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Aula 3 1 - Princípios do Direito das Famílias

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Princípios do Direito das 
Famílias
Direito Civil – V
Prof. Ícaro Emanoel V. B. de Freitas
• Princípio de proteção da dignidade da pessoa 
humana
• Princípio da solidariedade familiar
• Princípio da igualdade entre filhos
• Princípio da igualdade entre cônjuges e 
companheiros
Princípios do Direito das Famílias
• Princípio da igualdade na chefia familiar
• Princípio da não intervenção ou da liberdade
• Princípio do melhor interesse da criança e do 
adolescente
Princípios do Direito das Famílias
• Princípio da afetividade
• Princípio da função social da família
• Princípio da boa-fé objetiva
Princípios do Direito das Famílias
• Fundamento - art. 1.º, III, da CF/1988
• “princípio máximo”, ou ”superprincípio”, 
ou ”macroprincípio”, ou ”princípio dos princípios”
• “o reduto intangível de cada indivíduo e, neste
sentido, a última fronteira contra quaisquer
ingerências externas. Tal não significa, contudo, a
impossibilidade de que se estabeleçam restrições
aos direitos e garantias fundamentais, mas que
as restrições efetivadas não ultrapassem o limite
intangível imposto pela dignidade da pessoa
humana”. (Wolfgang Sarlet)
Princípio de proteção da dignidade da 
pessoa humana 
• Família-dignidade
• “A família passa a ser valorizada de maneira 
instrumental, tutelada como um núcleo 
intermediário de desenvolvimento da 
personalidade dos filhos e de promoção da 
dignidade de seus integrantes.” (TEPEDINO)
Princípio de proteção da dignidade da 
pessoa humana 
• “Processual. Execução. Impenhorabilidade. Imóvel. Residência. Devedor
solteiro e solitário – Lei 8.009/1990. A interpretação teleológica do art.
1.º, da Lei 8.009/1990, revela que a norma não se limita ao resguardo da
família. Seu escopo definitivo é a proteção de um direito fundamental da
pessoa humana: o direito à moradia. Se assim ocorre, não faz sentido
proteger quem vive em grupo e abandonar o indivíduo que sofre o mais
doloroso dos sentimentos: a solidão. É impenhorável, por efeito do
preceito contido no art. 1.º da Lei 8.009/1990, o imóvel em que reside,
sozinho, o devedor celibatário” (STJ, EREsp 182.223/SP, j. 06.02.2002,
Corte Especial, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, Rel. acórdão Min.
Humberto Gomes de Barros. DJ 07.04.2003, p. 209, REVJUR, vol. 306, p.
83)
Princípio de proteção da dignidade da 
pessoa humana 
• Conflito com o que consta no art. 226 da 
CF/1988?
• Estaria, então, o julgador alterando o conceito 
de bem de família?
Princípio de proteção da dignidade da 
pessoa humana 
• “Indenização danos morais. Relação paterno-
filial. Princípio da dignidade da pessoa humana.
Princípio da afetividade. A dor sofrida pelo filho,
em virtude do abandono paterno, que o privou
do direito à convivência, ao amparo afetivo,
moral e psíquico, deve ser indenizável, com fulcro
no princípio da dignidade da pessoa humana”
(Tribunal de Alçada de Minas Gerais, 7.ª Câmara
de Direito Privado, Apelação Cível 408.555-5,
decisão 01.04.2004, Rel. Unias Silva, v.u.).
Princípio de proteção da dignidade da 
pessoa humana 
• “Responsabilidade civil. Abandono moral. Reparação.
Danos morais. Impossibilidade. 1. A indenização por
dano moral pressupõe a prática de ato ilícito, não
rendendo ensejo à aplicabilidade da norma do art. 159
do Código Civil de 1916 o abandono afetivo, incapaz de
reparação pecuniária. 2. Recurso especial conhecido e
provido” (STJ, REsp 757.411/MG, Rel. Min. Fernando
Gonçalves, votou vencido o Min. Barros Monteiro, que
dele não conhecia. Os Ministros Aldir Passarinho
Junior, Jorge Scartezzini e Cesar Asfor Rocha votaram
com o Ministro relator. Brasília, 29 de novembro de
2005)
Princípio de proteção da dignidade da 
pessoa humana 
• “Civil e processual civil. Família. Abandono afetivo. Compensação por dano moral.
Possibilidade. 1. Inexistem restrições legais à aplicação das regras concernentes à
responsabilidade civil e o consequente dever de indenizar/compensar no Direito de
Família. 2. O cuidado como valor jurídico objetivo está incorporado no ordenamento jurídico
brasileiro não com essa expressão, mas com locuções e termos que manifestam suas diversas
desinências, como se observa do art. 227 da CF/88. 3. Comprovar que a imposição legal de
cuidar da prole foi descumprida implica em se reconhecer a ocorrência de ilicitude civil, sob
a forma de omissão. Isso porque o non facere, que atinge um bem juridicamente tutelado,
leia-se, o necessário dever de criação, educação e companhia – de cuidado – importa em
vulneração da imposição legal, exsurgindo, daí, a possibilidade de se pleitear compensação
por danos morais por abandono psicológico. 4. Apesar das inúmeras hipóteses que
minimizam a possibilidade de pleno cuidado de um dos genitores em relação à sua prole,
existe um núcleo mínimo de cuidados parentais que, para além do mero cumprimento da lei,
garantam aos filhos, ao menos quanto à afetividade, condições para uma adequada formação
psicológica e inserção social. 5. A caracterização do abandono afetivo, a existência de
excludentes ou, ainda, fatores atenuantes – por demandarem revolvimento de matéria fática
– não podem ser objeto de reavaliação na estreita via do recurso especial. 6. A alteração do
valor fixado a título de compensação por danos morais é possível, em recurso especial, nas
hipóteses em que a quantia estipulada pelo Tribunal de origem revela-se irrisória ou
exagerada. 7. Recurso especial parcialmente provido” (STJ, REsp 1.159.242/SP, 3.ª Turma, Rel.
Min. Nancy Andrighi, j. 24.04.2012, DJe 10.05.2012).
• Fundamento - art. 3.º, I, da CF/1988
• Solidariedade = o ato humanitário de responder pelo 
outro, de preocupar-se e de cuidar de outra pessoa.
• A solidariedade familiar justifica, entre outros, 
o pagamento dos alimentos no caso da sua 
necessidade, nos termos do art. 1.694 do 
atual Código Civil.
Princípio da solidariedade familiar 
• “Alimentos x união estável rompida
anteriormente ao advento da Lei 8.971, de
29.12.1994. A união duradoura entre homem e
mulher, com o propósito de estabelecer uma vida
em comum, pode determinar a obrigação de
prestar alimentos ao companheiro necessitado,
uma vez que o dever de solidariedade não
decorre exclusivamente do casamento, mas
também da realidade do laço familiar. Precedente
da Quarta Turma” (STJ, REsp 102.819/RJ, 4.ª Turma, Rel. Min.
Barros Monteiro, j. 23.11.1998, DJ 12.04.1999, p. 154).
Princípio da solidariedade familiar 
• A solidariedade não é só patrimonial, é afetiva e
psicológica.
• “ao gerar deveres recíprocos entre os integrantes 
do grupo familiar, safa-se o Estado do encargo de 
prover toda a gama de direitos que são 
assegurados constitucionalmente ao cidadão. 
Basta atentar que, em se tratando de crianças e 
adolescentes, é atribuído primeiro à família, 
depois à sociedade e finalmente ao Estado (CF 
227) o dever de garantir com absoluta prioridade 
os direitos inerentes aos cidadãos em formação” 
(M.Berenice)
Princípio da solidariedade familiar 
• “o Estado assegurará a assistência à família
na pessoa de cada um dos que a integram,
criando mecanismos para coibir a violência no
âmbito de suas relações” (art. 226, § 8.º, da
CF/1988)
• Frise-se que o princípio da solidariedade
familiar também implica em respeito e
consideração mútuos em relação aos
membros da entidade familiar.
Princípio da solidariedade familiar 
• Fundamento - art. 227, § 6.º, da CF/1988 e
art. 1.596 do CC
• regulamentam especificamente na ordem
familiar a isonomia constitucional, ou
igualdade em sentido amplo, constante do art.
5.º, caput, da CF/1988, um dos princípios do
Direito Civil Constitucional
Princípio da igualdade entre filhos
• Todos os filhos são iguais perante a lei,
havidos ou não durante o casamento. Essa
igualdade abrange também os filhos adotivos,
os filhos socioafetivos e aqueles havidos por
inseminação artificial heteróloga (com
material genético de terceiro)
Princípio da igualdade entre filhos
• Fundamento - art. 226, § 5.º, da CF/1988 e 
art. 1.511 do CC
• o art. 1.º do atual Código Civil utilizaa
expressão pessoa, não mais o termo homem,
como fazia o art. 2.º do CC/1916
• Especificamente, prevê o art. 1.511 do
CC/2002 que o casamento estabelece
comunhão plena de vida, com base na
igualdade de direitos e deveres dos cônjuges.
Princípio da igualdade entre cônjuges 
e companheiros
Princípio da igualdade entre cônjuges 
e companheiros
“Alimentos. Prova de dedicação da mulher ao lar, em prejuízo da atividade
profissional para a qual se formou. Direito à pensão por tempo razoável para sua
recolocação no mercado de trabalho. Recurso parcialmente provido” (TJSP,
Apelação Cível 196.277-4/SP, 4.ª Câmara de Direito Privado, Rel. Aguilar Cortez,
23.08.2001, v.u.).
“Família. Alimentos entre cônjuges. Prazo. Se, na constância do casamento, a
mulher não dispõe dos meios próprios para prover o seu sustento e se o seu
marido tem capacidade para tanto, não se pode fixar o dever alimentício pelo
prazo de apenas um ano, apenas porque é jovem e capaz para o trabalho.
Recurso conhecido e provido” (STJ, REsp 555.429/RJ, 4.ª Turma, Rel. Min. Cesar
Asfor Rocha, j. 08.06.2004, v.u., Boletim AASP 2.413/1.010, abril de 2005).
Princípio da igualdade entre cônjuges 
e companheiros
“Alimentos transitórios. A estipulação de alimentos transitórios (por
tempo certo) é possível quando o alimentando ainda possua idade,
condição e formação profissional compatíveis com sua provável inserção
no mercado de trabalho. Assim, a necessidade de alimentos perdura
apenas até que se atinja a aguardada autonomia financeira, pois, nesse
momento, não mais necessitará da tutela do alimentante, então, liberado
da obrigação (que se extinguirá automaticamente)” (STJ, REsp
1.025.769/MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, j. 24.08.2010).
Princípio da igualdade entre cônjuges 
e companheiros
“Os alimentos devidos entre ex-cônjuges devem ter caráter excepcional,
transitório e devem ser fixados por prazo determinado, exceto quando
um dos cônjuges não possua mais condições de reinserção no mercado
do trabalho ou de readquirir sua autonomia financeira” (acórdãos citados,
como precedentes: REsp 1.370.778/MG, 4.ª Turma, Rel. Min. Marco Buzzi,
j. 10.03.2016, DJE 04.04.2016; AgRg no AREsp 725.002/SP, 4.ª Turma, Rel.
Min. Raul Araújo, j. 08.09.2015, DJE 01.10.2015; AgRg no REsp
1.537.060/DF, 4.ª Turma, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, j.
01.09.2015, DJE 09.09.2015; REsp 1.454.263/CE, 4.ª Turma, Rel. Min. Luis
Felipe Salomão, j. 16.04.2015, DJE 08.05.2015; REsp 1.496.948/SP, 3.ª
Turma, Rel. Min. Moura Ribeiro, j. 03.03.2015, DJE 12.03.2015).
Princípio da igualdade entre cônjuges 
e companheiros
 O antigo art. 100, inciso I, do CPC/73, previa o foro
privilegiado a favor da mulher para as ações correlatas ao
casamento.
 a Lei 11.340/06, Lei Maria da Penha que traz mecanismos
para coibir a violência doméstica, flexibilizou aquela antiga
regra do art. 100, I, do CPC/1973.
 o Novo CPC não repetiu o foro privilegiado da mulher para as
ações de Direito de Família
• Fundamento - arts. 1.566, III e IV, 1.631 e 1.634
do CC e art. 226, §§ 5.º e 7.º, da CF
• Decorrência lógica do princípio da igualdade
entre cônjuges e companheiros
• que pode ser exercida tanto pelo homem quanto
pela mulher em um regime democrático de
colaboração, podendo inclusive os filhos opinar
• Substitui-se uma hierarquia por uma diarquia.
• Despatriarcalização do Direito de Família
Princípio da igualdade na chefia 
familiar
• Fundamento - art. 1.513 do CC
• mantém relação direta com o princípio da autonomia 
privada e reforçado pelo art. 1.565, § 2.º, CC;
• “esse princípio tem como matriz a concepção do ser
humano como agente moral, dotado de razão, capaz
de decidir o que é bom ou ruim para si, e que deve
ter a liberdade para guiar-se de acordo com estas
escolhas, desde que elas não perturbem os direitos
de terceiros nem violem outros valores relevantes
para a comunidade” (DANIEL SARMENTO)
Princípio da não intervenção ou da 
liberdade
• A autonomia privada não existe apenas em sede
contratual, mas também na ótica familiar –
ESCALADA DO AFETO
• Ato de ficar = trata-se do primeiro degrau da
escalada do afeto - presunção de paternidade.
Princípio da não intervenção ou da 
liberdade
• “Direito civil. Recurso especial. Ação de investigação de paternidade.
Exame pericial (teste de DNA). Recusa. Inversão do ônus da prova.
Relacionamento amoroso e relacionamento casual. Paternidade
reconhecida. A recusa do investigado em se submeter ao teste de DNA
implica a inversão do ônus da prova e consequente presunção de
veracidade dos fatos alegados pelo autor. Verificada a recusa, o
reconhecimento da paternidade decorrerá de outras provas, estas
suficientes a demonstrar ou a existência de relacionamento amoroso à
época da concepção ou, ao menos, a existência de relacionamento
casual, hábito hodierno que parte do simples ‘ficar’, relação fugaz, de
apenas um encontro, mas que pode garantir a concepção, dada a forte
dissolução que opera entre o envolvimento amoroso e o contato sexual.
Recurso especial provido” (STJ, REsp 557.365/RO, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi,
j. 07.04.2005, DJ 03.10.2005, p. 242).
Princípio da não intervenção ou da 
liberdade
• A CRFB/88 incentiva a paternidade responsável e o
próprio planejamento familiar, devendo o Estado
propiciar recursos educacionais e científicos para o
exercício desses direitos, vedada qualquer forma
coercitiva por parte de instituições oficiais e
privadas.
• Tendência de intervenção do Estado nas relações de
filiação - a Lei 13.010/2014, conhecida como Lei da
Palmada ou Lei Menino Bernardo
Princípio da não intervenção ou da 
liberdade
• Fundamento - art. 227, caput, da CF/1988 e arts. 
1.583 e 1.584 do CC
• Proteção integral – Art. 3º do ECA
• Dever de proteção – Art. 4º do ECA
• Lei 13.257/2016 - trata das políticas públicas para
a proteção da primeira infância. O art. 2.º
reconhece a primeira infância como sendo o
período que abrange os primeiros 6 (seis) anos
completos ou 72 (setenta e dois) meses de vida
da criança.
Princípio do melhor interesse da 
criança e do adolescente
• O principal fundamento das relações
familiares
• decorre da valorização constante da dignidade
humana
Princípio da afetividade
• “O papel dado à subjetividade e à afetividade tem 
sido crescente no Direito de Família, que não 
mais pode excluir de suas considerações a 
qualidade dos vínculos existentes entre os 
membros de uma família, de forma que possa 
buscar a necessária objetividade na subjetividade 
inerente às relações. Cada vez mais se dá 
importância ao afeto nas considerações das 
relações familiares; aliás, um outro princípio do 
Direito de Família é o da afetividade.” (Giselle Câmara)
Princípio da afetividade
• “A quebra de paradigmas do Direito de Família tem como
traço forte a valorização do afeto e das relações surgidas da
sua livre manifestação, colocando à margem do sistema a
antiga postura meramente patrimonialista ou ainda aquela
voltada apenas ao intuito de procriação da entidade familiar.
Hoje, muito mais visibilidade alcançam as relações afetivas,
sejam entre pessoas de mesmo sexo, sejam entre o homem e
a mulher, pela comunhão de vida e de interesses, pela
reciprocidade zelosa entre os seus integrantes.” (STJ, REsp
1.026.981/RJ, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j.
04.02.2010, DJe 23.02.2010)
Princípio da afetividade
• O afeto equivale à interação entre as pessoas, 
e não necessariamente ao amor, que é apenas 
uma de suas facetas. O amor é o afeto
positivo por excelência. Todavia, há também 
o ódio, que constitui o lado negativo dessa 
fonte de energia do Direito de Família 
Contemporâneo.
Princípio da afetividade
• O princípio da afetividade tem fundamento 
constitucional, particularmente na dignidade 
da pessoa humana (art. 1.º, III, da 
CF/1988), na solidariedade social (art. 3.º, I, 
da CF/1988) e na igualdade entre filhos (arts. 
5.º, caput, e 227, § 6.º, da CF/1988)
Princípio da afetividade
• “a família é a “célula mater” da sociedade”
• “a família primitiva é vacilante, inconsistente,não 
toma um caráter fixo e dissolve-se em pouco 
tempo, ligada que se acha somente pelas 
energias biológicas. Mas a disciplina social, pouco 
a pouco, intervém, pela religião, pelos costumes, 
pelo direito, e a sociedade doméstica vai-se, 
proporcionalmente, aperfeiçoando por moldes 
mais seguros, mais definíveis e mais resistentes” 
(Clóvis Beviláqua)
Princípio da função social da família
• “a principal função da família e a sua 
característica de meio para a realização dos 
nossos anseios e pretensões. Não é mais a 
família um fim em sim mesmo, conforme já 
afirmamos, mas, sim, o meio social para a 
busca de nossa felicidade na relação com o 
outro” (GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo)
Princípio da função social da família
• “Nas relações familiares, o princípio da boa-fé objetiva deve ser observado e
visto sob suas funções integrativas e limitadoras, traduzidas pela figura
do venire contra factum proprium (proibição de comportamento
contraditório), que exige coerência comportamental daqueles que buscam a
tutela jurisdicional para a solução de conflitos no âmbito do Direito de
Família. Na hipótese, a evidente má-fé da genitora e a incúria do recorrido,
que conscientemente deixou de agir para tornar pública sua condição de pai
biológico e, quiçá, buscar a construção da necessária paternidade
socioafetiva, toma-lhes o direito de se insurgirem contra os fatos
consolidados. A omissão do recorrido, que contribuiu decisivamente para a
perpetuação do engodo urdido pela mãe, atrai o entendimento de que a
ninguém é dado alegar a própria torpeza em seu proveito (nemo auditur
propriam turpitudinem allegans) e faz fenecer a sua legitimidade para
pleitear o direito de buscar a alteração no registro de nascimento de sua
filha biológica” (STJ, REsp 1.087.163/RJ, 3.ª Turma, Rel. Min. Nancy Andrighi, j.
18.08.2011, DJe 31.08.2011).
Princípio da boa-fé objetiva
• “Nas relações de família exige-se dos sujeitos um
comportamento ético, coerente, não criando indevidas
expectativas e esperanças no (s) outro (s). É um
verdadeiro dever jurídico de não se comportar
contrariamente às expectativas produzidas, obrigação
que alcança não apenas as relações patrimoniais de
família, mas também aqueloutras de conteúdo pessoal,
existencial” (N. Rosenvald e Cristiano Chaves)
• Teoria da desconsideração da personalidade jurídica, de 
forma invertida
Princípio da boa-fé objetiva

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