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Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 1 Aspectos gerais e núcleos dos nervos cranianos GENERALIDADES REVISÃO RÁPIDA DE NN. ESPINAIS DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO • SNCentral -Encéfalo -Medula espinal -Estão protegidos pelo esqueleto axial -Possui órgãos mais complexos • SNPeriférico -Parte do sistema nervoso que supre as extremidades do corpo (paredes e sistemas) -O SNP serve ao SNC -Nervos: fazem a ponte entre a periferia e o centro. Nervos são um conjunto de axônios com aspecto de cordões esbranquiçados que conduzem impulsos nervosos (ou elétricos) -Gânglios: corpos de neurônios fora do SNC -Terminações nervosas: nervos chegando no músculo ou ligado a um receptor) • SNEntérico (trato gastrointestinal) NERVOS CRANIANOS X NERVOS ESPINAIS Possui diferenças no nome devido ao local em que emergem • Nn. Cranianos (12 pares): emergem do TRONCO ENCEFÁLICO e do CÉREBRO • Nn. Espinais (31 pares): emerge dos SEGMENTOS DA MEDULA ESPINAL OBS.: o nível do forame magno é utilizado para separar a medula do tronco espinal. Do forame magno para baixo é a medula, do forame magno para cima é o tronco encefálico NERVOS CRANIANOS Esses nervos são nomeados e numerados, a numeração cresce em sentido horário, os pares são: 1º N. OLFATÓRIO se relacionam direto ao cérebro 2º N. ÓPTICO não emergem do tronco A partir do 3º é tudo relacionado ao tronco encefálico 3º N. OCULOMOTOR 4º N. TROCLEAR: vem da parte posterior do tronco 5º N. TRIGÊMIO: emerge da parte lateral da ponte 6º N. ABDUCENTE 7º N. FACIAL 8º N. VESTÍBULOCOCLEAR 9º N. GLOSSOFARÍNGEO 10º N. VAGO 11º N. ACESSÓRIO 12º N. HIPOGLOSSO OBS.: para um melhor estudo de nervos, você deve focar no seguinte: TRAJETO, ÓRGÃO ALVO E FUNÇÃO (ESTÍMULO) COMPONENTES FUNCIONAIS DOS NN. CRANIANOS É o tipo de estímulo que o nervo está conduzindo A rigor, qualquer nervo tem dois componentes funcionais: ➢ SENSIBILIDADE (aferência): captação de sensações Para recebermos uma sensação, a primeira coisa a se ter é possuir um RECEPTOR, que vai receber um ESTÍMULO vindo de algum lugar e irá conduzir essa sensibilidade para ser interpretada nos mais altos níveis do SNC. Em relação ao meio externo, os receptores estão localizados na pele. A sensibilidade pode vir do MEIO EXTERNO (somático) e MEIO INTERNO (visceral) ❖ MEIO EXTERNO (aferência somática) -GERAL: dor, tato, pressão, temperatura e propriocepção (percepção do seu corpo no espaço) Obs.: dor, tato, pressão e temperatura estão localizados na pele e são chamados de exteroceptivos. Já a propriocepção está localizada nas cápsulas articulares e dentro do ventre muscular -ESPECIAL: visão e audição (só temos em um lugar, por isso é especial) Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 2 ❖ MEIO INTERNO (aferência visceral) -GERAL: dor, PA, plenitude gástrica, nível de O2 no sangue -ESPECIAL: olfato e gustação (estão aqui classificados pois seus receptores estão localizados dentro de sistemas viscerais) ➢ MOTRICIDADE (eferência): estímulo motor. O tecido que recebe estímulo motor e reage em decorrência desse estímulo é o tecido muscular. A motricidade pode vir do MEIO EXTERNO (somático) e MEIO INTERNO (visceral) ❖ MEIO EXTERNO (eferência somática) -GERAL: músculo estriado esquelético (musculatura voluntária, temos pleno comando) originado dos miótomos dos somitos ❖ MEIO INTERNO (eferência visceral) -GERAL: músculo liso, estriado cardíaco e glândulas (SN autônomo, se encarrega em comandar o corpo, ou seja, involuntário e independente) -ESPECIAL: músculo estriado esquelético, originado dos arcos faríngeos (branquiais) [mm. da mastigação, mm. da expressão facial, mm. do palato, mm. da faringe e mm. da laringe] Portando, temos 3 possíveis componentes funcionais para motricidade: 1) Eferência somática geral 2) Eferência visceral geral (que é sinônimo de SN Autônomo), vai para as vísceras 3) Eferência visceral especial, que é destinada a musculatura que se origina dos arcos faríngeos, maior parte presente na cabeça e no pescoço OBS.: UM MESMO NERVO PODE E VAI APRESENTAR MAIS DE UM COMPONENTE FUNCIONAL (pode ter 4, 5 componentes funcionais diferentes, pois o nervo vai se ramificado e pode dar ramos para a sensibilidade e para a musculatura) Tudo que foi discutido até agora está resumidinho abaixo: COMPONENTES FUNCIONAIS DOS NERVOS CRANIANOS Sensibilidade (aferência) Meio externo (SOMÁTICO) Meio interno (VISCERAL) Geral: dor, tato, pressão, temperatura e propriocepção Geral: dor, PA, plenitude gástrica, nível de O2 no sangue Especial: visão e audição Especial: olfato e gustação Motricidade (eferência) Meio externo (SOMÁTICO) Meio interno (VISCERAL) Geral: músculo estriado esquelético originados dos miótomos dos somitos Geral: músculo liso, estriado cardíaco e glândulas (SN autônomo) Especial: músculo estriado esquelético originado dos arcos faríngeos (branquiais) Obs.: um mesmo nervo pode apresentar mais de um componente funcional. ALGUMAS COISAS IMPORTANTES QUE VALE A PENA RELEMBRAR Os neurônios não são todos do mesmo tipo, existem classificações morfológicas para os neurônios e até mais tipos, mas vamos lembrar de dois mais frequentes e abundantes: neurônio pseudounipolar e neurônio multipolar. Neurônio sensitivo: conduz estímulo de sensibilidade. NEURÔNIO PSEUDOUNIPOLAR SNC PERIFERIA (tronco encefálico) -Tem um corpo e dois prolongamentos, um que está em contato com a periferia, que vai trazer o estímulo Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 3 da periferia em direção ao SNC. O estímulo vem e passa para o segundo prolongamento que é chamado de prolongamento central, que vai repassar essa informação para outros neurônios que já estão no SNC -NEURÔNIO QUE ESTÁ TRAZENDO SENSIBILIDADE É PSEUDOUNIPOLAR -O corpo do neurônio está fora do SNC, portanto, é um gânglio sensitivo -Vai ter nervo craniano que vai apresentar gânglio sensitivo? SIM, gânglio trigeminal [, gânglio geniculado (facial), gânglio espiral (vestibulococlear), gânglio vestibular (sistema vestibular), gânglio superior e inferior (glossofaríngeo e vago) -Vamos ter uma série de gânglios associados a alguns nervos cranianos, e esses conduzem qualquer tipo de sensibilidade. Mas haverão alguns nervos cranianos que vão conduzir motricidade -Os nervos que conduzem qualquer tipo de sensibilidade é sempre pseudounipolar NEURÔNIO MULTIPOLAR (conduzem estímulos motores) SNC PERIFERIA (tronco encefálico) -O corpo do multipolar está dentro do SNC -Seu axônio emerge do SNC para levar essa informação até a periferia -Da origem até o órgão alvo, o estímulo bate direto no ventre muscular, isso funciona para as motricidades: SOMÁTICA GERAL E A VISCERAL ESPECIAL -Isso é uma verdade quando se tem inervação de músculo estriado esquelético, seja ele de somito ou de arco faríngeo OBS.: ACUMULO DE CORPOS DE NEURÔNIOS DENTRO DO SNC CHAMA-SE DE NÚCLEO PARA M. LISO, CARDÍACO E GLÂNDULA Precisa-se de dois neurônios, o que está saindo é o PRÉ-SINÁPTICO ou PRÉ-GANGLIONAR e o que está chegando é o PÓS-SINÁPTICO -A EFERÊNCIA VISCERAL GERAL SEMPRE ENVOLVE DOIS NEURÔNIOS (PRÉ-SINÁPTICO E PÓS- SINÁPTICO) SNC (tronco encefálico) PERIFERIA -O corpo do NEURÔNIO PRÉ-GANGLIONAR está dentro do SNC, o axônio sai, forma o nervo, aí faz uma SINAPSE com o corpo do NEURÔNIO PÓS- GANGLIONAR. O axôniodesse neurônio chega no órgão alvo (no m. liso, no cardíaco ou na glândula) -ACUMULO DE CORPOS DE NEURÔNIO: DENTRO É NÚCLEO, FORA É GÂNGLIO -Existem gânglios sensitivos e gânglios autônomos (simpáticos e parassimpáticos) que são sempre gânglios motores -Todo neurônio relacionado aos nervos cranianos são PARASSIMPÁTICOS -SIMPÁTICOS: corpos de neurônios estão localizados na coluna intermédia ou lateral do ‘H’ medular. O corpo está ali, mas o axônio vai sair junto com os nervos espinais. Essa coluna intermédia só acontece em níveis toracolombares (T1-L2) -PARASSIMPÁTICOS: corpos de neurônios cujo axônios são nervos que vão conduzir estímulos parassimpáticos, estão localizados em níveis craniosacrais (S2, S3 e S4, parte sacral, e, na parte cranial, no tronco encefálico). Logo, temos uma série de nervos que emergem do tronco encefálico que vão conduzir estímulos parassimpáticos, o corpo Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 4 desse neurônio está dentro do tronco encefálico, do SNC -O CORPO DO NEURÔNIO PRÉ-GANGLIONAR ESTÁ SEMPRE DENTRO DO SNC E DO PÓS-GANGLIONAR ESTÁ FORA, SEJA SIMPÁTICO OU PARASSIMPÁTICO -O tronco encefálico é a continuação da medula espinal no SNC -Os neurônios que vão conduzir estímulos parassimpáticos para alguns órgãos alvos (m. liso, cardíaco e glândulas) e estão conectados com o tronco encefálico são os NERVOS CRANIANOS [OCULOMOTOR, FACIAL, GLOSSOFARÍNGEO E VAGO, são os únicos pares que possuem o componente autônomo, que é o parassimpático, o neurônio pré-ganglionar deles NUNCA vão conduzir estímulos simpáticos, pois esses estímulos estão localizados nos níveis de T1-L2] -É a localização desse corpo de neurônio dentro do tronco encefálico é o que chamamos de NÚCLEO -Dentro da substância cinzenta temos vários grupos de neurônios subdivididos, cada grupo desse é um núcleo -Dentro do tronco encefálico, vamos ter uma série de corpos de neurônios, formando os grupos e os NÚCLEOS DOS NERVOS CRANIANOS TABELA DE ARCOS FARÍNGEOS Lembre-se que tem a eferência visceral especial, que são os nervos cranianos que vão inervar músculos originados dos arcos faríngeos. Na tabela está representado o arco faríngeo com o seu respectivo nervo que vai suprir determinada musculatura e cartilagem. ❖ 1º ARCO FARÍNGEO: N. Trigêmio (V) ❖ 2º ARCO FARÍNGEO: N. Facial (VII) ❖ 3º ARCO FARÍNGEO: N. Glossofaríngeo (IX) ❖ 4º e 6º ARCO FARÍNGEO: N. Vago (X) Quando estudarmos trigêmio, facial, glossofaríngeo ou vago, vai ter, em algum momento, um componente funcional dentro daquele nervo que vai ser alguns neurônios que vão conduzir a eferência visceral especial, porque vai exatamente para os músculos de origem de arcos faríngeos. O vago, o facial e o glossofaríngeo apresentam pelo menos dois componentes funcionais, alguns ramos que vão conduzir estímulos parassimpáticos para músculo liso e algumas fibras que vão seguir para músculo estriado esquelético de origem de arco faríngeo. OBS.: não são os 12 pares de nervos cranianos que vão conduzir estímulos parassimpáticos, só o oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago. NERVOS CRANIANOS • Os nervos cranianos, assim como os nervos espinais, apresentam 3 origens 1. ORIGEM REAL Aonde estão localizados os corpos e os neurônios daquele nervo. Como temos dois componentes funcionais, sempre temos várias origens reais do mesmo nervo. Por exemplo, a origem real de um nervo espinal seria nos neurônios motores ou corpo do neurônio (1), mas também seria onde temos o corpo dos neurônios sensitivos (2). 2. ORIGEM APARENTE É o local que os axônios ou conjunto de axônios (os nervos) eles emergem do SNC (3). O nervo espinal tem duas origens aparentes, uma na região anterior da medula e outra na região posterior da medula. É o local onde aparentemente esse nervo está se originando, porque sabemos que a origem do neurônio é onde está o corpo dele. 3. ORIGEM ÓSSEA (CRANIANA) É no local aonde o nervo emerge no esqueleto, em determinado forame. Todos os nervos espinais, por exemplo, emergem sempre do forame intervertebral do mesmo nome. EXATAMENTE OS MESMOS CONCEITOS DAS ORIGENS SE APLICAM AOS NERVOS CRANIANOS, só que os corpos de neurônios desses nervos não vão estar mais na medula espinal, mas sim dentro do tronco encefálico. Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 5 1. ORIGEM APARENTE: vários nervos vão emergir (motricidade) ou penetrar (sensibilidade) no tronco encefálico; 2. ORIGEM ESQUELÉTICA, ÓSSEA OU CRANIANA: vai ser nos vários forames e aberturas que temos no crânio para dar passagem para eles, para o nervo sair ou entrar na cavidade craniana [forame redondo, oval, fissura orbital superior, poro acústico interno, canal do hipoglosso, forame jugular] 3. ORIGEM REAL: são os núcleos ou os locais onde se localizam os corpos dos neurônios eferentes (se for motor) ou para onde se destinam as fibras aferentes dos nervos cranianos do tronco encefálico. NÃO ENXERGAMOS NA PRÁTICA! A frase “ou para onde se destinam as fibras aferentes dos nervos cranianos do tronco encefálico” ficou confusa e o professor deu um exemplo bem lúdico para entendermos uma VIA SENSITIVA: CÉREBRO < TRONCO < NERVO < RECEPTOR As fibras aferentes estão trazendo uma sensibilidade, para qualquer via sensitiva acontecer, a primeira coisa que se deve ter é um RECEPTOR (Eric), se o receptor estiver com algum problema, o estímulo não é passado, mas se estiver tudo certo ele passa o estímulo para os NEURÔNIO PSEUDOUNIPOLARES (Professor Eduardo), que possuem dois prolongamentos, um periférico que está ligado ao receptor e outro ligado ao tronco encefálico. O NERVO PSEUDOUNIPOLAR (Edu) vai pegar o estímulo em seu prolongamento central, passa o estímulo para o TRONCO ENCEFÁLICO (neurônio) (Pedro Afonso), mas dentro do tronco encefálico temos outros neurônios que povoam o interior do tronco encefálico. O Edu é o neurônio pseudounipolar que está fora e o Pedro é um neurônio do tronco encefálico, mas o Edu passa o estímulo para o Pedro, fazendo um SINAPSE para o Pedro, que vai pegar o estímulo e levar adiante até o CÉREBRO (Karen), que é o ponto final da via que vai interpretar o estímulo recebido pelo Pedro (Tronco Encefálico, Neurônio). Se tiver alguma interupção ao longo dessa via a coisa não acontece. Vamos estudar as vias até o final do período. Então, na frase “ou para onde se destinam as fibras aferentes dos nervos cranianos do tronco encefálico”, o professor está falando dele e do Pedro, ou seja dos nervos para os neurônios do tronco encefálico. O pedro é a origem sensitiva. O professor é um neurônio que está destinando as fibras aferentes para o Pedro, entre os dois existe uma sinapse, mas o Pedro está dentro do tronco encefálico, o professor está fora. O RECEPTOR (Eric) são terminações nervosas sensitivas. Se fosse uma VIA MOTRICIDADE, vai ser o caminho oposto a via sensitiva: CÉREBRO > TRONCO > NERVO > VENTRE MUSCULAR A ordem vem do cérebro, que vai passar para o tronco encefálico, que vai passar para o nervo e esse manda isso para o ventre muscular que executará a ação. O final desse nervo que encosta no ventre muscular é uma terminação nervosa motora (fim do nervo). Aqui, o nervo é um neurônio multipolar, o corpo dele está dentro do tronco encefálico e seu axônio vai até o ventre muscular. A origem real é a cabeça do neurônio dentro do tronco encefálico, é onde está localizado o corpo do neurônio, que nesse caso é o motor. POSSÍVEIS QUESTÕES DE PROVA: -Qual que é a origem craniana do nervo facial? -Qual que é a origem craniana do oculomotor? -Qual que é a origem aparente do nervo trigêmio? OBS.: na prática, vamos estudar as origens aparentes e origens cranianas, a real não é possívelver nas peças na prática 3 1 2 TRAJETO DOS NERVOS CRANIANOS O trajeto é separado em duas partes: 1. TRAJETO INTRACRANIANO Dentro da cavidade craniana. 2. TRAJETO EXTRACRANIANO Fora da cavidade craniana. É a partir do momento que ele atrevessa um forame oval, Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 6 redondo ou fissura orbital superior, ou seja, no momento que os nervos deixam a cavidade craniana e seguem o seu trajeto Tem nervos com curtíssimo trajeto intracraniano, ele emerge e já sai do crânio, mas tem nervos com um trajeto intracraniano enorme, por exemplo o NERVO FACIAL, ele chega a se ramificar dentro do próprio crânio. NERVO HIPOGLOSSO: está relacionado a língua e vai chegar, preferencialmente, pela sua face inferior. Ele leva para a língua estímulos motores, pois a língua é essencialmente muscular. Ele possui um único componente funcional, só vai enviar estímulos para língua. A origem da musculatura do língua é de somitos, logo o componente funcional do hipoglosso é uma EFERÊNCIA SOMÁTICA GERAL, para a motricidade da língua, ou seja os MOVIMENTOS DA LÍNGUA. No NÚCLEO DO HIPOGLOSSO estão localizados os corpos dos neurônios cujos axônios vão atrevessar o tronco encefálico e vão emergir, seguindo seu trajeto para a língua, levando os estímulos. Esse núcleo é a única origem real do nervo hipoglosso. Esse corte também pega o nervo vago. Além dele, temos 3 grupos diferentes de neurônios. O NERVO VAGO é um dos que mais tem componente funcional, pois ele possui componente autônomo PARASSIMPÁTICO na EFERÊNCIA VISCERAL GERAL, mas ele também vai levar inervação para a musculatura da faringe, da laringe, do palato mole (que era parte do 6º arco faríngeo). O segundo componente funcional do nervo vago é a EFERÊNCIA VISCERAL ESPECIAL. O vago tabém traz SENSIBILIDADE VISCERAL. O NERVO ABDUCENTE vai para a musculatura do olho e realiza a abdução do olho, posiciona o olho para a lateral, só possui um componente funcional. 1. NERVO OLFATÓRIO: está relacionado com o olfato, é puramente uma sensibilidade. Então, o nervo olfatório só possui um componente funcional que é a AFERÊNCIA VISCERAL ESPECIAL. 2. NERVO ÓPTICO: está relacionado com a visão, envolve sensibilidade. Então, o nervo óptico só possui um componente funcional que é a AFERÊNCIA SOMÁTICA ESPECIAL. Os receptores estão na retina, passa para o nervo óptico que passa direto para o cérebro que interpretará o que está sendo estimulado. 3. NERVO OCULOMOTOR: está relacionado a movimentação do bulbo do olho para várias direções, para uma movimentação precisa de músculo envolvido na jogada. A musculatura de fora do olho é estriada esquelética originada de somitos e inervada pelo oculomotor, é uma EFERÊNCIA SOMÁTICA GERAL. Mas a musculatura de dentro do olho é lisa, principalmente a íris que ciurcunda a pupila, em ambiente escuro a pupila dilata e no claro contrai, essa dilatação e contração é feita pela musculatura lisa. Resposta autônoma. Então, o nervo oculomotor leva estímulos tanto para a musculatura fora do olho (EFERÊNCIA SOMÁTICA GERAL), mas também vai levar estímulo parassimpático para a musculatura lisa dentro do olho (EFERÊNCIA VISCERAL GERAL ou PARASSIMPÁTICA) 4. NERVO TROCLEAR: movimenta um músculo que está na órbita que vai movimentar o olho. Na parede medial da órbita temos a incisura troclear, onde vamos ter a tróclea que funciona como uma polia\roldana que é importante para mudar a direção desse músculo. Então, o nervo troclear só possui um componente funcional quie é para um músculo, logo, ele é eferente\motor, EFERÊNCIA SOMÁTICA GERAL. 5. NERVO TRIGÊMEO: ele tem uma origem aparente na ponte encefálica, mas logo na seguência ele vai para o gânglio trigeminal e desse vemos Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 7 emergindo três grandes ramificações: oftálmico, maxilar e mandibular. A maior parte dele é sensitivo, mas tem uma parte que vai para os músculos que se originam do 1º arco faríngeo, como todos os músculos da mastigação dentre outros. 6. NERVO ABDUCENTE: abduz o olho, ou seja, movimenta o olho para lateral. OBS.: vale destacar que 3 dos 12 pares de NC são para a movimentação do olho, oculomotor, troclear e abducente. 7. NERVO FACIAL: está envolvido com a face, mas especificamente para a glândula salivar (parassimpático), vai inervar todos os músculos da expressão facial. Nervo motor para a face. CC: quando temos uma paralisia facial é ele que é comproimetido, paralisando metade da face inteira. 8. NERVO VESTIBULOCOCLEAR: união do nervo coclear e vestibular. O nervo coclear traz a audição (vem da cóclea), estímulos auditivos, já o nervo vestibular traz a sensação de equilíbro. Puramente sensitivo. 9. NERVO GLOSSOFARÍNGEO: supre a língua e a faringe. Vai inervar as duas, mas não é motricidade, é sensibilidade, tanto de uma parte da língua quanto da mucosa da farínge, como parótida e outras coisas. É um nervo bastante complexo. 10. NERVO VAGO: único par de nervo craniano que extrapola os limites da cabeça e pescoço, desce para tórax e abdome. Vago vem de vagar pelo corpo, vai inervando várias partes do corpo. 11. NERVO ACESSÓRIO: ajudante do vago e possui uma raíz espinal, que vem dos nervos espinais, que se junta com uma raiz craniana. Nervo motor que vai para dois únicos músculos: trapézio e esternocleidomastóideo. 12. NERVO HIPOGLOSSO: está relacionado a língua e vai chegar, preferencialmente, pela sua face inferior. Ele leva para a língua estímulos motores, pois a língua é essencialmente muscular. Ele possui um único componente funcional, só vai enviar estímulos para língua. A origem da musculatura do língua é de somitos, logo o componente funcional do hipoglosso é uma EFERÊNCIA SOMÁTICA GERAL, para a motricidade da língua, ou seja os MOVIMENTOS DA LÍNGUA. OBS.: A origem real são os corpos dos neurônios! NÚCLEOS DOS NERVOS CRANIANOS NÚCLEO: é para onde se destinam as fibras aferentes dos nervos cranianos! ➢ NÚCLEO MOTOR: é o corpo do neurônio, que está dentro do tronco encefálico e seu axônio vai até a musculatura ➢ NÚCLEO SENSITIVO: o corpo do neurônio pseudounipolar está fora do crânio e está entregando para o próximo neurônio que vai compor a via. O padrão de divisão para você localizar esses núcleos vem da embriologia Cada cor dessa corresponde a 1 componente funcional. A organização desses neurônios dentro do tronco encefálico é pela separação dos componentes funcionais. Esse padrão de organização vem da embriologia. COLUNA ANTERIOR: povoada por neurônios motores COLUNA POSTERIOR: povoada por neurônios sensitivos que vão receber o estímulo. E a mesma coisa vai acontecer no tronco encefálico. NÚCLEOS DOS NERVOS CRANIANOS (ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DAS COLUNAS NUCLEARES DURANTE A EMBRIOGÊNESE) O corte abaixo é do tubo neural SULCO TERMINAL Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 8 Do SULCO TERMINAL para frente, placa basal, ela começa a ser povoada por corpos de neurônios que vão estar relacioandos com a motricidade, inicialmente de dois tipos: EFERÊNCIA SOMÁTICA e EFERÊNCIA VISCERAL. Próximo ao sulco terminal é sempre VISCERAL e nas extremidades é sempre SOMÁTICO. Na PLACA ALAR sempre temos povoamento de neurônios relacionados a SENSIBILIDADE, em receber a sensibilidade que vem de fora. O tubo neural passa a ter uma série de desdobramentos e isso vai se modificar, mas as regiões da PLACA BASAL e da PLACA ALAR começam a serpovoados, as células começam a se diferenciar, em corpos de neurônios dependendo do seu componente funcional. A LÂMINA DO TETO começa a se expandir para as laterais e a LÂMINA BASAL se junta Mais medial temos as motricidades, a mais medial de todas, os neurônios que estão povoando essa região são MOTRICIDADE SOMÁTICA, do lado deles a MOTRICIDADE VISCERAL, que pode ser de dois tipos, especial e geral. Mais lateral temos a AFERÊNCIA VISCERAL, que também pode ser especial e geral. A mais lateral de todas é a AFERÊNCIA SOMÁTICA, que também pode ser especial ou geral. SULCO TERMINAL Essa classificação é num plano chapado, num plano tridimensional temos COLUNAS na vertical de povoamente de neurônios. Mas não são colunas inteiras, elas tem alguns intervalos, que vamos discutir mais para frente. REVISANDO Tínhamos um TUBO NEURAL que começa a povoar as regiões da embriologia, isso vai se modificando que dá origem a uma divisão inicial em quatro grandes colunas, chama-se de colunas pois o tronco encefálico é uma estrutura vertilizada e em tres dimensões. Então são realmente colunas de neurônios que estão povoando as regiões do tronco encefálico, mas medialmente as motricidades, mais lateralmente os neurônios envolvidos em receber a sensibilidade. Legenda: AS= aferência somática |AV= aferência visceral |EV= eferência visceral | ES= eferência somática Inicialmente temos 4 colunas: 1- Coluna Eferente Somática 2- Coluna Eferente Visceral • Geral (parassimpática) • Especiais (arcos faríngeos) 3- Coluna Aferente Visceral • Geral (visceroreceptores) + • Especial (gustação) 4- Coluna Aferente Somática • Geral (exteroceptores) • Especial (audição e equilíbrio) Por que na COLUNA AFERENTE VISCERAL tem um +? Porque se formos destrinchá-la era para se ter 7 colunas, uma independente da outra, onde cada uma relacionada com 1 tipo de componente funcional. Não existem 7 colunas, existem 6 colunas, porque todos os estímulos viscerais, que vem das vísceras, podem ser os estímulos gerais (dor, plenitude gástrica, O2 no sangue, PA) e a gustação que é uma aferência visceral especial, todas essa sensibilidades vão para o mesmo grupo de neurônio\mesmo Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 9 núcleo, não vai para 2 núcleos diferentes, vai para 1 núcleo que é especializado em receber tanto os gerais quanto o da gustação, esses estímulos vão para 1 mesmo grupo de neruônios que recebem esse estímulo e repassam lá para cima. Os núcleos estão mais dispostos na metade posterior do tronco encefálico, para melhor observar esses núcleos temos que pegar um tronco encefálico em vista posterior. Essa é uma vista posterior do tronco encefálico, atrás dele está o cerebelo que foi cortado e retirado. Nenhum desses núcleos serão visíveis na anatomia, isso são representações didáticas para entender as separações do núcleos. Esses corpos de neurônios estão localizados dentro do tronco encefálico como se fossem colunas na vertical. Do sulco terminal para a lateral tinhámos as motricidades, e mais lateral as sensibilidades. Um grupo de neurônio forma a coluna, praticamente encostado no sulco terminal. É aquele grupo de neurônios onde vai sair um monte de axônio e vai fromar núcleos\nervos que vão se destinar para alguns músculos específicos. O grupo de neurônios que estavam encostados no sulco terminal eram os de eferência somática. Não é 1 núcleo para um nervo não, quando você tem um núcleo cumprido você pode ter vários nervos sendo formado de um mesmo núcleo. CAPÍTULO 18 DE NÚCLEOS DOS NN. CRANIANOS DO ANGELO MACHADO (página 169) As três colunas abaixo dão origem a todas as motricidades: • COLUNA EFERENTE SOMÁTICA ➢ Mm. estriados miotômicos da língua e extrínsecos do bulbo do olho BULBO: núcleo do hipoglosso -> trígono do hipoglosso PONTE: núcleo do abducente -> nível do colículo facial MESENCÉFALO: núcleo do troclear (nível do colículo inferior) e núcleo do oculomotor (nível do colículo superficial) • COLUNA EFERENTE VISCERAL GERAL ➢ As fibras que saem destes núcleos (fibras pré-ganglionares) antes de atingir as vísceras, fazem sinapse em um gânglio Os núcleos da coluna eferente visceral geral sâo: MESENCÉFALO: núcleo de Edinger-Westphal (pertencente ao complexo oculomotor) PONTE: núcleo lacrimal e núcleo salivatório superior (situado na parte caudal da ponte) BULBO: núcleo salivatório inferior (parte mais cranial do bulbo) e núcleo dorsal do vago. Ian Dondoni | Anatomia de Cabeça e Pescoço | Medicina Ufes 10 • COLUNA EFERENTE VISCERAL ESPECIAL ➢ Mm. de origem branquiomérica ➢ Os núcleos localizam-se profundamente no interior do tronco encefálico Os núcleos da coluna eferente visceral especial: PONTE: núcleo motor do trigêmeo e núcleo do facial BULBO: núcleo ambíguo. As outras vão dar a sensibilidade: • COLUNA AFERENTE VISCERAL GERAL + ESPECIAL ➢ Chegam fibras trazendo a sensibilidade visceral geral e especial (gustação BULBO: núcleo do trato solitário • COLUNA AFERENTE SOMÁTICA GERAL ➢ Sensibilidade somática geral da cabeça. É a coluna do trigêmeo. MESENCÉFALO + PARTE CRANIAL DA PONTE: núcleo do trato mesencefálico do trigêmeo PONTE: núcleo sensitivo principal e núcleo do trato espinhal do trigêmeo • COLUNA AFERENTE SOMÁTICA ESPECIAL PONTE: dois núcleos cocleares, ventral e dorsal, e os quatro núcleos vestibulares: superior inferior, medial e lateral ATENÇÃO! TUDO QUE É SENSITIVO É PSEUDOUNIPOLAR E TUDO QUE É MOTOR É MULTIPOLAR Esse povoamento dentro do tronco encefálico desses corpos neuronais, eles seguem uma ordem, e essa ordem é determinada pelo desdobramento da embriologia. RELEMBRE SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO (SIMPÁTICO, PARASSÍMPÁTICO, DOIS NEURÔNIOS: PRÉ E PÓS SINÁPTICO)
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