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Coma 1 🧠 Coma Created Property Marcela Cavalcanti Conceitos Consciência: estado completo de conhecimento de si e do meio ambiente, e da inter-relação entre eles Avaliação da consciência: exame clínico A consciência tem dois componentes, o conteúdo e o nível de consciência Conteúdo: dividido em afeto e cognição (atenção, linguagem, memória, juízo, pensamento...) Nível de consciência: grau de alerta Formação reticular ativadora ascendente Definição: Conjunto de estruturas localizadas no tronco encefálico e no hipotálamo que associados ao tálamo, levam a ativação do tálamo em si e do córtex cerebral difusamente através de conexões recíprocas (o córtex envia um feedback quando é ativado) A FRAA, por sua vez, é ativada por conexões com os nervos cranianos (principalmente os sensitivos e com tratos ascendentes Mar 27, 2021 330 PM Coma 2 Sistema difuso, porém organizado Tronco encefálico TE, tálamo, hipotálamo posterior e hemisférios cerebrais Conexões recíprocas Ativação → estado vígil (hiperativação = hiperexcitabilidade, euforia, agitação) Hipofunção → fisiológica (sono), induzida (drogas hipnóticas) ou patológicas (doenças, coma) Considerando que a FRRA está no tronco encefálico (mesencéfalo e ponte alta), hipotálamo e ela juntamente com o tálamo ativa o tálamo e o córtex cerebral, para termos uma redução do nível de consciência, temos que ter uma alteração em algum ponto desses componentes. Dessa forma, temos lesões focais infratentoriais, focais supratentoriais (tálamo e hipotálamo) Se difusas ou multifocais Coma 3 🖇 ATIVAM O CÓRTEX VIGÍLIA Núcleos tegmentais laterodorsal (M e pedunculopontino P ambos acetilcolinérgicos; Locus Ceruleus (P = noradrenérgico; Núcleos da Raphé (dorsal e mediano da rafe) P = serotoninérgicos; Núcleo tuberomamilar (H histaminérgico (entenda o motivo pelo qual os anti-histamínicos causam sono); Glutamato, no tálamo, age como amplificador da ação desses outros neurotransmissores. DESATIVAM O CÓRTEX SONONúcleo Ventrolateral preoptico (H GABA e Galanina. H = hipotálamo; M = mesencéfalo; P = ponte. Alterações de consciência Agudas: Torpor: irritabilidade e hiperexcitabilidade, desatenção, sonolência diurna e agitação noturna Delirium: orientação e pensamento desorganizado, atenção bastante prejudicada, percepção dos estímulos alterada, alucinações vívidas, sem déficit focal, movimentos involuntários (tremor, mioclonia) Obnubilação: alentecimento psicomotor, aumento das horas de sono, embotamento mental Estupor: estado de sonolência profunda, responsividade apenas com estímulos vigorosos e contínuos → precede muitas vezes o coma Coma: irresponsabilidade, olhos fechados, mesmo com estímulos vigorosos Morte cerebral: Interrupção completa e irreversível de todas as funções cerebrais, mesmo na presença de atividade cardíaca ou reflexos primitivos Coma aperceptivo ECG = 3 Ausência de funções de tronco encefálico Ausência de atividade elétrica ou funcional ou circulatória intracraniana Desenvolve-se de forma aguda/ subaguda/ crônica Falsas alterações de consciência Locked-in (síndrome do cativeiro): lesões ventrais da ponte - mantém as vezes apenas o movimento dos olhos Coma 4 Catatonia: alteração psiquiátrica Parkinsonismo pós-encefalítico: estado de acinesia Síndrome de Wernicke-Korsakoff (def B1 fase aguda: confusão + ataxia + oftalmoparesia. Fase crônica: amnésia anterógrada e confabulação Doenças neuromusculares: simulação, síndrome de Munchhausen Crônicas Demências: progressiva deterioração das funções cognitivas, sem redução do nível de consciência, 2 das funções cognitivas: memória, afasia, apraxia, agnosia, disfunção executiva. Geralmente não ocorre redução do nível de consciência nos estágios iniciais. Hipersonia: Estado de aumento da quantidade de sono diário mas com períodos de consciência e cognição normal quando acordado. Mutismo acinético Estado de consciência mínima: mínima evidência de noção de si e do meio ambiente. Estado vegetativo: nenhuma evidência de noção de si ou do ambiente Olhos abertos Manutenção da função de tronco encefálico e regulação autonômica visceral Estado vegetativo persistente: duração > 1 mês Antigamente também chamado de coma vigil Morte cerebral obs: o estado de consciência mínima e o estado vegetativo podem ocorrer um pouco antes ou um pouco depois do estado de coma quando sua causa é mais arrastada Falsas alterações de consciência Abulia: estado de apatia extrema, resposta verbal lenta ou inexistente, falta de iniciativa, lesão frontal bilateral Mutismo acinético: silêncio, imobilidade alerta, iniciação motora pobre (pior que na abulia), lesão na base do cérebro (hipotálamo) História clínica Coma 5 Muito importante mas muitas vezes muito pobre, colhida dos familiares, amigos ou socorristas Jovens: intoxicação, hemorragia subaracnoide, trauma Idosos: AVC ou causas metabólicas Agudo: trauma, AVC Subaguda: neoplasias, metabólicos Comorbidades: HAS, DM, hepatopatia ou doença renal → metabólico ou AVC Sinais premonitórios → neoplasias (dificuldade progressivas recentes) Exame físico Redução aguda do nível de consciência → determinar causa: Estrutural supratentorial: cortical ou diencéfalo infratentorial: mesencéfalo ou ponte Metabólica Etiologias Lesão cortical Encefalopatia hipóxico- isquêmica Traumatismo craniano Abscesso Encefalite Hemorragias Metabólicas Lesão de diencéfalo Trombo no topo da artéria basilar Hemorragia Tumor Desmielinização Mesencéfalo e Ponte Tumor Hemorragia Infarto Desmielinização Migrânea basilar Transtornos do cerebelo (tumor, abscessos, hemorragias, infartos...) Sinais de alterações específicas Hálito etílico Coma 6 Hálito cetônico Hálito hipoglicêmico Hálito urêmico Sinais de traumatismo cranioencefálico Liquorreia ou Rinorraquia: saída de liquido sem cor pelo nariz. Pode levar a queda da pressão intracraniana (cefaleia geralmente explosiva quando o paciente se levanta) Sinal do guaxinim (hematomas palpebrais bilaterais) Sinal de Battle (hematoma na região mastoidea) Saída de sangue pelo nariz ou orelha → TCE mais grave obs: sinal do guaxinim, de battle ou a saída de sangue por nariz ou orelhas indicam fratura de base de crânio e nesses casos, não se deve passar uma sonda pela via nasal ou oral. Sinais de politraumatismo Sinais de irritação meníngea Sinal de Lasegue: dor radicular à hiperextensão da perna → entre 30 e 60 graus o paciente flexiona o joelho como mecanismo de defesa e refere dor que vai da região lombar para o membro inferior pela região da face posterior da coxa. A flexão do joelho pode inclusive ser contralateral. Rigidez na nuca: tentar flexionar o pescoço encostar o queixo do paciente no peito, ele flexiona o tronco inteiro ao invés do pescoço, se não consegue por rigidez muscular, é positiva a rigidez de nuca Brudzinski: quando, na pesquisa de rigidez da nuca o paciente flexiona os joelhos Kernig: coxa flexionada sobre o quadril a 90º e o joelho flexionado a 90º também, é positivo quando o paciente sente dor entre 30 e 60º. Se for assimétrico indica sinal radicular de hérnia e se for simétrico em sinais meningorradiculares de origem mais central. Opistótono; postura de flexão posterior da coluna para evitar irritação meníngea Sinais de meningite Coma 7 Petéquias e púrpuras: meningite meningocócica (importante associada ao histórico da paciente de adoecimento recente apontando a causa e indicando isolamento imediato do paciente) Exame físico neurológico Antes de começar o exame: ABC Nível de consciência: Estímulo verbal - firme, chamar pelo nome Estímulo tátil Estímulo doloroso → retroesternal, submandibular, ungueal, trapézio, supraorbicular, mamilar Estímulo doloroso + olhos fechados = COMA obs: o mamilar é o mais álgico → beliscão com as pontas dos dedos torcendo cerca de45º estímulo retroesternal estímulo supraorbicular estímulo submandibular: melhor fazer com os polegares logo abaixo do ângulo da mandíbula num movimento de elevação estímulo do trapézio estímulo ungueal Coma 8 Resposta motora O trato corticoespinal após a decussação segue como trato corticoespinal lateral no lado oposto de seu início e parte das fibras continua sem cruzar como trato corticospinal anterior e vai inervar os segundos neuronios motores, responsáveis pela motricidade voluntária. Num nível filogenéticamente anterior ao trato corticoespinal, temos o trato rubroespinal, que tem origem no núcleo rubro do mesencéfalo e tem função na manutenção da postura. Faz uma postura de flexão dos membros superiores e extensão dos membros inferiores Temos também os tratos que se originam na FRAA e que descendem, é o trato reticuloespinal que, juntamente com o trato vestibuloespinal (origem no núcleo vestibular) fazem postura de extensão dos membros superiores e inferiores Tipos de resposta: Adaptada: retirada do estímulo, localização do estímulo → coma superficial Indica que o trato corticoespinal está relativamente preservado, sendo pouco provável uma lesão de tronco cerebral Não adaptada: tem uma movimentação mas que não é de localização do estímulo. Pode ser de decorticação, decerebração ou movimentação inespecífico → coma profundo Decorticação: Lesão acima do mesencéfalo, acima do trato rubroespinal, o trato corticoespinal está lesado, nesse caso, vai predominar a resposta do trato rubroespinal - pode ser lesão cortical supratentorial Coma 9 Decerebração: Lesão abaixo do núcleo rubro mas acima da formação reticular onde há o núcleo reticular, sendo ele então o predominante na resposta → lesão mesencefálica Lesão na ponte: pode ter todos os tratos igualmente acometidos e a resposta pode ser inespecífica ou ausente Ausente → coma DéPassé Pupilas Avaliar sem iluminação (ou iluminação indireta) e com estímulo de luz direta Normal: pupilas entre 3 e 4 mm, de tamanhos iguais e, ao estimulo de luz direta, ocorra um reflexo fotomotor no lado estimulado e contralateral → miose para que a pupila fique cerca de 12 mm Alterações metabólicas, alterações corticais difusas ou no diencéfalo: pupilas menores que o normal, 2 a 3 mm, e fotorreagente, ou seja, reduzindo ainda mais Alteração mesencefálica pré-tectal: Pupilas midriáticas (dilatadas, com mais de 5mm) Sempre em lesão mesencefálica, não tem resposta à luz ⇒ arreativas Pupila uncal: unilateral → representa herniação transtentorial inferior do úncus (acometimento do III nervo desse lado)/ aneurisma de A. comunicante posterior ACoP. Na herniação, o quadro vai ser um Coma 10 paciente com a pupila dilatada e arreativa de um lado e hemiplegia contralateral (acomete o trato corticoespinal do mesmo lado antes da decussação). Quando for aneurisma de ACop pode não ter a hemiplegia. Bilateral: herniação bilateral do úncus; encefalopatia anóxica (isquemia cortical difusa) Alteração mesencefálica tegmental Também é arreativa mas tem tamanho normal Tem lesão do simpático e parassimpático, por isso que fica no tamanho normal Alteração pontina Pupila puntiforme ⇒ muito pequena, de 1 a 2 mm É fotorreagente Padrão respiratório (ventilação) Normal: tempo = 1 inspiração para 23 expirações Kussmaul: inspirações profundas ⇒ acidose metabólica (a frequência respiratória é mantida, o que muda é a amplitude) Lesão causando herniação do uncus através da foice do cerebelo Coma 11 Cheyne-Stokes: integridade do tronco encefálico Lesão cortical bilateral ou diencefálica Alterações metabólicas ou insuficiência cardíaca Hiperventilação neurogênica central Encefalopatias metabólicas (acidose metabólica, insuficiência hepática) ou lesões mesencefálicas Ansiogênica, psicogênica (desaparece no sono) HSA, meningite aumenta a FR mas não aumenta a amplitude Apnêustica: ponte alta → infarto pontino devido a oclusão de basilar Inspiração normal - pausa - expiração normal - pausa Pode evoluir para lesões bulbares → prestar muita atenção nesse paciente Irregular, biot ou em salvas Ponte baixa ou bulbo (junção bulbopontina Pré-terminal - próximo do centro de controle da respiração e da frequência respiratória Bulbar: apneia consciente (maldição de ondina) Coma 12 Resposta óculo-vestibular Excluindo trauma cervical → manobras oculocefálicas Excluindo trauma timpânica → manobras calóricas Abertura ocular na posição neutra (leve exoforia é comum, um desvio muito grande pode levar a suspeita de lesão de mesencéfalo ou ponte visto que é onde se encontram os núcleos dos nervos cranianos que fazem a motricidade ocular extrínseca) Função normal: Trato corticonuclear: origina-se na região frontal e é responsável pela mobilidade dos olhos, descende pela região do tronco e decussa na região da ponte e ativa o núcleo abducente O núcleo abducente quando estimulado pelo córtex contralateral Coma 13 estimula o olho do mesmo lado a fazer a abdução Através do fascículo longitudinal medial ocorre a ativação do núcleo oculomotor ipsilateral ao córtex frontal (contralateral ao abducente ativado) que promove adução do outro olho através da ação do músculo reto medial O fascículo longitudinal medial se comunica ainda com a inervação da musculatura e sensibilidade das articulações do pescoço e com o núcleo vestibular (tronco encefálico). Então, ao movimentar a cabeça para os lados, estimulamos também os canais semicirculares e recebemos informações deles e também sensitivas das articulações do pescoço, essas informações vão para o tronco encefálico e vão se comunicar através da FRAA com os núcleos dos nervos cranianos da motricidade ocular. Assim, ao movimentar a cabeça para a direita, por exemplo, a FRAA vai gerar um movimento dos olhos na mesma intensidade para a esquerda, mantendo o olhar num ponto fixo. Lesão frontal alta: desvio do olhar contralateral ao lado hemiparético (compromete o trato corticoespinal também) o paciente olha para o lado da lesão cortical - síndrome do Foville superior) - lesão hemisférica (desvio de olhar pra um lado e paralisia para o outro) Faz uma paralisia facial central (andar inferior da face) no mesmo lado da hemiparesia obs para entender: o desvio é causado pq não vai funcionar esse mecanismo de fazer o olho virar pra o lado contrário do movimento, então ele fica virado pra o lado do encéfalo em que ocorreu a lesão Lesão pontina: desvio do olhar para o lado hemiparético (o paciente olha para o lado (síndrome de Foville inferior) Perde o trato corticoespinal antes da decussação = hemiparesia contralateral Coma 14 Pode ter paralisia facial no lado da lesão, vai ser um quadro de lesão periférica (toda a hemiface) mas causado por uma alteração central Perde a capacidade de olhar para aquele lado - o trato corticonuclear já cruzou, então o desvio vai ser do mesmo lado pra a lesão, então ele não vai conseguir equilibrar o olhar na hora que virar o olho pra o lado contrário, que é o lado da hemiparesia. Movimentos lentos horizontais → roving ocular → indica alteração metabólica Movimentos espontâneos localizatórios de lesão pontina bobbing ocular - movimento vertica Ping-pong saw - movimentos oculares não conjugados Manobra oculocefálica resultado normal: olhos de boneca ⇒ ficam fixos em um ponto central quando se faz a manobra Alterado: o olhar acompanha o movimento da cabeça ⇒ indica lesão de tronco encefálico Manobra vestibulo-calórica Cabeceira elevada em 30º → para deixar os canais semicirculares horizontais na vertical Lesão pontina Lesão frontal alta Coma 15 A primeira coisa a se fazer é descartar uma lesão timpânica Normal: o aparelho vestibular funciona de maneira tônica, ou seja, enviando estímulos o tempo inteiro. Quando viramos a cabeça para um lado ele aumenta os estímulos de um lado e diminui do outro. quando essa informaçãochega no tronco encefálico, ele manda uma informação pelo fascículo longitudinal medial para aumentar o estímulo ao abducente do outro lado para gerar a movimentação conjugada do olhar para o lado oposto do giro da cabeça. Resumindo: Virou a cabeça para direita: aumenta estimulo do aparelho vestibular direito e diminui no esquerdo Informação chega no tronco encefálico (núcleos vestibulares → FRAA → núcleo abducente) para aumentar o estimulo no abducente esquerdo fazer a abdução. Através do fascículo longitudinal medial, estimula o nucleo oculomotor do lado direito para fazer a adução Como fazer: Na cabeça parada na posição medial, se jogar água quente ou água fria no canal auditivo (sem que haja lesão timpânica), vai haver um aumento (água quente) ou diminuição (água fria) do aparelho vestibular Se eu coloco água fria no lado direito, os olhos vão se desviar para o lado direito e o córtex occipital integro faz a correção para a esquerda → faz um nistagmo onde o olho desvia para o lado onde colocou a água e bate voltando no outro lado Se coloca água quente no lado direito, o olho desvia para o lado esquerdo e o córtex corrige para o direito, então, forma um nistagmo onde o olho desvia para o lado contrário da água e bate voltando no lado dela Resumindo: O desvio é no sentido da água fria e fugindo da água quente Resumindo: O nistagmo bate no sentido oposto à água fria e no sentido da água quente Em casos de lesão do córtex, não vai ocorrer o nistagmo, apenas o desvio Se tiver um paciente que já tem o desvio tônico do olhar pra um lado e eu jogo água quente ou fria e não ocorre nada, podemos inferir que a lesão é no tronco encefálico (lesão pontina) daquele lado e o aparelho vestibular está desnervado Coma 16 Manobra vestíbulo-ocular e óculo-cefálica Paresia de III ou VI nervos cranianos Lesão no mesencéfalo: III ou IV Lesão na ponte: VI ou VIII Ou ainda lesão cortical: ausência de nistagmo e apenas desvio tônico do olhar Exame de fundo de olho: papiledema HIC ou encefalopatia hipertensiva (+ aumento pressórico) a papila normal tem os limites bem definidos na região temporal, na região nasal pode ter mas não é obrigatório. a região central mais pálida é a escavação. Se os limites na margem temporal estiverem bem delimitados, podemos dizer que o paciente tem o nervo óptico normal. O papiledema bilateral em paciente com perda de nível de consicência é hipertensão intracraniana até que se prove o contrário Tríade de Cushing Hipertensão, bradicardia e bradicardia → indica uma resposta errada à hipertensão Aumento da pressão no assoalho do bulbo ⇒ Sinal de Hipertensão intracraniana Lesões irritativas ao hipotálamo (ex: HSA → ativação excessiva dos sistemas simpático e ou parassimpático → hipertensão, arritmia cardíaca, lesão subendocárdica isquêmica Portanto, sempre estar de olho em causas e consequências cardíacas Escala de coma de Glasgow Abertura ocular: 14 Espontânea = 4 pontos Estímulo tátil = 3 pontos Estímulo doloroso = 2 pontos Ausente = 1 ponto Resposta verbal: 15 Coma 17 Orientado = 5 pontos Desorientado ou confuso = 4 pontos Inapropriada = 3 pontos Incompreensível = 2 pontos Ausente = 1 (intubado = 1t) Resposta motora: 16 Obedece comandos = 6 pontos Localiza estímulo doloroso = 5 pontos Retirada sem localizar = 4 pontos Decorticação (tríplice flexão) = 3 pontos Decerebração (extensão) = 2 pontos Ausente = 1 ponto obs: na resposta motora considera-se sempre a melhor resposta obtida Escore pupilar (pupil reactive score) ECG - PRS Ambas as pupilas arreativas ⇒ 2 pontos Uma pupila arreativa ⇒ 1 ponto Nenhuma pupila arreativa ⇒ 0 pontos Etiologias Tóxico/ Metabólicas Distúrbios eletrolíticos → hipo e hipernatremia, calcemia Endócrino → hipoglicemia, cedoacidose diabética, hipoadrenalismo Vascular não estrutural → vasculite, encefalopatia hipertensiva Tóxicas → álcool, overdose, CO Infecção/ inflamação → meningite, encefalite viral, sepse Neoplásica não estrutural → carcinomatose leptomeníngea, ruptura de cisto neoplásico Nutricional → encefalopatia de Wernick - diminuição de B1, déficit de B12 Coma 18 Falência orgânica → uremia, hipoxemia encefalopatia hepática ou anóxica Epilepsia → status epilepticus, estado pós-ictal Estruturais Vascular → infarto cortical ou subcortical bilateral extenso Infeccioso → abscessos ou empiemas Neoplásico → tumor primário ou metastático Trauma → hematomas, contusão e edema hemorrágico Herniação → efeito de massa Tratamento ABC Intubação orotraqueal - se possível postergar para realizar o exame físico neurológico Identificar causa do coma Acesso venoso - hidratação, coleta de sangue para testes laboratoriais Glicose 50% - ideal é fazer a glicosimetria antes e o melhor é repor em bolus mas pode fazer no soro também) Acompanhar evolução seriadamente com a ECG Antídotos: Overdose de narcóticos: Naloxona 0,4mg, 1 ampola IV Overdose de benzodiazepínicos: Flumazenil Deficiência nutricional grave: Tiamina 500mg 2x/d IV ou IM por 3d (pacientes alcoólatras, hepatopatas graves, doença renal crônica, vegetarianos) lesões na pele chamam atenção. Oftalmoparesia ⇒ síndrome de wernick Se houver herniação antes do procedimento cirúrgico: ventilação mecânica otimizada, manitol e não realizar punção lombar Suspeita de meningite: TC de crânio → punção lombar e iniciar ATB Tratar convulsão/ stuatus epilépticos: Diazepam 510mg IM ou EV, Coma 19 midazolam 0,1mg/kg (ampola de 15mg com 5mg/ml, geralmente faz meia ampola em crises convulsivas - menor meia-vida → melhor para tirar a dúvida se é pós-ictal ou efeito da medicação) hidantoína 20mg/kg IV, pode administrar mais 10mg/kg depois na velocidade de 1ml por minuto. Faz sem diluir e monitorizando o paciente pois pode causar hipotensão e bradicardia, nesses casos faz ressuscitação volêmica. Também lembrar que dói muito, pode fazer 1ml e lavar com soro antes do próximo. Pode colocar na bomba de infusão também mas sem deixar de monitorizar. Fenobarbital Exames: Glicemia Hemograma (buscar infecções, anemia grave, plaquetas) Culturas Toxicológico PCR Na, K, Ca, Ur, Cr TGO, TGP, Bb Coagulo, Ptn Gasometria arterial (antes e depois da intubação) Troponinas, CPK, CKMB ECG Radiografia de tórax (verificar posição do tubo e alterações parenquimatosas) LCR EEG Morte encefálica Avaliar os critérios para abertura do protocolo de morte encefálica Causa definida Estado de coma arreativo e aperceptivo (escala de coma de glasgow = 3 ⇒ mesmo com estímulo doloroso potente não abre os olhos, não verbaliza e não gera nenhum movimento (coma DePassè) Ventilação mecânica (assistida) Excluir o uso de drogas depressoras do SNC (aguardar 4x a meia vida) Ausência de hipotermia, hipotensão ou distúrbios hidroeletrolíticos Coma 20 Mínimo de 6h de tratamento intensivo/observação hospitalar após a lesão (encefalopatia hipóxico-isquêmica = 24h) Intervalo mínimo entre as duas avaliações clínicas de acordo com a idade De 7 dias a 2 meses incompletos → 24h De 2 meses a 24 meses incompletos → 12h Acima de 2 anos → 1h obs: não se abre protocolo de morte encefálica para RN < 7 dias de vida Confirmação da morte encefálica 2 exames clínicos, por médicos diferentes, especificamente capacitados para confirmar ME 1 teste de apneia 1 exame complementar = documentação legal da ausência de função encefálica Formação dos médicos examinadores Coma 21 Um ano de experiência no atendimento de pacientes em coma e que tenha acompanhado ou realizado pelo menos 10 determinações de morte encefálica, ou que tenha realizado curso de capacitação para determinação de morte encefálica Um dos médicos capacitado para o diagnóstico de morte encefálica deverá ser especialista em uma das seguintes especialidades: medicina intensiva, medicina intensiva pediátrica, neurologia, neurologia pediátrica, neurocirurgia ou medicina de emergênciaNenhum desses médicos poderá fazer parte da equipe de transplante Avaliar os critérios para abertura do protocolo de ME PAS > 100mmHg PAM > 65mmHg Sat O2 > 94% PaCO2 2045mmHg PaO2/ FiO2 > 100 Ur < 300 Na: 129160mEq/L Glicemia: 80 a 300mg/dl Hb > 9mg/ dl Temperatura > 35ºC Protocolo de ME ECG = 3 Pupilas fixas e arreativas II e III = encéfalo e mesencéfalo) Ausência dos reflexos de tronco encefálico Ausência de reflexo córneopalpebral V e VII = ponte) Ausência de reflexos óculocefálicos III, IV, VI, VIII e XI = mesencéfalo, ponte e bulbo - integração → fascículo longitudinal medial) Ausência de resposta às provas calóricas III, VI e VIII = mesencéfalo e ponte) os valores são diferentes para crianças Coma 22 Ausência de reflexo de tosse IX e X = bulbo → reflexo do vômito idem) Teste da apneia IX e X = bulbo) Obs: lembrar que tudo isso vai ser realizado duas vezes em um intervalo de pelo menos 1h por dois médicos distintos. Só o teste da apneia que não precisa ser repetido, Teste da apneia Manter PAS ≥ 100mmHg Ventilação do paciente a FiO2 de 100% por 10 minutos Ajustar a frequência do ventilador para obter normocapnia Coletar gasometria arterial Desconectar o ventilador (se tiver o tubo T pode só desligar o ventilador mas deixa o paciente conectado para o ventilador captar e exalação de CO2 mas se não tiver, desconecta do ventilador e observa a movimentação respiratória) Introduzir cateter pelo TOT até o nível da carina traqueal e instilar O2 com fluxo de 6L/min - observar o aumento do CO2 Observar movimentos respiratórios por 8 a 10 min (se tiver movimento respiratório, o teste já é negativo para morte encefálica) Interromper o teste se PAS ≤ 90mmHg ou se SpO2 ≤ 85% ou arritmia cardíaca Coletar nova gasometria arterial Reconectar o ventilador mecânico O teste será considerado compatível com morte encefálica se não houver movimento respiratório em vigência de PaCO2 > 55mmHg na gasometria pós-teste Teste inconclusivo: Hipotensão Arritmia Queda na saturação de O2 Teste positivo: PCO2 > 55mmHg Aumento da PCO2 em 20mmHg Teste negativo: Movimentos respiratórios Resultados de PCO2 na gasometria inferior ao do positivo Coma 23 Exames complementares no protocolo de ME Ausência de circulação sanguínea intracraniana: doppler transcraniano; arteriografia cerebral de 4 vasos Atividade elétrica cerebral: eletroencefalograma prolongado, potenciais evocados somatossensitivos PESS Atividade metabólica cerebral: tomografia por emissão de fóton único SPECT, tomografia por emissão de próton PET Obs: em adultos o que se faz normalmente pelo SUS é o doppler ou o EEG prolongado EEG encontraremos silêncio eletrocerebral ou Inatividade Elétrica Cerebral Observações O diagnóstico independe da possibilidade de doação A notificação da suspeita de morte encefálica é obrigatória Informar a família sempre que houver alguma suspeita, antes da abertura do protocolo TCE grave, tumores intracranianos, encefalopatia anóxica) Realizar os testes diagnósticos conforme determinados pelo CFM Caráter de urgência Principais causas de ME causa vascular (isquêmica ou hemorrágica), TCE, tumores intracranianos, encefalopatia anóxica. Em todo o mundo as etapas para a definição de morte encefálica não são uniformes Hora do último exame = Hora do óbito Morte perante a lei, a sociedade e a medicina Resolução do CFM 1.826 de 06 de dezembro de 2007 Art. 1º É legal e ética a suspensão dos procedimentos se suportes terapêuticos quando determinada a morte encefálica em não-doador de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante, Coma 24 nos termos de disposto na Resolução CFM no 1.480, de 21 de agosto de 1997, na forma de Lei nº 9.434, de 4 de fevereiro de 1997. § 1º O cumprimento da decisão mencionada no caput deve ser precedida de comunicação e esclarecimento sobre a morte encefálica aos familiares do paciente ou seu representante legal, fundamentada e registrada no prontuário.
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