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APS - Processo Penal - Rito Comum

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1 
 
Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU 
Giovanna Borges da Silva 
RA: 2413120 Turma: 003106A04 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo Penal – Rito Comum 
APS – Atividade Prática Supervisionada 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2020 
 
2 
 
Opção de Atividade 01 - No caso desta disciplina será prevista como tal atividade a 
leitura e discussão interpretativa de precedentes jurisprudenciais sobre a matéria 
do Direito Processual Penal, especificamente sobre os princípios que norteiam o 
processo penal, que serão devidamente indicados pelo professor em sala de aula. 
 
 
01. PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
 
a) Definição doutrinária: 
Conhecido, igualmente, como princípio do estado de inocência (ou da não 
culpabilidade), significa que todo acusado é presumido inocente, até que seja declarado 
culpado por sentença condenatória, com trânsito em julgado. Encontra-se previsto no art. 
5º, LVII, da Constituição. 
Tem por objetivo garantir, primordialmente, que o ônus da prova cabe à acusação e 
não à defesa. As pessoas nascem inocentes, sendo esse o seu estado natural, razão pela 
qual, para quebrar tal regra, torna-se indispensável ao Estado-acusação evidenciar, com 
provas suficientes, ao Estado-juiz, a culpa do réu. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
b) Jurisprudências: 
EMENTA: HABEAS CORPUS - TRÁFICO DE DROGAS - ROUBO 
MAJORADO PELO CONCURSO DE PESSOAS E PELO EMPREGO DE 
ARMA DE FOGO - PRISÃO PREVENTIVA DECRETADA - PRESENÇA 
DOS REQUISITOS DOS ARTIGOS 312 E 313 DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL - CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO 
VERIFICADO - SUBSTITUIÇÃO POR OUTRA MEDIDA CAUTELAR - 
IMPOSSIBILIDADE - RISCO À ORDEM PÚBLICA - MANUTENÇÃO 
DA PRISÃO - CONDIÇÕES PESSOAS FAVORÁVEIS QUE, POR SI SÓS, 
NÃO INVIABILIZAM O ACAUTELAMENTO - AFRONTA AO 
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA - INOCORRÊNCIA - 
RECOMENDAÇÃO N.º 62 DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - 
PORTARIA CONJUNTA N.º 19/PR-TJMG/2020 - INAPLICABILIDADE 
NO CASO CONCRETO - ORDEM DENEGADA. De acordo com o artigo 
312 do Código de Processo Penal, a prisão preventiva está condicionada à 
presença concomitante do fumus comissi delicti e do periculum libertatis. 
3 
 
Além de tais pressupostos, também se faz necessária a presença dos requisitos 
elencados no artigo 313 do Código de Processo Penal. Presente relevante 
indício de envolvimento do Paciente nas práticas delitivas que lhe são 
imputadas e havendo risco concreto de reiteração criminosa, imperiosa é a 
restrição da liberdade para a garantia da ordem pública, inviabilizando a 
aplicação das medidas cautelares previstas no artigo 319 do Código de 
Processo Penal. Eventuais condições pessoais favoráveis não podem ser 
analisadas em descompasso com o contexto dos autos, não sendo capaz de 
obstar, por si só, a custódia preventiva, caso preenchidos os requisitos legais. 
O princípio da presunção de inocência, que encontra fundamento no artigo 5º, 
inciso LVII, da Constituição da República, não é incompatível com a prisão 
processual. Embora não se ignore a situação sensível propiciada pela 
transmissão alarmante do COVID-19, a necessidade do resguardo da ordem 
pública autoriza a manutenção da segregação cautelar. 
(TJ-MG - HC: 10000204768220000 MG, Relator: Anacleto Rodrigues, Data 
de Julgamento: 24/09/2020, Data de Publicação: 25/09/2020) 
 
MANDADO DE SEGURANÇA. MILITAR. EXCLUSÃO DO QUADRO 
DE ACESSO. CONDIÇÃO DE RÉU EM PROCESSO PENAL. PREVISÃO 
DE RESSARCIMENTO NA LEGISLAÇÃO ESTADUAL. VIOLAÇÃO AO 
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA. AUSÊNCIA DE 
DIREITO LÍQUIDO E CERTO. - A jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal está assentada no sentido de que "não ofende o princípio 
constitucional da presunção de inocência a exclusão de militar que responde 
a processo criminal de quadro de acesso à promoção, desde que haja previsão 
legal de ressarcimento da preterição na hipótese de absolvição" (RE 781655 
AgR-segundo, Relator: EDSON FACHIN, Segunda Turma, julg. em 
09/03/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-053, DIVULG 19-03-2018, 
PUBLIC 20-03-2018) - A legislação estadual prevê hipótese de exclusão do 
quadro de acesso para o militar que esteja respondendo a processo criminal 
na condição de réu, desde que não ocorra no exercício de missão de natureza 
ou interesse militar estadual, ainda que durante a folga do militar, e não 
envolver suposta prática de improbidade administrativa ou crime hediondo, 
mas que, todavia, estipula o ressarcimento em caso de absolvição na ação 
penal - A tese adotada pelo STF no julgamento do tema nº 22 de repercussão 
geral não se aplica ao caso concreto, considerando que o processo seletivo 
(inclusão no quadro de acesso para matrícula no Curso de Formação de 
Oficiais ocorreu no ano de 2018) se deu anteriormente à sua fixação, bem 
como, dada a natureza da imputação e a relevância da carreira de segurança 
pública, a lei pode pode instituir requisitos mais rigorosos para o ingresso no 
oficialato da Polícia Militar, como de fato e de direito exige, bem como, prevê 
4 
 
as hipóteses para o ressarcimento da preterição em caso de absolvição - Caso 
em que o princípio da presunção de inocência não macula o ato administrativo 
impetrado, de acordo com o entendimento sufragado no STF e no tribunal 
local - Honorários advocatícios não devidos: Súmulas nº 512/STF e 105/STJ. 
SEGURANÇA DENEGADA. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e discutidos 
estes autos, acorda a 1ª Câmara Direito Público do Tribunal de Justiça do 
Estado do Ceará, à unanimidade, em conhecer, da ação constitucional, 
todavia, para denegar a segurança, nos termos do voto do eminente 
Desembargador relator. 
(TJ-CE - MS: 06284217920188060000 CE 0628421-79.2018.8.06.0000, 
Relator: PAULO AIRTON ALBUQUERQUE FILHO, Data de Julgamento: 
14/09/2020, 1ª Câmara Direito Público, Data de Publicação: 14/09/2020) 
 
02. PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA 
 
a) Definição doutrinária: 
Ao réu é concedido o direito de se valer de amplos e extensos métodos para se 
defender da imputação feita pela acusação. Encontra fundamento constitucional no art. 
5º, LV. Considerado, no processo, parte hipossuficiente por natureza, uma vez que o 
Estado é sempre mais forte, agindo por órgãos constituídos e preparados, valendo-se de 
informações e dados de todas as fontes às quais tem acesso, merece o réu um tratamento 
diferenciado e justo, razão pela qual a ampla possibilidade de defesa se lhe afigura a 
compensação devida pela força estatal. 
A ampla defesa gera inúmeros direitos exclusivos do réu, como é o caso de 
ajuizamento de revisão criminal – instrumento vedado à acusação –, bem como a 
oportunidade de ser verificada a eficiência da defesa pelo magistrado, que pode 
desconstituir o advogado escolhido pelo réu, fazendo-o eleger outro ou nomeando-lhe um 
dativo, entre outros. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
b) Jurisprudências: 
PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. 
INCIDÊNCIA. FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS ABORDADOS 
DE FORMA DIRETA. PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DO 
CONTRADITÓRIO. 1. Verifica-se que a Corte de origem dirimiu a 
controvérsia com base em fundamento constitucional, mais especificamente 
5 
 
pautada no art. 5º, LV, da Constituição Federal (princípios da ampla defesa e 
do contraditório), de modo que o recurso especial se apresenta inviável quanto 
ao ponto, sob pena de usurpar a competência reservada pela Constituição ao 
Supremo Tribunal Federal. 2. A ofensa constitucional verificada no acórdão 
recorrido não foi meramente reflexa, considerando que o órgão julgador deu 
provimento à apelação ao fundamento de que a apuração, em uma só 
autuação, de várias infrações, prejudicou o direito de defesa da apelante, 
caracterizando infração aos princípios constitucionais da ampla defesa e do 
contraditório. 3. Agravo interno a que senega provimento. 
(STJ - AgInt no REsp: 1685329 PR 2017/0172952-7, Relator: Ministro OG 
FERNANDES, Data de Julgamento: 18/08/2020, T2 - SEGUNDA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 26/08/2020) 
 
HABEAS CORPUS. PROCESSO PENAL. SENTENÇA 
CONDENATÓRIA POR MEIO AUDIOVISUAL. TRANSCRIÇÃO 
PARCIAL. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. ART. 
388 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. NULIDADE ABSOLUTA POR 
VÍCIO FORMAL DO ATO. ORDEM CONCEDIDA. 1. Espécie em que o 
Paciente foi condenado como incurso no art. 155, §§ 1.º, 2.º e 4.º, inciso II, 
c.c. o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal ao cumprimento da pena de 3 
(três) meses e 16 (dezesseis) dias de reclusão, no regime aberto, e ao 
pagamento de 1 (um) dia-multa no mínimo legal. Sentença proferida de forma 
oral. Degravação, na ata da audiência, tão somente a dosimetria das penas e 
o dispositivo. 2. O art. 405 do Código de Processo Penal possibilita o registro 
dos termos da audiência de instrução em meio audiovisual. Tal regra, cuja 
redação foi conferida pela Lei n.º 11.719/2008, não tem o escopo somente de 
abreviar o tempo de realização do ato - em razão da desnecessidade da 
redução, a termo, dos depoimentos do acusado, vítima e testemunhas -, mas 
também o de possibilitar registro fiel da íntegra do ato, com imagem e som, 
em vez da simples escrita. 3. Entretanto, a busca da celeridade na prestação 
jurisdicional não dispensa a forma escrita da sentença, que deve vir 
acompanhada das razões de decidir. Contrariedade ao disposto no art. 388 do 
Código de Processo Penal. 4. O prejuízo à Defesa é evidente, com grave dano 
ao exercício do contraditório e ampla defesa, acarretando em nulidade 
absoluta do ato, por vício formal. Diante dessa situação, não há que se falar 
em preclusão da matéria (art. 563 do Código de Processo Penal). 5. Ordem de 
habeas corpus concedida para determinar ao Juízo de primeiro grau a 
degravação integral da sentença condenatória. 
(STJ - HC: 470034 SC 2018/0244352-2, Relator: Ministra LAURITA VAZ, 
Data de Julgamento: 09/10/2018, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: 
DJe 19/11/2018) 
6 
 
 
03. PRINCÍPIO DA PLENITUDE DA DEFESA 
 
a) Definição doutrinária: 
No Tribunal do Júri, busca-se garantir ao réu não somente uma defesa ampla, mas 
plena, completa, a mais próxima possível da perfeição profissional (art. 5.º, XXXVIII, a, 
CF). 
Vale ressaltar que o texto constitucional mencionou, além da plenitude de defesa, o 
princípio da ampla defesa, voltado aos acusados em geral (art. 5.º, LV, CF), razão pela 
qual é preciso evidenciar a natural diversidade existente entre ambos. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
 
04. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO 
 
a) Definição doutrinária: 
Quer dizer que a toda alegação fática ou apresentação de prova, feita no processo por 
uma das partes, tem o adversário o direito de se manifestar, havendo um perfeito 
equilíbrio na relação estabelecida entre a pretensão punitiva do Estado e o direito à 
liberdade e à manutenção do estado de inocência do acusado (art. 5.º, LV, CF). 
Cuida-se de princípio ligado, essencialmente, à relação processual, servindo tanto à 
acusação quanto à defesa. 
Excepcionalmente, o contraditório pode ser exercitado quando houver alegação de 
direito. Nesse caso, deve-se verificar se a questão invocada pode colocar fim à demanda. 
Exemplo disso é a alegação de ter havido abolitio criminis (quando lei nova deixa de 
considerar crime determinada conduta), que deve provocar a oitiva da parte contrária, 
pois o processo pode findar em função da extinção da punibilidade. 
No mais, se uma parte invoca uma questão de direito, não há sempre necessidade de 
ouvir a parte contrária, bastando que o juiz aplique a lei ao caso concreto. Aliás, é o que 
ocorre nos memoriais: primeiro manifesta-se a acusação; depois, fala a defesa, não sendo 
necessário ouvir novamente o órgão acusatório, embora possam ter sido invocadas 
questões de direito, analisando a prova produzida. 
7 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
 
05. PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL 
 
a) Definição doutrinária: 
No ordenamento brasileiro, o princípio do juiz natural decorre do disposto no 
art. 5º, LIII, da CF, segundo o qual “ninguém será processado nem sentenciado senão pela 
autoridade competente”. Trata-se de verdadeira “garanzia fondamentale di libertà”, 
conforme expressou bettiol. 
A Constituição Federal e o Código de Processo Penal adotaram um sistema de 
distribuição de competências entre os órgãos da jurisdição; ora em razão do lugar da 
infração; ora por força da natureza da infração; e, ainda, em razão da distribuição, de 
conexão ou continência, de prevenção ou prerrogativa de função. Disso decorre que não 
basta a existência de um juiz regularmente investido e no exercício da função 
jurisdicional. É preciso mais. É indispensável seja ele o juiz competente para o caso, em 
conformidade com as regras jurídicas do momento. 
Bem por isso, a própria Constituição Federal diz em seu art. 5º, XXXVII, que não 
haverá juízo ou tribunal de exceção, de forma a impedir julgamento por quem não seja o 
juiz competente para o caso determinado, e no mesmo art. 5º, XXXVIII, d, fixa a 
competência do Tribunal do Júri para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
 
06. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
a) Definição doutrinária: 
Encontra previsão constitucional nos arts. 5.º, LX, XXXIII, e 93, IX, da 
Constituição Federal. Quer dizer que os atos processuais devem ser realizados 
publicamente, à vista de quem queira acompanhá-los, sem segredos e sem sigilo. É 
justamente o que permite o controle social dos atos e decisões do Poder Judiciário. 
Ocorre que, em algumas situações excepcionais, a própria Constituição ressalva a 
possibilidade de se restringir a publicidade. Quando houver interesse social ou a 
8 
 
intimidade o exigir, o juiz pode limitar o acesso à prática dos atos processuais, ou mesmo 
aos autos do processo, apenas às partes envolvidas (art. 5.º, LX, CF). Conforme o caso, 
até mesmo o réu pode ser afastado da sala, permanecendo o seu advogado. Note-se, no 
entanto, que jamais haverá sigilo total, fazendo com que o magistrado conduza o processo 
sem o acesso dos órgãos de acusação e defesa, bem como jamais realizará um ato 
processual válido sem a presença do promotor e do defensor. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
 
07. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DAS PROVAS ILÍCITAS 
 
a) Definição doutrinária: 
Dispõe o art. 5.º, LVI, da Constituição Federal que “são inadmissíveis, no processo, 
as provas obtidas por meios ilícitos”. No Código de Processo Penal, encontra-se o art. 
155, parágrafo único, preceituando que “somente quanto ao estado das pessoas serão 
observadas as restrições” à prova estabelecidas na lei civil. 
Aparentemente, o disposto na lei processual civil é mais rigoroso do que o 
estabelecido pela processual penal, embora todas as normas devam ser interpretadas em 
consonância com o texto constitucional, além do que é admissível a interpretação 
analógica e a aplicação dos princípios gerais de direito em processo penal (art. 3.º, CPP). 
Em síntese, portanto, pode-se concluir que o processo penal deve formar-se em 
torno da produção de provas legais e legítimas, inadmitindo-se qualquer prova obtida por 
meio ilícito. Cumpre destacar quais são as provas permitidas e as vedadas pelo 
ordenamento jurídico. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
b) Jurisprudências: 
HABEAS CORPUS. Paciente denunciado por suposta infração aos artigos 33 
c/c 40, IV e 35 c/c 40, VI, todos da Lei 11.343/06, na forma do artigo 69, do 
Código Penal. Prisão em flagrante convertidaem prisão preventiva. Aduz a 
impetrante que, a denúncia contrariou o Princípio da Inadmissibilidade das 
Provas ilícitas uma vez que todo o material apreendido não foi encontrado 
em poder do Paciente, salientando que houve violação aos direitos 
9 
 
assegurados pela Constituição em razão da arbitrária e ilegal invasão de 
domicilio, sem qualquer ordem legítima ou mandado judicial autorizando 
inclusive de apreensão. Este arrazoado cinge-se ao mérito da causa e envolve 
a análise aprofundada do conjunto probatório, inadmissível na estreita via do 
habeas corpus. A Impetrante sustenta, também, a desnecessidade da custódia 
cautelar, por ser o Paciente primário, com bons antecedentes, residência fixa 
e ocupação lícita. Decreto de prisão preventiva devidamente fundamentado. 
Demonstrada a necessidade concreta da custódia prisional. O fato de o 
paciente possuir endereço fixo e ocupação lícita, por si só não são suficientes 
para que seja a custódia revogada, se presentes os pressupostos determinantes 
na decretação da custódia cautelar. O pedido de relaxamento da prisão por 
excesso de prazo para a conclusão da instrução deve ser refutado. Processo 
em fase de alegações finais. Inteligência do verbete nº 52, da Súmula do STJ. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL INEXISTENTE. ORDEM DENEGADA. 
(TJ-RJ - HC: 00508818820148190000 RJ 0050881-88.2014.8.19.0000, 
Relator: DES. MARCIA PERRINI BODART, Data de Julgamento: 
29/10/2014, SÉTIMA CAMARA CRIMINAL, Data de Publicação: 
04/11/2014 15:25) 
 
08. PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL 
 
a) Definição doutrinária: 
O art. 5º, LXXVIII, da CF, determina celeridade na tramitação dos processos. Sem se 
distanciar dos princípios do devido processo legal e da busca da verdade real, o juiz deve 
imprimir celeridade de modo a dar prestação jurisdicional rápida, pois do contrário o 
processo penal não atingirá suas finalidades imediata (pronta solução do litígio) e mediata 
(pacificação social). 
A desejada economia impõe ao magistrado o dever de evitar a prática de atos inúteis 
ou protelatórios, o que também representa celeridade. 
Exemplificativamente, no Código de Processo Penal, o § 1º do art. 400 (de igual 
maneira o § 2º do art. 411) determina que em regra deve haver uma só audiência de 
instrução (audiência concentrada): “As provas serão produzidas numa só audiência, 
podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias”; 
nessa mesma linha, diz o art. 567 que: “A incompetência do juízo anula somente os atos 
decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz 
competente” (todos os demais atos – não decisórios – são válidos e não precisam ser 
refeito 
10 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
 
09. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
a) Definição doutrinária: 
A Constituição da República Federativa do Brasil proclama, em seu art. 5º, LIV, que 
“ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. O 
princípio significa dizer que se devem respeitar todas as formalidades previstas em lei 
para que haja cerceamento da liberdade (seja ela qual for) ou para que alguém seja privado 
de seus bens. Assim, para que Tício, por exemplo, perca sua liberdade de locomoção, 
mister se faz o respeito à regra do art. 302 do CPP ou à ordem judicial (cf. art. 5o, LXI, 
da CRFB). 
A tramitação regular e legal de um processo é a garantia dada ao cidadão de que seus 
direitos serão respeitados, não sendo admissível nenhuma restrição aos mesmos que não 
prevista em lei. 
RANGEL, Paulo Direito, Processual Penal, 27ª edição, São Paulo/SP, Editora Atlas. 
 
10. PRINCÍPIO DA INTRANSCEDÊNCIA 
 
a) Definição doutrinária: 
Assegura que a ação penal não deve transcender da pessoa a quem foi imputada a 
conduta criminosa. É decorrência natural do princípio penal de que a responsabilidade é 
pessoal e individualizada, não podendo dar-se sem dolo e sem culpa (princípio penal da 
culpabilidade, ou seja, não pode haver crime sem dolo e sem culpa), motivo pelo qual a 
imputação da prática de um delito não pode ultrapassar a pessoa do agente, envolvendo 
terceiros, ainda que possam ser consideradas civilmente responsáveis pelo delinquente. 
Exemplo disso seria denunciar o patrão porque o empregado, dirigindo veículo da 
empresa de forma imprudente, atropelou e causou a morte de alguém. Civilmente, é 
responsável pelo ato do preposto; jamais criminalmente. 
O princípio da intranscendência auxilia em vários aspectos, particularmente na 
verificação da regularidade da composição da peça acusatória, para que se volte, em 
específico, ao autor do crime. Note-se o problema gerado pela denominada denúncia 
genérica, que pode abranger vários acusados, sem que se tenha efetiva prova do dolo ou 
11 
 
da culpa de todos. Se isso ocorrer, aplicando-se a intranscendência, há de se afastar os 
denunciados cuja responsabilidade pessoal não tenha ficado evidenciada. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
 
11. PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO 
 
a) Definição doutrinária: 
Expressa ser a persecução penal uma função primordial e obrigatória do Estado. As 
tarefas de investigar, processar e punir o agente do crime cabem aos órgãos constituídos 
do Estado, através da polícia judiciária, do Ministério Público e do Poder Judiciário. 
A Constituição Federal assenta as funções de cada uma das instituições encarregadas 
de verificar a infração penal, possibilitando a aplicação da sanção cabível. À polícia 
judiciária cumpre investigar (art. 144, § 1.º, I, II, IV, e § 4.º); ao Ministério Público cabe 
ingressar com a ação penal e provocar a atuação da polícia, requisitando diligências 
investigatórias e a instauração de inquérito policial, fiscalizando-a (art. 129, I e VIII); ao 
Poder Judiciário cumpre a tarefa de aplicar o direito ao caso concreto (art. 92 e ss.). 
Não há possibilidade de se entregar ao particular a tarefa de exercer qualquer tipo de 
atividade no campo penal punitivo. Tanto é realidade que o ofendido pode ajuizar ação 
penal privada, substituindo o Estado, mas, havendo condenação definitiva, não lhe cabe 
promover a execução do julgado (quando se faz valer a punição). É tarefa do Ministério 
Público. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
 
12. PRINCÍPIO FAVOR REI OU FAVOR LIBERTAIS (IN DUBIO PRO REO) 
 
a) Definição doutrinária: 
Este princípio espelha que, na relação processual, em caso de conflito entre a 
inocência do réu – e sua liberdade – e o poder-dever do Estado de punir, havendo dúvida 
razoável, deve o juiz decidir em favor do acusado. Exemplo disso está na previsão de 
absolvição quando não existir prova suficiente da imputação formulada (art. 386, VII, 
CPP). 
12 
 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
 
13. PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE 
 
a) Definição doutrinária: 
Expressa ser a persecução penal uma função primordial e obrigatória do Estado. As 
tarefas de investigar, processar e punir o agente do crime cabem aos órgãos constituídos 
do Estado, através da polícia judiciária, do Ministério Público e do Poder Judiciário. 
A Constituição Federal assenta as funções de cada uma das instituições encarregadas 
de verificar a infração penal, possibilitando a aplicação da sanção cabível. À polícia 
judiciária cumpre investigar (art. 144, § 1.º, I, II, IV, e § 4.º); ao Ministério Público cabe 
ingressar com a ação penal e provocar a atuação da polícia, requisitando diligências 
investigatórias e a instauração de inquérito policial, fiscalizando-a (art. 129, I e VIII); ao 
Poder Judiciário cumpre a tarefa de aplicar o direito ao caso concreto (art. 92 e ss.). 
Não há possibilidade de se entregar ao particular a tarefa de exercer qualquer tipode 
atividade no campo penal punitivo. Tanto é realidade que o ofendido pode ajuizar ação 
penal privada, substituindo o Estado, mas, havendo condenação definitiva, não lhe cabe 
promover a execução do julgado (quando se faz valer a punição). É tarefa do Ministério 
Público. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
 
14. PRINCÍPIO DO PROMOTOR NATURAL 
 
a) Definição doutrinária: 
O princípio do Promotor Natural, também chamado de “Promotor Legal” por alguns 
doutrinadores (cf. HAMILTON, Sérgio Demoro. Temas de direito processual penal. 2. 
ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2000. p. 53), é corolário lógico do princípio da 
independência funcional (cf. art. 127, § 1o, da CRFB), bem como da garantia 
constitucional da inamovibilidade (cf. art. 128, § 5o, I, b, da CRFB) dos membros do 
Ministério Público, pois seria um contra sensu jurídico garantir-se aos seus membros 
ofício livre de qualquer pressão, seja ela política, institucional, religiosa (nos casos de 
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aborto resultante de estupro com aplicação da exclusão de ilicitude prevista no art. 128 
do CP) ou filosófica e, ainda, assegurar-lhes a impossibilidade de “transferência” 
(entenda-se remoção ou promoção) do seu órgão de execução sem que fosse vedada 
também a retirada das atribuições legais do membro do Ministério Público pelo 
Procurador-Geral, fora das hipóteses legais. Não basta garantir apenas a inamovibilidade 
ao Ministério Público, pois isso de nada adiantaria se possível fosse, ao Procurador-Geral, 
retirar do Promotor de Justiça (ou do Procurador da República) as atribuições que lhe são 
impostas por lei. A inamovibilidade não pode ser vista apenas sob o enfoque geográfico, 
territorial, do membro do Ministério Público, ou seja, o poder do Procurador-Geral (ou 
de qualquer outra autoridade) de retirá-lo desse ou daquele órgão de execução, mas sim 
e, principalmente, sob o ponto de vista de respeito às suas atribuições legais. O que 
significa dizer: a avocação de um inquérito policial ou processo judicial do âmbito das 
atribuições de um membro do Ministério Público pelo Procurador-Geral é uma afronta à 
Constituição Federal, que assegura à sociedade o princípio do Promotor Natural. 
RANGEL, Paulo Direito, Processual Penal, 27ª edição, São Paulo/SP, Editora Atlas. 
 
15. PRINCÍPIO DA VERDADE REAL 
 
a) Definição doutrinária: 
No processo, jamais pode assegurar o juiz ter alcançado a verdade objetiva, aquela 
que corresponde perfeitamente com o acontecido no plano real. Tem, isto sim, o 
magistrado uma crença segura na verdade, que transparece através das provas colhidas e, 
por tal motivo, condena ou absolve. O princípio da verdade real significa, pois, que o 
magistrado deve buscar provas, tanto quanto as partes, não se contentando com o que lhe 
é apresentado, simplesmente. Mas deve fazê-los apenas durante a instrução. 
NUCCI, Guilherme de Souza, Manual de Direito Penal, 16ª edição, São Paulo/SP, 
Editora Forense. 
b) Jurisprudências 
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS 
CORPUS. DENÚNCIA. EXPOSIÇÃO DE PERIGO À VIDA E À 
INTEGRIDADE FÍSICA DE DIVERSAS VÍTIMAS, MEDIANTE 
EXPLOSÃO. INICIATIVA PROBATÓRIA DO JUIZ NO CURSO DO 
PROCESSO PENAL. ATUAÇÃO SUBSIDIÁRIA. DETERMINAÇÃO, DE 
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OFÍCIO, DA REALIZAÇÃO DE EXAME COMPLEMENTAR DE CORPO 
DE DELITO. POSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DO ART. 168, CAPUT, DO 
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. PRINCÍPIO DA BUSCA DA 
VERDADE REAL. AGRAVO IMPROVIDO. 1. Consoante a jurisprudência 
do Superior Tribunal de Justiça, "no curso do processo penal, admite-se que 
o juiz, de modo subsidiário, possa - com respeito ao contraditório e à garantia 
de motivação das decisões judiciais - determinar a produção de provas que 
entender pertinentes e razoáveis, a fim de dirimir dúvidas sobre pontos 
relevantes, seja por força do princípio da busca da verdade, seja pela adoção 
do sistema do livre convencimento motivado" (RHC n. 59.475/SP, Rel. 
Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, Sexta Turma, julgado em 
9/6/2015, DJe de 18/6/2015). 2. Em caso de lesões corporais, se o primeiro 
exame pericial tiver sido incompleto, o art. 168 do Código de Processo Penal, 
expressamente, dispõe que se procederá a exame complementar por 
determinação da autoridade judiciária, de oficio. 3. Na hipótese dos autos, a 
determinação, no curso do processo penal, embora de ofício, da 
complementação de exame de corpo de delito já anexado aos autos, não se 
confunde com a hipótese na qual o magistrado substitui as partes no tocante 
à produção das provas. 4. Agravo regimental em recurso ordinário em habeas 
corpus improvido. 
(STJ - AgRg no RHC: 119112 RJ 2019/0305213-3, Relator: Ministro 
REYNALDO SOARES DA FONSECA, Data de Julgamento: 19/05/2020, 
T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 27/05/2020) 
 
EMENTA - PEDIDO DE REVISÃO DECISÃO SIMPLES EXECUÇÃO 
FINANCEIRA FALTA DE ATESTAÇÃO NO RECEBIMENTODOS 
SERVIÇOS CONTRATADOS IMPUGNAÇÃO DE VALORES MULTA 
IRREGULARIDADE RAZÕES APRESENTAÇÃO DEDOCUMENTOS 
PRINCÍPIOS DA BUSCA DA VERDADE REAL E DA 
RAZOABILIDADE EXCLUSÃO DAS PENALIDADES PROCEDÊNCIA. 
Tendo em vista que o requerente saneou os autos, enviando os documentos 
necessários e apresentando as devidas justificativas, a procedência do pedido 
de revisão interposto é medida que se impõe, excluindo as penalidades 
arbitradas. ACÓRDÃO: Vista, relatada e discutida a matéria dos autos, na 36ª 
Sessão Ordinária do Tribunal Pleno, de 04 de dezembro de2019, ACORDAM 
os Senhores Conselheiros, por unanimidade, nos termos do voto do Relator, 
em conhecer e dar procedência do Pedido de Revisão, para, no juízo 
rescindendo, desconstituir a DSG-G.RC5479/2014, proferida nos autos 
TC/MS n.17093/2002, e, por consequência, proferir uma nova decisão a fim 
de declarar a regularidade e legalidade da execução financeira da Nota de 
Empenho n. 645/2002, excluindo-se as penalidades impostas. Campo Grande, 
04 de dezembro de 2019.Conselheiro Jerson Domingos Relator 
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(TCE-MS - REVISÃO: 111702017 MS 1824530, Relator: JERSON 
DOMINGOS, Data de Publicação: Diário Oficial do TCE-MS n. 2358, de 
10/02/2020)

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