Buscar

Dissertação aula 4

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

JULIANA ROCHA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
A NOVA CLASSE DO PRECARIADO 
E AS CONSEQUÊNCIAS SOCIAIS DA DESREGULAÇÃO DO TRABALHO 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Curso de 
Especialização e Avaliação de Políticas 
Públicas da Universidade Cândido Mendes, 
para a aula 4 da Disciplina 2.3- Direitos 
Sociais e Neoliberalismo. 
 
 
 Coordenadora:Dra. Camila Gonçalves 
 de Mario 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rocha do Nascimento, Juliana 
 
A nova classe do Precariado e as consquências sociais da 
desregulação do trabalho–Rio De Janeiro,2021. 
 
Nº de páginas: 14 
 
Dissertação para o Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de 
Janeiro (IUPERJ) da Universidade Candido Mendes (UCAM), 
 
1.Precariado; 2.Trabalho; 3. Brasil 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO................................................................................................4 
2. MATERIAL E MÉTODOS.............................................................................5 
2.1.1. MATERIAIS.....................................................................................................5 
2.1.2. MÉTODOS........................................................................................................5 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................6 
3.1. RESULTADOS.................................................................................................6 
3.2. DISCUSSÃO....................................................................................................12 
4. CONCLUSÕES...............................................................................................13 
5. REFERÊNCIAS..............................................................................................14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.INTRODUÇÃO 
 
 Sabe-se que a globalização foi um evento que mudou o mundo de todas as formas. Um 
mundo que era caracterizado por países no qual o Estado dominava com punhos de ferro e a 
população era calada diante do cenário, sem qualquer perspectiva de mudança. Viviam em 
condições precárias de saúde e educação, além disso eram escravos libertos, onde 
trabalhavam por horas sem quaisquer direitos ou benefícios. 
 Porém a modernidade nos trouxe outro tipo de escravidão, chamado Precariado, no qual o 
indivíduo trabalha por horas e não possuem direitos ou benefícios. É uma forma do 
capitalismo conseguir gerar mais dinheiro, de forma fácil e rápida. Uma modalidade do 
precariado é o estagiário, que ganha pouco e faz o mesmo serviço de um contratado da 
empresa, porém não possui benefícios trabalhistas. 
 Há também os terceirizados, que tem crescido no Brasil exponencialmente. São 
trabalhadores que não possuem nenhum vínculo empregatício com a empresa que os contrata. 
O governo tem mudado sua postura e antes os terceirizados ocupavam funções específicas nos 
ógãos, porém atualmente tem surgido projetos de leis para ampliar as funções dos 
terceirizados a fim de que se reduza o número de funcionário público concursado. 
 Esses projetos de leis, são o reflexo da nova postura do Estado, permitindo o 
corporativismo assumir as rédias do governo. Ampliando benefícios para o capitalismo 
corporativista e reduzindo direitos para o trabalhador. Um exemplo são as negociações entre 
empregado e empresário, no qual o funcionário desprovido de qualquer proteção se sente 
acuado e as negociações saem em benefício da empresa. 
 A sensação é de abandono, os trabalhadores que se enquadram no precariado são os mais 
vulneráveis, geralmente são os que mais sofrem acidentes. A empresa cresce, o capitalismo 
aumenta e a desigualdade social também. Pois eles saem das empresas sem direitos 
trabalhistas, nada mais é do que a escravidão moderna. A solidariedade explícita na 
constituição federal, hoje é apenas uma frase. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.MATERIAL E MÉTODO 
 
 
2.1.MATERIAL 
 
O material é obtido através dos arquivos disponibilizados no portal do aluno do curso de 
Especialização em Gestão e Avaliação de Políticas Públicas, precisamente da Aula 4- 
Precarização do trabalho e empresariamento da vida, pertecente à Disciplina 2.3- Direitos 
Sociais e Neoliberalismo. Foram disponibilizados 3 arquivos: O Precariado-A nova classe 
perigosa- Guy Standing; A terceirização sem limites: a precarização do trabalho como regra-
Ricardo Antunes/ Graça Druck e o filme Pão e Rosas lançado em 2000. 
 
 
 
 
2.2.MÉTODO 
 
O presente estudo utiliza o método de revisão literária narrativa. De acordo com Rother: “os 
artigos de revisão narrativa são publicações amplas apropriadas para descrever e discutir o 
desenvolvimento ou o ‘estado da arte’ de um determinado assunto, sob ponto de vista teórico . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
3.1 RESULTADOS 
 
 O artigo O Precariado de Guy Standing nos traz a definição de Precariado e suas diversas 
modalidades. Segundo o autor, precariado pode ser descrito como um neologismo que 
combina o adjetivo “precário” e o substantivo relacionado “poletariado”. Trata-se de uma 
classe em formação. Pode-se dizer que a globalização gerou a fragmentação das estruturas de 
classe nacionais. 
 As desigualdades aumentaram e o mercado de trabalho se tornou aberto e flexível. O padrão 
de acumulação flexível possui traços distintos do padrão taylorista/fordista. O modo 
taylorista/fordista se fundamentava num padrão produtivo inspirado no japão pós-guerra, com 
técnicas de gestão da força de trabalho próprias da fase informacional, bem como da 
introdução dos computadores no processo produtivo e de serviços. 
 Desenvolve-se em uma estrutura de produção mais flexível, através da produção 
desconcentrada, das redes de subcontratação (empresas terceirizadas), do trabalho em equipe, 
do salário flexível, das “células de produção”, dos “times de trabalho”, dos grupos 
“semiautônomos”, além de exercitar, ao menos no plano discursivo, o “envolvimento 
participativo” dos trabalhadores. 
 O trabalho “multifuncional’, “qualificado”, combinado com uma estrutura mais 
horizontalizada e integrada entre diversas empresas, inclusive nas empresas terceirizadas, tem 
como finalidade a redução do tempo de trabalho. Mais recentemente, a prática das “metas” e 
das “competências”, realizada pelos “colaboradores”, tornou-se a regra no ideário 
empresarial. 
 Então surge a eliminação de postos de trabalho, o aumento da produtividade, qualidade 
total, envolvimento, terceirização ampliada, tudo isso passa a integrar a empresa flexível. 
Pode-se dizer que, na era da acumulação flexível e da “empresa enxuta”, são merecedoras de 
destaque as empresas que mantêm menor número de trabalhadores e, ainda sim, aumentam 
seus índices de produtividade. 
 Os resultados tornam-se preocupantes em relação ao mundo do trabalho: a 
desregulamentação dos direitos do trabalho em escala global; terceirização da força de 
trabalho nos mais diversos setores e ramos produtivos e de serviços; derrota do sindicalismo 
autônomo e sua conversão num sindicalismo de parceria, mais negocial e menos conflitivo. 
 
 
 Diferente do Marx pregava, a classe não despareceu, pelo contrário, surgiu uma estrutura de 
classe global mais fragmentada. Existem sete grupos. No topo da lista, está a elite, composta 
por cidadãos globais ricos, capazes de influenciar os governos em todos os lugares e de se 
permitirem gestos filantropos generosos. 
 Logo abaixo da elite, vem os “assalariados”, estes ocupam emprego estável de tempo 
integral, a maioria apreciaos sinais simbólicos de sua espécies, com pensões, férias pagas e 
benefícios da empresa subsidiados pelo Estado. Os assalariados ocupam grandes corporações, 
agências do governo, na administração pública. Equiparado aos assalariados, estão os 
proficians. 
 O termo proficians combina as ideias tradicionais de “profissional” e “tecnico”, porém 
abrange quem detém um conjunto de habilidades que podem ser vendidas, recebendo altos 
rendimentos em contrato, como consultores ou trabalhadores autônomos. Os proficians 
equivalem aos yeomen (pequenos proprietários de terra), cavaleiros na Idade Média. A 
relação de emprego padrão não serve para eles. 
 Abaixo dos proficians estão os trabalhadores manuais, a essência da velha “classe 
trabalhadora”. Os Estados do bem-estar foram construídos tendo em mente esse grupo. Logo 
abaixo desses quatro grupos está o precariado, composto por um exército de desempregados e 
um grupo separado de pessoas socialmente desajustadas, vivendo à custa da escória da 
sociedade. 
 No mercado de trabalho, tem sido feita a distinção entre trabalhadores autônomos e 
empregadores. A diferença entre trabalhadores remunerados e empregados assalariados é que, 
os primeiros são prestadores de serviço que recebem por tempo de trabalho ou peça. Já os 
últimos, são gratificados pela confiança e compensação por serviço. 
 Sempre foi deduzido que o assalariado estivesse mais perto de gerentes, chefes e os 
trabalhadores remunerados seriam alienados, exigindo disciplina, subordinação e combinação 
e de incentivos e sanções. Status tem sido associado com a ocupação de uma pessoa, sendo 
ocupações de status mais altos, aquelas que estão mais perto de serviços profissionais, 
gerenciamento e administração. 
 O precariado tem características de classe. Consiste em pessoas que possuem relações de 
confiança mínima com o capital e o Estado, o que as tornam diferentes do assalariado. A 
classe não possui nenhuma das relações de contrato social do proletariado, nas quais as 
garantias de trabalho são fornecidas em troca de subordinação e lealdade, acordo esse que é 
base para os Estados de bem-estar social. 
 
 
 O precariado não possui poder de barganha baseado em relações de confiança e não pode 
usufruir garantias em troca de subordinação, portanto é sui generis em termos de classe. O 
precariado tem uma posição de status peculiar, não possui alto status profissional ou 
atividades artesanais de médio status. Sua estrutura de “ renda social” não se mapeia 
conforme as noções de classe ou ocupação. 
 É errado equiparar o precariado com o trabalhador pobre ou com o emprego incerto. A 
precariedade implica na falta de uma identidade segura baseada no trabalho. O precariado 
consiste em pessoas perseguidas pelos social-democratas, partidos trabalhistas e sindicatos 
após a Segunda Guerra Mundial, como sua agenda de “cidadania industrial” para a classe 
trabalhadora. 
 No que diz respeito à insegurança de trabalho, é dada mais atenção ao vínculo 
empregatício, caracterizada pela falta de contratos de longo prazo e falta de proteção contra a 
perda do vínculo. Outra característica do precariado é a renda precária e um padrão de renda 
diferente de todos os outros grupos. Esse fato pode ser demonstrado usando-se o conceito de 
“renda social” 
 A renda social é dividida em seis elementos. O primeiro é a autoprodução de alimentos. Em 
segundo lugar, há o salário nominal ou renda em dinheiro recebido do trabalho. Em terceiro 
lugar, há o valor do apoio financeiro pela família ou pela comunidade local, por meio de 
créditos de seguros informais. Em quarto, há os benefícios corporativos fornecidos a grupos 
de empregados. 
 Em quinto, há os benefícios estatais, incluindo benefícios estatais, incluindo benefícios de 
seguro social, subsídios pagos diretamente ou através dos empregadores e serviços sociais 
subsidiados.Por fim, há os benefícios privados derivados de economias e investimentos. O 
precariado possui uma estrutura característica da renda social, conferindo vulnerabilidade que 
vai além da que seria transmitida pela renda financeira recebida em um momento específico. 
 O precariado tem como uma de suas características, não o nível de salários em dinheiro ou 
de rendas concedidas em um momento específico, mas, a falta de apoio da comunidade em 
momentos de necessidade, a falta de benefícios assegurados da empresa ou Estado e falta de 
benefícios privados para complementar ganhos em dinheiro. Além da falta de garantia no 
emprego e renda social insegura. Carecem de identidade baseada no trabalho. 
 Quando estão empregados, os precariados ocupam empregos desprovidos de carreira e não 
sentem que pertencem a uma comunidade ocupacional imersa em práticas estáveis, códigos de 
ética e normas de comportamento, reciprocidade. O precariado não se sente parte de uma 
 
 
comunidade trabalhista solidária, aumentando o sentimento de alienação e instrumentalidade 
em suas funções. 
 Uma forma de descrever o precariado é como “habitantes”. O “habitante” é alguém que por 
uma razão ou outra, possui direitos mais limitados que os dos cidadãos. O conceito pode ser 
estendido à vida corporativa, com cidadãos corporativos e “habitantes” de vários tipos. Os 
assalariados podem ser vistos como cidadãos com ao menos direitos de voto na empresa, 
abrangendo uma série de decisões que os acionistas aceitam. 
 Os temporários, eventuais seriam “habitantes”, com pouco merecimentos ou direitos e o 
número desses “habitantes” tem crescido. As estatísticas trabalhistas demonstram que pessoas 
cujos empregos são temporários tem crescido exponencialmente na era do mercado de 
trabalho flexível. Atualmente, ter um trabalho temporário é um forte indicador de um topo de 
precariedade. 
 Além da apropriação das atividades intelectuais do trabalho, o trabalho pautado na interação 
com uma maquinário automatizado, informatizado e digitalizado, acabou por culminar a 
acentuação das formas de precarização do trabalho. Esse fenômeno do “modo de ser’ da 
precarização demonstra a ampliação acentuada de trabalhos submetidos a sucessivos contratos 
temporários. 
 Nas últimas décadas, a precarização vem se tornando tendência tanto para a preservação 
quanto para a ampliação do capitalismo. Na mais recente crise global de 2007/2008, o 
precariado se intensificou, substituindo os diversos modos de terceirização, ampliando os 
mecanismos de extração do sobretrabalho em tempo cada vez menor. Nesta fase de 
mundialização do capital, há uma explosão de novas modalidades de trabalho. 
 The Economist atribuiu a proliferação de títulos de ocupação à recessão pós-2008, que 
induziu a substituição de novos títulos pomposos por aumentos de salários. Isso reflete o 
crescimento do precariado, em que símbolos fictícios de mobilidade ocupacional e 
desenvolvimento pessoal têm de encobrir a falta de trabalho. As estruturas profissionais 
achatadas são ocultadas pela inflação de títulos. 
 Trata-se de uma hegemonia da “lógica financeira” que atinge todos os âmbitos da vida 
social, dando um novo conteúdo ao modo de trabalho e de vida, sustentados na volatilidade, 
efemeridade e descartabilidade sem limites. É a lógica do curto prazo, que incentiva a 
“permanente inovação” no campo da tecnologia, dos novos produtos financeiros e da força de 
trabalho, tornando obsoletos e descartáveis os homens e mulheres que trabalham. 
 
 
 São tempos de desemprego estrutural, de trabalhadoras empregáveis no curto prazo, através 
das (novas) e precárias formas de contrato onde terceirização, informalidade, precarização, 
materialidade e imaterialidade são mecanismos vitais. Tem-se como exemplo os trabalhos de 
telemarketing e estágio, o primeiro trata-se de milhares de pessoas que trabalham em centros 
de atendimento. 
 Já os estagiários se tornaram um meio do qual os recém-formados, atuaisalunos e até 
mesmo os pré-universitários trabalham por um tempo, por pouca ou nenhuma remuneração. 
Canalizam os jovens rumo ao precariado. Alguns governos lançam programas de estágio, 
como uma forma de política do mercado de trabalho, direcionada a esconder o desemprego. 
Esse é o quadro do capitalismo moderno. 
 O capitalismo no plano mundial, se transformou sob a forma da acumulação flexível, 
gerando um modo de trabalho pautado na flexibilização e precarização. São mudanças 
impostas pelo processo de mundialização da economia, o capital financeiro passou subordinar 
a esfera produtiva e contaminar todas as suas práticas e os modos de gestão do trabalho. 
 O Estado passou a desempenhar um papel cada vez mais de “gestor dos negócios da 
burguesia financeira”, cujos governos, em sua imensa maioria, pautam-se pela 
desregulamentação dos mercados, especialmente o financeiro e o de trabalho. O Estado, passa 
a ser alimentador desse processo de precarização do indivíduo, no qual as pessoas são sujeitas 
à pressões e experiências que levam à uma existência precariada. 
 Segundo o artigo: A terceirização sem limites: a precarização do trabalho como regra, o 
precariado tem a capacidade de evoluir para uma incapacidade da massar de pensar a longo 
prazo, induzidos pela baixa probabilidade de progresso pessoal ou contrução de uma carreira . 
Além de serem os que ganham menos e trabalham mais, são instáveis e possuem menos 
direitos. 
 Os terceirizados são os mais vulneráveis e que mais morrem e se acidentam. Estão mais 
expostos aos riscos de sua saúde. Em resumo a terceirização é o fio condutor da precarização 
do trabalho no Brasil. Esse fenômeno é responsável pela fragmentação das identidades 
coletivas dos trabalhadores, e desvalorização humana do trabalhador. Incetiva a concorrência 
entre os trabalhadores e seus sindicatos. 
 A terceirização torna os trabalhadores invisíveis em sua condição social, facilitando o 
descumprimento da legislação trabalhista. Isso impulsiona o empresário a não ter limites 
(regulado pelo Estado) no uso da força de tabalho e sua exploração como mercadoria. Com a 
 
 
ampliação global da terceirização, surge uma nova servidão do trabalho, configurando uma 
regressão à escravidão do trabalho no Brasil em pleno século XXI. 
 O Estado que outrora concedeu benefícios ao trabalhador e permitiu qualidade de vida, 
atualmente age contra o trabalhador realizando a desregulamentação do trabalhador. Com 
salários menores, jornada de trabalho maiores, sofrendo diariamente com os empresários que 
burlam as leis trabalhistas e as altas taxas de acidentes de trabalho. A terceirização vem 
dominando as formas de trabalho em escala universal. 
 Levantes e rebeliões estão sendo manifestados em todo o mundo contra a dominação do 
capital pelo Estado. A globalização une o mundo agora em um propósito, contra a 
desregulamentação das leis trabalhistas e a liberdade do trabalhador. A cada dia vê-se novos 
governos agindo contra o trabalhador, o escravizando de forma arbitrária o colocando a mercê 
de empresários sem qualquer proteção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.2 DISCUSSÃO 
 
 A globalização concedeu a ruptura com o Estado controlador, através do neoliberalismo o 
Estado passou dar mais liberdade à movimentação do capital. Crescentemente, a busca da 
“racionalidade instrumental” do capital vem impulsionando as empresas à flexibilização das 
relações de trabalho, da jornada, da remuneração, reintroduzindo novas relações e formas de 
trabalho que frequentemente assumem feição informal. 
 Há o fenômeno da desregulamentação das leis trabalhistas que permitiu o surgimento do 
Precariado, a nova forma de trabalhar com menos direitos e mais horas de trabalho. O 
precariado se subdiviu em diversas modalidades dentre elas podemos citar o estágio, os 
atendentes em call centers e os terceirizados. O Estado tem contribuido fortemente para o 
crescimento do capitalismo nas costas da escravidão moderna. 
 O trabalhador se sente acuado, o Estado não o defende mais e agora o trabalhador tem que 
negociar diretamente com o empresário. O mundo moderno e o liberalismo econômico tem 
desatado as leis trabalhistas e colocado o mundo corporativista acima da moral e da 
civilização. Pois indivíduos sem direito estão mais vulneráveis a acidentes e não possuem 
quaisquer garantia de futuro. 
 Isso contribui para o aumento da desigualdade social, pois o trabalhador sem perspectiva de 
futuro e sem garantias trabalhistas tem maior propensão à acidentes, geralmente estão nos 
setores que mais trabalham. Hoje o lema empresarial é mais trabalho e menos salário e a 
forma que encontraram para isso é o precariado, o estagiário é uma das modalidades, no qual 
trabalha muito e ganha pouco. 
 As privatizações que tem acontecido no Brasil, são um reflexo da ausencia do Estado e a 
ocupação do corporativismo no território. Menos leis, menos garantias, menos proteção e 
mais liberdade para as empresas atuarem sem quaisquer limites em suas ações. As 
negociações trabalhistas tem afundado cada vez mais o trabalhador que se dedica de forma 
árdua ao trabalho. 
 Esse fenômeno tem alcançado o mundo e feito com que diversos trabalhadores de diversos 
países realizassem mobilizações trabalhistas, tais como no passado. Pressionam o Estado a 
tomar atitudes contra o trabalho análogo à escravidão. Ações coletivas dos sindicatos tem 
perdido as forças, o Estado faz de tudo para calar a voz ou simplesmente ignora. Enquanto 
isso a pobreza aumenta, problemas sociais não param de crescer. 
 
 
 
4.CONCLUSÕES 
 
 Conclui-se que o neoliberalismo dominou o mundo de tal maneira, que tornou o país 
submisso ao capital liberal. Os Estados submeteram sua governabilidade ao corporativismo e 
quem mais sofre com esse efeito é o trabalhador. Pois tem acontecido a desregulamentação do 
trabalho, o trabalhador sem proteção tem sido acuado pelas empresas a realizar negociações 
geralmente unilaterais. 
 O governo tem elaborado leis de forma a favorecer empresas e reduzir benefícios ao 
trabalhador, logo tem havido uma exploração do empregado e quando termína seu vínculo, ele 
simplesmente sai sem os direitos trabalhistas e esse fenômeno tem ajudado a aumentar a 
desigualdade social. Pois não há perspectiva de futuro para o trabalhador. O precariado 
tornou-se a nova modalidade de trabalho, uma forma de esconder o desemprego. 
 Esse ciclo flexível e rápido do mercado de trabalho afeta a sociedade forma geral, pois a 
desigualdade social tem contribuído para uma maior marginalização do cidadão na sociedade. 
O que por consequência gera mais violência e mais dependência social. A pobreza tem 
aumentado, mas é mascarada com trabalhos temporários e precários. A solução é a população 
pressionar novamente o governo como fizeram no passado pelos movimentos sociais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
1. O Precariado-A nova classe perigosa- Guy Standing 
2. A terceirização sem limites: a precarização do trabalho como regra-Ricardo Antunes/ 
Graça Druck. 
3. Filme Pão e Rosas(2000). 
	ReferÊncias

Outros materiais