partir
daí, se divide em dois ramos, a
artéria pulmonar esquerda e a
artéria pulmonar direita. Após o
processo de hematose, o sangue
segue pelas vênulas e,
posteriormente, para
SISTEMA CARDIOVASCULAR 4
as veias pulmonares. Essas veias
tem grande relevância, pois elas
levam o sangue novamente para
o coração. O
sangue irá chegar a esse órgão
pelo átrio e
A circulação sistêmica ou grande
circulação é um processo em que
o sangue é levado do coração até
os tecidos e, após isso, é levado
novamente para o coração. Essa
circulação tem início quando o
sangue sai do ventrículo
esquerdo pela artéria aorta. Na
grande circulação, o sangue do
ventrículo esquerdo vai para todo
o organismo, por intermédio da
artéria aorta, e retorna até o átrio
direito do coração, pelas veias
cava. É um a uma circulação
que se caracteriza pela seguinte
dinâmica:
coração-tecido-coração, entre o
ventrículo esquerdo e o átrio
direito do coração. Da artéria
aorta, partem ramos que irão
irrigar o corpo inteiro. Nos
capilares sanguíneos, irá ocorrer
trocas gasosas com células do
tecido, após isso, o sangue irá se
tornar rico em gás carbônico.
Após ocorrer essas trocas
gasosas, o sangue é coletado
pelas vênulas que levam o
sangue até as veias cavas
superior e inferior.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 5
A partir daí, as veias cavas levam
o sangue para o coração,
desembocando no átrio direito.
Estrutura geral dos vasos
sanguíneos
O sistema circulatório,
propriamente dito, é considerado
o responsável por conduzir
elementos essenciais para todos
os tecidos do corpo, como por
exemplo, oxigênio para as células,
hormônios (que são liberados
pelas glândulas endócrinas) para
os tecidos, a condução de dióxido
de carbono para sua eliminação
nos pulmões, coleta de excretas
metabólicos e celulares, e,
posteriormente, a entrega desses
rejeitos nos órgãos excretores,
como por exemplo, os rins. Além
do mais, apresenta um papel
essencial no sistema
imunológico contra infecções e
na termorregulação.
ARTÉRIAS VEIAS
PAREDE ESPESSA PAREDE DELGADA
DIÂMETRO EXTERNO
MENOR
DIÂMETRO EXTERNO
MAIOR
LUZ DO LÚMEN
ESTREITA
LUZ DO LÚMEN
AMPLA
A TÚNICA MÉDIA É
MAIS ESPESSA QUE
A TÚNICA
ADVENTÍCIA
A TÚNICA
ADVENTÍCIA É
MAIS ESPESSA
QUE A TÚNICA
MÉDIA
PRESENÇA DE
LÂMINA ELÁSTICA
INTERNA
AUSÊNCIA DE LÂMINA
ELÁSTICA INTERNA
VASO VASORUM EM
MENOR QUANTIDADE
VASO VASORUM EM
MAIOR QUANTIDADE
Tabela 1. Tabela comparativa artérias x veias.
Fonte: GARTNER, Leslie P. Tratado de
histologia. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier,
2017.
SE LIGA! Entre os vasos
sanguíneos existem algumas
diferenças, funcionais,
morfológicas e até mesmo
estruturais que permite que possa
haver a distin
ção entre elas. Entre os vasos,
artérias e veias essa regra não é
uma exceção, nota-se algumas
diferenças particulares das quais
diferenciam as artérias das veias.
Contudo, só se consegue observar
o microscópio em cortes trans
versais de um par formado por
artéria e veia, a partir daí torna
fácil comparar seus calibres e as
espessuras das paredes. As
artérias possuem paredes mais
espessas, esse aumento na
espessura é uma aplicação
fisiológica, haja vista que
o coração lança o sangue a
pressões elevadas por meio das
artérias e ele é transportado até
chegar ao nível de capilares, onde
ocorrem as trocas de subs tâncias,
enquanto as veias possuem pa
redes mais delgadas. Além disso, a
luz do lúmen é mais estreita,
devido a espessura de suas túnicas,
outra diferença é a presença da
lâmina elástica interna nas artérias,
enquanto que as veias não a
possui. Sua função é separá-la da
túnica média, sendo o componente
mais externo da camada. Há outra
diferença muito pertinente, que é a
quantidade de vaso vasorum,
muito maior nas veias, pois sua
túnica adventícia é mais espes sa
que na artéria e isso
fisiologicamente dificultaria a
nutrição.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 6
Os vasos sanguíneos em
conjunto dão origem a uma rede
de tubos que irão realizar o
transporte do sangue pelo
corpo. Esses tubos possuem
algumas especificações que
servem como fator diferencial,
como por exemplo, eles têm
diferentes diâmetros e fazem
circular o sangue arterial
(oxigenado) e venoso (rico em
gás
carbônico), constituindo o
sistema cardiovascular ou
circulatório. Esses vasos
possuem estruturas morfoló gicas
que compõem a parede desses
vasos, formada por três camadas
ou comumente conhecida, como
túnicas, são elas: a túnica íntima,
a túnica média e a túnica
adventícia que é a camada mais
externa.
Figura 3. Túnicas. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.;
CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P.
Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
As túnicas dos vasos sanguíneos
A túnica íntima, é a camada mais
interna da parede de um vaso,
apre senta uma camada de
células endo teliais que está
apoiada em outra ca mada de
tecido conjuntivo frouxo,
que preenche espaços não
ocupados por outros tecidos,
apoia e nutre células epiteliais,
envolve nervos, músculos e vasos
sanguíneos linfáticos, localizado
na túnica íntima, é
extremamente vantajoso do
ponto de
vista fisiológico para essa túnica. É
pertinente ressaltar ainda que o te cido conjuntivo subendotelial
só é facilmente observado em
microscopia de luz, nos vasos
mais calibrosos e é composto por
fibras colágenas e elásticas,
sintetizadas por fibroblastos. As
fibras colágenas ou conjuntivas
são constituídas por proteína co
lágeno, o que acaba
proporcionando força e
resistência às trações e fle
xibilidade aos tecidos.
Formam-se feixes de fibras
brancas, geralmente de contorno
ondulado, que se cruzam e
entrelaçam, podendo mesmo
rami ficar-se. Além disso, a
camada su bendotelial, que pode
conter células musculares lisas,
possui uma con tração
involuntária e lenta, compos ta
por células fusiformes mononu
cleadas. Além disso, é constituída
de uma única camada de células
endo teliais, achatadas,
pavimentosas, que formam um
tubo que reveste o lúmen do
vaso, e o tecido conjuntivo suben
dotelial subjacente. Por fim, a
lâmi na elástica interna da túnica
íntima apresenta em sua
constituição bási ca a elastina,
que é considerada uma proteína
cuja função é estrutural,
formando fibras elásticas,
presentes nas artérias elásticas.
Possui também pequenas
aberturas que viabilizam a
difusão de substâncias para
célulasmais profundas no vaso,
possibilitando a sua nutrição, o
que se configura extremamente
vantajoso do ponto de vista
fisiológico.
HORA DA REVISÃO!
Como já pontuado anteriormente, o
en dotélio é um constituinte da
túnica íntima e a sua presença
confere algumas fun ções para essa
camada. A sua compo sição
histológica é um tecido epitelial do
tipo simples pavimentoso, com
células tão achatadas que só
podem ser reco nhecidas por seus
núcleos, que frequen temente
fazem saliência para a luz do vaso.
Uma das funções das células en
doteliais é a de secreção de
colágeno dos tipos III, IV e V,
lamina, endotelina, óxido nítrico e o
fator de von Willebrand. Pa ralelo a
isso, sob condições patológicas, as
células endoteliais fabricam fatores
trombogênicos, incluindo o fator
tecidu al, o fator de von Willebrand
e o fator ati vador de plaquetas. Tal
fato revela uma extrema
importância clínica, pois o fator de
Von Willebrand ajuda na mediação
da adesão das plaquetas ao
subendoté lio lesado: funciona
como uma ponte en tre receptores
da plaqueta (glicoproteína Ib e
glicoproteína IIb/IIIa) e o subendo
télio lesado. Além disso, a
constituição histológica do
endotélio proporciona a diminuição
da fricção do fluxo sanguí neo,
assim como algumas propriedades
anticoagulantes e
antitrombogênicas - secretando o
fator ativador do plasmi nogênio,
trombomodulina, glicosamino
glicanos, prostaglandinas e óxido
nítrico. Estes dois últimos induzem
uma respos ta das células
musculares lisa, causan do o seu
relaxamento. Outra função de
grande relevância para a clínica é
que o endotélio forma uma espécie
de barrei ra semi-impermeável que
se interpõe ao plasma sanguíneo e
o fluido intersticial. As células
endoteliais contém algumas
enzimas que são ligadas à
membrana, tais como a enzima
conversora da an giotensina (ECA),
que funciona clivando a
angiotensina I gerando a
angiotensina II, assim como
enzimas que inativam a
bradicinina, serotonina,
prostaglandinas,
SISTEMA CARDIOVASCULAR 8
trombina e noradrenalina; ademais,
elas ligam-se à lipase lipoprotéica,
enzima que degrada lipoproteínas.
A túnica média, como o próprio
nome já revela, se encontra entre
as demais túnicas. Possui
constituição histoló gica
camadas de músculo liso com
orientação helicoidal, sendo uma
musculatura lisa ela pode ser
consi derada de contração
involuntária e lenta. A camada
média possui célu las
concêntricas que formam a túnica
média compreendendo
principalmen te células
musculares do tipo lisas, que
estão dispostas helicoidalmente.
Entremeadas com as camadas de
músculo liso, são encontradas
lâmi nas elásticas (nas artérias de
grande calibre), algumas fibras
elásticas (nas artérias e veias de
médio e pequeno
calibre), colágeno do tipo III e
prote oglicanos. É importante
salientar que as lâminas
elásticas são constituídas por
proteína elastina, miofibrilas e
fibrilina que se caracterizam por
se rem separadas umas das
outras, não constituindo feixes,
como é o caso das fibras
colágenas. Além disso, estas
fibras podem ser divididas em
delgadas e longas, possuindo
capa cidade de estiramento até
uma vez e meia o seu
comprimento total. Es tas fibras
são encontradas em locais que
requerem uma maior flexibilida
de para realizar sua função, como
por exemplo, a parede de vasos.
É perti nente ressaltar, ainda, que
os vasos capilares e vênulas
pós-capilares não possuem uma
túnica média, entran do outro tipo
de camada que exercerá uma
função semelhante.
Figura 4. Túnicas. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.;
ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto e atlas. 13.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017
SISTEMA CARDIOVASCULAR 9 A
túnica adventícia, é a
camada
mais externa dos vasos
sanguíneos, justamente por ser a
mais externa, funde-se com o
tecido conjuntivo circundante. A
composição histo
lógica dessa camada é formada
por fibroblastos, fibras de
colágeno do tipo I e fibras
elásticas orientadas
longitudinalmente. É a mais
comum; aparece no tecido
conjuntivo frouxo comum, no
tecido conjuntivo denso
(onde é predominante sobre os
outros tipos), sempre formando
fibras e fei xes. A túnica
adventícia é composta por um
tecido conjuntivo denso não
modelado cujas fibras são
organiza das sem orientação
definida. O tecido é classificado
como conjuntivo den so não
modelado, no qual as fibras
formam uma trama que lhes
confere certa resistência a
trações exercidas em qualquer
direção. Além disso, ele possui
outro tipo de tecido, o tecido
conjuntivo frouxo, que preenche
es paços não ocupados por
outros te cidos. Tem a função de
apoiar e nu trir células epiteliais,
envolve nervos, músculos e
vasos sanguíneos linfá ticos, faz
parte da estrutura de mui tos
órgãos e desempenha importante
papel em processos de
cicatrização. Ainda é pertinente
ressaltar a impor tância de outro
componente dessa túnica, o vaso
vasorum que fornece sangue
para as paredes musculares dos
vasos sangüíneos.
SE LIGA! Os vasos vasorum são
peque nos vasos sanguíneos
encontrados ao redor das paredes
de grandes vasos na camada
adventícia, servindo para sua
nutrição.
A inervação dos vasos sanguíneos
É comum os vasos sanguíneos
que contêm músculo liso em
suas paredes serem providas por
uma rede profusa de fibras não
mielínicas da inervação
simpática (nervos vasomotores),
cujo neurotransmissor é a
norepinefrina, responsável pelo
controle da respira
ção e da regeneração do tecido
epi telial e nervoso, e atua
promovendo a vasodilatação do
vaso sanguíneo. Geralmente as
terminações nervosas eferentes
não penetram a túnica mé dia das
artérias, e os neurotransmis
sores precisam difundir-se por
uma distância para poderem
atingir as cé lulas musculares
lisas da túnica mé dia. Esses
neurotransmissores agem
abrindo espaços entre as junções
intercelulares das células
muscula res lisas e, desse modo,
a resposta ao neurotransmissor
irá se propagar para as células
musculares das ca madas mais
internas dessa túnica. Há um
conjunto de nervos vaso motores
do componente simpático do
sistema nervoso autônomo que
inerva as células musculares lisas
dos vasos sanguíneos. Estes
nervos
SISTEMA CARDIOVASCULAR 10
simpáticos pós-ganglionares
amie
línicos são o motivo da
vasoconstri ção das paredes dos
vasos. Como foi pontuado
anteriormente, muito raro os
nervos penetram a túnica média
dos vasos, eles não realizam
sinapse diretamente com as
células muscula res lisas. Em vez
disso, eles liberam o
neurotransmissor noradrenalina,
que se difunde para a túnica
média e age sobre as células
musculares lisas próximas. Para
que esses impulsos sejam
propagados, é imprescindível a
ação das junções comunicantes,
células do tipo gap, que
coordenam contrações de todas
as camadas de células
musculares lisas e reduzem,
assim, o diâmetro do lúmen
vascular.
SE LIGA! As artérias possuem um
maior número de nervos
vasomotores do que as veias, mas
as veias também rece bem
terminações vasomotoras na tú
nica adventícia, além de contarem
com um sistema mais efetivo de
nutrição, o vaso vasorum. As
artérias que irrigam os músculos
esqueléticos também rece bem
nervos colinérgicos (parassimpáti
cos) para que ocorra a
vasodilatação.
Classificação das artérias
As artérias são responsáveis por
car rear o sangue a partir do
coração, elas podem ser
classificadas em 3 ti pos, artérias
elásticas, que são con sideradas
condutoras, artérias mus culares,
que são classificadas como
distribuidoras, e as arteríolas.
Grandes artérias elásticas
Figura 5. Grandes artérias elásticas. Fonte:
BREIJE, T. C.; SORENSON, R. L. Histology
guide: virtual histology labora tory. 2020.
Disponível em:
http://www.histologyguide.com/. Acesso em
04/05/2020.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 11
Estes vasos possuem uma
coloração amarelada, devido a
com composição ser
praticamente toda de elastina,
lembrando que a elastina tem
função estrutural que forma
fibras elásti
cas. As artérias elásticas
possuem todas as túnicas com
algumas carac terísticas
particulares, tome-se como
exemplo, a túnica íntima que é
constituída por um endotélio
sustentado por uma estreita
camada subjacente de tecido
conjuntivo frouxo contendo
poucos fibroblastos, células
muscu lares lisas e fibras
colágenas. A lâ mina elástica
interna não costuma ser nítida
na túnica íntima das arté rias
elásticas, pois há muitas outras
lâminas elásticas presentes na
túnica média. Há também células
endote liais nessa camada,
unidas por jun ções de oclusão,
compostas de duas proteínas,
claudina e ocludina entre as
camadas mais externas de células
adjacentes, que servem de
barreira à entrada de
macromoléculas (lipídios,
proteínas) nas células. Ainda nas
cé lulas endoteliais, há
corpúsculos de Weibel-Palade,
grânulos revestidos por
membrana, que possuem uma
matriz densa com elementos tubu
lares contendo alguns elementos,
como por exemplo, a
glicoproteína fator de von
Willebrand. Este fator, que
facilita a agregação e a adesão
mútua das plaquetas durante a
for mação do coágulo, é
produzido pela maioria das
células endoteliais, mas é
armazenado somente nas
artérias.
A próxima camada é a túnica mé
dia das artérias elásticas,
composta por muitas lâminas
fenestradas de elastina,
conhecidas como membra nas
fenestradas, que varia com ca
madas circulares de células
muscula res lisas. A matriz
extracelular, que é secretada
pelas células musculares lisas, é
composta principalmente por
condroitino-sulfato colágeno do
tipo III (fibras reticulares) e
elastina. A lâmina limitante
elástica externa tam bém está
presente na túnica média e ela
marca a mudança da túnica
media para a túnica adventícia. A
túnica ad ventícia das artérias
elásticas é fina e é constituída
por tecido conjunti vo frouxo
fibroelástico contendo al guns
fibroblastos. Os vasa vasorum
são abundantes na adventícia,
pois permitem a nutrição do
tecido con juntivo e das células
musculares lisas com nutrientes e
oxigênio. Leitos ca pilares se
originam dos vasa vasorum e se
estendem para os tecidos da tú
nica. Um exemplo de artéria
elástica é a aorta e os ramos que
se origi nam do arco da aorta (a
artéria caró tida comum e a
artéria subclávia), as artérias
ilíacas comuns e o tronco
pulmonar.
NA PRÁTICA! Indivíduos com a
pato logia de von Willebrand, um
distúrbio hereditário que leva a um
defeito nas plaquetas, possuem
um tempo de coa gulação
prolongado e excesso de san
gramento no local de uma lesão.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 12
Tal como as artérias grandes
elásti cas, as artérias musculares
médias possuem todas as
camadas com al gumas
particularidades. A caracte rística
mais marcante de uma artéria
muscular média é a espessa
túnica média constituída
principalmente por células
musculares lisas. Um dos
exemplos das artérias
musculares são a maioria dos
vasos originários da aorta,
exceto os grandes troncos que
se originam do arco da aorta e da
bifurcação terminal da aorta
abdomi
nal, pois, como visto
anteriormente, essas são
identificadas como artérias
elásticas. A túnica íntima das
arté rias musculares é mais fina
do que a das artérias elásticas,
contudo, a ca mada
subendotelial contém poucas
células musculares lisas, a lâmina
li mitante elástica interna das
artérias
musculares é notória e apresenta
uma superfície ondulada ao qual
o endotélio se molda. Uma
curiosida de pertinente nesse tipo
de artéria é que a lâmina elástica
interna é du pla, denominado
lâmina limitante elástica interna
bífida. As células endoteliais
dessa camada possuem
comunicação com as células
muscu lares lisas da túnica média
situadas próximo à túnica íntima,
por meio das junções
comunicantes do tipo gap. Já a
túnica média das artérias muscu
lares é composta principalmente
por células musculares lisas. A
maioria das células musculares
lisas da tú nica média tem
orientação circular; entretanto,
no local onde a túnica média faz
interface com as túnicas íntima e
adventícia, alguns feixes de
fibras musculares lisas podem
estar dispostos de modo
longitudinal. As artérias
musculares de pequeno cali bre
possuem três a quatro camadas
de células musculares lisas,
enquan to as artérias musculares
de maior calibre possuem até 40
camadas de células musculares
lisas dispostas circularmente. O
número de cama das celulares
diminui à medida que o diâmetro
da artéria diminui. Além disso, é
pertinente ressaltar que as
túnicas musculares contam com
vá rias fibras musculares que
estão dis postas de forma
concêntrica. Quando estas fibras
estão relaxadas, as arté rias
dilatam-se e, quando se contra
em, o diâmetro arterial diminui.
Este
SISTEMA CARDIOVASCULAR 13
mecanismo possibilita o controle,
pelo sistema nervoso
autónomo, do fluxo de
sanguíneo que pode distribuir-se
de diversos modos às diversas
regi
ões anatômicas, segundo as
neces sidades de cada momento.
A túnica adventícia das artérias
musculares é composta por
fibras elásticas, fi bras colágenas
e substância fun damental
constituída principalmente por
dermatan-sulfato e heparan-
-sulfato. As fibras colágenas e
elás ticas têm uma orientação
longitudinal e fundem-se com o
tecido conjuntivo circundante. Os
vasa vasorum e as terminações
nervosas amielínicas estão
localizados nas regiões mais
externas da adventícia.
NA PRÁTICA! O aneurisma é uma
espécie de dilatação em formato de
saco na parede de uma artéria,
comu mente relacionado à idade.
Possui al guns vasos que são mais
suscetíveis à ocorrência do
aneurisma, como por exemplo, a
aorta abdominal. Quando
descoberta, a área dilatada pode
ser reparada, mas se não for
descoberta e se romper, ocorre
uma rápida perda de sangue,
podendo resultar em morte do
indivíduo.
Arteríolas
As arteríolas são classificadas de
acordo com o diâmetro, artérias
com diâmetro menor que 0,1 mm
são con sideradas arteríolas. Os
vasos em foco são os vasos
terminais que regu lam o fluxo
sanguíneo para os leitos
capilares. A camada
subendotelial é muito fina,
diferente das artérias de grande
calibre. Nas arteríolas muito
pequenas, a lâmina elástica inter
na está ausente e a camada
média geralmente é formada por
uma ou duas camadas de células
muscula res lisas circularmente
organizadas; não apresentam
nenhuma lâmina elástica
externa. O endotélio da tú nica
íntima é apoiado por uma fina
camada de tecido conjuntivo su
bendotelial, composta por
colágeno do tipo III e poucas
fibras elásticas imersas na
substância fundamental. Nas
arteríolas de pequeno calibre, a
túnica média é formada somente
por uma camada de células
muscu lares lisas, que engloba
totalmente as células
endoteliais. Nas arteríolas
maiores, a túnica média possui
duas a três camadas de células
musculares lisas. Com uma
túnica média muito mais
desenvolvida, composta de inú
meras fibras musculares, é
possível contrair ou relaxar, de
modo a re duzir ou dilatar,
respectivamente, a entrada,
podendo fluir uma maior ou
menor quantidade de sangue.
Este mecanismo, igualmente
controlado pelo sistema nervoso
autônomo, é essencial na
modulação da pressão arterial e
na regulação da quantida de de
sangue que passa para os ca
pilares. A túnica adventícia das
arte ríolas é escassa e é
representada por tecido
conjuntivo fibroelástico com
poucos fibroblastos.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 14
SE LIGA! As arteríolas terminais
que suprem de sangue os leitos
capilares são denominadas
metarteríolas. Estru turalmente,
elas diferem das arteríolas por sua
camada de músculo liso não ser
contínua.
Figura 7. Túnicas arteríolas. Fonte: JUNQUEIRA,
L. C.; CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P.
Histologia básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
NA PRÁTICA! Quando há algum
pro blema embrionário durante o
processo de desenvolvimento, esse
erro pode, de algum modo,
enfraquecer as paredes dos vasos
sanguíneos. Além disso, es sas
paredes podem ser lesadas por al
guma outra patologia, como por
exem plo, aterosclerose, sífilis ou
distúrbios do tecido conjuntivo, por
exemplo, a síndro me de Marfan e a
síndrome de Ehlers- -Danlos. O
local afetado pode dilatar-se,
formando um aneurisma. Um
enfraque cimento posterior pode
causar a rotura doaneurisma, uma
condição grave que pode levar à
morte.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 15
ARTÉ
RIA
TÚNICA
ÍNTIMA
TÚNICA
MÉDIA
TÚNICA
ADVENTÍCI
A
Art
éri
a
elá
stic
a
(ex
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Ao
rta
)
Lâmina
basal,
camada
subendo
telial,
lâmina
limitante
elástica
interna
incompleta
pouco
eviden te,
endotélio
com
corpúsculos
de
weibel-pala
de
Células
muscula
res
lisas,
lâmina
elástica
externa
delgada
e pouco
evident
e, vasa
vasoru
m na
metade
externa
Delgada
camada
de tecido
conjuntiv
o
fibroelás
tico,
vasa
vasorum,
vasos
linfáti
cos,
fibras
nervosas
Art
éria
mus
cula
r
(ex:
Art
éria
femor
al)
Endotélio
com
corpúsculos
de
weibel-pala
de, lâmina
basal,
camada
subendoteli
al, lâmina
Célula
s
muscu
lares
lisas,
lâmina
elástic
a
extern
a
Delgada
camada
de tecido
conjuntiv
o
fibroelás
tico,
vasa
vasorum,
vasos
limitante
elástica
interna
espessa e
bastante
evidente
espes
sa e
eviden
te
linfáti
cos,
fibras
nervosas
Arterí
ola
Endotélio
com
corpúsculos
de
weibel-pala
de, lâmina
basal,
camada
subendotelia
l não muito
desenvolvid
a, lâmina
limitante
elástica
interna bem
definida em
arteríolas
maiores
desaparecen
do nas
menores
Uma
ou
duas
camad
as de
células
muscul
ares
lisas
Tecido
conjun
tivo
frouxo,
fibras
nervos
as
Tabela 2.
Artérias e
suas túnicas
Estruturas sensoriais
especializadas das artérias
As estruturas sensoriais
especiali zadas das artérias
possuem funções essenciais
para o bom funcionamen to do
circuito sanguíneo, sendo con
sideradas especializações que mo
nitoram a pressão e a
composição sanguíneas. As
estruturas que serão abordas
nesse tópico são: os seios
carotídeos, os corpos carotídeos e
os corpos aórticos.
O seio carotídeo é um
barorrecep tor que pode ser
encontrado na re gião da artéria
carótida interna dis tal à
bifurcação da artéria carótida
comum. Antes de mais nada, é es
sencial compreender a função
dos barorreceptores para
compreender o
papel que o seio carotídeo
desempe nha. O barorreceptor
consegue notar mudanças na
pressão do fluxo san guíneo e
transmite esta informação ao
sistema nervoso central. O seio
carotídeo está presente na
parede da artéria carótida
interna e, neste local, a túnica
adventícia deste vaso é mais
espessa e muito rica em termina
ções nervosas sensoriais
originadas do nervo
glossofaríngeo (nervo cra niano
IX). Ao receber os impulsos dos
nervos aferentes, o Sistema
Nervo so Central processa a
informação no cérebro com a
função de controlar a
vasoconstrição e manter a
pressão sanguínea normal.
O corpo carotídeo é outra
especiali zação das artérias que
funciona como um
quimiorreceptor, que monitora
SISTEMA CARDIOVASCULAR 16
as mudanças dos níveis de
oxigênio e dióxido de carbono,
assim como a concentração dos
íons hidrogênio. A sua
localização é extremamente
positiva do ponto de vista
fisiológico, pois são encontrados
perto da bifur
cação da artéria carótida
comum. Essa especialização é
irrigada por va sos capilares
fenestrados que envol vem as
células do tipo I e as do tipo II. As
células do tipo I são
denominadas de células
glômicas que contêm vá rias
vesículas que armazenam dopa
mina, serotonina e epinefrina,
essa última substância age
diretamente sobre o sistema
nervoso simpático. Já as células
do tipo II, são conhecidas como
células da bainha e são mais
complexas, possuem longos
prolon gamentos que englobam
quase que por completo os
prolongamentos das células
glômicas. Ao adentrarem os
grupos de células glômicas, as
termi nações nervosas acabam
perdendo suas células de
Schwann e se tor nam cobertas
pelas células da bai nha, de modo
similar a células gliais, que
formam bainhas em fibras no
sistema nervoso central. O corpo
carotídeo é inervado por dois
nervos,
o glossofaríngeo e o vago, com
fi bras aferentes, que levam
impulsos ao sistema nervoso
central e promo vem as
modulações necessárias para
regular o pH. Em algumas
sinapses, as células glômicas
parecem funcio nar como corpos
celulares de neurô nios
pré-sinápticos, mas as relações
específicas ainda são
desconhecidas.
O corpo aórtico é também uma
es pecialização das artérias e
localiza- -se no arco da aorta,
entre a artéria subclávia direita e
a artéria carótida comum direita,
e entre a artéria ca rótida comum
esquerda e a artéria subclávia
esquerda. Sua estrutura e
funções são similares às dos
corpos carotídeos, ou seja, é
composto por fibras aferentes
que irão levar as alterações nos
pH do sangue para o sistema
nervoso central, e a partir dessa
resposta é que irá ocorrer a re
gulação, tendo em vista que o
corpo aórtico é sensível à baixa
tensão de oxigênio, à alta
concentração de gás carbônico e
ao baixo pH do sangue arterial.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 17 Capilares
SE LIGA! Fisiologicamente, a
pressão arterial é regulada pelo
centro vaso motor do encéfalo,
por meio do refle xo
barorreceptor. Ao ocorrer os circui
tos sistêmicos e pulmonar do
coração, o centro vasomotor do
cérebro, como resposta ao
monitoramento contínuo do
coração, controla o tônus
vasomotor ou estado de contração
constante das paredes dos vasos,
o qual é modulado através de
vasoconstrição e de vasodi latação.
Nesse sentido, com a ativação do
sistema nervoso simpático, os
nervos vasomotores promovem a
vasocons trição; já a vasodilatação
é uma função do sistema
parassimpático, e ocorre da
seguinte forma: a acetilcolina
presente nas terminações nervosas
da parede dos vasos promove a
liberação de óxido nítrico (NO)
localizado nas células endo teliais
(que pode ser liberado também a
partir da fricção que o sangue
promove na parede do vaso), que
processam a mensagem para as
células musculares lisas. Essas
ativam o sistema de mo nofosfato
cíclico de guanosina (cGMP),
resultando no relaxamento das
células musculares, o que dilata,
assim, o lúmen do vaso. Ademais,
quando a pressão sanguínea está
baixa, os rins secretam a enzima
renina, que irá clivar o angioten
sinogênio circulante no sangue,
forman do, dessa forma, a
angiotensina I que irá se converter
em angiotensina II por meio de
uma enzima angiotensina, ECA. A
angiotensina II é um potente vaso
constritor que irá iniciar a contração
do músculo liso, reduzindo, desse
modo, o diâmetro do lúmen
vascular, o que resul tará no
aumento da pressão sanguínea,
pois haverá diminuição da área do
vaso e, com isso, aumento da
pressão. Em ca sos mais graves,
onde ocorre uma perda muito
significativa de sangue, irá ocorrer
uma liberação na hipófise do
hormônio antidiurético, ADH, ou a
vasopressina, que irá promover
uma vasoconstrição.
Os capilares são formados nas
extre midades das arteríolas. São
constituí dos de uma única
camada de células endoteliais
que se enrolam em forma de
tubo. O diâmetro dos capilares va
ria entre 7 a 9 mm e tem como
exten são, no máximo, 50 mm.
Esta camada dos capilares,
geralmente é formada de 1 a 3
camadas de células. Essas
células repousam sob uma
lâmina basal cujos componentes
molecu lares são produzidos
pelas próprias células
endoteliais. A forma que as
células endoteliais se prendem
uma a outra é denominada
zônula de oclu são. Além disso, é
lícito ressaltar a importância dos
pericitos que estão localizados
ao longo de toda a super fície
externa da parede dos capilares
e das pequenas vênulas, dentre
as organelas que compõem os
perici tos destacam-se: complexo
de Golgi pouco desenvolvido,
mitocôndrias, REG,
microtúbulos e filamentos que
se estendem para os
prolongamen tos; além disso,
essas células também possuem
tropomiosina, isomiosina e
proteína-quinase, todas tem rela
ção com a contração que irá
regular o fluxo de sangue
através dos capila res. Os
capilares ainda se subdividem
em 4, são eles: contínuo ,
fenestrados, fenestrado e
destituído de diafragma e
sinusoides.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 18
Figura 8. Capilar contínuo. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.;
CARNEIRO, J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia
básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.
Figura 9. Capilar fenestrado. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.;
CARNEIRO, J.;ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica:
texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2017.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 19
Figura 10. Capilar sinusoide. Fonte:
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.;
ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica: texto
e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2017.
Os capilares contínuos tem essa
no menclatura, pois não têm
fenestras, tão pouco furos em
sua parede o que os diferenciam
dos demais no aspecto visual. Os
capilares contínuos podem ser
localizados nos tecidos muscu
lar, nervoso e conjuntivo; no
tecido cerebral, eles são
classificados como capilares
contínuos modificados, ten do em
vista que aquela região preci sa
de diferenças morfológicas para
suprir as necessidades
fisiológicas daquele tecido. É
pertinente ressaltar que as
junções comunicantes que fi cam
entre as suas células endoteliais
são do tipo faixas de oclusão,
esse tipo de junção comunicante
é muito importante do ponto de
vista fisiológi co, pois ela possui
certa seletividade,
impedindo a passagem de
algumas moléculas, formando a
barreira he matoencefálica.
Substâncias como aminoácidos,
glicose, nucleosídeos e purinas
passam por essas junções, mas
com o auxílio de carreadores.
SE LIGA! As zônulas de oclusão
têm um papel de extrema
importância no que tange a
fisiologia do sistema circulatório.
Essas junções possuem
permeabilidade variável a
macromoléculas, consoante com o
tipo de vaso sanguíneo, e desem
penham um papel fisiológico
significa tivo tanto em condições
normais como patológicas.
Os capilares fenestrados, como o
próprio nome revela, têm
fenestras e podem ser
classificados com ou sem
SISTEMA CARDIOVASCULAR 20
diafragma. Este diafragma não
tem a estrutura trilaminar típica
de uma unidade de membrana. A
lâmina ba sal dos vasos capilares
fenestrados é contínua. Os
capilares fenestrados podem ser
localizados em tecidos nos quais
ocorrem trocas rápidas de
substâncias entre os tecidos e o
sangue, como o rim, o intestino e
as glândulas endócrinas. Estas
trocas são possíveis justamente
por conta das fenestras e da
delgada cama da que compõe o
diafragma. Uma exceção é o
glomérulo renal, com posto por
capilares fenestrados sem
diafragma. Neste tipo de capilar,
na altura das fenestras, o sangue
só está separado dos tecidos por
uma lâmina basal muito espessa
e contínua, di ferentemente dos
capilares fenestra dos com
diafragma que contam com mais
uma camada.
NA PRÁTICA! O edema é
caracterizado pelo aumento da
quantidade de líquido intersticial
em um tecido ou então no interior
de uma cavidade. Esse líquido
acumulado no edema é composto
por uma solução aquosa de sais e
proteínas do plasma sanguíneo. O
edema pode ter várias causas, mas
a que é pertinente á nossa
discussão é o edema provoca
do por alterações na parede de um
ca pilar, tais como dano ao
endotélio, em que pode haver
passagem de água e íons para fora
do vaso, ocasionando o acúmulo
de líquido no interstício. Nor
malmente ocorre em casos de
alergias agudas.
Os capilares sinusoides têm
células endoteliais e lâmina
basal que são descontínuas e
possuem muitas fe nestras
grandes sem diafragma, au
mentando as trocas entre o
sangue e o tecido. A composição
histológica é formada por células
endoteliais que juntas formam
uma camada descon tínua
separadas por amplos espaços.
Os sinusoides são revestidos por
endotélio. Em alguns órgãos, o en
dotélio é muito fino e contínuo, já
em outros, ele pode ter áreas
contínuas misturadas com áreas
fenestradas, tome-se como
exemplo, as glându las
endócrinas. Além disso, consta
ta-se que a lâmina basal tem
uma descontinuidade durante o
seu per curso. Há também a
presença de ma crófagos entre as
células endoteliais, mesmo as
células endoteliais não
possuindo vesículas pinocíticas.
Os capilares sinusoides estão
presen tes em alguns canais
vasculares em certos órgãos do
corpo, que incluem a medula
óssea, o fígado, o baço, órgãos
linfóides e algumas glându las
endócrinas. A estrutura da pare
de desses vasos possui uma
grande vantagem fisiológica, haja
vista que ela facilita o
intercâmbio entre o san gue e os
tecidos.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 21
CA
PIL
AR
ES
CONTÍNU
OS
CA
PIL
AR
ES
FEN
EST
RAD
OS
CO
M
DIA
FRA
GM
A
CAPILAR
ES FE
NESTR
ADOS
SEM
DIAFRAG
MA
CAPILARE
S
SINUSOID
ES
Ausência
de
fenestras
Possui
fenestras
nas pare
des
endotelia
is
obstruíd
as por
diafragm
a
Possu
i
fenest
ras,
mas
não
apre
sent
am
diafr
agm
a;
Cont
êm
fene
stras
sem
diafr
agm
a
Encontr
ado em
todos os
tipos de
tecido
muscula
r,
tecidos
conjunti
vos, glân
dulas
exócrin
as e
tecido
nervos
o
Enco
ntra
dos
nos
rins,
intes
tino
s e
glân
dula
s
end
ócri
nas
Cara
cterí
stico
do
glo
mér
ulo
rena
l
Encontr
ados no
fígado e
órgãos
hemocit
opoétic
os.
Tabela 3.
Tabela
capilares
Classificação das veias
As veias são vasos que
transportam
o sangue de volta para o
coração.
O início desse circuito inicia-se
no re
torno venoso, em que há a
condução
do sangue dos órgãos e tecidos
de
volta para o coração, na
extremidade
distal dos capilares, onde se
iniciam
pequenas vênulas. A partir disso,
as
vênulas lançam seu conteúdo em
veias que vão aumentando o seu
calibre e se tornando cada vez
maio
res. Sob um panorama
histológico, as
veias seguem em paralelo às
artérias;
contudo, suas paredes em geral
estão
colabadas, pois são mais
delgadas e menos elásticas do
que a parede das artérias e o
retorno venoso é um sistema de
baixa pressão. As veias são
classificadas em três grupos, com
base em seu diâmetro e
espessura de sua parede: de
pequeno, médio e grande
calibres.
Figura 11. Estrutura da veia. Fonte:
https://mundoedu
cacao.bol.uol.com.br/biologia/veias.htm.
As vênulas e veias de pequeno
ca libre possuem esse nome, pois
a classificação das veias é
baseada no diâmetro do vaso. As
vênulas pos suem paredes que
se assemelham às dos capilares,
com um fino endo télio revestido
por fibras reticulares
SISTEMA CARDIOVASCULAR 22
e pericitos. Contudo, como
diferença,
os pericitos das vênulas pós
capila
res formam uma intrincada rede
frou
xa envolvendo o endotélio. À
medida
que o diâmetro da vênula aumen
ta, as células musculares lisas
dimi
nuem o espaço entre elas e
acabam
por formar uma camada contínua
nas
vênulas musculares e nas veias
de
pequeno calibre. É válido lembrar
que
as vênulas pós-capilares possuem uma permeabilidade
maior e, com isso, ocorre o
intercâmbio de subs tâncias
entre os espaços do tecido
conjuntivo e o lúmen, não apenas
nas vênulas pós-capilares que
possuem uma maior
permeabilidade, mas tam bém
nos próprios capilares. Nesse
local, ocorre a migração dos
leucó citos da corrente sanguínea
para os espaços teciduais. Estes
vasos res pondem a agentes
farmacológicos como a
histamina e a serotonina. As
células endoteliais das vênulas es
tão localizadas nos órgãos
linfoides em disposição cuboide
e recebem o nome de vênulas de
endotélio alto.
NA PRÁTICA! A histamina tem
alguns efeitos, dentre eles está o
efeito vasodi latador que
predomina sobre os vasos
sanguíneos finos, tendo como
resposta o aumento da
permeabilidade vascular, em rubor,
queda da resistência periférica
total e redução da pressão
sanguínea.
Figura 12. Vênula. Fonte: Sanarflix
As veias de médio calibre
possuem menos de 1 cm de
diâmetro e reali zam a drenagem
na maior parte das regiões do
corpo. Possuem uma tú nica
íntima que inclui endotélio, lâ
mina basal e fibras reticulares.
Não há a formação de uma fibra
elástica interna como em alguns
tipos de ar térias, mas possuem
uma rede elás tica que circunda o
endotélio. Além disso, a túnica
íntima possui tecido conjuntivo
frouxo que tem função de
preenchimento. Na túnica média,
há a presença de células
musculares lisas que se
organizam em uma ca mada
frouxa entremeada por fibras
colágenas e elásticas. A túnica
ad ventícia nesse tipo de veia
costuma ser muito espessa e é
composta por feixes de fibras
colágenas e fibras elásticas
dispostas longitudinalmen te, em
conjunto com poucas células
musculares lisas dispersas.SISTEMA CARDIOVASCULAR 23
As veias de grande calibre
realizam o retorno do sangue
venoso vindo das extremidades,
da cabeça, do fíga do,
diretamente para o coração. São
exemplos de veias de grande
calibre: veias cavas, pulmonares,
porta, re nal, jugular interna,
ilíaca e ázigo. A túnica íntima
das veias de grande ca libre tem
algumas semelhanças com as
veias de médio calibre, porém, as
grandes veias têm uma espessa
ca mada subendotelial de tecido
con juntivo contendo fibroblastos
e uma rede de fibras elásticas,
diferente das
veias médias, que são mais
delgadas. As veias de grande
calibre não pos suem túnica
média, com exceção de algumas
das veias principais, como por
exemplo, as veias pulmonares. A
túnica adventícia possui muitas fi
bras elásticas, várias fibras
colágenas e vasa vasorum, o que
permite uma boa nutrição,
enquanto que a veia cava inferior
possui células muscula res lisas
dispostas longitudinalmen te na
sua túnica adventícia. É perti
nente ressaltar, ainda, que as
veias pulmonares e as veias
cavas ao se aproximarem do
coração, têm células musculares
estriadas cardíacas na camada
adventícia.
Figura 14. Túnica das
SE LIGA! As valvas venosas são
com postas por dois folhetos, cada
um cons tituído por uma fina prega
da túnica ínti ma, que sai da parede
e se projeta para
o lúmen. As valvas das veias são
muito importantes, dentre elas, se
destaca as valvas localizadas nas
veias da perna, que atuam contra a
força da gravidade.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 24
VEIA
S
GRANDE
CALIBRE
MÉDIO
CALIBRE
PEQUENO
CALIBRE
Túnic
a
íntim
a
A
camada
subendo
telial de
tecido
conjunti
vo é
relativa
mente
espessa
Endotélio e
fibras
reticulares
Endoté
lio
delgad
o e
com
fibras
reticu
lares
e
perici
tos
Túnic
a
médi
a
Pouco
desenv
olvida;
Possui
células
muscul
ares,
poucas
fibras
Pouco
desenvol
vida ou
pratica
mente
ausente
Células
musculares
lisas
Pouco
desenvolvi
da
elástica
s e
reticula
res.
entreme
adas por
fibras.
T
ú
n
i
c
a
adve
ntícia
Mais
espess
a que
as
a
nt
er
io
re
s
Bem
desen
volvid
a
Pode conter
feixes de
músculo liso
Presen
ça de
agente
s
farm
acoló
gicos
como
a
hista
mina
e a
serot
onina
Ta
bel
a
4.
NA PRÁTICA! Podemos encontrar
veias dilatadas e tortuosas, as
denomi nadas veias varicosas, com
formato al terado, acarretando em
uma patologia muito conhecida
pelos indivíduos, as famigeradas
varizes, que surgem devido à
insuficiência das válvulas, que
desen cadeia refluxo e dilatação.
Como resul tado disso, ocorre
distensão contínua, as veias
perdem sua elasticidade, e, devido
à falta de elasticidade e ao mal
funcio namento das válvulas, o
sangue passa a ficar parado nelas,
gerando mais dilata ção e mais
refluxo.
Figura 15. Comparação veia varicosa e
veia normal. Fonte:
https://www.msdmanuals.
com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cor
a%-
C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sang
u%-
C3%ADneos/dist%C3%BArbios-veno
sos/ veias-varicosas
O tratamento das varizes varia de
acor do com o paciente, sendo
fundamental avaliar qual veia
acometida. Dentre os tratamentos,
destacam-se o cirúrgico e a
escleroterapia (aplicação de medica
mentos denominados
esclerosantes).
Figura 16. Varizes em membros
inferiores. Fonte:
https://eigierdiagnosticos.com.br/blog/
doencas/como-acabar-com-varizes/
Coração
HORA DA
REVISÃO!
O coração está localizado no
mediasti
no, cerca de dois terços de sua
massa
está à esquerda da linha mediana.
Tem
a forma de um cone deitado de
lado.
Seu ápice é a parte inferior
pontiaguda;
sua base é a ampla parte superior.
Essa
eficaz bomba fica recoberta por
uma
membrana, denominada pericárdio,
que
possui a função primordial de
proteção
contra choques mecânicos. Entre
uma
camada e outra do pericárdio
encontra-
-se um líquido lubrificante, que
reduz o
atrito pericárdico entre as duas
mem
branas. Fisiologicamente e
anatomica
mente, o coração conta com 4
câmaras
eficazes, duas delas são os
ventrículos,
o direito recebe sangue do átrio
direito,
já o ventrículo esquerdo bombeia
o san
O coração é um órgão muscular
que bombeia o sangue através
dos vasos sanguíneos do
sistema circulatório. O sangue
que flui no sistema circu
latório fornece ao corpo oxigênio
e alguns nutrientes e ajuda a
eliminar resíduos metabólicos.
gue oxigenado através da valva da
aorta até a aorta. O coração conta
ainda com mais duas câmaras, os
átrios: o direito recebe sangue da
veia cava superior, veia cava
inferior e seio coronário por meio
da atrioventricular direita. O átrio
esquerdo recebe o sangue arterial
(com O2) do pulmão conduzido
pelas veias pulmonares.
Figura 18. Box anatomia. Fonte:
https://www.
passeidireto.com/multiplo-login?returnUr
l=%-
2Farquivo%2F69557375%2Fanatomia-
cora cao
SISTEMA CARDIOVASCULAR 27
Camadas da parede cardíaca
As camadas da parede cardíaca
con tam com 3 tipos diferentes,
endo cárdio, miocárdio e o
epicárdio.
A primeira camada, a mais
interna, é o endocárdio, formado
por um en dotélio do tipo epitélio
simples pa vimentoso e pelo
tecido conjuntivo
subendotelial, que tem como
função revestir o lúmen do
coração. O en docárdio é
contínuo com a túnica íntima
dos vasos sanguíneos. Mais
internamente, encontra-se uma
ca mada de tecido conjuntivo
denso, rico em fibras elásticas
misturadas com algumas células
musculares
lisas. Abaixo do endocárdio,
situa-se uma camada
subendocárdica, cuja
constituição histológica é compos
ta de tecido conjuntivo frouxo,
que contém pequenos vasos
sanguíne os, nervos e fibras de
Purkinje do sistema de
condução do coração. A camada
subendocárdica consti tui o limite
do endocárdio, através do qual
esta túnica se liga ao endomísio
do músculo cardíaco. É lícito
pontuar que o endomísio é uma
camada de tecido conjuntivo que
engloba uma fibra muscular e é
composta, princi palmente, por
fibras reticulares. Além disso,
contém capilares, nervos e va sos
linfáticos.
Figura 19. Corte histológico do coração.
Fonte: BREIJE, T. C.; SORENSON, R. L.
Histology guide: virtual histology
laboratory. 2020. Disponível em:
http://www.histologyguide.com/. Acesso
em 04/05/2020.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 28
A camada intermediária é o
miocár dio, muito importante do
ponto de vista fisiológico no que
concerne a transmissão do
impulso nervoso. O miocárdio é
a mais espessa das três
camadas do coração, forma da
por células musculares estria das
cardíacas dispostas em espi rais
complexas ao redor dos orifícios
das câmaras. Tais células muscula
res estriadas cardíacas são impor
tantes no que concerne à fixação
do miocárdio ao esqueleto
fibroso do coração. Outras
células possuem especializações
para secreções en dócrinas,
assim como para geração ou
condução dos impulsos cardí
acos. Essa camada ainda conta
com um importante marcapasso
natural, o nó sinoatrial. É
pertinente ressal tar que o nodo
sinoatrial é uma mas sa de
células musculares cardíacas
especializadas, formadas por
células fusiformes, menores do
que as célu las musculares do
átrio e apresentam menor
quantidade de miofibrilas. Al
gumas células musculares do
nodo atrioventricular sofrem
modificações, e passam a ser
reguladas por impul sos
provenientes do feixe atrioven
tricular (feixe de His). As fibras
do feixe atrioventricular passam
pelo septo interventricular
conduzindo o impulso para o
músculo cardía co, produzindo
assim uma contra ção rítmica.
Anatomicamente falan do, mais
distalmente, essas células
tornam-se maiores e adquirem
uma
forma característica. Elas são
conheci das como células de
Purkinje e pos suem um ou dois
núcleos centrais e citoplasma
rico em mitocôndrias e gli
cogênio. Tais células transmitem
os impulsos para as células
muscula res estriadas cardíacas
localizadas no ápice do coração.
Células mus culares cardíacas
especializadas, que se localizam
primariamente na pare de atrial e
no septo interventricular,
produzem e secretam um
conjunto de pequenos peptídeos.
Tome-se como exemplo, a
atriopeptina, polipeptí deo
natriurético atrial, cardiodila tina
e cardionatrina, que são libera
dos nos capilarescircundantes.
Estes hormônios auxiliam na
manutenção de fluidos e no
balanço eletrolítico e diminuem a
pressão sangüínea.
Figura 20. Corte histológico - disco intercalado.
Fonte: BREIJE, T. C.; SORENSON, R. L. Histology
guide: virtual histology laboratory. 2020. Disponível
em: http://www. histologyguide.com/. Acesso em
04/05/2020.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 29
Figura 21. Miocárdio. Fonte: BREIJE, T. C.;
SOREN
SON, R. L. Histology guide: virtual histology
laboratory. 2020. Disponível em:
http://www.histologyguide.com/. Acesso em
04/05/2020.
SE LIGA! A camada intermediária,
o miocárdio, possui algumas
especializa ções, dentre elas está o
nó sinoatrial, atrioventricular e
feixe de His (fibras de purkinje). Nó
ou nodo sinoatrial é um
marcapasso fisiológico natural,
localiza- -se na junção da veia cava
superior com o átrio direito. Estas
células musculares cardíacas
nodais especializadas tendem a se
despolarizar espontaneamente 70
vezes por minuto, gerando um
impulso que se espalha pelas
paredes da câma ra atrial, através
de vias internodais até o nó ou
nodo atrioventricular, localizado na
parede septal, logo acima da valva
tricúspide. Além disso, há o feixe de
His, situado no interior do músculo
cardíaco do septo interventricular.
A composição histológica desse
feixe é por cardiomió citos, ou seja,
células musculares cardí acas
especializadas, que não possuem a
capacidade contrátil para se
tornarem condutoras rápidas de
impulsos ner vosos, facilitado por
meio do fluxo iô nico, que passam
através das junções comunicantes.
Figura 22. Condução de impulsos anato
mia. Fonte: JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO,
J.; ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica:
texto e atlas. 13. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2017.
O epicárdio é a camada mais
exter na do coração, também é
denomina do camada visceral do
pericárdio, constituído por um
epitélio simples
pavimentoso, denominado meso
télio. A camada subepicárdica é
for mada por tecido conjuntivo
frouxo que contém vasos
coronários, nervos
e gânglios. Além disso, essa é a
re gião em que a gordura é
armazenada na superfície do
coração. Há também as raízes
dos vasos que entram e saem do
coração, onde há a forma ção do
pericárdio, que é dividido em
fibroso e seroso. O pericárdio é
uma espécie de saco que recobre
o coração, possuindo, como dito
ante riormente, duas estruturas: a
exter na que é fibrosa, e a interna,
serosa.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 30
A fibrosa recobre externamente os
grandes vasos, e a interna possui
uma constituição mais serosa, o pe
ricárdio seroso, constituído por
duas lâminas: a lâmina parietal e a
lâmina visceral. A lâmina parietal é
a mais externa e recobre a
superfície interna do pericárdio
fibroso e a lâmina visce ral, ou
epicárdio, é a reflexão ao nível
dos grandes vasos da lâmina
parietal em direção ao coração. O
pericárdio fibroso possui uma
constituição his tológica
composta por uma camada
densa de faixas colágenas que
se entrelaçam com o esqueleto
de fibras elásticas. É importante
assinalar ain da que o coração
está preso no me diastino por
ligamentos, como por exemplo a
base do coração que está presa
ao centro tendíneo do múscu lo
diafragma, por meio do
ligamento freno-pericárdio.
Figura 23. Camadas
do coração. Fonte:
https://br.pinterest.com/pin/41665
3403020778303. Fonte:
https://lacunoesc.wordpress.com/
2015/07/25/anatomia-cardiaca-p
arte-1/
SISTEMA CARDIOVASCULAR 31
NA PRÁTICA!
Algumas
patologias são
decorrentes de
alguns distúrbios
no tecido
cardíaco, dentre
elas doença
coronariana e
pericardite.
Figura 24. Doença coronarianA.
Fonte:
https://www.brasil247.com/geral/
doenca-coronariana-imagiolog
ia-para-monitorar-as-arterias
A Cardiopatia
Isquêmica é uma
doença
provocada pela
obstrução nas
arté rias
coronárias, vasos
que levam sangue
para o coração,
em decorrência
do acúmulo de
placas de
colesterol que
pode levar ao
infarto do
miocárdio ou até
à insuficiência
cardíaca. Os
tratamentos
incluem
mudanças no
estilo de vida,
medicamentos,
angioplastia e
cirurgia
Figura 25. Pericardite. Fonte:
https://cardiologiahmt.com.br/pericardite-
idiopatica/
Já a pericardite é
uma inflamação
da membrana que
recobre e protege
o co ração,
podendo ser
classificada como
aguda ou crônica.
O sintoma mais
co mum é dor
aguda no peito
com irradiação
para o ombro
esquerdo e
pescoço. A
pericardite
geralmente tem
início rápido,
contudo não dura
muito tempo. A
maioria dos casos
é leve e costuma
melhorar por
conta própria. O
tratamento dos
casos mais graves
pode incluir
medicamentos e,
raramente,
cirurgia.
SISTEMA CARDIOVASCULAR 32
Esqueleto fibroso cardíaco
O esqueleto cardíaco, ou ânulo
(anel) fibroso do coração, não é
uma estru tura óssea como o
esqueleto do corpo humano, mas
um suporte estrutural fibroso
para as câmaras do coração, o
órgão principal do sistema cardio
vascular. Sua constituição
histológica é de tecido
conjuntivo denso não
modelado, incluindo três
componen tes principais: anéis
fibrosos, trígo no fibroso e o
septo membraná ceo. Os anéis
fibrosos localizam-se em torno
da base da aorta, da artéria
pulmonar e dos orifícios
atrioventricu lares. O trígono
fibroso é localizado na
vizinhança da área da cúspide da
valva aórtica. Já o septo
membraná ceo forma a porção
superior do sep to
interventricular. De modo geral, o
esqueleto cardíaco possui
algumas funções, dentre elas a
ancoragem das cúspides das
valvas cardíacas, função muito
importante, tendo em vista que
de certo modo ela fixa as
cúspides para que nenhum movi
mento brusco a desloque. Além
dis so, impede a distensão das
valvas atrioventriculares e
semilunares, haja vista que nas
valvas atrioventri culares passam
um grande fluxo de sangue, e o
esqueleto fibroso impede que
haja uma distensão excessiva. É
importante pontuar ainda que
possui duas funções
extremamente impor tantes:
serve como inserção dos fei xes
do músculo cardíaco e promove
o isolamento elétrico.
Válvulas cardíacas
As válvulas cardíacas são
estrutu ras fibrosas,
posicionadas na entrada e saída
dos ventrículos, cuja função é
garantir que o sangue siga numa
única direção, sempre dos átrios
para os ventrículos, e destes para
a aorta e artérias pulmonares. É
importan te salientar que tanto as
válvulas de entrada como as de
saída, em condi ções normais, se
fecham em perfeita sincronia a
cada batimento cardíaco.
Qualquer distúrbio em umas das
vál vulas prejudica o bom
funcionamento do sistema
circulatório, podendo cau sar
trombos, coagulação no interior
do vaso sanguíneo, fruto da
agrega ção plaquetária. Algumas
válvulas se destacam, como a
válvula tricúspide (VT),
localizada entre o átrio e o ven
trículo direito. Ela possui três
folhetos que se fecham no início
da contração ventricular,
impedindo que o sangue retorne
do ventrículo ao átrio direito. Os
folhetos são sustentados em for
ma de um guarda-chuva pelas
cor doalhas tendinosas. Além
disso, há a válvula pulmonar
(VP), posicionada na saída do
fluxo sanguíneo do ven trículo
direito para o tronco da artéria
pulmonar. Seus folhetos se
fecham no final da contração
ventricular, evitan do que o
sangue que atingiu a artéria
pulmonar retorne para o
ventrículo di reito. O diâmetro
dessa válvula é me nor do que a
válvula tricúspide. A vál vula
mitral (VM), situada entre o átrio
e o ventrículo esquerdo, tem
como
SISTEMA CARDIOVASCULAR 33
função evitar o refluxo de sangue
do
ventrículo para o átrio esquerdo.
É im-
portante pontuar que a VM se
fecha
no início da contração ventricular.
APLICAÇÃO CLÍNICA: A febre reumá-
tica (FR), também chamada de reuma-
tismo infeccioso, é uma doença infla-
matória que se desenvolve após uma
infecção anterior provocada pelo
estrep-
tococo. Um dos sintomas da FR é a in-
flamação no músculo do coração
(cardi-
te), além do sopro cardíaco, quando há
comprometimento das válvulas do co-
ração. O tratamento é medicamentoso,
que incluem: prescrição de antibióticos
específicos, tendo em vista que o
agente
infeccioso é uma bactéria. Além da
pres-
crição de medicamentos
anti-inflamató-rios e de medicamentos
anticonvulsivos.
34 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Pericárdio
Miocárdio
Endocárdio
Camadas
Válvulas cardíacas
Esqueleto fibroso
Mais externa Camadas
Intermediária Mais interna
Fibroso
Seroso
Impulsos nervosos
Ancoragem
Impede a distensão
Isolante elétrico
FUNÇÕES
Lâmina pariental Lâmina
visceral
Fibras de Purkinje Nó
sinoatrial
Nó atrioventricular
FUNÇÕES Exemplos
Válvula tricúspide
Fluxo de sangue
unidirecional
Válvula mitral
Válvula pulmonar
Anéis fibrosos
Aorta
Trígono fibroso
Artéria pulmonar
Valva aórtica
Septo membranáceo Septo
interventricular
SISTEMA CARDIOVASCULAR 35
2. SISTEMA VASCULAR
LINFÁTICO
Além dos vasos sanguíneos, o
corpo humano conta com um
sistema de canais, cujas paredes
são finas e re vestidas por
endotélio que coleta o fluido
dos espaços intersticiais e o
retorna para o sangue. Este
fluido é denominado linfa. Os
vasos linfáti cos possuem uma
estrutura similar à das veias,
exceto por não apresenta rem
uma separação clara entre as tú
nicas (íntima, média, adventícia) e
pe las paredes mais finas. A
função do sistema linfático é
realizar o retorno do sangue ao
fluido dos espaços intersticiais.
Ao entrar nos vasos ca pilares
linfáticos, esse fluido contribui
para a composição da parte
líquida da linfa. Além disso,
contribui ainda para a circulação
de linfócitos e outros fatores
imunológicos que penetram os
vasos linfáticos quando eles atra
vessam os órgãos linfoides.
SE LIGA! O sistema vascular
linfático se caracteriza por ser um
sistema aber to, em que não há
bomba, diferenciado do sistema
cardiovascular que tem o coração
como uma bomba que realiza a
circulação do sangue em um
sistema fechado.
Capilares linfáticos
Os capilares linfáticos possuem
uma única camada de células
endoteliais extremamente
achatadas e uma lâ mina basal
incompleta. É importante
assinalar que eles se originam
como vasos finos e sem
aberturas termi nais. As células
endoteliais ficam em uma
conformação que se sobrepõem
umas às outras em alguns locais,
mas existem fendas
intercelulares que facilitam o
acesso ao lúmen do vaso. Além
do mais, os capilares linfáticos se
caracterizam por não apresenta
rem fenestras e não
estabelecerem junções de
oclusão umas com as outras. Os
feixes de filamentos de
ancoragem linfáticos (5 a 10 nm
de diâmetro) terminam na
membrana plasmática luminal.
Pesquisas ainda estão sendo
feitas e acredita-se que estes
filamentos possam desempe nhar
um papel mantendo a patência
do lúmen destes vasos delicados.
Vasos linfáticos
Os vasos linfáticos de pequeno e
médio calibres se caracterizam
por possuírem valvas com
espaçamento próximo. Os
grandes vasos linfáti
cos assemelham-se
estruturalmen te às pequenas
veias, exceto por seus lúmens
serem maiores e suas paredes
mais finas. Os grandes vasos
linfáticos possuem uma fina
camada de fibras elásticas e
uma delgada camada de células
musculares li sas. Esta camada
de músculo liso é envolta por
fibras elásticas e colá genas que
se fundem com o tecido
conjuntivo circundante,
assemelhan do-se muito a uma
túnica adventícia, contudo os
estudiosos não entraram
SISTEMA CARDIOVASCULAR 36
em consenso sobre os capilares
linfá ticos terem túnicas. Nas
porções entre as válvulas, os
vasos linfáticos apre sentam- se
mais dilatados e exibem um
aspecto nodular ou “em colar de
contas’’. Os vasos linfáticos
possuem válvulas em forma de
bolso, como as das veias, e elas
asseguram o flu xo da linfa
numa só direção. Estão ausentes
no sistema nervoso central
(SNC), na medula óssea, nos
múscu los esqueléticos (mas não
no tecido
conjuntivo que os reveste) e em
es truturas avasculares.
SE LIGA! A anatomia dos vasos
linfáti cos superficiais e profundos
atravessam os linfonodos em seu
trajeto no sentido proximal,
tornando-se maiores à medida que
se englobam com os vasos que dre
nam em regiões adjacentes. Os
grandes vasos linfáticos entram em
grandes va sos coletores
denominados troncos lin fáticos,
que se unem para formar o ducto
linfático direito ou ducto torácico.
CAPILARES LINFÁTICOS
Paredes
Características
Finas
Não possuem fenestras
Alta permeabilidade
Não possuem
junções de oclusão
C
Única camada
endotelial
Pequeno
VASOS
LINFÁTICOS
Calibre Valvas
Grande
Fluxo unidirecional
Camada Fibras
elásticas
Tecido conjuntivo
Células
musculares lisas
SISTEMA CARDIOVASCULAR 37
Ductos linfáticos
Os ductos linfáticos são
semelhan tes às grandes veias,
com algumas diferenças, pois
lançam seu conte údo nas
grandes veias do pescoço. O
ducto torácico e o ducto linfático
direito, desembocam na junção
das veias jugular interna
esquerda com a veia subclávia
esquerda na con fluência da veia
subclávia direita e a veia jugular
direita interna. Ao longo de seu
trajeto, os vasos linfáti cos
atravessam os linfonodos. O duc
to linfático direito tem como
função recolher a linfa do
quadrante superior direito do
corpo, já o ducto torácico recolhe
a linfa do restante do corpo.
Dentre todos os ductos o maior, o
ducto torácico, tem sua origem no
ab dome como a cisterna do quilo,
e as cende através do tórax e do
pescoço para desembocar na
junção das veias jugular interna e
subclávia esquerdas. A túnica
íntima dos ductos linfáti cos tem
sua constituição histológica
formada por um endotélio e
muitas camadas de fibras
elásticas e colá genas. A túnica
média possui uma
camada condensada de fibras
elás ticas que se assemelha a
uma lâmina elástica interna,
contudo não pode ser nomeada
de lâmina elástica interna. Além
disso, encontram-se presentes
na túnica média camadas de
múscu lo liso em disposições
longitudinal e circular. A túnica
adventícia contém células
musculares lisas com orien tação
longitudinal e fibras colágenas
que se fundem com o tecido
conjun tivo circundante. Ao
penetrar nas pa redes do ducto
torácico, existem pe quenos
vasos semelhantes aos vasa
vasorum das artérias.
NA PRÁTICA! Células de tumores
ma lignos, em especial os
carcinomas, se confluem pelo
corpo por meio dos va sos
linfáticos. Quando as células ma
lignas chegam até um linfonodo,
elas ficam mais lentas e
multiplicam-se, sur gindo, assim, a
metástase, ou seja, um tumor em
local secundário. Por isso, na
remoção cirúrgica de um
crescimento canceroso, o exame
dos linfonodos e a extração tanto
dos linfonodos aumenta dos como
dos vasos linfáticos associa dos
daquele trajeto são essenciais para
a prevenção do crescimento
secundário do tumor.
38 SISTEMA CARDIOVASCULAR
Pequeno calibre e vênulas
Médio calibre
Válvulas
Camadas
Esqueleto fibroso Coração
Febre reumática Endocárdio
Anéis fibrosos
Miocárdio
Trígono fibroso
Pericárdio
Septo
membranáceo
Grande calibre Veia
SISTEMA
CIRCULATÓRIO
Paredes finas
Camadas
Capilares linfáticos
Alta permeabilidade 1
camada endotelial
Elástica
Musculares médias
Sistema
Cardiovascular
Artéria
Capilares
Sistema Vascular
Linfático
Ductos linfáticos
Vasos linfáticos
Ducto direito Ducto torácico
Cisterna do quilo
ArteríolasContínuo Com
diafragma Fenestrados Sem
diafragma
Sinusoide
Válvulas
Calibre Grande Pequeno
SISTEMA CARDIOVASCULAR 39
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BREIJE, T. C.; SORENSON, R. L.
Histology guide: virtual histology
laboratory. 2020. Disponí vel em:
http://www.histologyguide.com/.
Acesso em 04/05/2020.
GARTNER, Leslie P. Tratado de
histologia. 3. ed. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2017.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J.;
ABRAHAMSOHN, P. Histologia
básica: texto e atlas. 13. ed. Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
KOEPPEN, B.M.; STANTON, B.A.
Berne & Levy: Fisiologia. 6. ed. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2009. 864 p
SISTEMA CARDIOVASCULAR 40

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